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1.1.1. Espécie Helicina sp.

Em determinação. Arborícola.

FIGURA 28. Espécimes vivos e conchas em várias posições. Procedência: São


Francisco de Paula, RS.

8.1.2. ORDEM MESOGASTROPODA


Concha quase sempre helicoidal, não nacarada; opérculo
presente, raramente calcificado. Marinhos, límnicos na maioria, com
poucos terrestres. Para o Brasil, uma única família é mencionada.

2. FAMÍLIA DIPLOMMATINIDAE
Concha pequena, com espira longa, umbilicada; opérculo
córneo de conquiliolina. Ocorrem na serapilheira. Alguns gêne-
ros são mencionados para a família, um único registrado para o
Brasil. Gênero-tipo: Diplommatina Benson, 1849.

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2.2. Gênero Adelopoma Döring, 1884
Micromolusco, com concha cilíndrica-alongada, com cos-
telas e abertura circular lisa; opérculo concêntrico e côncavo.
Poucas espécies são mencionadas para o gênero, das quais
uma única registrada para o Brasil. Espécie-tipo: Adelopoma
tucma Döring, 1884.

2.2.2. Espécie Adelopoma sp.


Em determinação. Encontrada na serapilheira.

FIGURA 29. Conchas em diversas posições. Procedência: São Francisco de Paula,


RS.

8.2. Subclasse Gymnophila


Lesmas totalmente sem conchas; sem uma cavidade
palial; andróginos, com gonóporos distanciados (diatremados).
Terrestres ou marinhos.

8.2.1. ORDEM SOLEOLIFERA


Noto dorsal abaulado, liso, rugoso ou carenado; com um
ou dois pares de tentáculos retráteis; pé ventral localizado longi-
tudinal e medianamente no corpo, ladeado por extensões laterais
de tegumento, os hiponotos. Apenas três famílias na Ordem, duas
ocorrentes no Brasil, das quais uma marinha.

3. FAMÍLIA VERONICELLIDAE
Lesmas terrestres sem conchas, com o noto dorsal inteiriço
e abaulado; sola do pé ventral-central, delimitada por sulcos

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pediosos longitudinais e ladeada por largos hiponotos; cabeça an-
terior, com dois pares de tentáculos, sendo os superiores omatóforos
contrácteis; ânus e poro excretor posterior; diáulicos; respiração
cutânea. Distribuição cosmopolita tropical a subtropical. Estão des-
critas cerca de 100 espécies para a família, cerca de 10 ocorrentes
no Brasil (THOMÉ, 1975, 1993, 1995). Gênero-tipo: Veronicella
Blainville, 1817.

3.3. Gênero Belocaulus Hoffmann, 1925


Glândula gametolítica reniforme a ovóide, sem cabeçote,
com curto ducto; ducto de ligação, também curto, penetran-
do em geral axilarmente na glândula junto ao ducto; com pe-
quena glândula acessória para trás do reto e do ducto da glân-
dula gametolítica. Possivelmente gênero monotípico. Espécie-
tipo: Vaginula angustipes Heynemann, 1885, por designa-
ção posterior de Baker (1925).

3.3.3. Espécie Belocaulus angustipes (Heynemann,


1885)
Lesmas relativamente pequenas e estreitas; com sola tam-
bém estreita; noto marrom com uma fina listra clara central,
disposta longitudinalmente. Nativa do Rio Grande do Sul, sendo
Santa Cruz do Sul a localidade-tipo da espécie. Também possui
registros para Santa Catarina e Uruguai. Pode tornar-se praga
hortigranjeira. Lectótipo: ZMBMoll n. 45912, por Thomé (1973).

FIGURA 30. Espécimes vivos em diversas posições. Procedência: Pinhal, RS.

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3.4. Gênero Phyllocaulis Colosi, 1922
Glândula gametolítica globulóide a ovóide, em geral com
cabeçote e com curto ducto; ducto de ligação também curto,
penetrando no cabeçote ou afastado do ducto da glândula
gametolítica; apresentam uma espata no pênis; o reto penetra
no tegumento afastado da abertura do poro genital (para
trás). Seis espécies, distinguidas pelas características do
pênis, estão incluídas no gênero, que é endêmico do sul da
América do Sul (Brasil, Argentina, Uruguai e Chile). Cinco
espécies são encontradas no Brasil. Espécie-tipo: Vaginula
borelliana Colosi, 1921, por designação posterior de Baker
(1925).

3.4.4. Espécie Phyllocaulis boraceiensis Thomé, 1972


É a maior lesma da família, podendo alcançar mais de
20 cm de comprimento; com sola larga e noto marrom claro
com numerosos pequenos pontos mais escuros, irregularmente
distribuídos. Ocorre no sudeste do Brasil, com registros para
Minas Gerais, Rio de Janeiro e Paraná. Santo Amaro, em São
Paulo, é a localidade-tipo da espécie. Holótipo: MZUSP n.
18507, por Thomé (1972).

FIGURA 31. Vista dorsal e ventral (em postura) de espécimes vivos. Procedên-
cia: Teresópolis, RJ (fotos: Wagner Carreiro).

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3.4.5. Espécie Phyllocaulis renschi Thomé, 1965
Noto de cor amarelada. Tem sido sinonimizada com a espécie
P. soleiformis. Com alguns poucos registros de ocorrência para o Rio
Grande do Sul. Localidade-tipo: Linha Imperial, Nova Petrópolis, RS,
por designação original. Holótipo: MRCN n. 1103.

FIGURA 32. Espécimes vivos em várias posições. Procedência: Canela, RS.

3.4.6. Espécie Phyllocaulis soleiformis (d’Orbigny, 1835)


Espécie comum no Rio Grande do Sul e Santa Catarina, no
Brasil, Argentina e Uruguai. Coloração bastante variável. Localida-
de-tipo: Buenos Aires, Argentina. Holótipo: FIG. 1 e 4 em d’Orbigny,
1835/1846, designado por Thomé (1976).

FIGURA 33. Espécimes vivos em várias posições e exemplar em postura. Padrão de


coloração externa mais comumente encontrado na espécie. Procedência: Canela, RS.

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3.4.7. Espécie Phyllocaulis tuberculosus (Martens, 1868)
Uma mancha mais clara no noto, sobre a região do
pericárdio é uma característica marcante. Espécie rara, com
registros para a Serra do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e
Paraná. Localidade-tipo: Picada Café, RS. Holótipo: ZMBMoll
n. 13726a, por Thomé (1972).

FIGURA 34. Espécimes vivos em várias posições. Procedência: Sapiranga, RS.

3.4.8. Espécie Phyllocaulis variegatus (Semper, 1885)


Padrão de coloração externo bastante variável (SOARES;
THOMÉ, 2002). Graeff-Teixeira et al. (1989) constataram serem
vetores potenciais da angiostrongilíase abdominal humana. Es-
pécie comum no sul e sudeste do Brasil, ocorrendo também na
Argentina e Uruguai. Localidade-tipo: Taubaté, SP. Holótipo:
ZMBMoll n. 39069, por Thomé (1972).

FIGURA 35. Vista dorsal de espécimes vivos e postura. Procedência: Encru-


zilhada do Sul, RS.

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3.5. Gênero Sarasinula Grimpe; Hoffmann, 1924
Glândula gametolítica com forma globulóide variável,
com cabeçote e com ducto de curto a médio; ducto de liga-
ção médio, penetra axilarmente na glândula gametolítica;
pênis com forma de seta; reto penetrando no tegumento na
altura do poro genital feminino. Algumas espécies estão
inluídas no gênero, das quais possivelmente quatro ocorrem
no Brasil. Há necessidade de estudos filogenéticos e
filogeográficos para a segura determinação das espécies. Es-
pécie-tipo: Vaginulus plebeius Fischer, 1868, por desig-
nação original.

3.5.9. Espécie Sarasinula plebeia (Fischer, 1868)


Noto claro, com um desenho mais escuro semelhante a
um “marmorado”. De ocorrência cosmopolita. No Brasil ocorre
desde a Amazônia até o Rio Grande do Sul. Além de praga
na agricultura, pode ser vetora da parasitose humana da
angiostrongilíase abdominal, motivo pelo qual tem sido
bastate mencionada. Localidade-tipo: Nova Caledônia, Oce-
ano Pacífico. Holótipo: provavelmente no MNHN.

FIGURA 36. Espécimes vivos em vista dorsal. Procedência: Porto Alegre, RS.

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3.5.10. Espécie Sarasinula linguaeformis (Semper, 1885)
Em geral, com noto, hiponotos e sola negros. Também com
“marmorado” dorsalmente. Com ocorrência neotropical. Mencio-
nada para o sul e sudeste do Brasil. Localidade-tipo: Guayaquil,
Equador. Holótipo (s/n): no Museu de Copenhague.

FIGURA 37. Espécimes vivos em vista dorsal e ventral. Procedência: Chapecó, SC.

3.6. Gênero Vaginulus Férussac, 1822


Glândula gametolítica com aspecto de alforje e séssil; ducto
de ligação penetra lateralmente no saco distal; reto penetra no
tegumento para trás do poro genital feminino. Espécie-tipo:
Vaginulus taunaisii Férussac, 1821, por monotipia.

3.6.11. Espécie Vaginulus taunaisii Férussac, 1821


Lesmas estreitas e afiladas posteriormente. Com padrão de
coloração característico, embora a intensidade das cores varie. Tam-
bém é mencionada para o Mato Grosso e Paraguai. Holótipo: pro-
vavelmente no Museu de Paris. Localidade-tipo: Rio de Janeiro,
Brasil.

FIGURA 38. Espécimes vivos. Procedência: Teresópolis, RJ (fotos: Wagner Carreiro).

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8.3. Subclasse Pulmonata
Concha geralmente presente, por vezes interna ou au-
sente; sem opérculo; sistema digestório com mandíbula e rádula
com numerosos dentes; sistema respiratório modificado em
uma cavidade do manto vascularizada; sempre andróginos;
eutineurios; terrestres, raros aquáticos.

8.3.1. ORDEM STYLOMMATOPHORA


Concha geralmente helicóide, reduzida ou ausente; ca-
beça com dois pares de tentáculos, os superiores omatóforos
invagináveis; todos terrestres.

8.3.1.1. Subordem Heterurethra


Concha em geral delgada, translúcida, com espira curta
ou reduzida; mandíbula com placa acessória (elasmognata);
sistema excretório com um rim disposto transversalmente ao
final do pericárdio e ureter não se distendendo para a região
posterior, somente lateralmente em direção ao reto.

4. FAMÍLIA SUCCINEIDAE
Concha translúcida, com espira curta e última volta gran-
de; algumas espécies são consideradas lesmas, por apresen-
tarem concha reduzida; em geral limnófilas, mas não anfíbias.
Três gêneros ocorrem no Brasil. Gênero-tipo: Succinea
Draparnaud, 1801, designado por Beck (1837).

4.7. Gênero Succinea Draparnaud, 1801


Concha ovóide, translúcida, amarelada, imperfurada,
com 3-4 voltas; última volta com grande abertura ovóide-
alongada; lábio externo cortante. Cosmopolita, com cinco es-
pécies encontradas no Brasil. Espécie-tipo: Helix putris
Linnaeus, 1758, por Gray (1847) (Op. 94, ICZN).

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4.7.12. Espécie Succinea sp.
Em determinação. São pragas em hortas.

FIGURA 39. Espécimes vivos e conchas em diversas posições. Procedência: Por-


to Alegre, RS.

4.8. Gênero Omalonyx d’Orbigny, 1837


Lesmas com concha aplanada, ungüiforme, espira
pequena; parcialmente encoberta pela borda do manto,
às vezes considerada anfíbia, porém, tipicamente terres-
tre, vivendo muitas vezes em áreas limnófilas. Gênero
ocorrente na América Latina, com diversos registros para
o Brasil. Três espécies estão mencionadas para o Brasil.
Espécie-tipo: Helix unguis Férussac, 1822, por
monotipia.

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4.8.13. Espécie Omalonyx sp.
Em determinação. Pode ser hospedeira de um curioso
parasita do gênero Leucochloridium. O esporocisto deste alo-
ja-se nos omatóforos dos moluscos e provoca movimentos
pulsantes e a dilatação do tentáculo, que atraem aves
predadoras, fechando o ciclo.

FIGURA 40. Espécimes vivos de Omalonyx sp., um deles com os tentácu-


los parasitados (seta). Procedência: Guaíba, RS.

8.3.1.2. Subordem Orthurethra


Concha em geral pequena; o rim está posicionado parale-
lamente ao pericárdio e o ureter não corre ao longo do intestino.
Várias famílias estão incuídas na subordem.

5. FAMÍLIA VALLONIIDAE
Concha pequena, ovóide, esbranquiçada, amarelada ou mar-
rom, com lamelas na abertura, que podem faltar; com umbílico. Cos-
mopolita, com diversos gêneros, três para o Brasil. Gênero-tipo:
Vallonia Risso, 1826, designado por Pilsbry (1948).

5.9. Gênero Pupisoma Stoliczka, 1873


Micromolusco, com concha delgada, ovóide, ápice rombudo,
umbílico estreitado; até cinco voltas abauladas; até 3 mm de com-
primento. Uma única espécie é mencionada para o Brasil. Espécie-
tipo: Pupa lignicola Stoliczka, 1873, por monotipia.

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5.9.14. Espécie Pupisoma sp.
Espécie em determinação.

FIGURA 41. Conchas em diversas posições. Procedência: São Franscisco de


Paula, RS.

8.3.1.3. Subordem Mesurethra


Concha em geral grande, ovóide-alongada; rim atrás
do pericárdio, com um ureter muito curto ou representado
apenas por uma abertura lateral do rim. Inclui cerca de seis
famílias. Duas espécies estão citadas para o Brasil.

6. FAMÍLIA MEGALOBULIMIDAE
Caracóis grandes, vulgarmente conhecidos como “aruá
do mato”; com concha ovóide-globosa, marrom-amarelada;
lábio externo refletido e em geral rosado, quando adultos;
boca rodeada de palpos franjados sensitivos. Podem ser co-
mestíveis, embora a criação, economicamente, seja pouco atra-
ente, pois a postura é muito pequena (três a sete ovos); a
maturação pode levar três anos. Com ocorrência Neotropical,
um só gênero registrado para o Brasil. Gênero-tipo:
Megalobulimus Miller, 1878, por Leme (1973).

6.10. Gênero Megalobulimus Miller, 1878


Mesmos dados da Família. Salgado; Coelho (2003) enu-
meram 50 espécies para o Brasil. Espécie-tipo: Borus
garciamoreni Miller, 1878, por monotipia.

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6.10.15. Espécie Megalobulimus abbreviatus (Bequaert,
1948)
Grande caracol, nativo da região sul-brasileira. Pode oca-
sionalmente ser vetor da angiostrongilíase abdominal humana.
Localidade-tipo: Brasil. Holótipo: MCZ n. 49537.

FIGURA 42. Espécimes vivos jovens, ovos e conchas em várias posições. Pro-
cedência: Sapiranga, RS.

6.10.16. Espécie Megalobulimus proclives (Martens, 1888)


Concha grande, cerca de 90 mm de comprimento, fusiforme,
achatada dorso-ventralmente; espécie rara, ocorrente no nordes-
te do RS. Localidade-tipo: Taquara, RS. Síntipos: ZMBMoll n. 40656.

FIGURA 43. Conchas em diversas posições. Procedência: São Francisco de Paula,


RS.

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7. FAMÍLIA STROPHOCHEILIDAE
Concha de tamanho médio, em geral de forma ovóide,
levemente comprimida dorso-ventralmente; com perióstraco
escuro; lábio externo refletido, branco ou róseo, animal sem
palpos franjados. Ocorrência no sul da América do Sul. Estão
reconhecidos sete gêneros para a família, dos quais cinco es-
tão registrados para o Brasil. Gênero-tipo: Strophocheilus
Spix, 1827.

7.11. Gênero Gonyostomus Beck, 1837


Concha alongada até fusiforme, com abertura menos lon-
ga do que a metade do comprimento da concha; base da sutura
da volta do corpo bem delimitada, parecendo um canalete. Sal-
gado; Coelho (2003) enumeram três espécies para o Brasil. Es-
pécie-tipo: Helix (Cochlogena) goniostoma Férussac, 1821,
por designação de Gray (1847).

7.11.17. Espécie Gonyostomus henselii (Martens, 1868)


Concha perfurada, oval-alongada, com listras axiais irre-
gulares marrons entremeadas de branco. Erroneamente atribu-
ída ao gênero Anthinus por Weyrauch (1967), Leme (1973) e
Salgado; Coelho (2003). Localidade-tipo: Barra do Ouro, Osório,
RS (designação presente). Síntipos: ZMBMoll n. 13702.

FIGURA 44. Conchas em diversas posições. Procedência: Tramandaí, RS.

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7.12. Gênero Mirinaba Morretes, 1952
Concha de tamanho médio, oval-oblonga ou fusiforme,
um pouco achatada dorso-ventralmente, com ápice agudo com
finas costelinhas na concha embrionária. Salgado; Coelho (2003)
enumeram nove espécies para o Brasil. Espécie-tipo:
Strophocheilus erithrosoma Pilsbry, 1895, por designação
original.

7.12.18. Espécie Mirinaba fusoides (Bequaert, 1948)


Concha fusiforme com perióstraco marrom,
marchetado de manchas marrons escuras; animal com co-
loração escura. Espécie rara encontrada em florestas no
sul do Brasil. Localidade-tipo: Taquara, RS. Holótipo: MCZ
n. 75314.

FIGURA 45. Espécimes vivos e conchas em diversas posições. Procedência: São


Franscisco de Paula, RS.

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8.3.1.4. Subordem Sigmurethra
Com um ureter, em geral, diferenciado em primário e
secundário, que se distendem em arco ao longo da cavidade
palial, abrindo-se no ou próximo do pneumostômio. É o grupo
mais numeroso de gastrópodes terrestres.

8. FAMÍLIA PHILOMYCIDAE
Lesma aulacópode com corpo afilado nas extremidades;
com sola do pé indivisa; manto cobrindo todo o dorso, com uma
dobra que forma um saco conquífero, porém sem concha; gonóporo
único no lado direito da cabeça. Recentemente mencionada o re-
gistro da família no Brasil, sem classificação e determinação da
espécie envolvida. São reconhecidos três gêneros para a família.
Gênero-tipo: Philomycus Rafinesque, 1820.

8.13. Gênero Pallifera Morse, 1864


Lesma com a região da cabeça ligeiramente alongada;
com a parte anterior do manto com uma pequena porção li-
vre; sem aparelho do dardo no sistema reprodutor; a mandí-
bula pode ser ripada. Comum na região Neártica. Espécie-
tipo: Philomycus dorsalis Binney, 1842.

8.13.19 Espécie Pallifera sp.


Em determinação. Espécie exótica ainda sem registro
para o Brasil.

FIGURA 46. Espécimes vivos em diversas posições. Procedência: Canela, RS.

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9. FAMÍLIA LIMACIDAE

Lesmas com pequena concha cuneiforme sob a região


anterior do manto; aulacópodes; com o pneumostômio loca-
lizado para trás da metade do manto; com a região posterior
do corpo carenada e afilada. Todas as espécies são nativas da
Europa e partes adjacentes da Ásia e África. Vários gêneros
estão incluídos na família, dos quais três foram introduzidos no
Brasil. Gênero-tipo: Limax Linnaeus, 1758, por Gray (1824).

9.14. Gênero Limax Linnaeus, 1758


Grandes lesmas européias, em geral com o corpo cinza
ou amarelado, com manchas mais escuras, formando ou não
faixas contínuas; concha interna em forma de placa elíptica ou
ovóide. Várias espécies estão incluídas no gênero, uma única é
encontrada no Brasil, onde foi introduzida. Espécie-tipo: Limax
maximus Linnaeus, 1758.

9.14.20. Espécie Limax maximus Linnaeus, 1758


Lesma com até 20 cm de comprimento; corpo cinzento
ou branco amarelado, usualmente com bandas longitudinais
(em geral interrompidas) e manchas negras no corpo. Espé-
cie invasora, praga em jardins e hortas. Localidade-tipo e
holótipo desconhecidos.

FIGURA 47. Espécimes vivos em diversas posições. Procedência: Canela, RS.

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9.15. Gênero Limacus Lehmann, 1864
Gênero recentemente posto em uso (BARKER, 1999), dis-
tinguindo-se de Limax por característicos anatômicos. Várias
espécies estão incluídas no gênero; uma única introduzida no
Brasil. Espécie-tipo: Limacus breckworthianus Lehmann,
1864, por designação original.

9.15.21. Espécie Limacus flavus (Linnaeus, 1758)


Lesma com até 10 cm de comprimento; corpo cinza
amarelado, com manchas esverdeadas nítidas; com tentácu-
los azulados. Praga comum em jardins, hortas e plantações.
Localidade-tipo e holótipo desconhecidos.

FIGURA 48. Espécimes vivos em diversas posições. Procedência: Canela, RS.

10. FAMÍLIA AGRIOLIMACIDAE


Pequenas lesmas terrestres, com até 5 cm de compri-
mento quando distendida; cor do manto variável, amarelo
pálido, castanho claro ou escuro, às vezes manchada e ou
translúcida. Todas nativas da região Holártica. Representada
por sete gêneros e cerca de 150 espécies, das quais, ao me-
nos três estão registradas para o Brasil. Espécies exóticas no
Brasil, podendo torna-se pragas em jardins e hortas. Gênero-
tipo: Agriolimax Mörch, 1865, por Wiktor; Likharev (1979).

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10.16. Gênero Deroceras Rafinesque, 1820
Lesmas com carena muito curta no final do corpo;
pneumostômio na região anterior direita do manto; gonóporo
imediatamente atrás do omatóforo direito. Inclui cerca de
100 espécies, distribuídas em quatro subgêneros. São espé-
cies invasoras no Brasil, pragas em jardins, hortas e planta-
ções. Espécie-tipo: Limax laevis Müller, 1774.

10.16.22. Espécie Deroceras laeve (Müller, 1774)


Lesmas com até 25 mm de comprimento, usualmente
marrons achocolatadas, transparentes; muito abundantes
no sul do Brasil. Encontradas em pátios após chuvas. É
uma espécie invasora no Brasil.

FIGURA 49. Espécimes vivos em diversas posições. Procedência: Canela, RS.

11. FAMÍLIA EUCONULIDAE


Conchas pequenas ou muito pequenas, cônicas ou
fusiformes, com umbílico estreito ou ausente; em geral com
linhas espirais nas voltas. Vários gêneros estão incluídos na
família, dos quais um único está representado no Brasil. Gê-
nero-tipo: Euconulus Reinhardt, 1883.

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11.17. Gênero Habroconus Fischer; Crosse, 1872
Micromolusco com concha fina, piriforme com a espira
cônica e cerca de seis voltas abauladas; abertura grande, an-
gulosa; volta do corpo, na base, abaulada; umbílico muito pe-
queno ou ausente; lábio externo cortante. Estão registradas
cinco espécies no Brasil. Espécie-tipo: Helix selenkai L.
Pfeiffer, por Fischer; Crosse (1872).

11.17.23. Espécie Habroconus sp.


Em determinação.

FIGURA 50. Espécimes vivos e conchas em diversas posições. Procedência:


Sapiranga, RS.

12. FAMÍLIA ACHATINIDAE


Concha em geral grande, ovóide ou fusiforme, com vol-
tas abauladas, lisas ou com bandas; com abertura ovóide.
Numerosos gêneros, predominantes na África. Gênero-tipo:
Achatina Lamarck, 1799, por monotipia.

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12.18. Gênero Achatina Lamarck, 1799
Protoconcha com duas a três voltas lisas; demais com
finas linhas de crescimento e linhas espirais, aparentando um
reticulado. Espécie-tipo: Bulla achatina Linnaeus, 1758, por
tautonomia.

12.18.24. Espécie Achatina fulica


Grande caracol africano, considerado o maior dos
gastrópodes terrestres, com cerca de 20 cm de comprimento de
concha. Trata-se de uma espécie comestível, introduzida no Bra-
sil há poucas décadas, para fins de criação comercial. Devido a
sua alta fecundidade, desenvolveu-se rapidamente e hoje é con-
siderado praga em grande parte do país. Foi mencionado como
vetor de parasitose humana, o que não está comprovado no
Brasil (GRAEFF-TEIXEIRA et al., 1989). Localidade-tipo: Quênia
e Tanzânia, África.

FIGURA 51. Espécimes vivos e conchas em diversas posições. Procedência:


Florianópolis, SC.

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13. FAMÍLIA SUBULINIDAE
Concha em geral alongada, ovóide, fusiforme ou
cilindróide, com numerosas voltas lisas ou com listras axiais.
Muitos gêneros estão incluídos na família que predomina na
região Etiópica e está representada por oito gêneros no Bra-
sil. Gênero-tipo: Subulina Beck, 1837, por Thiele (1931).

13.19. Gênero Subulina Beck, 1837


Concha delgada, translúcida, amarelada, alongada, com
ápice arredondado, espira com numerosas voltas, sem
umbílico. Espécies do gênero são encontradas na América Cen-
tral e América do Sul tropical. Salgado; Coelho (2003) enu-
meram duas espécies para o Brasil. Espécie-tipo: Bulimus
octonus Bruguière, 1789, designado por Gray (1847).

13.19.25. Espécie Subulina octona (Bruguière, 1789)


Concha alongada, amarelada, lisa, levemente
estriada e com concha, protoconcha lisa. Nativa no Brasil
tropical, encontra-se amplamente disseminada. Localida-
de-tipo e holótipo desconhecidos.

FIGURA 52. Conchas em diversas posições. Procedência: São Leopoldo, RS.

70 GUIA ILUSTRADO - OS CARACÓIS E AS LESMAS DOS NOSSOS BOSQUES E JARDINS


13.20. Gênero Rumina Risso, 1826
Concha fusiforme, alongada, com até dez voltas; nos
adultos a região apical está truncada, restando somente de
quatro a sete voltas. Original da região mediterrânea. Espé-
cie-tipo: Helix decollata Linnaeus, 1758, por monotipia.

13.20.26. Espécie Rumina decollata (Linnaeus, 1758)


No Brasil é considerada invasora. Localidade-tipo e
holótipo desconhecidos.

FIGURA 53. Espécimes vivos e conchas em diversas posições. Procedência: Porto


Alegre, RS.

14. FAMÍLIA BULIMULIDAE


Concha predominantemente ovóide, geralmente com
umbílico perfurado. Diversos gêneros estão incluídos na
família. Têm predominância neotropical, sendo raros nas
regiões Etiópica e Australiana. Representada por 17 gêne-
ros no Brasil. Gênero-tipo: Bulimulus Leach, 1814.

GUIA ILUSTRADO - OS CARACÓIS E AS LESMAS DOS NOSSOS BOSQUES E JARDINS 71


14.21. Gênero Drymaeus Albers, 1850
Concha delgada, com forma ovóide alongada, em geral com
desenhos. São encontradas numerosas espécies nas matas tropi-
cais e subtropicais das Américas. Salgado; Coelho (2003) enume-
ram 38 espécies para o Brasil. Espécie-tipo: Helix (Cochlogenae)
hygrohylaea d’Orbigny, 1835, por Pilsbry (1946).

14.21.27. Espécie Drymaeus interpunctus Martens,


1887
Concha perfurada (umbilicada), cônica oblonga, frágil,
com sutis estrias em espiral; cor amarelo pálido, com pontos
maculados escuros afastados e duas faixas na base; sutura
apertada branca e ápice pálido escuro; sete voltas quase pla-
nas, sendo a última arredondada na base; abertura ovóide;
columela arqueada, branca, com uma curtíssima margem re-
fletida; margem externa delgada, apenas um pouco expandi-
da. Localidade-tipo: Piracicaba, SP. Holótipo: ZMBMoll n.
38952a.

FIGURA 54. Espécimes vivos e conchas em diversas posições. Procedência: Porto


Alegre, RS.

72 GUIA ILUSTRADO - OS CARACÓIS E AS LESMAS DOS NOSSOS BOSQUES E JARDINS


14.21.28. Espécie Drymaeus sp.
Espécie em determinação.

FIGURA 55. Espécimes vivos e conchas em diversas posições. Procedência: Dou-


rados, MT.

14.22. Gênero Bulimulus Leach, 1814


Concha ovóide alongada, com cinco a sete voltas abau-
ladas, de cor marrom a córneo; geralmente com finas linhas
de crescimento demarcadas. Várias espécies são encontradas
nas Américas. Salgado; Coelho (2003) enumeram 13 espéci-
es para o Brasil. Espécie-tipo: Helix exilis Gmeling = Bulimus
guadalupensis Bruguière.

GUIA ILUSTRADO - OS CARACÓIS E AS LESMAS DOS NOSSOS BOSQUES E JARDINS 73


14.22.29. Espécie Bulimulus sp.
Espécie em determinação.

FIGURA 56. Espécimes vivos e conchas em diversas posições. Procedência:


Encruzilhada do Sul, RS.

14.23. Gênero Simpulopsis Beck, 1837


Caracol pequeno, arborícola, com concha delgada,
globosa, amarelada e translúcida; com até cinco voltas e espira
curta. Inclui várias espécies neotropicais que distinguem-se pela
morfologia externa e sistema reprodutor. Salgado; Coelho
(2003) enumeram 11 espécies para o Brasil. Espécie-tipo: Helix
(Cochlogena) sulculosa Férussac, 1822, por Martens (1860).

14.23.30. Espécie Simpulopsis ovata Sowerby, 1822


Caracol pequeno encontrado nos bosques nativos do sul do
Brasil; desenho do manto característico, com manchas negras vistas
pela transparência da concha. Segundo Gomes et al. (2004) vive
cerca de um ano, apresentando semelparidade. Localidade-tipo: Bra-
sil. Holótipo: provavelmente no Museu de Londres.

74 GUIA ILUSTRADO - OS CARACÓIS E AS LESMAS DOS NOSSOS BOSQUES E JARDINS


FIGURA 57. Espécimes vivos e conchas em diversas posições. Procedência:
São Franscisco de Paula, RS.

14.23.31. Espécie Simpulopsis decussata Pfeiffer, 1856


Abundante no Rio Grande do Sul; protoconcha com estrias
espirais salientes bem próximas e teleoconcha com distintas bandas
espirais translúcidas; desenho do manto característico com uma
faixa mais clara longitudinal. Localidade-tipo: Petrópolis, RJ. Lectótipo:
n. BMNH 1975488, por Breure (1979).

FIGURA 58. Espécimes vivos e conchas em diversas posições. Procedência:


Camaquã, RS.

GUIA ILUSTRADO - OS CARACÓIS E AS LESMAS DOS NOSSOS BOSQUES E JARDINS 75


14.23.32. Espécie Simpulopsis sp. 1
Espécie em determinação, raramente encontrada; manto
sem desenhos; concha extremamente delicada.

FIGURA 59. Espécimes vivos e conchas em diversas posições. Procedência:


São Franscisco de Paula, RS.

14.23.33. Espécie Simpulopsis sp. 2


Espécie em determinação; concha mais resistente e es-
cura do que as demais; manto sem desenhos.

FIGURA 60. Espécimes vivos e conchas em diversas posições. Procedência:


São Franscisco de Paula, RS.

76 GUIA ILUSTRADO - OS CARACÓIS E AS LESMAS DOS NOSSOS BOSQUES E JARDINS


14.24. Gênero Eudioptus Albers, 1860
Concha ovóide alongada, delgada, translúcida, lisa, bri-
lhante e com, espira elevada. Poucas espécies no leste da Amé-
rica do Sul. Espécie-tipo: Helix pseudosuccinea Moricand,
1836, designado por Zilch (1959-1960). Por vezes, considera-
do um subgênero de Simpulopsis.

14.24.34. Espécie Eudioptus citrinovitreus (Moricand,


1836)
Concha oval, brilhosa, com estriação tênue; espira obtusa;
lábio cortante, destacando-se o calo parietal. Caracol arborícola.
Localidade-tipo: Salvador, BA. Holótipo: provavelmente no MNHN.

FIGURA 61. Espécimes vivos e conchas em diversas posições. Procedência:


Camaquã, RS.

15. FAMÍLIA ODONTOSTOMIDAE


Concha em geral alongada, ovóide, fusiforme ou cilindróide,
com numerosas voltas lisas ou com listras axiais. A família tem distri-
buição pantropical e inclui muitos gêneros, com predominância na
região Etiópica. Representada por 14 gêneros no Brasil. Gênero-tipo:
Odontostomus Beck, 1837.

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