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Pitaya (Pitaia, Fruta dragão, Dama da Noite)

Nome científico: Cereus undatus Haworth (Hylocereus


guatemalensis)
Família: Cactaceae.
Hylocereus undatus, branca por dentro com pele rosa;
Hylocereus polyrhizus, vermelha por dentro com pele rosa;
Selenicereus megalanthus, branca por dentro com pele
amarela;
Hylocereus costaricensis, vermelho por dentro com pele rosa.

Existem mais de 40 variedades de Pitaya. O nome Pitaya significa fruta


escamosa. Também recebe o nome de fruta-dragão ou dragon fruit,
flor-da-lua ou dama-da-noite (porque as flores se abrem à noite e
fecham pela manhã). Planta nativa da América, da Martinica ou
Colômbia, distribuída por vários países americanos nos trópicos e
subtrópicos, muito comum no México. Existem registros que já era
cultivada pelos Maias. Cores e aparência são amarelas ou vermelhas
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intensas na parte externa e rosa ou brancos translúcidos com
sementinhas negras na polpa. Pode pesar de 200 a 600 g, mas aqui
na chácara já saiu uma Pitaya da Colômbia de polpa branca com mais
de 1 quilo. Sendo que o peso ideal comercialmente é de até 400 g.
Como a planta só floresce pela noite (com grandes flores brancas) são
também chamadas de Flor-da-Lua ou Dama da Noite.
Clima: Podem ser cultivadas altitudes acima de 1000 metros, com
chuvas de 1200 a 1500 mm ao ano; mas também se desenvolve bem
em climas mais secos. No Brasil temos plantações de norte a sul.
Solos: pH entre 5.5 e 6.5 não compactados, ricos em matéria
orgânica, não encharcados e de textura bem solta. A planta pode ser
regada 2 vezes por semana em dias secos, ela não tolera
encharcamento por ser da família das cactáceas.
Espaçamento: O tutoramento pode ser feito com mourões de
madeira tratada (deixando acima da terra uma altura mínima de 1,50 m
e máxima de 2,00 m para facilitar o manejo e polinização), postes de
concreto e até caules de frutíferas (ex: tangerineiras, laranjeiras, etc.
depois de podados).
Esse tutor é necessário porque a planta pode atingir até 2,50 m ou
mais.
Deve deixar um espaçamento de 1 metro entre as plantas e a cada 2
plantas deve-se deixar 1,50 metros na fileira e nas ruas pode se deixar
até 3 metros, com 2 mudas por tutor. Já pode-se deixar a parte do tutor
pronta para que quando a planta atingir a altura máxima do tutor, fixar
quadros de madeira e pneus no ápice dos mourões para apoio das
plantas. Não use mourão sem tratar, depois de 1 ano ele apodrece.
(Ver Figura 5, e 5.1)
Plantio: Plantar em covas de 30 cm de diâmetro por 30 cm de
profundidade juntando uns 10 litros de esterco de curral e 200 gramas
de pó de rocha (ou 2 kg de húmus de minhoca). Misturar bem os
adubos à terra da cova antes do plantio.
Se for adubar o terreno todo, será necessário de 2 a 3 toneladas de pó
de rocha por hectar.

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Plantio em vaso: Vaso médio para grande (uns 20 a 40 litros). 1/3
terra comum de boa qualidade, 1/3 de húmus e 1/3 de terra adubada,
manta de bidim (esta manta impede que a sujeira das regas seja
espalhada pela casa), pedriscos. Coloque no vaso 1ª camada manta
de bidim, 2ª camada pedriscos, 3ª camada manta de bidim, 4ª camada
as terras misturadas com húmus, coloque a muda de Pitaya cobrindo 1
ou 2 cm acima das raízes com a terra preparada, coloque uma estaca
e amarre com fitilho para apoiar a muda, regue 2 vezes por semana
sem encharcar, deixe-a em local bem ensolarado.
Adubação trimestral: Torta de mamona (20 g/m2), farinha de
osso (20 g/m2), esterco de boi (20 kg/m2); esterco de galinha (2 a 3
kg/m2); esterco de cavalo (10 kg/m2); cinza de madeira (não carvão de
churrasqueira) (100 g/m2).
No inverno as plantas estão em dormência, aplicar a partir da
primavera. Torta de mamona é rica em N (nitrogênio) – folhagens;
Farinha de osso é rica em P (fósforo) – flor, fruto; Esterco de aves é
rico e micro e macro nutrientes.
A Pitaya depende de alguns elementos que devem ser fornecidos via
fertilização: o nitrogênio (N), fósforo (P) e potássio (K). Estimulando a
emissão de raízes e brotos mais vigorosos, o nitrogênio é mais
requerido pela planta durante o crescimento vegetativo até o pré-
florescimento da planta. Por sua vez, a função do potássio é promover
o aumento no diâmetro do caule da Pitaya, além de ser um dos
elementos mais requeridos devido à sua função de translocação de
carboidrato os e regulação de abertura e fechamento de estômatos.
O fósforo é mais demandado pela Pitaya no inicio da formação de
frutos. Além destes, o Boro possui importante função no pegamento
tamanho e massa dos frutos
Capina: Não se deve fazer capina, somente podar em volta das
plantas, pois as raízes são muito sensíveis.
Colheita: Entre dezembro e maio. Em geral, após o segundo ano,
algumas variedades após dezoito meses. Nesse período a planta
atingiu cerca de dois metros. Não colher quando ainda estiver verde;
colher quando as pontas estiverem verdes. Vermelho demais a planta
vai abrir e bichos podem picar e contaminar o fruto.

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Pitaya vermelha da Colômbia - mais doce; Pitaya branca da
Colômbia - menos doce e boa para diabéticos;
Pitaya amarela da Colômbia - doce, mas muito pequena; Pitaya
vermelha da Nicarágua - doce.

Evitar pulverizações com defensivos químicos: Os mesmos podem


interferir no sabor dos frutos. Para fungos usar preferencialmente calda
bordaleza, encontra-se o pó para realizar a mistura com água em
casas de agropecuária. Usar a calda no máximo até o terceiro dia após
o preparo, não pulverizar uma concentração muito forte em plantas
pequenas ou em brotação. Nunca use adubos e defensivos em
quantidades elevadas, a regra é: “na dúvida sempre menos é melhor”.
Um outro produto orgânico é um a base de neem também encontrado
em casas de agropecuária.
Produtos à base de silício podem substituir o sulfato de cobre e tem
um efeito mais duradouro.
A polinização e fecundação são essenciais para que haja frutificação
na Pitaya, o que se dá durante a noite, com atração de polinizadores,
como abelhas, pássaros, mamangavas e morcegos, pelo perfume do
néctar da flor.
Dicas: Se você tiver várias mudas e sair somente uma flor, colete um
pouco do pólen que tem dentro dela, guarde na geladeira e
posteriormente faça a polinização manual com um pincel.
A Pitaya é uma espécie que pode ser propagada facilmente por
sementes e por partes vegetativas. Porém na propagação por
sementes apresenta desuniformidade, e o início da produção é tardio,
comparada as plantas propagadas por estacas. É necessário controlar
as brotações laterais, estes brotos devem ser eliminados e utilizados
como mudas deixando apenas as brotações localizadas no sentido
vertical, deixando a condução das mudas em haste única, a Pitaya terá
um desenvolvimento satisfatório.
O enraizamento das estacas se dá após 60 dias para estacas a partir
de 25 a 50 cm. Se acontecer dela aparecer uma podridão na base da
muda você pode cortar e limpar essa parte, passar Calda Bordaleza ou
calda orgânica caseira, deixar uns dias cicatrizando e depois voltar a
colocar para enraizar ou plantar em local definitivo.
A planta é perene, porque sobrevive por muitos anos, trepadeira e fixa-
se nos suportes que podem ser troncos de árvores, pedras ou nos

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suportes colocados em produção comercial. A fixação da planta nos
suportes é feita através de raízes produzidas em qualquer região de
seus ramos.
Os ramos são triangulares, suculentos como a maioria das cactáceas e
contêm espinhos pequenos de 2 a 4 milímetros de comprimento.
As flores são grandes, brancas, tubulares, têm os dois sexos na
mesma flor (hermafroditas) e ficam abertas por um a dois dias e mais
durante a noite.
Os frutos são globosos ou alongados, com 10 a 12 centímetros de
comprimento, e, quando maduros, a casca pode apresentar cores
roxas, amarelas ou rosadas, e a sua superfície é irregular como se
vários gomos tivessem sido soldados.
A polpa tem sabor suave e muito agradável. A sua cor é branca ou
rosada e contém muitas sementes pequenas, de cor escura a negra. A
planta se desenvolve e produz bem em condições de temperatura
amena, boa distribuição de água durante a frutificação, embora se
adapte bem em condições de clima mais seco, solos profundos não
sujeitos à inundação e ricos em matéria orgânica.
A propagação é feita através do enraizamento de estacas. As
sementes podem ser usadas, mas não é aconselhável devido à
variabilidade genética entre as plantas e demandar mais tempo até o
início da produção.

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Informações adicionais:
Sua polpa é rica em fibras com qualidades digestivas e de baixo teor
calórico. É composta por vitamina A e C, que funcionam como
antioxidante, auxilia na imunização do organismo, formação da pele,
entre outros.
Contém os minerais: cálcio, ferro e fósforo, nutrientes que colaboram
na manutenção dos ossos e dentes, contração muscular e na
produção de células vermelhas. A Pitaya tem propriedade antioxidante
que previne os radicais livres que causam câncer. Sua ingestão diária
ajuda a baixar os níveis de colesterol e controlar a alta pressão arterial.
Fonte de tiramina, um aminoácido que ativa o hormônio glucagon, a
Pitaya é capaz de estimular o organismo a utilizar os estoques de
glicose e de gordura e transformá-los em energia.
Conhecida por Fruta do Dragão em função da casca, ela previne o
diabetes e as doenças cardiovasculares.
Coma, beba ou ingira agora!
Época de colheita de novembro a março. É possível consumi-la in
natura ou utilizá-la em sucos, e tomar cerca de meia hora antes,
preparado com duas porções da fruta. De preferência, não o faça em
centrífuga e nem coe para preservar as fibras. “Se você optar pela
forma líquida, vale à pena associá-la a outros alimentos com ação
termogênica, como o chá verde, para turbinar os resultados.

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PRINCIPAIS BENEFÍCIOS DA Pitaya

Ajuda a Eliminar os Radicais Livres


Ótima para Perder de Peso
Diminui a chances de pegar gripe
Diminui o Colesterol Ruim
Ajuda no Funcionamento do Intestino

DETALHES DA PLANTA Pitaya

Figura 1 – (A) Planta de Pitaya (hábito de crescimento); (B) Cladódio;


(C) Flor e (D) Fruto. Fonte: Marques (2008).

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PARTES DO FRUTO

Figura 2 – Partes do fruto de Pitaya


Fonte: Chestofbooks (2011).

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DESENVOLVIMENTO FRUTO

O Botão Floral se desenvolve, aproximadamente, de 19 a 21 dias.


Neste período ele se transforma, passando do formato inicial de uma
pequena meia lua – diâmetro de 0,5 a 0,7 cm ( Figura 3 A) tomando a
aparência de uma esfera (Figura 3 B), para começar a alongar-se
(Figura 3 G, 3H). Quando as sépalas externas começam a se
desprender, o botão tem entre 26 a 28 cm de comprimento (Figura 3 I,
e 3J).
O tamanho e a quantidade de polpa (massa do fruto) de pitaia estão
diretamente relacionados com a polinização, que é um pré-requisito
para a indústria, a quantidade de sementes é um dos fatores
responsável pelo aumento do volume do fruto.
Durante o monitoramento da floração, pode-se observar que as flores
começam a abrir no fim da tarde, aproximadamente às 17h, e
continuam até o máximo de sua abertura das 23h00min a 01h00min do
dia seguinte, e se inicia o fechamento nas primeiras horas da manhã
(Figuras 3J,3K, 3J, 3L, 3M, 3N, e 3O).
O processo de abertura dos botões florais é bastante rápido. Após o
surgimento do botão floral, a flor se abre, com antese noturna que
dura, aproximadamente, 15 horas. O máximo da abertura da flor
ocorre, aproximadamente, entre às 23h do primeiro dia até 1h do dia
seguinte, quando se inicia o seu fechamento nas primeiras horas da
manhã. O diâmetro da flor aberta pode ter de 28 a 31 cm.
Com relação à fase reprodutiva, observou-se que a emissão dos
botões florais se desenvolvem nas aréolas (gemas axilares),
aparecendo um botão em cada aréola e uma única vez. Os espinhos
que protegiam esta aréola ficam 68 aderidos ao botão (Figuras 3B,
3C), mas se desprendem com o tempo. Nesta região não se
desenvolve mais nem um órgão, seja vegetativo ou reprodutivo.
O botão floral se desenvolve, aproximadamente, de 19 a 21 dias.
Neste período ele se transforma, passando do formato inicial de uma
pequena meia lua, - diâmetro de 0,5 a 0,7 cm – (Figura 3A), tomando a
aparência de uma esfera (Figura 3B), para começar a alongar-se
(Figuras 3G, 3H). Quando as sépalas externas começam a se
desprender, o botão tem entre 26 a 28 cm de comprimento (Figuras 3I
e 3J).

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Figura 3 - Sequência dos eventos fenológicos que ocorrem durante o
período reprodutivo, do surgimento do botão floral à senescência das

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flores. A) Aparecimento do botão floral; B) botão no formato de esfera;
C) desprendimento dos espinhos que protegem a gema; D) botões
florais na parte terminal do cladódio; E) botão floral em
desenvolvimento; F) alongamento do botão floral; G) sépalas externas
lanceoladas; H) e I) detalhe das sépalas; J) início do desprendimento
das sépalas; K) vista lateral do posicionamento da flor no cladódio; L)
abertura da flor; M) flores abertas em gemas seguidas no mesmo
cladódio; N) abertura da flor; O) flor com as peças florais murchas e P)
flor senescendo - Fotos:Virna Braga Marques, Neimar Arcanjo de
Araújo.
Após a polinização (Figuras 3P), observa-se o início do
desenvolvimento do fruto, que é caracterizado pela dessecação dos
restos florais, que podem se desprender ou não do fruto até a colheita.
No início do enchimento dos frutos, as brácteas externas, que são
extensão do pericarpo recobrem completamente os frutos (Figura 3-
1A); com o aumento do volume do fruto elas diminuem (Figuras 3-1B,
3-1C, 3-1D, 3-1E) e, mesmo depois de o fruto ter adquirido a sua
coloração final – rosa a vermelho intenso –, maturação fisiológica, elas
se mantêm verdes, contrastando com o fruto (Figuras 3-1F, 3-1G).
A colheita do fruto pode ser realizada de 30 a 40 dias após a abertura
da flor, quando o fruto adquire a coloração vermelha e a textura do
fruto ainda é firme (Figura 3-1F, 3-1G). Após a retirada do fruto, a
gema de onde ele se originou perde a função de se diferenciar e não
pode mais dar origem a nenhum outro órgão, seja vegetativo ou
reprodutivo, restando uma cicatriz no lugar (Figura 3H).
O tempo total de aparecimento do botão floral até a colheita do fruto
pode levar de 50 a 60 dias, aproximadamente.
O fruto é do tipo baga, sem espinhos, com polpa de cor branca e
aparência gelatinosa, onde se encontram as numerosas sementes de
coloração preta de, aproximadamente, 2mm de comprimento. A parte
externa do fruto, o epicarpo, no estádio inicial, é verde e, na
maturação, vermelho (Figuras 3-1F a3-1G).

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Figura 3-1 Sequência da maturação dos frutos à colheita dos frutos.
A) Fruto verde; B) fruto verde apresentando restos florais; C) início da
coloração do fruto; D) frutos em diferentes subfases no mesmo
cladódio; E) fruto antecedendo a maturação; F) maturação do fruto e
G) detalhe da aréola cicatrizada após a retirada do fruto O
florescimento se inicia no verão e o fim da frutificação ocorre no
outono, indicando as altas temperaturas como fator decisivo para a sua
reprodução, já que não há floração espontânea nas outras estações do
ano, inverno e primavera. A floração vai de novembro a abril e a
frutificação se concentra nos meses de janeiro a março.

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FASE ESTÁGIO REPRODUTIVO FLORESCIMENTO

1. Gemas inchadas ao início do aparecimento do botão floral


– evolução da gema floral – (1 a 3 dias)
2. Alongação do botão floral (12 a 18 dias)
3. Desprendimento das sépalas (14 a 22 dias)
4. Início do florescimento (15 a 25 dias)
5. Aparecimento da flor – antese – (15h)
6. Pleno florescimento ao início da frutificação (17 a 26 dias)
Frutificação
7. Início da frutificação a frutos verdes e restos florais
tenros, brácteas do pericarpo maiores que o fruto (19 a 28 dias)
8. Frutos verdes e restos florais tenros a frutos verdes e restos florais
secos (22 a 31dias)
9. Enchimento dos frutos verdes (23 a 36 dias)
10. Frutos verdes e restos florais secos ao início da maturação,
brácteas do pericarpo reduzidas (25 a 43 dias)
Maturação
11. Tamanho final do fruto (30 a 47 dias)
12. Mudança de cor dos frutos (35 a 54 dias)
Colheita
13. Maturação fisiológica dos frutos (40 a 60 dias)

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DETALHAMENTO DA FLOR

Figura 3-2. Detalhamento da flor de Hylocereus undatus. A) Detalhe


dos órgãos reprodutivos da flor; B) abertura do estigma; C) estames
organizados em torno do estilete; D) ovário ínfero; E) flor inteira e
aberta. Fotos:Virna Braga Marques, Neimar Arcanjo de Araújo

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O estigma apresenta projeções carnosas, os lobos do estigma – de 20
a 27 lóbulos – que lembram os tentáculos de um polvo e os mantêm
protegidos até a flor atingir o pico de abertura (Figura 3-2B),
aproximadamente às 23h, quando o estigma se torna receptivo.

PLANTIO E TUTORAMENTO DA MUDA

A muda deve ser plantada a cinco centímetros acima do nível do solo


(Figura 4), pois após a irrigação o solo vai compactar e a muda ficará
ao nível do mesmo. Se a muda ficar soterrada pode ocorrer o
apodrecimento. No momento de colocar a muda na cova deve-se ter o
cuidado de apertar bem, evitando deixar espaços vazios.

Figura4

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A Pitaya é uma planta trepadeira e deve-se fazer o tutoramento da
muda comum mourão com aproximadamente 1,60 m de altura, na
extremidade desse mourão recomenda-se colocar uma trave ou
qualquer outro tipo de suporte para sustentação das brotações
produtivas. Recomenda-se fazer o amarrio da muda com barbante no
mourão para facilitar o crescimento acompanhando o sentido do
mourão (Figura 5).

Figura 5 – Plantio de Pitaya com tutoramento de 1,60, ideal para


plantio comercial é 1,60.(Facilidade no manejo)

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Figura 5.1 – Plantio de Pitaya com tutoramento de 1,60 de altura com
1 metro a cada 2 plantas e 1,50 metros na fileira.(Facilidade no
manejo).

Figura 5,2 – Detalhe do apice no tutoramento

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PODA PITAYA

Após o plantio da muda ocorrerá o surgimento de brotações laterais,


cada segmento ou brotação é denominado de cladódio (Figura 6A).
Recomenda-se, com auxílio de uma tesoura de poda, deixar apenas
um ou dois cladódios, que deverão ser conduzidos até a parte superior
do mourão (Figura 6B). Depois que a planta alcançar a trave do
mourão deve deixar todos os cladódios acima da mesma (Figura 6C).
Esses vão ser os cladódios produtivos, preferencialmente amarre-os
com barbante. Todos os cladódios emitidos lateralmente abaixo da
trave do mourão devem ser retirados, pois são pouco produtivos e
atrapalham o crescimento da planta.

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Figura 6 – (A) Pitaya com brotações laterais, (B) Pitaya com as
brotações laterais retiradas e (C) Condução dos cladódios acima da
trave do mourão

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Figura 6 D – Passo a passo condução da poda.

INSETOS NAS PITAYAS

As vaquinhas (Diabrotica speciosa) aparecem nas plantas tanto a noite


quanto pela manhã (Figura 7A). Esta espécie é uma praga que se
alimenta de muitas plantas de grande Importância na América Latina e
uma das mais frequentes em diferentes cultivos, capaz de causar
importantes danos em várias espécies de vegetais.
As formigas pertencentes aos gêneros Atta e Solenopsis podem
causar grandes danos às plantas de pitaia, bem como as flores e
frutas.

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As formigas foram os insetos mais presentes, sendo encontrados
formigueiros instalados no meio do pomar (Figura 7B).

Figura 7 – Ataque dos frutos jovens de Pitaya. A escamas do fruto


sendo devoradas pelas abelhas. B) formigas cortando pedaços do
fruto.

As abelhas cachorro, também chamadas irapuá, causam grandes


danos, principalmente aos frutos da Pitaya, podendo atacar tanto frutos
verdes (Figura 7A) e maduros (Figura 8B) quanto
as partes vegetativas.
O ataque aos frutos jovens (Figura 8A e 8B) de qualquer inseto não
compromete o desenvolvimento do fruto nem o sabor, porém causam
depreciamento dele para
comercialização (Figura 8A), pois é a forma diferente e a intensidade
da cor que o torna tão atrativo.
Um ataque mais severo como o da Figura 8B, causa perda total dos
frutos e inviabiliza
a venda.

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Figura 8 – Danos causados aos furtos de Pitaya por insetos. A) Parte
externa do furto roída e enegrecida após ataque dos insetos. B)
Exposição da polpa do fruto maduro.
O ataque aos frutos e cladódios jovens (Figura 8A e 8B) por
irapuá (Trigona spinipes) ou formigas (A. sexdens e Solenopsis
sp.) não compromete o desenvolvimento do fruto nem o sabor,
porém causam depreciação para comercialização (Figura 9C),
pois é a forma diferente e a intensidade da cor que o torna tão
atrativo. Ataques mais severos como os das Figura 9D, 9E e 9F
causam perda total dos frutos e inviabilizam a venda.

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Figura 9 - Danos causados por insetos em frutos de pitaia Hylocereus
undatus : (A) Frutos ainda verdes com ataque de irapuã ; (B) Ataque
de formigas; (C) Parte externa do fruto roída e enegrecida pelo ataque
de insetos e (D, E e F) Exposição da polpa devido ao a taque de
formigas e irapuã.
Por tanto é preciso que o produtor tenha cautela, alguns insetos
são benéficos a cultura da Pitaya, a polinização cruzada é
favorecida pela visita dos insetos as flores; outros podem causar
sérios danos, tanto as flores e frutos como as partes vegetativas
da planta, e devem ser monitorados para possíveis medidas de
controle.

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DOENÇAS
Foram encontradas e caracterizadas também algumas doenças
na região, a Antracnose e a Bacteriose, sendo o principal
problema a bacteriose, essas doenças ocasionam a podridão
dos cactoides, chegando a perder mudas recém plantadas até
plantas Adultas.
O principal sintoma da ocorrência de uma dessas moléstias é o
amarelecimento dos calctoides das Pitayas.
Antracnose - Colletotrichum gloeosporioides
Ocorre nos cladódios, causando machas angulares alaranjadas
evoluindo para uma necrose, o principal problema é a redução
da área fotossintética e servir de porta de entrada para
Bacteriose.
Bacteriose – Xanthomonas campestris
Esta é a principal doença da cultura até mesmo por ser uma
bactéria e seu controle curativo ser dificultado. A doença causa
podridão mole de cladódios, desta forma havendo a perda de
mudas, ramos produtivos ou em casos severos da planta toda.
Comumente são feitas a raspagem da podridão quando atacado
o cladódio principal da planta de forma a se evitar a perca total
da mesma.

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Ciclo de vida do Fungo causador da necrose

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Controle de Pragas e Moléstias

Até o momento não existem produtos registrados no Ministério


da Agricultura e Abastecimento – MAPA, tanto pra pragas quanto
para doenças, comumente são utilizados produtos orgânicos e
de origem natural.
Para o controle de pragas é muito utilizado o óleo de nem,
principalmente para pulgões e cochonilhas, para as demais
pragas pode ser utilizado produtos à base Beauveria bassiana.
O controle de doenças é feito de forma preventiva, sendo
utilizado produtos cúpricos como a calda bordalesa e calda
sulfocálcica.
O controle Biológico utilizando produtos à base Trichoderma para
combater o fungo da Antracnose podendo aliar produtos à base
de Bacillus para combater a Bacteriose.
Tratamento com Silício (Prevensil) aliado com receita caseira
tiveram bons resultados na cura e prevenção.

100g Prevensil (após misturado em água deixar descansar por


30 minutos);
50 ml de coca cola;
200 gramas de alho moído com água (Deve ser deixado em
descanso em água, por 24 horas);
100 g de Farinha de Trigo (Tem a função de espalhante)
50 ml de Vinagre de Álcool.

MODO DE PREPARO
Em uma máquina costal de 20 litros colocar primeiro o Prevensil
(Silício) em seguida colocar o Alho coado e demais ingredientes.
Misturar bem e aplicar nas horas mais frias do dia, pela manhã
ou no final da tarde, isso deve ser regra pois o Alho e o Vinagre
podem queimar a planta.
Aplicar a cada 15 a 30 dias, para prevenção e 1 vez por semana
para cura em caso de infestação severa.

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Início da infestação por fungos e bactéria, onde as plantas
apresentaram amarelamento excessivo e machas angulares
alaranjadas evoluindo para uma necrose.

Resultado evolução após tratamento curativo e preventivo com


Silício (Prevensil) e receita caseira, notou-se uma melhora
expressiva em todas as plantas que já começaram a se
desenvolver normalmente.

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Referências Bibliográficas:

MARQUES, V. B. Germinação, fenologia e estimativa do custo de produção


da pitaia [Hylocereus undatus (Haw.) Britton & Rose]. 2010. 141 p. Tese
(Doutorado em Agronomia/Fitotecnia)-Universidade Federal de Lavras,
Lavras, 2010. Disponível em: <http://repositorio.ufla.br/jspui/handle/1/4145>.
Acesso em: 10 jun. 2017.

SILVA, Adriana de Castro Correia da. Pitaya: Melhoramento e produção de


mudas. 2014. 132 f. Tese (Doutorado) - Curso de Ciências Agrárias,
Jaboticabal-faculdade de Ciências 5º Simpósio de Integração Científica e
Tecnológica do Sul Catarinense – SICT-Sul Agrárias e Veterinárias,
Jabodicabal, 2014. Disponível
em:<http://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/113995/000802273.pdf
?sequence=1>. Acesso em: 10 jun. 2017.

Revista Brasileira de Agroecologia. Rev.Bras. de Agroecologia. 8(1): 142-


155 (2013). ISSN: 1980-9735. Disponível em: <
http://orgprints.org/24452/1/MARRONI,%20Igor%20V._%20Nova%20proposta
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Acesso em: 09 ago. 2017.

Manejo fitosanitario del cultivo de la pitahaya Hylocereus megalanthus (K.


Schum. ex Vaupel) Ralf Bauer. Medidas para la temporada invernal.
Disponível em < http://www.ica.gov.co/getattachment/87a2482e-a36a-4380-
80ae-11072d0c717c/-nbsp;Manejo-fitosanitario-del-cultivo-de-pitahaya.aspx>.
Acesso em 09 ago. 2017.

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Orientação / Venda de Frutos e Mudas de Pitaya –
Sítio Paris –Viamão - Águas Claras – RS- Estrada da pimenta 8756
Contato: Maurício de Paris
Whats: 51 – 981296835
www.sitioparis.com.br
e-mail: contato@sitioparis.com.br

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