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E.E.F.

M Profª Liliana Gonzaga Colégio Objetivo de Dracena


Equipe Makernificos 1.0

HORTA EM MANDALA ADUBADA COM


MICRORGANISMOS EFICIENTES, COM CONSÓRCIO DE
PLANTAS REPELENTES PARA O FORTALECIMENTO DE
BORDADURAS.

Dracena/SP
2020
Ana Lívia Salomoni Yakabi, Breno Ruela Sartori, Felipe Crepaldi dos Santos, Gustavo Santa Guimarães, Hugo
Delalibera Valetta, Lívia Lima e Silva Pessoa, Pedro Augusto Ferreira Tolardo.

HORTA EM MANDALA ADUBADA COM


MICRORGANISMOS EFICIENTES, COM CONSÓRCIO DE
PLANTAS REPELENTES PARA O FORTALECIMENTO DE
BORDADURAS.

Trabalho submetido ao
Torneio Brasil de Robótica como
requisito parcial de avaliação na
categoria High, pelo quesito
Mérito Científico.

Técnico: Elis Regina Leal Cavalari

Técnico Auxiliar: Luã Francis Paludetto

Dracena/SP
2020 2
AGRADECIMENTOS
Agradecemos aos Professores, Coordenadores e funcionários do Colégio E.E.F.M
Profª Liliana Gonzaga Colégio Objetivo de Dracena pelo apoio e suporte à realização deste
trabalho, fornecendo condições materiais entre outras para concretizá-lo.
Agradecemos aos profissionais da Universidade Estadual Paulista de Dracena
(UNESP), mais especificamente aos professores Marcela Pagoti Bergamini Lopes, Evandro
Pereira Prado, Ricardo Velludo Gomes de Soutello, Daniel Nicodemo e Maria Gabriela
Fontanetti Rodrigues, pelo compartilhamento de informações e pelas orientações fornecidas a
equipe para a elaboração do trabalho.
Agradecemos ao profissional da Coordenadoria de Defesa Agropecuária de Dracena
(CDA) Hugo José Tozze Júnior, doutor em fitopatologia pela Escola Superior de Agricultura
Luiz de Queiroz/USP pelas orientações de apresentação ao tema Fitossanidade.
Por fim, agradecemos a todos os Membros, Técnicos, Auxiliares, Mentores e
Responsáveis pelo esforço para realização deste trabalho em contrapartida à todas às
adversidades decorrentes a pandemia de COVID-19.

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RESUMO
Na horticultura convencional, a incidência de pragas como pulgões (Hemiptera) e
tripes (Thysanoptera) causam significativos danos às plantações gerando perda de produção, e
prejuízos ambientais devido ao elevado uso de Agroquímicos usados na tentativa de acabar
com as pragas. Por isso, a equipe optou por direcionar as pesquisas a criação de um Sistema
de cultivo, Consorciando diferentes métodos de controle Biológico e Cultural tais como a
Horta em Mandala, Rotação de Cultura, Consórcio de Bordaduras e adubação com Bokashi.

Palavras Chave: Pragas e doenças; Horta em Mandala; Bordaduras; Bokashi.

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ABSTRACT

In conventional horticulture, an incident of pests such as aphids (Hemiptera) and thrips


(Thysanoptera) causes damage to the plantations causing loss of production, and
environmental damage due to the high use of agrochemicals used in an attempt to end the
pests. For this reason, the team opted to direct the researches to the creation of a cultivation
system, doing the consortium of different methods of Biological and Cultural control as
Mandala garden, Crop Rotation, Borders consortium and Bokashi adubation.

Keywords: Pests and diseases; Mandala garden; Borders; Bokashi.

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SUMÁRIO

AGRADECIMENTOS ......................................................................................................... 3

RESUMO ............................................................................................................................... 4

ABSTRACT........................................................................................................................... 5

1. TÍTULO DO TRABALHO ............................................................................................... 7

1.1 DELIMITAÇÃO DO TEMA .................................................................................. 7

1.2 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA .............................................................................. 8

1.3 HIPÓTESES ............................................................................................................ 9

1.4 DEFINIÇÃO DOS OBJETIVOS .......................................................................... 10

1.5 JUSTIFICATIVA .................................................................................................. 11

2. REFERENCIAL TEÓRICO ........................................................................................... 12

3. METODOLOGIA ........................................................................................................... 15

4. RECURSOS UTILIZADOS ........................................................................................... 18

5. CRONOGRAMA ............................................................................................................ 19

6. CONCLUSÃO ................................................................................................................ 20

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................... 21

8. APÊNDICE ..................................................................................................................... 24

9. ANEXOS ........................................................................................................................ 31

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1. TÍTULO DO TRABALHO
Horta em mandala adubada com micro-organismos eficientes, com consórcio de
plantas repelentes para o fortalecimento de bordaduras.

1.1 DELIMITAÇÃO DO TEMA


A Fitossanidade é o ramo da agricultura que estuda os métodos de controle e
prevenção de pragas e ervas daninhas, evitando a disseminação de doenças e reduzindo as
perdas. Entre os estudos da Fitossanidade, existem 5 métodos de controle que englobam
diferentes técnicas de manejo, sendo eles: Biológico; Químico; Cultural; Físico e Genético.
Estima-se que, anualmente, 40% da produção alimentar anual seja perdida devido à
ocorrência de pragas e doenças. A ocorrência acentuada das doenças vegetais se deve às
condições inadequadas de manejo e prevenção aos fitopatógenos. Por tais motivos, a
Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) e o Secretariado do
International Plant Protection Convention (IPPC) uniram seus esforços juntamente à
Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas, declarando 2020 como o ano
internacional da Saúde Vegetal.
A definição do Ano Internacional da Saúde Vegetal vem de encontro às dificuldades
vivenciadas por pequenos produtores, os quais enfrentam diretamente as pragas vegetais.
Entre os ramos mais afetados por pragas, como o pulgão (Hemiptera), está a Horticultura,
uma das principais atividades econômicas da região do Oeste Paulista.
Para diminuir a incidência de pragas nas hortas, o uso de bordaduras demonstrou-se
como uma boa alternativa orgânica e economicamente viável. Porém, esta prática tem rara ou
inadequada utilização. Sendo assim, a necessidade de um sistema economicamente viável,
ambientalmente sustentável e eficaz no combate à pragas e doenças vegetais foram supridas
por um sistema de Horta em Mandala.

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1.2 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA
Quais são as consequências de um manejo inadequado e da falta de atenção necessária
no tratamento e prevenção de pragas e doenças?

Quais prejuízos socioeconômicos as pragas e doenças podem gerar em uma


determinada Região?

De que forma o Consórcio de Bordaduras, o uso de Tecnologia, e a Rotação de


Cultura podem amenizar as dificuldades enfrentadas pelos pequenos produtores?

Quais são as bordaduras mais eficientes e como elas podem ajudar uma lavoura?

Quais são os benefícios da Horta em Mandala em relação à horticultura convencional?

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1.3 HIPÓTESES
O manejo inadequado e a falta de atenção necessária no tratamento e prevenção de
pragas e doenças podem ocasionar degradação do meio ambiente como a exaustão do solo,
gerando gastos relacionados à necessidade de revitalização da lavoura. Além disso, o
desequilíbrio ambiental, proveniente da utilização em massa de agrotóxicos, pode levar à
contaminação de sistemas hídricos e dos lençóis freáticos de determinada região, trazendo
assim, inúmeras consequências para todo o ecossistema local.
As pragas e doenças podem gerar prejuízos tal como à perda significativa da colheita,
ocasionando uma oferta reduzida no mercado e, consequentemente, um aumento dos preços
ao consumidor.
O Consórcio de Bordaduras pode amenizar as dificuldades enfrentadas pelos pequenos
produtores através do fortalecimento que as plantas promovem entre si, evitando o uso de
produtos agroquímicos. Já a Rotação de Cultura trabalha contra a exaustão do solo, devido ao
acúmulo e à diversificação de nutrientes presentes neste. Além disso, a Tecnologia tem a
função de facilitar o manejo da horta, fornecendo ferramentas como o sensor de umidade e
temporizadores para uma irrigação adequada e automatizada.
Às Bordaduras mais eficazes e úteis nas hortas são ervas aromáticas como o Coentro
(Coriandrum sativum) e o Manjericão (Ocimum basilicum), Flores como o Cravo-de-defunto
(Tagetes erecta), e Leguminosas como a Crotalária (Crotalaria juncea); as Ervas Aromáticas
agem na atração de inimigos naturais das pragas através de seu aroma forte, as Flores
desempenham função de nematocida, atuando contra os nematoides presentes na horta e, por
fim, as Leguminosas são eficazes para a adubação verde e servem como quebra vento para
culturas de pequeno porte devido à sua altura mais elevada.
A Horta em Mandala se diferencia de uma horta comum por ser eficaz no
aproveitamento de espaço, facilitando as técnicas de rotação de cultura e consórcio de
bordaduras.

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1.4 DEFINIÇÃO DOS OBJETIVOS
Objetivos Gerais:

Analisar os impactos socioeconômicos e ambientais causados pelo uso inadequado dos


métodos de controle pragas e doenças.

Compreender a importância de plantas repelentes em uma horticultura como meio de


proteção a eventuais patógenos.

Criar um sistema eficiente e sustentável que promova a união de diferentes métodos de


prevenção com objetivo de reduzir impactos ecológicos causados pelos agroquímicos.

Objetivos Específicos:

Identificar os impactos socioeconômicos e ambientais.

Especificar as causas de tais impactos anteriormente citados.

Apontar as principais pragas e doenças da região.

Conceituar o que são plantas repelentes.

Enumerar os seus benefícios.

Explicar como uma planta repelente serve como meio de proteção a eventuais
patógenos.

Selecionar as plantas mais eficientes a serem usadas no sistema.

Relacionar os diferentes métodos de prevenção com aumento da produtividade e a


diminuição do uso de agrotóxicos.

Citar a importância da pluralidade de métodos de controle para o aumento da eficácia


da horta.

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1.5 JUSTIFICATIVA
A escolha da Horta em Mandala se deu após pesquisas a cerca de um sistema que se
encaixasse com as necessidades dos produtores da região e ao crescente problema de
infestações de pragas e doenças causado pelo manejo inadequado das Hortas. Foi levado
também em consideração para a escolha da pesquisa, o fato que a Horta em Mandala pode ser
composta de diversas maneiras, podendo contar, inclusive, com mais de um método de
controle de pragas e doenças.
Dentre seus benefícios, a Horta em Mandala se diferencia da horticultura
convencional, pois se torna acessível aos pequenos agricultores devido a seu alto
aproveitamento em pequenos espaços e ao seu baixo custo, contanto também, com o
programa Produção Agroecológica Integrada e Sustentável (PAIS), desenvolvido pelo
SEBRAE, promovendo a inclusão social e a geração de renda para comunidades do campo.
Devido seu formato circular, pode-se compor a Horta em Mandala de inúmeras
maneiras diferentes, consorciado diferentes culturas e adotando diversos métodos de manejo.
Nesse aspecto, a adoção de tratos culturais como a adubação com Micro-organismos
eficientes e a Rotação de Cultura também foi abordada pela Equipe, pois visam o equilíbrio
do solo evitando a incidência de pragas e doenças nas culturas cultivadas.
Por fim, a equipe adotou um sistema simples de Irrigação tecnológica, constituído de
um Sensor de umidade e Temperatura e um Microcontrolador. O sistema consiste na leitura
dos dados dos Sensores, e dependendo dos resultados, o Microcontrolador aciona a bomba de
água, fazendo assim a irrigação da Horta.

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2. REFERENCIAL TEÓRICO
HORTA EM MANDALA

O Sistema Mandala consiste no consórcio de produção agrícola bastante difundido em


pequenas comunidades rurais, cujo objetivo principal é diversificar as atividades agrícolas
com a finalidade de melhorar o padrão alimentar das famílias e aumentar a renda através da
introdução de tecnologia apropriada de baixo custo de produção. (ABREU et al, 2010)
Foi desenvolvido pelo Dr. Willy Pessoa Rodrigues com o propósito de viabilizar a
produção de alimentos de maneira sustentável em regiões semiáridas, visando garantir o
sustento das famílias de pequenos produtores, em uma área pequena e com poucos recursos,
conseguindo assim assegurar comida e renda para o agricultor. O Sistema Mandala ou Projeto
Holístico de Produção e Sustentabilidade Ambiental Mandala é baseado na filosofia indiana, e
caracteriza-se por ser um sistema de irrigação comunitária baseado em canteiros ao redor de
uma fonte de água. Trata-se de um processo modular onde, com baixo custo, inicia a
produção no primeiro círculo, e somente quando ele estiver produzindo, inicia o processo nos
outros círculos até chegar ao último. (MARTINS, et al, 2012)
Os três primeiros círculos são denominados “Círculo de Melhoria da Qualidade de
Vida Ambiental”, e destina-se ao cultivo de hortaliças e plantas medicinais, atendendo às
necessidades de subsistência da família. Os cinco anéis seguintes formam os “Círculos da
Produtividade Econômica”, e se destinam a culturas complementares diversas, cuja produção
em maior escala permite criar excedente para comercialização, gerando renda para o
agricultor. O último anel da Mandala é denominado “Círculo do Equilíbrio Ambiental” e
destina-se à proteção do sistema, com cercas vivas e quebra-ventos, como forma de melhorar
a produtividade, além da oferta dos nutrientes necessários à recuperação do solo. (ABREU et
al, 2010)

CONSÓRCIO

Em cultivo orgânico de hortaliças, assim como no convencional, ocorrem variadas


pragas. Entre elas estão pulgões, tripes, lagartas, moscas-minadoras e os ácaros. Para
minimizar os problemas com as pragas na cultura da alface, uma das principais
recomendações é a da recuperação da biodiversidade, perdida ou minimizada pelas
monoculturas. (ZACHÉ, 2009)

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De acordo com a abordagem conservativa, a diversificação ambiental é um dos
principais componentes a serem manejados para suprimir as populações de insetos pragas das
hortaliças. (ALTIERI et al., 2003)
Talvez uma das melhores estratégias para promover a correta diversificação do
sistema orgânico e aumentar a eficiência de predadores e parasitóides seja a manipulação dos
recursos alimentares não-alvo, hospedeiro e presas alternativas, pólen e néctar. Plantas
floríferas silvestres cultivadas em faixa podem aumentar o nível populacional de herbívoros
não-praga, proporcionando recursos alimentares alternativos para o crescimento populacional
de inimigos naturais. (RABB et al., 1976; ALTIERI, 1984)
O cravo-de-defunto (Tagetes spp. Linneaus 1753), como planta atrativa em
intercultivo com olerícolas, vem demonstrando reduzir de afídeos, nematoides, mosca-branca
e plantas contaminadas com vírus, bem como pode favorecer um aumento da produção.
(MARTOWO, ROHAMA, 1987; ABID, MAGBOOL, 1990; MEJIA E GOMES, 1995)

BOKASHI

O Bokashi é uma mistura balanceada de matérias orgânicas de origem vegetal e/ou


animal, submetidas a processo de fermentação controlada. Seu uso é uma técnica muito antiga
no Japão, trazida e adaptada ao Brasil no final da década de 80 por imigrantes japoneses. A
fermentação que ocorre na elaboração do Bokashi é predominantemente láctica, porém
ocorrem, simultaneamente, em pequenas proporções, as fermentações acética, alcoólica,
propiônica e butírica. Os nutrientes do Bokashi são disponibilizados sob a forma de quelatos
orgânicos, ou seja, estão presos nas estruturas orgânicas e têm a vantagem de não se perderem
facilmente por volatilização ou lixiviação após a aplicação. 6 A ação mais importante do
Bokashi, entretanto, é introduzir microrganismos benéficos no solo, que desencadeiam um
processo de fermentação na biomassa disponível, proporcionando rapidamente condições
favoráveis à multiplicação e atuação da microbiota benéfica existente no solo, como fungos,
bactérias, actinomicetos, micorrizas e fixadores de nitrogênio, que fazem parte do processo
complexo da nutrição vegetal equilibrada e da construção da sanidade das plantas e do próprio
solo. Embora as matérias-primas para a produção do Bokashi possam ter alto custo por kg, ele
geralmente é aplicado em baixas dosagens, na ordem de 2 a 3 toneladas por hectare, o que
corresponde a 200 a 300 gramas por m², pois sua atuação não é somente na nutrição direta da
planta e sim indireta, através do incentivo à vida do solo que promove a ciclagem de
nutrientes e sua liberação para a nutrição das plantas. Nessas dosagens, aliada ao manejo da

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biomassa produzida no próprio local, a técnica do Bokashi torna-se altamente sustentável e
economicamente viável. (SIQUEIRA, SIQUEIRA, 2013)

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3. METODOLOGIA
Devido às adversidades provenientes da pandemia de COVID-19, não se pôde realizar
um projeto prático de pesquisa. Sendo assim, grande parte da pesquisa científica foi
fundamentada e elaborada de forma virtual pelos integrantes da equipe, utilizando plataformas
de reuniões digitais como Google Meet, Discord e Zoom.
Após entrevistas realizadas com profissionais da agricultura e produtores da região
acerca do tema, a equipe definiu que o problema a ser solucionado se tratava do uso
inexistente ou inadequado de métodos biológicos e culturais de controle contra pragas e
doenças. Diante disso, direcionou-se a pesquisa para criação de um sistema orgânico acessível
e eficaz à pequenos horticultores no combate à fitopatógenos.
Aproveitando-se da presença de uma Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA)
na cidade de Dracena/SP, a equipe entrou em contato com membros da coordenadoria,
visando a coleta de explicações e dados sobre o tema. Também, foram contatados membros
da Universidade Estadual Paulista de Dracena (UNESP) com o mesmo intuito. E, por fim,
pesquisas desenvolvidas com o uso de plataformas digitais como o Google Acadêmico foram
realizadas, tomando como base artigos de órgãos respeitados como a EMBRAPA.
No começo do mês de Abril a equipe deu inicio ao processo de pesquisa, as primeiras
hipóteses idealizadas foram direcionadas ao estudo de problemas enfrentados por produtores
de acerola e uva, pois estas são cultivadas tradicionalmente em uma cidade da região, a cidade
de Junqueirópolis. Porém, ao não encontrarmos problemas suficientes para a elaboração de
uma pesquisa detalhada, o objeto de estudo da pesquisa foi mudado para cultura da Laranja,
tradicional em uma região vizinha (Araçatuba-SP) e com projetos já em desenvolvimento no
campus da UNESP de nossa cidade.
Entretanto, a equipe demonstrou insegurança na propositura do tema de nossa
categoria e optou por realizar mais reuniões com profissionais da área da Agricultura. Em
uma dessas reuniões realizada com os professores Evandro Pereira Prado e Marcela Pagoti
Bergamini Lopes, foi-nos apontada a carência do suporte tecnológico para pequenos
produtores no ramo Agrícola de nossa região. Assim concluímos que uma possível solução
para este problema seria a elaboração de um Software que fornecesse todo o suporte
necessário para melhoria das técnicas de manejo no campo, promovendo o uso sustentável e
ambientalmente correto das técnicas de controle biológico e cultural.

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Contudo, entendemos que a solução apresentada pela equipe não contemplava todos os
parâmetros de pesquisas requeridos pelo Torneio, além de ser de difícil execução devido ao
alto nível de tecnologia e conhecimento necessários para idealização do Software proposto.
Sendo assim, reiniciamos o processo de pesquisa estudando as principais culturas da região.
Com a prática recorrente de Horticultura na região do Oeste Paulista, seja em pequena
ou larga escala, a escolha do objeto de estudo foi voltada para esta área em consequência de
sua altíssima importância econômica. Mais especificamente, escolheram-se culturas muito
presentes na culinária brasileira e de alta produção regional, sendo elas: Alface (Lactuca
sativa); Couve (Brassica oleracea); Almeirão (Cichorium intybus) e Cenoura (Daucus carota
subsp. sativus). E para vossas respectivas proteções, optou-se pela utilização de: Coentro
(Coriandrum sativum); Manjericão (Ocimum basilicum); Crotalária (Crotalaria juncea) e
Cravo-de-Defunto (Tagetes erecta) como bordaduras.
Desta forma, elaborou-se um sistema que integrasse sustentabilidade ambiental,
eficácia no combate a pragas e doenças, viabilidade econômica e adaptabilidade à pequenas
propriedades. O sistema utilizaria como base o formato da Horta em Mandala, sistema de
cultivo já existente no ramo da agricultura e que consiste em canteiros circulares com a
intercalação de diferentes culturas.
Além disso, o consórcio com plantas repelentes e o uso destas como bordaduras é
justificado por seus efeitos sob as culturas principais. O Cravo-de-Defunto (Tagetes erecta), o
Coentro (Coriandrum sativum), o Manjericão (Ocimum basilicum) servem para a atração de
parasitóides, inimigos naturais dos insetos sugadores (Pulgões e Tripes). Outra função do
Cravo-de-Defunto (Tagetes erecta) é a inibição do desenvolvimento de nematoides, por seu
caráter nematocida. E, por fim, a Crotalária (Crotalaria juncea) promove a adubação verde do
solo, além de servir como quebra-vento por seu porte elevado em relação às demais culturas.
Outrossim, os microrganismos eficientes provenientes da adubação com Bokashi
promovem a proteção das plantas através do aumento da competição no solo, desfavorecendo
possíveis patógenos, além de promoverem a nutrição da planta através da troca de substrato
entre esta e o solo. Ainda, um sistema de irrigação automatizado com o uso de sensores de
umidade do solo, de temperatura e de um microcontrolador aumenta a eficiência da irrigação
por gotejamento através de mangueiras nos canteiros, ocasionando a economia de água e
aumentando a rentabilidade do projeto.

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Com todas as funcionalidades anteriormente descritas, o sistema conseguiria, de forma
eficiente, reduzir a incidência de fitopatógenos na horta, através do fortalecimento do solo e
das bordaduras. Sendo, também, rentável e economicamente viável aos pequenos
horticultores.

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4. RECURSOS UTILIZADOS
A Equipe não utilizou nenhum dos respectivos recursos referidos nas regras do
Torneio, são eles: Recursos Humanos; Diárias; Material; Serviços e Equipamentos.

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5. CRONOGRAMA

Figura 1 - Cronograma Equipe Makernificos 1.0 – 2020.

Fonte: Makernificos (2020).

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6. CONCLUSÃO
Pontuadas as hipóteses, a equipe concluiu que, com a adequação do sistema proposto,
suprimiria-se danos ambientais provenientes do uso e manejo inadequados de agroquímicos e,
também, as perdas provenientes de pragas e doenças, devido à utilização exclusiva de
métodos de controle culturais e biológicos. Além disso, a importância da adequação de
métodos como Consórcio de bordaduras, Rotação de Cultura e a Irrigação automatizada
mostraram-se eficientes no fortalecimento das plantas da horta, pois promoveram entre elas
uma relação de protocooperação e, para o agricultor, a facilitação dos cuidados de manejo.
Além, claro, de oferecer praticidade no manejo diário.
As bordaduras utilizadas no sistema demonstram-se eficazes, sendo que as ervas
aromáticas, tais como o Manjericão (Ocimum basilicum) e o Coentro ( Coriandrum sativum),
e as flores, como o Cravo-de-Defunto (Tagetes erecta) tem função de atração de parasitóides,
inimigos naturais dos afídeos. O Cravo-de-Defunto (Tagetes erecta) possui função
nematocida, atuando contra os nematoides presentes na horta e a Crotalária promove a
adubação verde e atua como quebra-vento devido ao seu porte elevado em relação às demais
culturas.
Além disso, a Horta em Mandala é um sistema eficaz no aproveitamento de espaço, no
manejo contra fitopatógenos e com um baixo custo. Sendo assim, o sistema proposto se torna
acessível aos pequenos produtores, reduzindo os problemas advindos do uso exagerado de
defensivos químicos, da incidência elevada de pragas e dos altos custos dos métodos de
manejo tradicionais. Ainda, a rentabilidade do projeto se torna maior devido à existência do
programa de Produção Agroecológica Integrada e Sustentável (PAIS), que fornece os
materiais necessários para a construção, e ao uso do sistema de irrigação automatizada que
promove a redução de gastos elevados de água.

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7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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8Lactuca%20sativa%29%20atrav%C3%A9s%20do%20uso%20de%20cravo-de-
defunto%20%28Tagetes%20erecta%29%20como%20planta%20atrativa.pdf Acesso em:
Setembro de 2020.

MARTINS, R. K. et. al. O Sistema Mandala de Produção de Alimentos: Uma


Estratégia para o Desenvolvimento da Agricultura Familiar. p 16. Uberlândia, 2012
Disponível em: http://www.lagea.ig.ufu.br/xx1enga/anais_enga_2012/eixos/1397_1.pdf
Acesso em: Setembro de 2020.

23
8. APÊNDICE
Apêndice A - Pesquisa de Campo realizada na Coordenadoria de Defesa Agropecuária
de Dracena/SP, com o Doutor em fitopatologia pela Escola Superior de Agricultura Luiz de
Queiroz/USP, Hugo José Tozze Júnior. Observação: Foto tirada antes do Decreto de
Isolamento Social.

Figura 2 - Pesquisa de Campo - Coordenadoria de Defesa Agropecuária de Dracena/SP

Fonte: Makernificos (2020).

Apêndice B - Pesquisa de Campo realizada seguindo os protocolos de prevenção ao


Coronavírus, na Feira Livre de Dracena/SP.

Figura 3 - Pesquisa de Campo - Feira Livre de Dracena/SP.

Fonte: Makernificos (2020)

24
Apêndice C - Pesquisa de Campo realizada seguindo os protocolos de prevenção ao
Coronavírus, no Supermercado Bahia de Dracena/SP.

Figura 4 - Pesquisa de Campo - Supermercado Bahia de Dracena/SP.

Fonte: Makernificos (2020).

Apêndice D - Pesquisa de Campo realizada seguindo os protocolos de prevenção ao


Coronavírus, no Supermercado Troyano Mais de Dracena/SP.

Figura 5 - Pesquisa de Campo - Supermercado Troyano Mais de Dracena/SP.

Fonte: Makernificos (2020).

25
Apêndice E - Esquema de Horta em Mandala criada pelos integrantes da equipe para
apresentação do projeto.

Figura 6 - Horta em Mandala Esquematizada - Completa

Fonte: Makernificos (2020).

Apêndice F - Esquema de Horta em Mandala relacionada às bordaduras criada pelos


integrantes da equipe para apresentação do projeto.

Figura 7 - Horta em Mandala Esquematizada - Somente Bordaduras

Fonte: Makernificos (2020).

26
Apêndice G – Irrigação Tecnologia, Sensor de temperatura e Umidade.

Figura 8 - Irrigação Tecnológica - Sensor.

Fonte: Makernificos (2020).

Apêndice H – Irrigação Tecnologia, Microcontrolador.

Figura 9 - Irrigação Tecnologia - Microcontrolador

Fonte: Makernificos (2020).

27
Apêndice I – Tabela criada pelos integrantes que relaciona as culturas com suas pragas
e bordaduras.

Figura 10 - Tabela de Culturas, Pragas e Bordaduras.

Fonte: Makernificos (2020).

Apêndice J – Esquema de mapas criado por integrantes que localiza nossa região (Oeste
Paulista) no estado de SP.

Figura 11 - Nossa Região - Oeste Paulista.

Fonte: Makernificos (2020).

28
Apêndice K – Planta baixa das dimensões da horta em mandala

Figura 12 – Planta baixa com dimensões da Horta em Mandala.

Fonte: Makernificos (2020).

Apêndice L – Foto de Capa do projeto AgroApp.

Figura 13 - Capa do Projeto AgroApp.

Fonte: Makernificos (2020).

29
Figura 14 -- Layout principal do Projeto AgroApp.

Fonte: Makernificos (2020).

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9. ANEXOS
Anexo 1 - Trabalho como base para comprovação de pesquisa. Disponível em:
http://www.cfp.ufcg.edu.br/geo/monografias/FERNANDA%20SICUPIRA%20DE%20SOUS
A.pdf. Acesso em: Setembro de 2020.

Anexo 2 - Imagem representativa de um sistema de horta em mandala.

Figura 15 - Imagem representativa de uma horta em mandala real irrigada com aspersor.

Fonte: Viveiro Viçosa (2019).

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