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HORTA ORGANICA EM PEQUENOS ESPAÇOS

Projeto de Extensão do EDITAL/DEXT/IFMT CÂMPUS SÃO VICENTE


Nº29/2018.

Coordenador: Dalmir Kuhn

Bolsista: Carlos Eduardo de Oliveira Lima

Voluntário: Yuri de Oliveira Souza

CUIABA – MT

FEVEREIRO 2019
Apostila utilizada no desenvolvimento da horta orgânica em pequenos
espaços na pastoral do migrante em Cuiabá – MT.

Fotos das atividades desenvolvidas na pastoral do migrante.


1- Introdução

Há um crescente número de pessoas interessadas no consumo de


alimentos frescos e saudáveis, portanto a opção de produzir o seu próprio
alimento no ambiente doméstico tornou-se uma boa opção, aproveitando os
espaços em desuso, tornando-os produtivos para a produção de alimentos
para consumo próprio. Estes espaços podem ser: o quintal, varandas e
sacadas, desde que tenham iluminação suficiente para o desenvolvimento das
hortaliças.
As hortaliças são excelentes fontes de vitaminas e sais minerais, e o
consumo regular e em quantidades adequadas promove uma alimentação mais
nutritiva. Também auxilia na salivação e digestão, Por conterem fibras
proporcionam ao organismo um bom funcionamento do estomago e intestino.
Para o bom desenvolvimento das hortaliças devemos considerar a
combinação de alguns fatores relacionados ao atendimento das necessidades
das culturas. A combinação de três requisitos são fundamentais para o sucesso
da horta em pequenos espaços:
O potencial genético que é a característica da própria da planta em
responder aos estímulos ambientais e nutricionais determinando assim a sua
capacidade de desenvolvimento e produção.
O manejo cultural que se refere às praticas de manejo do solo,
adubação e irrigação, fatores decisivos para o sucesso da atividade.
E os fatores ambientais que se caracterizam pelas condições climáticas
do local de cultivo, fatores fundamentais para o bom desenvolvimento das
plantas: luz, temperatura e umidade.
No cultivo de hortaliças em pequenos espaços, deve-se considerar com
mais cuidado principalmente os fatores ambientais, que geralmente é o quesito
mais limitante nos pequenos espaços como, por exemplo a disponibilidade de
luz ou ambiente muito quente, sem desprezar os demais que são pré requisitos
para o bom desenvolvimento vegetal como a nutrição e o manejo das cultural.

2- Escolha do local de plantio.

Considerando que estamos falando em hortas em pequenos espaços, o


local de plantio deve atender alguns critérios que são necessários para o bom
desenvolvimento das hortaliças.

O local de plantio de plantio deve ter disponibilidade de um substrato


(terra ou mistura de terra com composto orgânico) e iluminação. Podendo ser
feito o plantio em ambientes relativamente pequenos como latas, vasilhames
de sorvete, garrafas pet, caixas diversas, canteiros suspensos e canteiros no
solo. É importante que os recipientes tenham uma profundidade requerida pela
cultura, sendo que algumas culturas apresentam raízes pequenas como a
alface, rúcula e rabanete (5 a 10cm) e outras requerem maior profundidade,
como a cenoura, couve, repolho, tomate e outras (15 a 30 cm).

Foto 1- exemplo de horta em local ensolarado o dia todo (10 a 12 horas


de luz).

Foto 2: exemplo de horta com aproveitamento de espaços, um muro


com Iluminação direta de aproximadamente 5 a 6 horas diárias.
Existe também a possibilidade de aproveitamento de vasilhames e
utensílios para o cultivo de hortaliças. Sendo que estes precisam ser
preenchidos com terra e compostos orgânicos para promoverem bom
desenvolvimento das plantas.

Foto 3 – Exemplos de utilização de vasilhames para produção de hortaliças.

3- Luminosidade

A luminosidade, se referre a incidência de luz direta na planta, sendo


sua relação direta com o crescimento e desenvolvimento das plantas,
responsável pelo processo de fotossíntese, através deste ocorre a obtenção de
glicose (açúcar), que é a fonte de energia responsável pelo desenvolvimento
das mesmas. Neste processo, mediante a presença da luz solar, a planta
absorve água, minerais e o dióxido de carbono (gás carbônico) do ar,
convertendo-os em glicose e oxigênio, que é liberado para a atmosfera. Sem a
fotossíntese as plantas não conseguem produzir sua energia e, portanto não se
desenvolveriam.
Quanto a luminosidade temos as plantas de dias curtos, longos e as
neutras. As plantas de dias curtos são as folhosas em geral, as pimentas e
pimentões que requerem pelo menos 5 horas diárias de luz. As plantas de dias
longos como a cebola e o alho, requerem em média 10 a 12 horas de luz para
a produção. Como plantas de dias neutros têm o tomate e o quiabo, que não
são influenciados diretamente pelo período de duração da luz.

Planta estiolada pela falta de luz. Planta normal, cultivada em ambiente


com luminosidade superior a 5 horas
diárias de luz solar.

4- Solo

Um solo fértil deve apresentar uma quantidade razoável de matéria


orgânica, deve reter água e ser permeável, e ainda apresentar os minerais
essenciais para os cultivos. Geralmente há necessidade de se acrescentar
algum material orgânico no preparo do solo, seja no canteiro ou em algum
recipiente, para melhorar a sua estrutura, que se refere a maciez. Um solo sem
matéria orgânica torna-se muito compacto e dificulta a penetração das raízes e
mesmo da água no momento das irrigações, para isso utiliza-se de adubos
orgânicos que podem ser provenientes de fezes de animais, como a cama de
frango e o esterco de curral ou ainda de restos de vegetais, como cascas de
frutas e legumes, hortaliças folhosas, gramíneas ou leguminosas. É importante
que esses adubos passem por um processo de curtimento visando
disponibilizar os nutrientes presentes em sua estrutura.
A maioria dos solos requerem correção com o uso de calcário que em
pequenos espaços pode ser utilizado na dosagem de 1,5g/kg de solo, valor
equivalente a 3T/ha.
5- Escolha das hortaliças

Geralmente se escolhe plantas de ciclo mais rápido, proporcionando


colheitas mais breves. Porém sempre é importante comprar sementes de boa
qualidade, podendo ser plantadas diretamente nos canteiros ou recipientes ou
em bandejas para produção de mudas, sendo este método mais interessante
visando a economia de sementes, item que geralmente de maior custo na
produção de horta.

Tabela 1 - Famílias de hortaliças mais cultivadas.

Algumas hortaliças podem ser mudadas de local após a germinação, ou


podem ser plantadas diretamente no canteiro como a alface e o tomate. Outras
requerem maior densidade de plantio, podendo também ser plantadas
diretamente no canteiro como é o caso da rúcula e cebolinha (plantio por
semente). Porém a única hortaliça que não deve ser mudada de local de
plantio é a cenoura que ao ser transplantado, a sua raiz pode ser enovelada ou
deformada.
Tabela 2- Classificadas das hortaliças de acordo com a parte comestível.

A escolha das hortaliças a serem cultivadas também pode ser feita de


acordo com necessidade de suprimento de determinada vitamina que se quer
priorizar.

Tabela 3- Principais vitaminas presentes nas hortaliças.

A vitamina A é necessária para ajudar no crescimento, proteger os


olhos, conservar os dentes, aumentar a resistência contra as doenças e manter
a pele saudável.
As vitaminas do complexo B, são necessárias para abrir o apetite,
garantir energia para o cérebro, facilitar a digestão, ajudar no crescimento e
fortalecer a pele e o cabelo.
A vitamina C aumenta a resistência do organismo contra infecções,
principalmente as do aparelho respiratório, ajuda na cicatrização de ferimentos
e evita doenças da boca (escorbuto).
As vitaminas E e K são necessárias para manter a saúde do sangue e
promover a coagulação.

Para maior aproveitamento dos espaços e ao mesmo tempo se obter o


benefício das plantas companheiras que se beneficiam ao serem plantadas
juntas, segue abaixo a tabela 4, que apresenta as plantas companheiras e
inimigas. As plantas companheiras podem ser plantadas juntas ou após a
colheita destas. As plantas inimigas não devem ser plantadas juntas ou após a
colheita destas, ficando assim o desenvolvimento comprometido e em alguns
casos favorece o ataque de doenças.

Tabela 4: Cultura principal e plantas companheiras e antagônicas ou inimigas.


A escolha de quais hortaliças serão plantadas, tendo sempre a atenção
ao comprar sementes, que devem ser de boa qualidade, dentro do prazo de
validade e conservadas em ambiente adequado (ambiente refrigerado).
O semeio pode ser direto nos canteiros ou em bandejas próprias, com a
utilização de substrato apropriado, que pode ser comprado ou feito no local de
plantio com a utilização de compostos orgânicos já decompostos.
O canteiro também pode ser usado para a produção de mudas, sendo
que neste caso há maior necessidade de sementes. Quando as plantas
atingirem uma altura aproximada de 8 a 10 cm, apresentando de 3 a 4 folhas,
já podem ser transplantadas para o local definitivo, sempre escolhendo as
mudas mais vigorosas.
No caso da formação da horta em pequenos espaços a partir de mudas,
é necessário fazer a muda com antecedência. Para isso, as sementes são
colocadas em bandejas de isopor ou copinhos descartáveis, usando substrato
apropriado para essa atividade. Variando entre as espécies, as mudas devem
ser transplantadas para o canteiro quando apresentarem em torno de três a
quatro pares de folhas definitivas.
As mudas também podem ser obtidas diretamente de produtores de
mudas na quantidade necessária, sendo que neste caso é menor o
desperdício. Em alguns casos há necessidade de solicitação prévia da
quantidade a ser adquirida e da espécie.
Em relação ao espaçamento, é multo Importante colocar o número de
plantas que é indicado para a cultura escolhida, pois as plantas necessitam
desse espaço para se desenvolver e completar o seu ciclo. Para o plantio de
hortas em pequenos espaços o espaçamento recomendado é 70% menor do
plantio convencional, visando aumentar a densidade de plantio, geralmente
reduzindo o tamanho final da planta em função da competição por espaço.
A irrigação, tanto na fase de semeadura quanto na fase de mudas, deve
ser realizada duas vezes ao dia, no amanhecer e no fim da tarde. Para plantas
jovens, uma vez ao dia, e as adultas de quatro a cinco vezes por semana. No
entanto, caso o clima esteja muito quente, recomenda-se irrigar todos os dias,
pela manhã e à tarde, conforme a necessidade.
Recomenda-se comprar poucas sementes, e as que sobrarem devem
ser armazenadas em lugares frescos sem a presença de luz ou na geladeira,
em embalagens bem vedadas; de preferência, não armazenar por mais de um
ano, pois o tempo de armazenamento diminui o poder germinativo das
sementes.
6- Dicas e recomendações

Recomendações para o cultivo de hortaliças: dicas gerais para


o plantio em pequenos espaços e plantio convencional

Cada espécie de hortaliça exige uma determinada condição climática


para o seu melhor desenvolvimento. Assim sendo, é importante levar em
consideração: a região, a época e o tipo de plantio (mudas ou sementes), a
adaptação das espécies ou cultivares, os materiais utilizados para o plantio, o
preparo do solo, o espaçamento das plantas, bem como os cuidados que
devem ser tomados, principalmente em relação a pragas e doenças.

Na tabela 5, estão dispostas algumas informações importantes para


iniciar o cultivo de hortaliças, referentes ao espaçamento, densidade de plantio,
época de plantio e ciclo das hortaliças.

Tabela 1: Espaçamento, densidade, época de plantio e ciclo de hortaliças


transplantadas.
COM UM MESES
ESPAÇAMENTO
DIAS PARA GRAMA DE PRÓPRIOS DIAS PARA
HORTALIÇAS ENTRE PÉS EM
GERMINAR SEMENTE PARA COLHER
CENTÍMETROS
PLANTA-SE PLANTIO
Alface 30 x 20 6 2m2 ano todo 70

Agrião 20 x 10 7 3m2 Ano todo 60

Almeirão 30 x 30 8 2m2 ano todo 80

Berinjela 100 x 50 10 1m2 set. a dez. 100

Cebola 40 x 10 15 1m2 mar. a maio 150

Couve 100 x 50 8 1m2 Ano todo 80

Couve- brócolo 100 x 50 8 1 m2 ano todo 90

Couve-flor 100 x 50 8 1m2 ano todo 120

Escarola 30 x 30 8 2m2 ano todo 80

Morango 30 x 20 — — mar. a maio 70

Pimentão 100 x 50 8 1m2 set. a dez, 120

Tomate 100 x 50 8 2m2 set. a dez. 120

Repolho 100 x 50 8 2m ano todo 120

Para as hortaliças cujo plantio é realizado por meio da semeadura direta,


depois de um determinado período de tempo deve-se realizar o desbaste ou
raleio das plantas, arrancando as mais fracas e deixando as demais num
espaçamento próximo ao recomendado. Para arrancar ou desbastar as
plantas, é necessário ter o cuidado para não afetar as raízes, puxando as mais
fracas lentamente pela base.
Indica-se também que seja realizada uma rega logo após o
procedimento para que as plantas que permanecerem se recuperem mais
rapidamente.
Em relação ao plantio convencional das hortaliças, algumas são
semeadas diretamente em canteiros ou covas; para outras, é necessário o
preparo de mudas para posterior transplantio no local definitivo. No caso das
hortas em pequenos espaços, a semeadura das hortaliças pode ser feita
diretamente no canteiro ou recipiente de cultivo. No entanto, caso haja
interesse, o plantio pode ser realizado a partir de mudas.
Abaixo serão descritas informações para o cultivo de hortaliças que
apresentam algumas especificidades, sendo importante ressaltar que em
algumas espécies o cultivo em pequenos espaços pode ser inviabilizado
justamente pela redução de área de plantio.
Para o cultivo do alho, o plantio é realizado por meio de bulbilhos (dente
do alho) que são plantados inteiros, com o ápice (ponta mais fina) para cima.
Na cultura do chuchu, plantam-se também os chuchus-sementes, depois
de terem lançado as brotações. Eles são colocados superficialmente nos
canteiros, lado a lado, sendo realmente plantados em sulcos, depois que as
brotações atingirem cerca de 12 cm. Não é indicado cobrir os chuchus com
terra, para evitar o apodrecimento.
A couve, também conhecida por couve manteiga, pode ser propagada
vegetativamente, retirando-se as brotações laterais que se desenvolvem no
caule, ou mesmo as folhas mais jovens, sendo então plantadas no local
definitivo.
Algumas hortaliças não suportam o transplantio, devendo ser semeadas
diretamente nos canteiros. Como exemplos tem-se o rabanete, que deve ser
semeado em sulcos com 1-1,5 cm de profundidade, efetuando se o desbaste
assim que as plantinhas atinjam 5 cm de altura. A cenoura é totalmente
intolerante a qualquer tipo de transplante, em função do risco de deformidades
nas raízes, sendo indicada a semeadura direta na profundidade de 1-1,5 cm. O
almeirão, que diferentemente da alface e da chicória, possui raízes sem
ramificação lateral e mais profundas, por essa razão não suporta o transplante.
A salsinha e o coentro também são semeados diretamente numa
profundidade de 0,5-1 cm e, quando apresentarem de três a quatro folhas
definitivas, deve-se realizar o desbaste.
O pepino pode ser semeado diretamente no canteiro ou pode ser feito o
transplante de mudas. No caso da semeadura direta, recomenda-se colocar de
duas a três sementes no sulco, numa profundidade de 2 cm e no espaçamento
recomendado.
As raízes da abobrinha quando danificadas não se recuperam; por essa
razão, deve ser semeada diretamente em sulcos ou covas, colocando-se de
três a cinco sementes espaçadas umas das outras cobertas por 2 a 3 cm de
solo. Uma alternativa à cobertura das covas/ sulcos com solo é a utilização de
casca de arroz ou palhada, o que favorece a germinação e a emergência das
plântulas, além de manter a umidade no local.
As sementes de quiabo apresentam dormência, o que pode acarretar
uma geminação demorada e emergência irregular; por isso recomenda-se
colocar as sementes em um saquinho de pano e deixá-Ias imersas em água
por um período de 24 horas, um dia antes do plantio. Deve-se semear de três a
cinco por vez, numa profundidade de 2-3 cm. No caso do uso de mudas,
durante o transplantio deve-se ter cuidado para não danificar o sistema
radicular.

7- Pragas e doenças

A partir do plantio realizado, as plantas começam a se desenvolver e podem


tornar-se suscetíveis ao ataque de pragas e doenças. Esta condição é possível
quando alguma coisa não está bem, como por exemplo, as condições de
fertilidade do solo, ou a falta de correção do solo ou mesmo o excesso de
algum nutriente pode acarretar algum sintoma de anormalidade ou
aparecimento de pragas ou doenças.

As pragas que mais atacam as hortaliças são:

• Lagartas: são fases jovens da vida de borboletas e mariposas; são


mastigadores. Podem variar muito de tamanho, sendo que as menores podem
penetrar nos frutos, folhas e brotos, enquanto que as de maior tamanho comem
as folhas. Existem também algumas que vivem no solo, como a lagarta-rosca,
que ataca a planta quando esta é bem nova, podendo derrubá-las;

• Pulgões: são conhecidos também por piolhos; são sugadores, vivem em


colônias nos brotos ou no lado inferior das folhas. Além de sugarem seiva,
podem transmitir viroses para as plantas, deixando-as doentes;

• Percevejos: são também conhecidos por barbeiros, são sugadores; além de


sugarem a seiva das plantas podem injetar vírus patogênicos;

• Besouros: são mastigadores; dentre eles temos os chamados burrinhos e


vaquinhas, que comem folhas e talos mais finos;

• Mosca branca: são insetos sugadores que atacam praticamente todas as


plantas cultivadas no Brasil; vivem em colônias nos brotos ou no lado inferior
das folhas; além de sugarem a seiva das plantas, transmitem Viroses;
• Cochonilhas: são insetos sugadores de pouca mobilidade; vivem em
colônias nos caules, brotos ou no lado inferior das folhas; além de sugarem a
seiva das plantas, podem transmitir vírus patogênicos;

Paquinhas, grilos e gafanhotos e formigas: são insetos mastigadores e


cortadores que comem os ramos e as folhas das plantas;

• Tripes: são insetos minúsculos, sugadores, que se alimentam da seiva das


plantas e podem transmitir viroses;

• Cupins: cortam raízes e caules;

• Ácaros: são pragas microscópicas; vivem em colônias no lado inferior das


folhas onde formam pequenas teias; sugam a seiva das plantas e podem
transmitir viroses;

• Lesmas e caracóis: raspam as folhas e ramos novos das hortaliças, sendo


encontrados mais frequentemente em condições de elevada umidade.

Em relação às doenças das hortaliças, as de maior ocorrência são


provocadas principalmente por fungos, bactérias, vírus e nematoides. A
prevenção dessas doenças pode ser realizada por meio de um manejo
adequado, como adubações equilibradas, eliminação de restos de culturas
contaminadas (plantas doentes), controle de irrigações, uso de cultivares
resistentes e sementes certificadas, rotação de culturas e plantio em épocas
favoráveis a cada espécie de hortaliça.
O combate às doenças fúngicas, normalmente caracterizadas por
manchas e pintas foliares, carvões e ferrugens, pode ser realizado com o uso
de defensivos naturais como a calda bordalesa, a calda sulfocálcica e ainda
com a aplicação de leite cru.
No caso de doenças bacterianas, geralmente murchas e podridões,
deve-se evitar a introdução da doença por meio de materiais contaminados
como sementes ou partes vegetativas de multiplicação. As plantas
contaminadas devem ser destruídas por meio do arranquio e posterior queima.
O excesso de umidade favorece o seu aparecimento.
As doenças viróticas, que na maioria das ocorrências são transmitidas
por insetos, são caracterizadas por cloroses e mosaicos, tanto nas folhas
quanto nas partes novas das plantas. Estas partes ficam enrugadas e com
diversas tonalidades que variam de amarelo a verde escuro. Geralmente são
doenças que, após aparecimento, não têm controle. Neste caso, como medida
preventiva, deve-se realizar o controle dos vetores, isto é, das pragas que
transmitem essas doenças como pulgões e percevejos.
8- Receitas caseiras para controle de pragas e doenças

Calda de fumo

Picar 100g de fumo e colocar em meio litro de álcool, acrescentando


meio Litro de água. Deixar curtir por 15 dias. Depois, dissolver 100 g de sabão
neutro em 10 Litros de água e acrescentar à mistura e aplicar na forma de
pulverizações para controle de vaquinhas, cochonilhas, lagartas e pulgões.

Preparados com sabão

Os diversos preparados em que se emprega o sabão apresentam


indicações para o controle de lagartas, cochonilhas, tripes, pulgões e ácaros.
Alguns são preparados exclusivamente com sabão, enquanto que em outros
recomenda-se a associação com querosene.
De modo geral não apresentam restrições, porém após seu emprego
aconselha-se respeitar um intervalo de aproximadamente duas semanas para
se proceder à colheita.
Dissolver 100 g de sabão neutro em meio litro de água quente. Para a
aplicação, dilua novamente o preparado em 9,5 Litros de água. Pode ser
utilizado no controle de tripes, pulgões, cochonilhas e lagartas.
Podem-se utilizar também pulverizações com detergente neutro ou óleo
mineral a 1 % nas horas mais frescas do dia.

Calda de camomila

Colocar 50 g de flor de camomila em um litro de água. Deixar de molho


por três dia , agitando quatro vezes por dia. Coar e aplicar três vezes por
semana, visando o controle de doenças fúngicas.

Preparo com leite

Utilizar estopa ou saco de aniagem, água e leite. Distribuir no chão ao


redor das plantas a estopa ou saco de aniagem molhado com água e um pouco
de leite. Pela manhã, vire a estopa ou o saco e colete as lesmas que se
reuniram em baixo para serem queimadas ou enterradas longe da área de
cultivo.

Leite cru e água


Uma solução de 5 a 20 de leite de vaca cru em agua pode ser utilizada
para controlar o oidio, doença que ataca diversas culturas, causando a morte
das plantas e prejuízos aos agricultores.

Planta do gergelim

As folhas dessa planta contem uma substancia que contamina os


fungos, que são criados através dos vegetais levados por formigas causando o
fim dos formigueiros. Dê preferência ao gergelim de semente preta.

Importância das hortaliças: DICAS E CURIOSIDADES

A hortaliças são um importante componente da dieta, sendo tradicionalmente


servidas junto com um alimento proteico (carne ou peixe) e um carboidrato
(massa ou arroz). Elas fornecem não apenas variedade de cor e textura às
refeições, mas também nutrientes importantes.
As hortaliças são pobres em calorias e ricas em água, fibras, vitaminas,
minerais e fitoquímicos, substâncias bioativas que auxiliam na redução do risco
de doenças como o câncer e doenças do coração. A ingestão recomendada é
de pelo menos três porções diárias. Uma porção corresponde a 80 g ou a uma
unidade ou fatia ou meio copo de suco concentrado ou uma xícara de folhas
cruas picadas.
Referência bibliografica

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BEZERRA, F C. Produção de Mudas de Hortaliças em Ambiente Protegido.


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