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ISSN 1516-781X
Junho, 2010 269
Manual de Identificação de
Insetos e Outros Invertebrados
da Cultura da Soja
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária ISSN 1516-781X
Embrapa Soja Junho, 2010
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
Documentos 269
Manual de Identificação de
Insetos e Outros Invertebrados
da Cultura da Soja
Londrina, PR
2010
Exemplares desta publicação podem ser adquiridos na: 1a Edição
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Embrapa Soja
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Embrapa Soja
Comitê de Publicações da Embrapa Soja
Manual de identificação de insetos e outros
Presidente: José Renato Bouças Farias
invertebrados da cultura da soja / Daniel
Secretária executiva: Regina Maria Villas Bôas de Campos Leite Ricardo Sosa-Gómez ...[ et al.] – 2.ed. Londrina:
Membros: Adeney de Freitas Bueno, Adilson de Oliveira Junior, Embrapa Soja, 2010.
Clara Beatriz Hoffmann-Campo, Francismar Correa Marcelino, 80p. : il. color. ; 9,5 cm. - (Documentos /
José de Barros França Neto, Maria Cristina Neves de Oliveira, Embrapa Soja, ISSN 1516-781X; n. 269).
Mariângela Hungria da Cunha, Norman Neumaier
Coordenador de editoração: Odilon Ferreira Saraiva 1.Soja-Inseto. 2.Praga de planta. I.Sosa-Gómez,
Normatização bibliográfica: Ademir Benedito Alves de Lima Daniel Ricardo. II.Título. III.Série.
Editoração eletrônica: Marisa Yuri Horikawa
CDD 633.3497 (21.ed)
Embrapa 2010
Autores
Daniel Ricardo Sosa-Gómez Ivan Carlos Corso Adeney de Freitas Bueno
Engº Agrº, Dr. Engº Agrº, MSc. Engº Agrº, Dr.
Embrapa Soja Pesquisador da Embrapa Soja até Embrapa Soja
Caixa Postal 231 junho de 2009 Caixa Postal 231
86001-970 – Londrina, PR 86001-970 – Londrina, PR
Fone: (43) 3371-6210 Lenita Jacob Oliveira In memorian Fone: (43) 3371-6208
drsg@cnpso.embrapa.br adeney@cnpso.embrapa.br
Flávio Moscardi
Beatriz Spalding Corrêa-Ferreira Engº Agrº, PhD Edson Hirose
Bióloga, Dra. Pesquisador da Embrapa Soja até Engº Agrº, Dr.
Pesquisador da Embrapa Soja até outubro de 2009 Embrapa Soja
abril de 2008 Caixa Postal 231
Antônio Ricardo Panizzi 86001-970 – Londrina, PR
Clara Beatriz Hoffmann-Campo Engº Agrº, PhD Fone: (62) 3533-2209
Bióloga, PhD. Embrapa Soja hirose@cnpso.embrapa.br
Embrapa Soja Caixa Postal 231
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Fone: (43) 3371-6214 panizzi@cnpso.embrapa.br
hoffmann@cnpso.embrapa.br
Apresentação
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Largarta
A. R. Panizzi
11
Adulto
M. White
Dano
D. R. Sosa-Gómez
Lesmas e caracóis
Em algumas safras, lesmas e caracóis Algumas espécies são capazes de Danos: as lesmas e os caracóis podem
têm aparecido em altas populações autofecundação e outras não. Possuem destruir os cotilédones, causar desfolha
a ta c a n d o a soja. São moluscos hábito noturno e o período de maior e até mesmo a morte das plantas.
que se desenvolvem quando existe atividade alimentar ocorre nas primeiras Atacam normalmente na fase inicial do
abundância de palha, ocorrendo com horas da noite. Seus ovos podem desenvolvimento da cultura. As formas
maior freqüência em ambientes úmidos permanecer viáveis por longos períodos. jovens alimentam-se das folhas respeitando
e frescos. O grupo envolve várias Podem colocar entre 300 a mais de as nervuras. Os caracóis podem ainda
espécies, de diferentes tamanhos, que 1000 ovos dependendo da espécie. ocorrer no final do ciclo da soja. Na
são hermafroditas. colheita, quando em altas populações,
podem provocar o embuchamento das
colhedoras.
12
Lesma
J.J. da Silva
Piolhos-de-cobra
Os piolhos-de-cobra pertencem à Danos: alimentam-se, preferencialmente, de sementes de soja, podendo,
classe Diplopoda e se caracterizam por ainda, atacar plântulas recém-emergidas, comendo pedaços de cotilédones e
apresentar dois pares de pernas em folhas dessas plântulas. Desta forma, podem matar plantas, causando falhas
cada segmento do corpo podendo ter no estande da lavoura, podendo haver necessidade de replantio com sementes
entre 20 ou mais de 100 segmentos. tratadas com inseticidas.
Apresentam o hábito de se enrolarem em
16
Ninfas
Adultos
J. J. da Silva J. J. da Silva
Localização na raiz
17
18
Adulto Fêmea
J.J. da Silva
19
Danos
D. R. Sosa-Gómez
Corós (Phyllophaga cuyabana, Liogenys spp., Plectris pexa e outros)
As larvas dos corós ocorrem no solo Adultos: Os adultos dos corós Danos: as larvas consomem
e são brancas, com três pares de rizófagos mais comuns em soja, principalmente, as raízes secundárias,
pernas torácicas. A coloração da são besouros ovalados, marrom- causando redução do crescimento da
cabeça varia com a espécie, mas avermelhados. Com comprimento planta, folhas amareladas e murchas.
em geral é marrom amarelada ou variável conforme a espécie: 12 a O ataque é em reboleiras e quando
avermelhada. As larvas passam por 15 mm (Liogenys sp.), 15 a 20 mm ocorre na fase inicial da cultura,
três instares e as espécies rizófagas (Phyllophaga sp.) e 15 a 17 mm pode resultar em morte das plantas.
mais comuns podem atingir 35 mm (Plectris sp.). Apresentam hábitos Quando o ataque é mais tardio, a soja
de comprimento. Larvas de corós noturnos e as revoadas geralmente produz menor número de vagens e
que fazem galerias no solo podem ocorrem logo após o crepúsculo. grãos, que, também, são menores
medir 50 mm de comprimento. A Adultos de P. cuyabana se agregam nas plantas atacadas. Os adultos
fase larval de P. cuyabana dura cerca sobre a folhagem da lavoura para o geralmente não causam dano. Larvas
de 8,5 meses, incluindo um período acasalamento. Em geral, cerca de 2 de espécies que fazem galerias, são
de diapausa de 4 a 5 meses, quando a 4 horas após o início da revoada, benéficas e, geralmente, não causam
ficam inativas em câmaras, no solo. os adultos retornam ao solo, onde dano à soja.
colocam os ovos.
20
Pupa
Larva
Phyllophaga sp.
J. J. da Silva J. J. da Silva
Phyllophaga cuyabana
J. J. da Silva
21
Adultos
Liogenys sp.
J. J. da Silva
Plectris pexa
J. J. da Silva
Dano
J. J. da Silva
Burrinho-da-batatinha (Epicauta atomaria)
A fase larval é predadora de ovos, Danos: os adultos provocam desfolha,
J. J. da Silva
Adulto
mas na fase adulta são fitófagos. mas não ocorrem com freqüência e
O corpo possui forma cilíndrica são considerados praga-secundária.
levemente cônica e medem de 10 a Também podem ocasionalmente
15 mm de comprimento. Apresentam alimentar-se de flores.
pubescência cinza com manchas pretas
por ausência de pelos. São besouros
de tegumento pouco esclerosado,
assim como seu primeiro par de
asas. Suas antenas são relativamente
longas. Os ovos são colocados
no solo e são branco-cremosos e
alongados. As larvas de primeiro
ínstar possuem mandíbulas fortes e
suas pernas funcionais apresentam
três unhas nas extremidades, passa
por mais dois ínstares, antes de se
transformar em pupa que é parecida
com o adulto.
22
Pragas que atacam pecíolos e caules
23
Tamanduá-da-soja ou bicudo-da-soja (Sternechus subsignatus)
As larvas do tamanduá-da-soja ou Adultos: são carunchos com cerca de Danos: são causados pelos adultos que
bicudo-da-soja têm o corpo cilíndrico, 8 mm de comprimento, de coloração raspam e desfiam os tecidos do caule
levemente curvado e sem pernas. geral preta, com listras amarelas, e ramos, e pelas larvas que broqueiam
A coloração do corpo é branca- formadas por pequenas escamas, as hastes das plantas formando uma
amarelada e a da cabeça é castanha- na parte dorsal do corpo próximo à galha caulinar, composta de tecido
escura. Nas regiões frias, as larvas são cabeça e nas asas duras. modificado e quebradiço. O dano é
hibernantes por até 10 meses e, nas irreversível, com morte da planta,
Adulto
J. J. da Silva
regiões com invernos mais amenos, quando altas populações do adulto
dependendo da disponibilidade de ocorrem na fase inicial da cultura.
alimento, pode haver emergência de Quando o ataque ocorre mais tarde e
adultos na entressafra. A fase de pupa as larvas se desenvolvem no interior
ocorre no solo. das galhas, a planta pode quebrar,
ocasionando perdas de rendimento.
24
Larva
C. B. Hoffmann-Campo
25
Dano
C. B. Hoffmann-Campo
Dano
C. B. Hoffmann-Campo
Cascudinho (Myochrous armatus)
As larvas do cascudinho-da-soja Adultos: são besouros de coloração Danos: o inseto adulto ataca a base
são amarelas, vivem no solo e se preta-fosca com variações de marrom do caule, causando tombamento e
alimentam de raízes. a acinzentada. O comprimento médio morte da plântula. Em plantas mais
dos adultos é de 5 mm e, como na desenvolvidas, o dano é menor, pois
Adulto
J.J. da Silva
maioria dos insetos, a fêmea é maior o inseto ataca os pecíolos provocando
que o macho. A margem lateral da murcha dos folíolos. Embora ataquem
parte anterior do tórax é dentado várias partes da planta, esses insetos
e o corpo é recoberto por escamas raramente ocasionam danos sérios
curtas e robustas. Ocasionalmente, à soja.
têm sido detectadas altas populações
na região próxima de São Gabriel do
Oeste, MS. Possuem o hábito de se
fingir de mortos quando perturbados
e não são bons voadores.
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Lagarta-maruca (Maruca vitrata)
A lagarta-maruca apresenta coloração Adultos: são mariposas pequenas Danos: as larvas broqueiam as axilas,
amarela a castanho-clara brilhante, com 20 mm de envergadura, com hastes e pecíolos da soja, apresentando
com pontuações escuras com pelos asas anteriores de cor marrom com hábitos e danos semelhantes ao da
distribuídas pelo corpo; os segmentos uma mancha translúcida. Adulto broca-das-axilas. Porém, o dano
do corpo são bem evidentes. Antes da mais importante ocorre no período
Adulto
D. Herbison-Evans
formação das pupas, as larvas podem reprodutivo da soja quando broqueiam
atingir 20 mm de comprimento. vagens, podendo, eventualmente,
danificar as inflorescências. Sua
Lagarta
27
Broca-das-axilas (Crocidosema aporema)
A broca-das-axilas é pequena e, Adultos: são mariposas pequenas, Danos: a larva possui o hábito de
quando completamente desenvolvida, de 14 mm de envergadura, cujas penetrar no caule, através das axilas
pode medir cerca de 10 mm. Nos asas anteriores são cinzas com dos brotos terminais, formando um
primeiros ínstares, a lagarta apresenta manchas claras. As asas em repouso cartucho pela união dos folíolos
coloração branco-amarelada e a permanecem paralelas ao corpo. com fios-de-seda. Posteriormente,
cabeça preta. À medida que cresce, cava uma galeria descendente
assume a cor geral bege ou amarelada que lhe serve de abrigo, podendo
e a cabeça fica marrom. causar desenvolvimento anormal da
planta ou, até mesmo, a sua morte.
Normalmente, suas populações
ocorrem com maior intensidade em
locais de clima temperado.
28
Largarta
29
J. J. da Silva
Dano
P. R. V. S. Pereira
Adulto
31
P. R. V. S. Pereira
Dano
P. R. V. S. Pereira
Pragas que atacam folhas
Lagarta-da-soja (Anticarsia gemmatalis)
A lagarta-da-soja, na fase larval, passa Adultos: são mariposas de cor variável, Danos: no terceiro estádio, as lagartas
por seis ínstares. A lagarta pequena do cinza-claro ao marrom-escuro, já provocam perfurações nas folhas,
(até 10 mm) geralmente apresenta mas tendo sempre presente uma mas deixam as nervuras centrais e
cor verde e possui quatro pares de linha diagonal de cor marrom-canela, laterais intactas. O consumo foliar
propernas no abdômen, duas delas unindo as pontas do primeiro par de é muito pequeno nos três primeiros
vestigiais. Com isso, se locomove asas. Na face inferior do segundo par estádios (lagartas até 10 mm). Do
medindo palmos e, muitas vezes, são de asas, apresenta pequenos círculos quarto ao sexto estádio, as lagartas
confundidas com lagartas pequenas brancos, próximos da margem externa consomem mais de 95% do total
das falsas-medideiras. As lagartas da asa. Ovipositam durante a noite, de consumo foliar, que é de 100
maiores do que 15 mm podem ovos individualizados e de cor verde a 120 cm 2 por lagarta. Em altas
ser encontradas tanto nas formas claro, colocados principalmente na populações, se não controlado,
verdes como escuras e apresentam face inferior das folhas, mas também esse inseto pode provocar desfolhas
três linhas longitudinais brancas no nos pecíolos e ramos da soja. As elevadas (> 30%), causando perdas
dorso e quatro pares de propernas lagartas eclodem em três dias e de produtividade da cultura.
abdominais, além de um terminal. passam a se alimentar de folhas.
34
Lagartas
A. V. Carneiro
35
J. J. da Silva A. V. Carneiro
Adulto
36
Lagarta
D. R. Sosa-Gómez
Adulto
37
J.J da Silva
Dano
J.J da Silva
Falsa-medideira (Rachiplusia nu)
As lagartas e as mariposas desta Adultos: Os adultos são semelhantes Danos: semelhantes aos de
espécie são muito semelhantes às de a P. includens, mas a mancha na P. includens, ocasiona o aspecto
P. includens. Populações elevadas são região central do primeiro par de asas rendilhado dos folíolos de soja, isto
encontradas com maior freqüência na não é tão prateada e brilhante como é alimenta-se principalmente do
região sul do continente americano, em P. includens. R. nu apresenta a parênquima deixando as nervuras.
como no estado do Rio Grande do Sul, parte dorsal e central do segundo par
assim como no Uruguai e Argentina. de asas de cor castanho clara com
As lagartas podem ser diferenciadas a borda externa castanho escura.
de P. includens mediante a observação R. nu, de maneira semelhante a
do lado interno da mandíbula que não A. gemmatalis, coloca os ovos
apresenta dentes, ou seja, sua carena isolados.
interna é contínua até a borda externa
da mandíbula. R. nu apresenta micro-
espinhos na região superior à inserção
das três pernas torácicas. A cor das
pernas verdadeiras, torácicas, não
é um caráter que diferencie as duas
espécies.
38
Lagarta
39
F. Flores
Adulto
F. Flores
Lagarta-enroladeira (Omiodes indicata)
A lagarta-enroladeira tem coloração Adultos: são mariposas pequenas de Danos: a lagarta possui o hábito de
verde-escura, aspecto oleoso e pode coloração geral alaranjada, e apresenta enrolar ou de unir os folíolos da soja,
medir de 12 a 15 mm, ao final do três listras escuras onduladas nas através de secreções, formando
desenvolvimento. A pupa é marrom e asas. Medem cerca de 18 mm de um abrigo onde passa a fase larval,
permanece no abrigo construído pela envergadura, quando em repouso. alimentando-se do parênquima das
lagarta, nas folhas, até a emergência folhas e, assim, diminuindo a área
dos adultos. foliar e a capacidade fotossintética
da planta. Normalmente ocorre com
maiores densidades populacionais
no final do ciclo da soja, quando a
perda de área foliar não mais afeta a
produtividade da cultura.
40
Lagarta
J.J da Silva
Adulto
41
J.J da Silva
Dano
J.J da Silva
Vaquinha-verde ou patriota (Diabrotica speciosa)
Dentre as espécies da família Adultos: apresentam coloração geral Danos: os adultos alimentam-se de
Chrysomelidae encontradas na verde com três manchas amarelas folhas e de brotos, e têm preferência
cultura da soja a mais comum é em cada asa anterior, sua cabeça é pelas folhas mais tenras. Ao se
D. speciosa, chamada comumente avermelhada e medem entre 5 a 6 alimentar, realizam pequenos orifícios,
de vaquinha-verde ou patriota. A mm de comprimento. A postura é porém têm pouca capacidade de
larva é de coloração amarela-pálida, feita com os ovos agrupados, sobre causar grandes desfolhas. Suas larvas
tendo o tórax, a cabeça e as pernas as partes subterrâneas da planta, e o se alimentam das raízes das plantas
torácicas pretas. Desenvolvem-se período de incubação dura em média e o seu controle, normalmente, não
no solo e, quando completamente oito dias. é necessário.
desenvolvidas, medem 10 a 12 mm
de comprimento e 1mm de diâmetro.
O período larval dura aproximadamente
23 dias. A fase pupal dura 17 dias
e ocorre no solo, dentro de câmaras.
42
Larva
D. R. Sosa-Gomez
43
Adulto
J.J da Silva
Vaquinha (Cerotoma arcuata)
Na fase larval esta vaquinha é branca Adulto Danos: os adultos são desfolhadores,
J.J da Silva
com cabeça preta, ocorre no solo e mas podem provocar dano direto às
dura de 20 a 25 dias. vagens e flores. As larvas alimentam-
se de nódulos de Bradyrhizobium,
diminuindo a disponibilidade de
Adultos: são besouros com o formato nitrogênio para a planta, podendo
do corpo semelhante à vaquinha- afetar negativamente a produção.
patriota (D. speciosa), mas de
coloração bege, com quatro manchas
marrom-escuras, duas grandes e duas
pequenas, em cada asa anterior e
medem cerca de 5 mm.
44
Vaquinha (Colaspis sp.)
Populações elevadas desta vaquinha Adulto Danos: os adultos alimentam-se
J.J da Silva
são comuns em lavouras de soja, das folhas, causando pequeno
principalmente no Mato Grosso do desfolhamento que, em geral, não
Sul, mas raramente atingem nível de comprometem a produção de soja.
dano. A larva pode atingir até 7 mm e
apresenta cor branca-acinzentada.
Adultos: medem 5 mm de
comprimento, tem coloração verde-
metálica e a p r e s e n ta m su lc o s
longitudinais e pontuações em toda
a extensão das asas.
45
Tripes (Caliothrips braziliensis e Frankliniella schultzei)
Nas lavouras de soja, podem ser Adultos: são insetos pequenos, Danos: na soja, raspam as folhas
encontradas várias espécies de medindo de 1 a 2 mm, de cor marrom tornando-as prateadas. Esse dano
tripes, sendo as mais comuns o ou preta que possuem aparelho direto devido à sua alimentação, em
C. braziliensis e F. schultzei. Conforme bucal raspador-sugador. Podem si, não causa reduções drásticas de
a espécie, as ninfas possuem coloração se alimentar de várias culturas, produtividade, porém o seu dano
branca, bege-clara ou amarelada e principalmente hortaliças. No caso de indireto, como transmissor do vírus
marrom ou preta. Medem cerca de F. schultzei, os adultos apresentam que causa a doença “queima-do-
2 mm e costumam se abrigar no longevidade média de duas semanas, broto” pode causar sérios prejuízos
interior das folhas ou dos folíolos e se reproduzem por partenogênese; à soja.
novos, ainda não abertos, passando cada fêmea coloca em média 75
por três instares, atingindo a fase ovos.
adulta entre oito e nove dias.
46
Adulto
47
Dano
J. J. da Silva
são gregários. Existem várias espécies que
Adulto
ocorrem na cultura, mas os gêneros mais
comuns são Bacacris sp., Rhammatocerus sp.
e Schistocerca sp.
48
Ácaro-rajado (Tetranychus urticae)
A ocorrência dos ácaros em soja está Adultos: as fêmeas apresentam Danos: inicialmente, o sintoma da
associada, freqüentemente, com uma mancha escura de cada lado planta atacada é de clorose, com
desequilíbrio causado pela utilização do dorso, medem 0,5mm e os pequenas manchas amareladas nas
de insetic id a s ( p r in c ipa lme n te machos são menores, com 0,3mm de folhas que, ao evoluir, tornam-
piretróides) que eliminam seus comprimento. Normalmente, ocorrem se predominantemente amarelas,
inimigos naturais. em anos secos, formando teias. causando desfolha e, em alguns
casos, morte da planta.
Adulto
D. R. Sosa-Gómez
D. R. Sosa-Gómez
Dano
49
Ácaro-verde (Mononychellus planki)
Surtos desta espécie na cultura da Adultos: As fêmeas são de cor verde e Danos: Ocasionam clorose das plantas
soja têm-se tornado freqüentes nas a espécie caracteriza-se por apresentar de soja e queda de folíolos. Seus danos
safras 2007/2008 e 2008/2009. M. os lóbulos das estrias dorsais do corpo podem ser visualizados a distância,
planki tem sido relatado atacando formando um desenho reticulado na formando reboleiras amareladas que
soja, kudzu, madioca, guandu , área dorso-central do propodosoma podem ser confluentes à medida que
algodão, amendoim, feijão e plantas (região das duas pernas anteriores) e o ataque fica generalizado.
daninhas como o leiteiro (Euphorbia nas áreas circundantes da base das
heterophylla). A 25°C as fases de setas histerosomais (região depois das
ovo, larva, protoninfa e deutoninfa duas pernas anteriores). Os lóbulos são
duram 4,9; 1,5; 0,9 e 1 dias arredondados, tão altos quanto largos.
respectivamente. O ciclo biológico As setas dorsais do corpo são colocadas
completo, incluindo os períodos de sobre fortes tubérculos, pubescentes e
repouso, é de 12 a 13 dias. tão compridos quanto os intervalos entre
suas bases. O macho apresenta edeago
(pênis) curvado ventralmente, com duas
angulações na protuberância terminal,
a anterior aguçada e a posterior mais
curta. Não tecem teia e seus ovos ficam
aderidos ao substrato.
50
Adulto
D. R. Sosa-Gómez
51
Dano
D. R. Sosa-Gómez
Ácaros-vermelhos (Tetranychus ludeni, Tetranychus desertorum e Tetranychus gigas)
As espécies de ácaros vermelhos não Adultos: As fêmeas medem T. gigas foi redescrita partir de
podem ser identificadas com lupas de aproximadamente 0,85 mm de material coletado em algodão e soja.
mão. Para sua identificação devem ser comprimento e são de cor vermelho
observados aspectos como distribuição intenso. Os machos são menores Adultos: também são ácaros vermelhos,
de setas, forma do edeago e outras e de cor laranja avermelhado. cujas fêmeas medem de 0,4 a 0,6 mm
características observadas mediante Apresentam o edeago distalmente de comprimento, sendo os machos
preparações microscópicas. curvado dorsalmente; a cabeça menores com 0,3 a 0,5 mm, incluindo
terminal apresenta uma pequena o rosto. São mais ativos que os
T. ludeni está bem distribuída nas regiões angulação anterior e nenhuma na ácaros verdes, tecem teias e seus
quentes e, seu espectro de hospedeiros margem posterior que se apresenta ovos não são fixos no substrato. Os
é muito amplo, atacando plantas de arredondado e liso. O edeago de indivíduos desta espécie são parecidos
diversas famílias, incluindo maçã, T. ludeni lembra o edeago de T. com os adultos de T. desertorum. O
mamona e melão. Seu ciclo de vida desertorum, exceto na parte apical edeago de T. gigas lembra o de T.
desde a fase de ovo até a adulta pode que é pequena, um pouco mais desertorum exceto que a cabeça é
ocorrer entre 7,7 dias a temperaturas de larga que a base e ângulo posterior mais larga. O edeago de T. gigas é
30°C até 21 dias com temperaturas de ausente. curto, gradualmente estreitando-se na
20°C. Cada fêmea tem a capacidade de porção apical e entortando dorsalmente
colocar entre 43 e 77 ovos, dependendo em ângulo obtuso finalizando com a
da temperatura. cabeça grande.
52
T. desertorum também podem Adulto Adulto
L.M. Gouvêa
L.M. Gouvêa
ser abundante na cultura da soja.
Comparando com T. gigas seu edeago é
duas vezes mais largo que deste último.
A duração média, em dias, dos diferentes
estágios de desenvolvimento do ácaro
T. desertorum é de aproximadamente
quatro dias na fase de ovo, quatro dias
das fases imaturas e a longevidade
dos adultos é de aproximadamente
10 dias.
Adulto
L.M. Gouvêa
Danos: destroem os tecidos
superficiais ocasionando clorose.
Através do tempo e com aumento
da população, esses danos tornam-
se confluentes. Manchas de plantas
amareladas que podem ser vistas
a distância. Populações elevadas
podem reduzir a produtividade.
53
Ácaro-branco (Polyphagotarsonemus latus)
Os ácaros brancos são pequenos e Adultos: possuem corpo de contorno Danos: adultos e ninfas provocam
dificilmente visualizados a olho-nu. elíptico, sendo um pouco mais largo na o bronzeamento dos tecidos
parte anterior do que na posterior. Os superficiais de caule, folhas e pecíolos
ácaros vivos são claros e translúcidos, localizando-se principalmente nos
quando mortos assumem a coloração tecidos novos.
marrom-amarelada. As fêmeas
produzem progênies compostas,
apenas, por machos quando os ovos
não são fertilizados. Os machos
carregam as pupas das fêmeas sobre
seu corpo e, quando estas emergem,
ocorre a cópula.
54
Adulto
D. R. Sosa-Gómez
55
Dano
D. R. Sosa-Gómez
Mosca-branca (Bemisia tabaci)
Estudos recentes indicam a Adultos: medem 1 mm de comprimento, Danos: as ninfas, principalmente as do
predominância da mosca-branca possuem dois pares de asas brancas biótipo B, ao se alimentarem, liberam
biótipo B nas lavouras de soja no e o corpo apresenta cor amarelada, grande quantidade de substância
Brasil. O biótipo B é mais agressivo, coberto por cera pulverulenta. As açucarada. Essa substância favorece
mas a distinção dos biótipos A e B, populações podem ser muito elevadas a formação do fungo fumagina
com base na sua morfologia não é e, nessas ocasiões, quando as plantas (Capnodium sp.), tornando as folhas
possível. As ninfas são transparentes, de soja são perturbadas, podem voar pretas, que, ao receberem radiação
ovais medem de 0,3 a 0,7 mm e em grande número. solar, se desidratam e caem. Esta
as fases quiescentes são amarelo- espécie também é vetora da doença
esbranquiçadas, cobertas por causada por carlavírus. Seu controle
serosidade. Durante essa fase, os é muito difícil, quando a densidade
olhos do adulto em formação são populacional é elevada.
avermelhados.
56
Ninfa
A. F. Bueno
57
Adulto
J.J da Silva
Dano
D. R. Sosa-Gómez
Torrãozinho (Aracanthus mourei)
A fase larval do besouro comumente Adultos: são pequenos besouros Danos: atacam a soja logo após a
denominado torrãozinho ocorre no de cor marrom, que medem emergência, causando um serrilhado
solo, podendo durar cerca de 11 aproximadamente, 4mm de característico nas bordas dos folíolos,
meses. comprimento e têm saliências naspodendo atingir os pecíolos. São
asas duras (élitros) que lembramde ocorrência comum em lavouras
partículas de solo. do Norte do Paraná. Podem ocorrer
Adulto em grandes populações, mas
J.J da Silva
Dano sua capacidade de desfolha é
J.J da Silva
reduzida.
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Pragas que atacam vagens
Lagarta-das-vagens (Spodoptera albula)
É uma das espécies conhecidas como Adultos: são mariposas de,
A. F. Bueno
lagarta-das-vagens, podendo atingir aproximadamente, 40mm de
Dano
até 50mm de comprimento. A lagarta envergadura, de cor cinza com uma
apresenta cor geral cinza-escura à mancha preta na parte mediana das
castanha, com três listras longitudinais asas anteriores, as vezes, pouco
alaranjadas, e cerca, de 20 triângulos evidente.
pretos, na parte dorsal do corpo,
Danos: a lagarta alimenta-se
lembrando o desenho de uma cobra.
principalmente de vagens e grãos,
As lagartas desta espécie podem ser
mas pode, também, comer as folhas.
identificadas pela presença de uma
Ocasionalmente, provoca dano
mancha branca próxima da parte apical
econômico à cultura da soja.
das manchas negras, triangulares,
dorsais, na parte posterior do tórax e
dos segmentos abdominais. As variações
de cor podem dificultar a identificação.
Ocorrem formas em que essas manchas
brancas em formato de ponto são difíceis
de serem distinguidas entre as manchas
menores, pequenas.
60
Lagarta
A. F. Bueno
61
Adulto Fêmea
J.J da Silva
Adulto Macho
A. F. Bueno
Lagarta-das-vagens (Spodoptera cosmioides)
É outra espécie conhecida como lagarta- Adultos: são mariposas que medem de Danos: atacam as vagens e causam
das-vagens. Esta espécie era referida como 16 a 20 mm e apresentam dimorfismo danos semelhantes aos referidos
S. latisfacia, mas referências recentes sexual, as asas anteriores dos machos para as demais espécies do gênero
indicam que esta espécie está restrita aos são de cor geral marrom avermelhado, Spodoptera.
Estados Unidos. As lagartas apresentam a mancha orbicular oval, branca com
variações de cor desde amarelo-claro o centro marrom claro, delimitada por
a preto, com listras ao longo do corpo, uma linha marrom tênue ou marrom
podendo medir 50 mm de comprimento escura. As asas posteriores são
no último ínstar. Há listras dorsais amarelas brancas com manchas cinzas nas
ou ocres, com a área dorsal às vezes mais escamas na parte distal. Nas fêmeas,
clara entre as manchas triangulares pretas, as asas anteriores são pardas, com
como ocorre em S. albula. As manchas muitos riscos ou desenhos brancos
dorsais triangulares do sétimo e oitavo que se interceptam; as posteriores
segmentos abdominais são maiores que as são de coloração branca. As fêmeas
manchas do primeiro ao sexto. No último depositam ovos em massas sobre as
instar essas manchas triangulares podem folhas.
ser reduzidas. Nessa fase, apresentam
movimentos vagarosos, deslocando-se
lentamente.
62
Lagarta
A. F. Bueno
63
Adulto Fêmea
J.J da Silva
Adulto Macho
J.J da Silva
Lagarta-das-vagens (Spodoptera eridania)
As lagartas apresentam a linha por Adultos: apresentam a asa anterior Danos: além de atacar as vagens
baixo dos espiráculos interrompida ou com traço curto no sentido longitudinal causa desfolha em soja e algodão,
perde sua intensidade na parte lateral. na base da margem posterior. Essa semelhante as demais espécies do
As manchas triangulares do primeiro mancha pode ser apagada em gênero Spodoptera.
segmento abdominal são grandes e espécimes mais velhos. Observa-se
aproximadamente de igual tamanho também uma mancha arredondada,
até as do 8º segmento abdominal. negra, mas geralmente apagada ou
pode estar modificada em um traço
longo que se estende até a margem da
asa. Comparativamente, em relação a
S. albula, S. eridania apresenta uma
tonalidade geral bronzeada nas asas
anteriores.
64
Lagarta
J.J da Silva
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Adulto Fêmea
J.J da Silva
Adulto Macho
J.J da Silva
Lagarta-das-vagens (Spodoptera frugiperda)
As lagartas totalmente desenvolvidas Adultos: possuem envergadura de asas Danos: pode atacar vagens e pode
possuem 35 a 40 mm de de 32 a 38 mm e apresentam dimorfismo cortar plantas ao nível do solo.
comprimento. Apresentam pontos sexual. As asas anteriores são cinzas-
pretos denominados pináculos amarronzadas nas fêmeas e nos machos
distribuídos, em pares, em cada são mais escuras, com margens escuras
lado dos segmentos do corpo, cada e listras mais claras próximas da margem
um com uma seta longa. No último da asa e com pontos brancos próximos
segmento abdominal apresenta quatro do centro da mesma. As fêmeas não
pontos pretos distribuídos como os apresentam um padrão de cor definido,
vértices de um quadrado. A cabeça sendo predominantemente cinzas.
apresenta uma figura de um ípsilon As asas posteriores em ambos sexos
invertido, mas essa característica são branco-prateadas, suas veias são
não é suficiente para confirmar a evidentes, e sua margem externa possui
espécie. A fase larval transcorre em uma banda marrom e estreita próxima
duas semanas durante o verão e até da borda. Os ovos são sub-esféricos,
quatro semanas no inverno. colocados em camadas e são cobertos
por escamas provenientes do abdome
da fêmea. Cada fêmea pode colocar até
1000 ovos.
66
Lagarta
J.J da Silva
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Adulto Fêmea
J.J da Silva
Adulto Macho
J.J da Silva
Broca-da-vagem (Etiella zinckenella)
A lagarta, conhecida como broca- Adultos: as mariposas medem, Danos: a lagarta penetra na vagem
das-vagens, mede aproximadamente aproximadamente, 20mm de para se alimentar e consome grãos de
20mm de comprimento, tem a cor envergadura, têm asas anteriores soja, podendo um mesmo indivíduo
amarela-esverdeada ou azulada, com de cor cinza, sendo as posteriores danificar diversas vagens. Entretanto,
manchas pretas na porção anterior mais claras, com franjas brancas nas raramente tem sido observada
do corpo. bordas. causando danos à soja.
A. R. Panizzi
Lagarta
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Lagarta-da-maçã do algodoeiro (Heliothis virescens)
As lagartas conhecidas como lagarta- Adultos: têm a coloração marrom- Danos: em geral, as lagartas comem
da-maçã do algodoeiro, têm coloração clara com tonalidade geral esverdeada vagens, mas podem, também, se
que varia de verde-amarelada a e apresentam três listras brancas alimentar de folhas e brotos terminais
marrom-avermelhada até próximo a transversais, em relação à largura da soja.
preta. A maioria possui listras pálidas, das asas.
longitudinais ao corpo e
D.R. Sosa-Gómez
Adulto
pequenos pontos escuros
D.R. Sosa-Gómez
em todos os segmentos Lagarta
do corpo.
69
Percevejo-marrom (Euschistus heros)
O percevejo-marrom é, atualmente, Adultos: de cor marrom-escura, Danos: adultos e ninfas alimentam-se
o percevejo mais abundante na soja, apresentam dois prolongamentos das vagens e grãos causando perdas
desde o Norte do Paraná ao Centro- laterais, em forma de espinhos, de rendimentos e afetando a qualidade
Oeste e Norte do Brasil e já se encontra próximos à cabeça. Seus ovos, de da semente. Esta espécie provoca
em abundância também no Rio Grande cor amarelada, são normalmente menos sintomas de retenção foliar,
do Sul. As ninfas, recém-eclodidas depositados nas folhas, em pequenas em comparação com o percevejo
medem 1mm e têm o corpo alaranjado massas com cinco a sete ovos. Próximo verde e o percevejo-verde-pequeno.
e a cabeça preta, passam por cinco a eclosão, os ovos apresentam uma
estádios de desenvolvimento, até se mancha rósea.
transformarem em adultos; as ninfas
maiores assumem coloração que pode
variar de cinza à marrom.
70
Ovo
J.J da Silva
71
Ninfa
J.J da Silva
Adulto
J.J da Silva
Percevejo-verde-pequeno (Piezodorus guildinii)
As ninfas recém-eclodidas do Adultos: são percevejos de cor verde- Danos: sugam as vagens, atingindo
percevejo-verde-pequeno são amarelada com, aproximadamente, os grãos de soja. Apresenta maior
avermelhadas e passam por diferentes 10mm de comprimento. Apresentam potencial de dano, com acentuada
fases. No inicio do desenvolvimento, uma listra transversal marrom- capacidade de provocar retenção
apresentam as cores preta e vermelha, avermelhada, na parte dorsal do foliar, quando comparada aos
assumindo, posteriormente, coloração tórax, próximo à cabeça. Os ovos são percevejos mais comuns da cultura
esverdeada com manchas pretas e pretos, em forma de barril, colocados da soja.
rosadas no abdômen nos estádios em fileiras pareadas, com 10 a 20
finais, quando medem cerca de ovos por massa, que geralmente, são
8mm. colocados sobre as vagens de soja.
72
Ovo
J.J da Silva
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Ninfa
J.J da Silva
Adulto
J.J da Silva
Percevejo-verde (Nezara viridula)
A ninfa do percevejo-verde apresenta Adultos: também conhecidos como Danos: adultos e ninfas causam
coloração verde ou preta, com fede-fede ou maria-fedida pelo cheiro dano semelhante ao provocado pelos
d ife re n te s m a n c h a s c ir c u l a r e s que exalam quando molestados, são outros percevejos, exceto, que sua
brancas e pequenos pontos pretos totalmente verdes e com tamanho capacidade de provocar hastes verdes
distribuídos pelo corpo, passa por entre 12 e 15 mm. Os ovos, de é menor que a de P. guildinii e maior
cinco fases ninfais e completam o seu coloração amarelada, são depositados, que a de E. heros.
desenvolvimento em cerca de 25 dias. preferencialmente, na face inferior das
Ao eclodirem, as ninfas, assim como folhas, em massas regulares com 50
as ninfas de E. heros e P. guildinii, a 100 ovos, com formato semelhante
permanecem sobre os ovos. a favos de colméia.
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Ovo
J.J da Silva
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Ninfa
J.J da Silva
Adulto
J.J da Silva
Percevejo-barriga-verde (Dichelops melacanthus e D. furcatus)
Dos percevejos-barriga-verde, a Adultos: medem de 9 a 11 mm e sua Danos: as formas jovens e os adultos
espécie D. melacanthus é a mais coloração varia da castanha-amarelada alimentam-se das vagens, danificando
comum nas lavouras de soja, da à acinzentada, apresentando o os grãos, prejudicando o rendimento
região Norte do Paraná ao Centro- abdômen verde. A cabeça é típica, e qualidade da soja. Populações do
Oeste brasileiro, enquanto a espécie terminando em duas projeções percevejo barriga-verde também
D. furcatus ocorre mais ao sul do Brasil. pontiagudas e a parte anterior do ocorrem em lavouras de milho e trigo,
As ninfas são de coloração castanha, tórax tem margens dentadas e causando sérios danos, especialmente,
com abdômen mais claro e pontuações expansões laterais espinhosas. Os às plantas jovens de milho.
mais escuras distribuídas sobre o ovos são verde-claros, normalmente
corpo. Permanecem agregadas sobre colocados sobre as folhas ou vagens,
os ovos logo após a sua emergência, em massas de cerca de 14 ovos.
dispersando-se posteriormente.
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Ovo
J.J da Silva
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Ninfa
J.J da Silva
Adulto
J.J da Silva
Percevejo-edessa (Edessa meditabunda)
A ninfa tem a cor geral verde- Adultos: medem 13 mm, tem o corpo Danos: em geral, semelhantes aos
amarelada, com antenas e pernas de oval, apresentando a cabeça e parte demais percevejos sugadores de
coloração semelhante. Ventralmente do tórax verde e asas marrom escuras. semente, mas com menor capacidade
têm o corpo amarelo-escuro brilhante. Os ovos de cor verde-clara são de dano. Podem, ainda, ser observados
A fase de ninfa dura aproximadamente, colocados, em geral, nas folhas em sugando caules e, originado lesões
de 35 a 40 dias. número de 14 por massa, distribuídos escuras. De maneira geral, suas
em duas fileiras. Os adultos vivem, populações não são elevadas.
em média de 30 a 40 dias.
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Ovo
J.J da Silva
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Ninfa
J.J da Silva
Adulto
J.J da Silva
Percevejo-acrosterno (Chinavia spp.)
Este percevejo, até há pouco Adultos: são percevejos de coloração Danos: adultos e ninfas sugam vagens,
tempo, estava incluído no gênero verde, normalmente, ocorrem em danificando os grãos da soja, a
Acrosternum, de onde vem seu nome baixas populações na cultura da exemplo de outros percevejos.
popular (percevejo acrosterno). As soja. As espécies desse gênero são
ninfas de Chivania spp. apresentam bastante semelhantes ao percevejo
colorações variadas com diferentes verde, N. viridula, mas apresentam
manchas brancas, pretas e alaranjadas antenas com segmentos de tonalidade
distribuídas pelo corpo. escura e espinho ventral no abdômen.
Algumas espécies apresentam a parte
membranosa das asas de cor escura.
Seus ovos, normalmente, colocados
nas folhas em grupos de 14, são de
coloração acinzentada.
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Ovo
J.J da Silva
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Ninfa
J.J da Silva
Adulto
J.J da Silva
Percevejo faixa-vermelha (Thyanta perditor)
Percevejo de ocorrência esporádica Adultos: são verde-acinzentados com Danos: danifica pouco a soja sendo
em soja. As ninfas apresentam pelos mancha de coloração avermelhada encontrado comumente em picão
esbranquiçados na superfície dorsal em forma de faixa entre os espinhos preto, Bidens pilosa L. Populações
do corpo, são de cor negro a ocre, do tórax, próxima à cabeça. O adulto desta espécie podem ocorrer nas
com manchas brancas amareladas. pode ser verde ou marrom dependendo culturas do trigo e do sorgo.
da época do ano. Os ovos, em forma
de tonel, colocados em grupos de 25
a 35, são castanho-acinzentados e
apresentam, lateralmente, duas faixas
esbranquiçadas.
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Ovo
J.J da Silva
Ninfa
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J.J da Silva
Adulto
J.J da Silva
Outros insetos comuns nas lavouras de soja
Percevejo-formigão (Neomegalotomus parvus)
Esse percevejo é conhecido como Adultos: medem cerca de 10 mm, Danos: é um inseto sugador de
“formigão”, devido à semelhança de sendo os machos de cor marrom sementes, mas de ocorrência
suas ninfas com formigas. com manchas claras nas laterais. As tardia e, mesmo ocorrendo em
fêmeas são escuras, com abdômen altas populações, não causa danos
maior. consideráveis à soja.
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Ovo
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Ninfa
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Adulto
J.J. da Silva
Larva-angorá (Astylus variegatus)
Os adultos da larva-angorá se Adultos: medem cerca de 8 mm e têm Danos: os adultos não causam danos
alimentam de pólen e, assim, podem as asas amarelas com pintas pretas. e as larvas podem, eventualmente, se
ser observados em populações altas alimentar de raízes.
em lavouras de soja, principalmente
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“Idi-Amin” (Lagria villosa)
O besouro conhecido popularmente Danos: apesar de serem abundantes
J.J. da Silva
como “Idi-Amin”, é um inseto exótico em algumas lavouras, normalmente Adulto
que entrou no Brasil juntamente com não causam danos à soja. Em geral,
café, importado da África. Suas larvas são insetos saprófitas, ou seja, se
são pretas e com pêlos distribuídos alimentam de material vegetal em
pelo corpo. decomposição.
Larva
J.J. da Silva
Adultos: são besouros de coloração
marrom-escura ou preta, com tons
metálicos ligeiramente bronzeados,
corpo alongado, mais estreito na parte
anterior do que na posterior, medindo
cerca de 12 mm. Apresentam a
superfície do corpo com pêlos visíveis
à contraluz.
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Agradecimentos
A Jovenil José da Silva, Embrapa Soja, pela maior parte das fotografias que constam neste manual. A Fernando
Flores, INTA, Argentina, pelas fotos de Rachiplusia nu. A Paulo Roberto Valle da Silva Pereira, Embrapa Trigo, pelas
fotos do búfalo-da-soja e a Luciano M. Gouvea pelas fotos dos ácaros.
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CGPE 8379
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