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Como é feito o Soro Antiofídico

O Brasil é o país que tem a maior população de cobras do mundo.


Com isso, há também, muitos estudos e diversos procedimentos de extração de
soro venenoso para a produção de antídoto (o soro antiofídico).
Para mostrar como funciona esse processo, a equipe do programa Tudo a Ver
(Record) visitou o laboratório de extração de veneno do Instituto Butantã, na capital
paulista.
 
Mas todo esse procedimento, que salvará vidas de milhares de pessoas,
começa com a busca da matéria-prima dos venenos: as serpentes vivas.

Para isso, uma equipe especializada é encaminhada para um local um tanto quanto
perigoso: a ilha das Cobras. Localizado na Ilha de Queimada Grande, o local possui
mais de 3.000 víboras peçonhentas. 
São necessários muitos profissionais trabalhando oito horas diariamente, durante
cinco dias por semana, para produzir antídoto para picadas em quantidade
suficiente.

Na hora da extração, é preciso manusear a serpente venenosa com cuidado, pois o


risco de ser picado é maior.

Antes de ter seu veneno retirado, a cobra é colocada em um recipiente com gás
carbônico durante cinco minutos. Lá, acaba adormecendo.

O efeito sonífero permanece por dois minutos, tempo suficiente para a extração.
Porém, a cobra pode acordar antes do tempo determinado.

Para o procedimento, são necessários dois responsáveis: um pressionara cabeça


da serpente (local onde está a glândula de veneno) e outro segura o corpo da
cobra.

O líquido venenoso, depois, é encaminhado para uma sala de processamento e


passará por uma centrífuga, onde as impurezas ( como muco ou células de sangue)
serão removidas.

Em seguida, o veneno é pipetado em frasco e levado para um refrigerador, onde


ficará a uma temperatura de 20°C negativos.

A substância, então, é transformada em vacina e encaminhada para uma fazenda,


onde será injetada em um cavalo, para a criação de anticorpos (que resultarão no
antídoto).
Ao contrário do que parece, especialistas afirmam que esse procedimento não
envenena o cavalo contaminado.

Após ter o veneno já processado injetado na sua veia, o cavalo passa por um
exame de sangue. Em seguida, será separado o plasma (parte líquida do sangue)
do animal.

Esse plasma será enviado para a capital paulista, purificado e transformado,


finalmente, em soro antiofídico (o antídoto contra picada de serpentes
peçonhentas). 

Saiba mais sobre serpentes

Existe alguma relação entre os “anéis” do guizo da cascavel com a sua


idade?
Cada vez que a cascavel troca de pele um pedacinho desta pele fica na
extremidade da cauda e ao longo de sucessivas trocas vai formando os anéis.
Levando-se em conta que um animal pode fazer mais de uma muda por ano, ou
que o guizo pode quebrar, temos a explicação do porquê o número de anéis não
corresponde a idade do animal.

Se as jibóias e sucuris não são venenosas, como elas matam as suas presas?

As jibóias e sucuris são as grandes serpentes brasileiras não venenosas. Elas


matam suas presas por asfixia, ao apertá-las e impedir os seus movimentos
respiratórios.

Como as serpentes se alimentam?


As serpentes não necessitam de alimentação diária como as aves e os mamíferos,
pois o seu gasto energético é muito reduzido, uma vez que a temperatura de seu
corpo não é constante e não há gasto de energia para produzir calor. As serpentes
se alimentam de outros animais (cascavel – roedores; corais – outras serpentes;
boipeva – anfíbios: cobras-d’água – peixes; cobra-espada – lesmas)

Por que é importante estudar e manter as serpentes em cativeiro?


O veneno é uma mistura de diversas substâncias que, quando separadas, e
utilizadas em doses reduzidas podem auxiliar na cura de doenças. Algumas
doenças já são tratadas através de medicamentos à base de proteínas dos
venenos ofídicos e outras estão em fase de experimentação. A hipertensão e
epilepsia são exemplos de doenças que podem ser tratadas com estas
substâncias. Também já se realizam experimentos com a utilização de
substâncias à base de proteínas dos venenos ofídicos em cicatrizações
cirúrgicas.
Como é feito o soro antiofídico?
O soro antiofídico é o único meio comprovadamente eficaz de tratamento de
pessoas picadas por serpentes venenosas. Ele é feito inoculando-se pequenas e
sucessivas doses de venenos em cavalos. O animal vai aos poucos fabricando
anticorpos e adquirindo resistência a doses maiores de veneno.

Depois de algum tempo recebendo doses adicionais de veneno o cavalo sofre um


processo de sangria (retirada de parte de seu sangue), aí se processa a separação
do sangue: plasma (parte líquida) e elementos figurados (hemácias, leucócitos e
plaquetas sangüíneas). O plasma que contém as proteínas fabricadas pelo
organismo do cavalo para neutralizar a ação do veneno (anticorpos específicos) é
purificado e utilizado na fabricação do soro.

Quando alguém recebe o soro antiofídico está recebendo o plasma do cavalo


repleto de anticorpos que auxiliarão o organismo do acidentado a se defender da
ação do veneno. As células sanguíneas, como não são utilizadas na fabricação do
soro são devolvidas ao organismo do cavalo a fim de preservar o animal o máximo
possível.

O soro antiofídico é distribuído gratuitamente pelo Ministério da Saúde e não está


disponível em todos os hospitais. Procure informar-se na sua cidade, sobre qual o
hospital possui o soro e divulgue esta informação.

O reconhecimento da serpente é importante na aplicação do soro, pois a


especificidade do soro e a rapidez no atendimento são fatores que aumentam muito
as chances de sucesso do tratamento.

Como é feito o soro para picada de cobras?

Por
Karlla Patrícia
– 6 de junho de 2010Publicado em: Visitante Curioso

“Eu adoro cobras, queria ter uma aqui em casa, mas minha mãe não deixa. Eu
queria saber como é fabricado o soro antiofídico? Ouvi dizer que o veneno da
cobra é aplicado no cavalo. É verdade?” João Victor – Espírito Santo

É verdade sim, João. Usar o cavalo é parte do processo para obtenção do soro
antiofídico. As cobras, também chamadas de serpentes ou ofídios possuem uma
grande variedade de espécies venenosas. Apesar de existirem soros específicos
para diferentes gêneros de cobras, um dos processos de produção seguem o
mesmo padrão.

O veneno é extraído da serpente capturada previamente. Em geral, ele fica


armazenado em glândulas localizadas na cabeça da serpente e são como bolsas
venenosas. As sepentes possuem um dente como um pequeno furinho de por onde
sai o veneno (veja a figura). Estes dentes são ligados àquelas glândulas.

Uma vez coletado, o veneno é introduzido no cavalo em doses leves incapazes de


matar o animal, isso porque os equinos apresentam forte resposta imunológica e
maior resistência a venenos e toxinas e seu organismo reage desenvolvendo
anticorpos. Após cerca de 2 meses, o sangue do cavalo é retirado e está,
obviamente, repleto de anticorpos, é dali que o soro é produzido: são retirados
cerca de 15 litros de sangue (uau!!!), a parte líquida (plasma) rico em anticorpos
passa por alguns processos de purificação e testes de controle de qualidade, para
daí então, estar pronto para o uso em seres humanos.

Geralmente com o término do processo as hemácias, que formam a parte vermelha


do sangue, são devolvidas ao animal para reduzir os efeitos colaterais da retirada
de um volume grande de sangue. E daí, tudo fica bem com o “cavalo doador”!

O soro anti-ofídico é administrado pela via intravenosa. Ele neutraliza os efeitos


tóxicos do veneno, é uma parte importante do tratamento da maioria das mordidas
de cobra. Mas o tratamento ainda inclui dose de reforço da vacina antitetânica e,
ocasionalmente, é necessária a administração de antibióticos.

As serpentes venenosas possuem um orifício dos dentes ligados a uma bolsa de


veneno!
[1] o veneno é retirado [2] injetado no cavalo que produz anticorpos [3] o sangue do
cavalo é retirado [4] o plasma contendo anticorpos é usado na produzção do soro
antiofídico.

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