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CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DOS CAMPOS GERAIS

FACULDADES INTEGRADAS DOS CAMPOS GERAIS CURSO DE


AGRONOMIA

LAÉRCIO MACHADO NOVAKOSKI


ROBSON DONATO COELHO

CRESCIMENTO RADICULAR DA ALFACE


AMERICANA (Lactuca sativa) SOB DIFERENTES
CONCENTRAÇÕES DE PÓ DE ROCHA E
ORGANOMINERAL

Ponta Grossa
2022
LAÉRCIO MACHADO NOVAKOSKI
ROBSON DONATO COELHO

CRESCIMENTO RADICULAR DA ALFACE


AMERICANA (Lactuca sativa) SOB DIFERENTES
CONCENTRAÇÕES DE PO DE ROCHA E
ORGANOMINERAL

Monografia apresentada como requisito parcial


para aprovação na disciplina de TCC II do Curso
Superior de Agronomia do Centro de Ensino
Superior dos Campos Gerais.
Orientador (a): Michele Cristina Lang.
Ponta Grossa
2022
AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradecemos a Deus, que nos guiou nessa jornada, e que ele
continue conosco em quaisquer momentos de alegria e dificuldades, para que
possamos sempre desempenhar um ótimo trabalho com sabedoria e dedicação.
Agradecemos a nossas famílias, que nos apoiaram desde os passos iniciais
da minha educação até o momento.
A todos nossos amigos, parentes e todas as outras pessoas que de uma
forma ou outra estiveram envolvidas, dando forças e apoio para que continuasse
mesmo nos momentos mais difíceis.
A professora Me. Michele Cristina Lang, nossa orientadora, pela excelência
científica, ensinamentos e disponibilidade.
Agradecemos aos professores que dedicaram seu tempo para ensinar,
orientar e até mesmo pelas palavras amigas durante toda a graduação
‘’Tudo o que você semeia, cedo ou tarde terá que colher. A vida é um plantio.
Escolhas as sementes com sabedoria’.’ Gálatas 6.6-7
RESUMO

NOVAKOSKI; COELHO. Crescimento radicular da alface americana (Lactuca sativa)


sob diferentes concentrações de pó de rocha e organomineral. 2022. Trabalho de
Conclusão de Curso Superior de Agronomia – Centro de Ensino Superior dos
Campos Gerais, Ponta Grossa, 2022.

A utilização de pó de rocha como fonte de fertilizante mineral alternativo vem sendo


estudado para reduzir a dependência do mercado internacional. Uma de suas
vantagens é o baixo custo, sendo considerado um subproduto da mineração com
baixa utilização. O presente trabalho objetivou verificar as diferentes concentrações
de pó de rocha em um solo classificado como latossolo vermelho distrófico sobre o
crescimento radicular da alface americana (Lactuca sativa). O experimento foi
conduzido nas dependências da Fazenda Escola do Centro de Ensino Superior dos
Campos Gerais – CESCAGE, situada na cidade de Ponta Grossa – PR. O trabalho
foi realizado em um delineamento de blocos aleatorizados, composto por 8
tratamentos com 4 repetições. Os tratamentos testados foram T1- solo sem
adubação. T2- 1,5 ml de ácido húmico; T3- 500g de pó de rocha; T4- 1,5 ml de ácido
húmico + 500g de pó de rocha; T5- 1,5 ml de ácido húmico + 750g de pó de rocha;
T6- 1,5 ml de ácido húmico + 1000g de pó de rocha; T7- 1,5ml de ácido húmico +
1250g de pó de rocha; T8- 1,5ml de ácido húmico + 1500g de pó de rocha. Foram
determinados a massa seca, volume das raízes e o comprimento maior da raiz. O
uso de pó de rocha no período e nas condições testadas não beneficiou o
crescimento radicular.

Palavras-chave: Rochagem. Ácido húmico. Crescimento radicular. Lactuca sativa


ABSTRACT

NOVAKOSKI; COELHO. Root growth of iceberg lettuce (Lactuca sativa) under


different concentrations of rock dust and organomineral. 2022. Trabalho de
Conclusão de Curso Superior de Agronomia – Centro de Ensino Superior dos
Campos Gerais, Ponta Grossa, 2022.

The use of rock rock as a source of alternative mineral fertilizer has been studied
internationally to reduce dependence on the alternative market. One of its
advantages is its low cost, being considered a by-product of mining with low
utilization. The present objective work is recognized as differences in the growth of
rock dust in a growing soil such as the root growth of American alpha (Lactuca
sativa). The experiment was located in the Dependencies Center of the Escola
Superior dos Campos Gerais Farm – CESCAGE located in the city of Ponta Grossa
– PR. The work was carried out in a randomized block design, consisting of 8
treatments with 4 replications. The treatments tested were T1- soil without
fertilization. T2 - 1.5 ml humic acid; T3- 500g of rock powder; T4- 1.5 ml of humic
acid + 500g of rock powder; T5- 1.5 ml of humic acid + 750g of rock powder; T6- 1.5
ml of humic acid + 1000g of rock powder; T7- 1.5ml of humic acid + 1250g of rock
powder; T8- 1.5ml of humic acid + 1500g of rock powder. Dry mass, root volume and
longest root length were determined. The use of rock powder in the period and in the
experimental conditions did not benefit root growth.

Keywords: Rocking. Humic acid. Root growth. Lactuca sativa


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.......................................................................................................8

2 OBJETIVO.............................................................................................................9

2.1 OBJETIVO GERAL............................................................................................9


2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS.............................................................................9

3 REFERENCIAL TEÓRICO....................................................................................9

3.1 ALFACE (LACTUCA SATIVA L.): CONSIDERAÇÕES INICIAIS............................9


3.2 DADOS DE PRODUÇÃO: IMPORTÂNCIA ECONÔMICA DA CULTURA DE
ALFACE.................................................................................................................10
3.3 DADOS FITOTÉCNICOS, CICLO DE VIDA E COLHEITA..............................11
3.4 MANEJO DE SISTEMAS DE CULTIVO E CONTROLE DE PRAGAS............12
3.5 NUTRIÇÃO DA CULTURA DA ALFACE: UMA PERSPECTIVA SOBRE O
USO DA TÉCNICA DE ROCHAGEM....................................................................14

4 MATERIAL E MÉTODOS....................................................................................15

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO..........................................................................19

5.1 MASSA SECA DE RAÍZES.............................................................................19


5.2 COMPRIMENTO DA MAIOR RAIZ.................................................................20
5.3 VOLUME RADICULAR....................................................................................23

6 CONCLUSÃO......................................................................................................25

REFERÊNCIAS......................................................................................................26
8

1 INTRODUÇÃO

A cultura da alface é uma das mais produzidas dentro do contexto de


olerícolas, principalmente com seu uso destinado ao comércio alimentício, como por
exemplo fast-foods. Uma das principais variedades destinadas a esse uso é a alface
americana, por apresentar uma característica de corânica em suas folhas (SOUZA,
2015).
A alface é uma cultura muito exigente em nutrientes, sendo necessário além
da adubação com NPK, a utilização de adubos orgânicos para atender a demanda
nutricional das plantas (YURI et al., 2016).
Muito dos adubos orgânicos utilizados na produção de olerícolas vem de
dejetos animais, um exemplo corriqueiro é o esterco, que pode ser tanto o bovino,
suíno, avícola etc. Há, além disso, a existência dos fertilizantes organominerais, que
são uma combinação do adubo orgânico com uma outra fonte mineral, isso muitas
vezes tem a vantagem de ser tratado e apresentar um produto mais estável e
uniforme; além de apresentar uma melhor aparência para ser vendido do que o
popular esterco (ALMEIDA et al., 2018).
A busca por fontes fertilizantes alternativas ao NPK, se tornou comum na
agricultura, após a demanda por fertilizantes de primeira linha aumentarem e
consequentemente o preço desses produtos ficarem muito altos e até inviáveis para
alguns produtores, principalmente para os de agricultura de subsistência.
Uma das alternativas que pode ser utilizada é o pó de rocha, que nada mais é
do que um subproduto do processo de britagem de alguns tipos de rochas; que
passou a ser utilizado na agricultura após a demanda de fontes mais viáveis
economicamente e sustentáveis ao ambiente, mantendo uma eficiência próxima ou
até mesmo superior aos fertilizantes convencionais (DALCIN et al., 2018).
Diante deste contexto, o presente trabalho tem como objetivo avaliar a
eficiência do uso do pó de rocha e fertilizante organomineral no crescimento
radicular na cultura da alface americana, através do uso de diferentes dosagens de
pó de rocha com ou sem o fertilizante organomineral.
9

2 OBJETIVO

2.1 OBJETIVO GERAL

Avaliar se o uso de doses crescente de pó de rocha associado a fertilizante


organomineral, proporcionam aumento no crescimento radicular na cultura da alface
americana.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

 Avaliar massa seca de raiz de alface produzidas sob diferentes doses


de pó de rocha com ou sem fertilizante organomineral.
 Avaliar volume de raiz de alface produzidas sob diferentes doses de pó
de rocha com ou sem fertilizante organomineral.
 Avaliar comprimento maior de raiz de alface produzidas sob diferentes
doses de pó de rocha com ou sem fertilizante organomineral.

3 REFERENCIAL TEÓRICO

3.1 ALFACE (Lactuca sativa L.): CONSIDERAÇÕES INICIAIS

A alface (Lactuca sativa L.) é uma planta de sazonalidade anual, com origem
em regiões mediterrâneas com clima caracteristicamente temperado, pertence à
família Asteraceae, sendo uma das hortaliças mais populares disseminadas e
consumidas in natura no Brasil e no mundo, apresentando importante relevância
econômica. Praticamente todas as cultivares de alface acabam se desenvolvendo
bem em climas amenos e controlados, sobretudo no período de crescimento
vegetativo1 (HENZ, SUINAGA, 2009).
As espécies da família Asteraceae possuem hábito de crescimento
caracteristicamente herbáceo, caule frágil e pequeno, ao qual ficam presas as
folhas, geralmente amplas e se desenvolvem em um formato de roseta, podendo

1
“O crescimento vegetativo que finda com o início do pendão floral é uma das fases mais
importantes na produção da alface (Lactuca sativa L.). Durante a fase vegetativa, a maior parte dos
foto assimilados é direcionada à área foliar” (LOPES et al., 2007, p. 1451). 
10

apresentá-las lisas ou crespas, formando ou não uma “cabeça”, e colorações em


variadas tonalidades de verde ou roxa, a depender do cultivar analisado (SILVA,
2018).
Henz e Suinaga (2009) apontam que, no caso de localidades com
temperaturas mais elevadas, há aceleração no ciclo cultural e, a depender do
genótipo, pode ocasionar retrocessos no desenvolvimento das plantas, gerando
exemplares menores pelo fato de que o pendoamento 2 ocorre de forma mais
precoce.
Além disso, os autores Henz e Suinaga (2009) trazem em seu estudo uma
classificação geral dos tipos de culturas de alface mais comuns no Brasil e suas
principais características, a saber, existem: alface repolhuda lisa, com folhas
delicadas e macias, leves nervuras, oleosidade natural e cabeça compacta; alface
repolhuda crespa, popularmente conhecida como americana, com folhagem
consistente e crocante, além de cabeça grande e bem mais compacta, folhas mais
unidas e próximas; alface solta lisa, folhas mais delicadas, não forma cabeça bem
definida; alface solta crespa (verde e roxa), folhagem grande, com textura macia e
consistente, sem formação de cabeça; e, por fim, alface tipo romana, semelhante à
acelga, apresenta formato de cone e folhas longas, mais duras e com nervuras
claras bem definidas.

3.2 DADOS DE PRODUÇÃO: IMPORTÂNCIA ECONÔMICA DA CULTURA DE


ALFACE

Historicamente, os primeiros relatos do plantio da cultura da alface surgiram


no Egito, mais especificamente nos hieroglifos encontrados nas paredes dos
túmulos egípcios em 4.500 a.C., aqui a representação era semelhante à tipologia
cultivar romana, com folhas lanceoladas e pontudas, nesta época a utilizavam como
forrageira e realizavam a extração do óleo das sementes (SANTOS, 2016).
Do Egito, o cultivo foi se difundido para Grécia e Roma. Com o advento de
descoberta do Novo Mundo, a cultura da alface foi se espalhando de maneira rápida

2
“O pendoamento é um processo natural da alface para completar seu ciclo de vida,
marcando a transição da fase vegetativa para a fase reprodutiva, quando a planta sofre
transformações na sua morfologia e metabolismo, e emite seu botão floral, processo natural da
espécie, mas indesejável para o produtor em uma plantação comercial” (SILVA, OLIVEIRA, LEMES,
2018, p. 1).
11

e, em 1647, já existia plantio no Brasil. É importante destacar que a forma ancestral


da alface, Lactuca serriola, foi encontrada no Mediterrâneo, na Ásia central, no norte
da China e no Nepal (SANTOS, 2016).
O maior produtor mundial de alface é a China, produzindo cerca de 23,6
milhões de toneladas (compreendendo 52% da produção mundial), seguido dos
Estados Unidos e da Índia. No Brasil, a produtividade atinge 1,5 milhão de
toneladas, com plantio principalmente concentrado na região centro-sul (PESSOA,
MACHADO JUNIOR, 2021).
Ainda em território nacional, observa-se que São Paulo é o maior estado
produtor e consumidor do País, possuindo uma produção de aproximadamente 137
mil toneladas distribuídas em 8 mil hectares de propriedades; seguido do Paraná,
com 54 mil toneladas produzidas em 2.845 ha e Minas Gerais, com 18 mil toneladas
dispostas em 1.192 ha. Em valores totais, a área ocupada pelo plantio de alface
chega a ultrapassar 86,8 mil hectares com 670 mil produtores, produzindo um
volume médio de 575,5 mil toneladas (PESSOA, MACHADO JUNIOR, 2021).
Ademais, a ABCSEM (2013), evidencia que a cultura da alface varejista
compreende uma movimentação, média, de 8 bilhões de reais, com produção de
cerca de 1,5 milhão de toneladas anuais. A quantidade de estabelecimentos
produtores brasileiros de alface, em concordância com o Censo Agropecuário de
2017, é de 108.603, produzindo 908.186 toneladas por ano (IBGE, 2017).
A movimentação financeira total das hortaliças no Brasil, observa-se o
alcance do montante de 19,03 bilhões de dólares, o CNA (2017) ainda comenta que
o Produto Interno Bruto (PIB) hortigranjeiro calcula-se em cerca de 5,3 bilhões de
dólares. Desta feita, numa perspectiva global, denota-se que o setor de hortaliças,
conhecido popularmente como salad business, pode comportar-se enquanto solução
passível do desafio de alimentar até 9 bilhões de pessoas no ano de 2050, tomando
como foco uma dieta com mais alimentos vegetais, além promover redução no
desperdício de alimentos, que já se encontram na ordem de 30 a 40% (CNA, 2017;
2020).

3.3 DADOS FITOTÉCNICOS, CICLO DE VIDA E COLHEITA

Características filotécnicas dizem respeito a informações como pesos total e


comercial (g); número de folhas (considerando os exemplares de folhagens acima
12

de 5 cm); a altura e largura das plantas (cm); e o comprimento e diâmetro do caule e


da cabeça (SUINAGA et al., 2014). Generalizando os dados sobre a alface, uma vez
que cada cultivar terá sua especificidade, pode-se recorrer aos dados dispostos por
Filgueira (2013), compreendendo que, caracteristicamente, o sistema radicular é
ramificado e baixo, alcança comprimento médio de 30cm, diâmetro médio da cabeça
de 25cm e média de 30 folhas por exemplar.
Conforme disposto em Circular Técnica da Embrapa (2018), o ciclo produtivo
da alface apresenta variância em conformidade com as condições climáticas que se
apresentam em cada local de plantio, chegando a 35 dias nas regiões de climas
mais quentes e de 45 dias em épocas frias. O ciclo pode ter precocidade com, em
média de 4 a 6 dias, o que proporciona economia de água na produção e não requer
adubação especial quando em solos com pH correta e previamente corrigido.
No campo, o ciclo varia de 65 a 80 dias, da semeadura à colheita, por sua
vez, em ambientes fechados de estufa, o período é reduzido, compreendendo 45 a
50 dias. Colhe-se cortado o caule na base logo que a planta atinja seu máximo
desenvolvimento, a colheita antes do tempo adequado pode deixar gosto amargo
residual nas folhas, fazendo com que ela perca seu valor comercial (FILGUEIRA,
2013).
Ainda sobre a colheita, observa-se que pode ser efetuada quando a planta ou
"cabeça" atinge seu desenvolvimento máximo, com suas folhas tenras e sem indicar
pendão floral (pendoamento), sendo realizada entre 50 e 70 dias após o momento
da semeadura, é manual e deve-se cortar as plantas na linha logo abaixo das folhas
basais (saia) (IAC, 2022).

3.4 MANEJO DE SISTEMAS DE CULTIVO E CONTROLE DE PRAGAS

Filgueira (2013), em sua obra sobre olericultura i, dispõe que, no Brasil,


existem pelo menos quatro tipologias de sistemas produtivos bem definidos para os
cultivares de alface, a saber: o cultivo convencional, o sistema orgânico em áreas
abertas, as plantações protegidas em estufas com aplicação do sistema hidropônico
e diretamente no solo.
Inicialmente, entende-se o sistema de cultivo convencional como aquele em
que são empregadas técnicas tradicionais de preparo de solo e controle
13

fitossanitário, geralmente compreendendo as seguintes etapas: preparação com


retirada de plantas existentes; aração (abertura de sulcos no terreno); calagem
(adição de materiais de calcário que aumenta o pH do solo e auxilia no fornecimento
de cálcio e magnésio para as plantas); gradagem (retirada de torrões de terra que
resistiram à aração); semeadura (plantio das sementes); adubação mineral
(conduzida com adubos extraídos de rochas ou com fertilizantes químicos); controle
fitossanitário com agroquímicos (associado ao manejo integrado de pragas); capinas
(campinar o terreno com constância para evitar a presença de ervas daninhas) e,
por fim, colheita (FREITAS et al., 2010).

As hortaliças, de modo geral, são muito prejudicadas pela ocorrência de


doenças, devido seu cultivo ser realizado de forma intensiva e escalonada
em pequenas áreas. Neste sistema, plantios mais velhos hospedam
patógenos comuns a determinadas culturas, os quais são disseminados
para plantios mais novos, constituindo fonte de inóculo. Devido aos
prejuízos advindos das doenças, pesquisas têm sido realizadas com o
intuito de desenvolver métodos alternativos aos agrotóxicos para o controle
dos patógenos em hortaliças, por se tratarem de alimentos destinados à
alimentação humana, muitas vezes consumidos in natura (PEREIRA et al.,
2013, p. 1).

De forma essencial, o cultivo convencional encontra fundamento revolvimento


das camadas superficiais do solo visando a diminuição das áreas compactadas,
proporcionando melhor incorporação de corretivos dos nutrientes da terra e químicos
para o combate de pragas e doenças, aumentando de modo considerável espaços
porosos e, assim, providenciando maior permeabilidade e armazenamento de ar e
água e, consequentemente, facilitando o crescimento das raízes das plantas de
forma saudável e livre de patógenos (FREITAS et al., 2010).
Por sua vez, o sistema de cultivo orgânico é o que toma por base a produção
de alimentos que visa a integração do homem com o meio ambiente, seus princípios
e práticas essenciais buscam encorajar e realçar os ciclos biológicos em meio ao
sistema de agricultura, mantendo e incrementando os níveis de fertilidade do solo,
reduzindo significativamente a poluição e ainda evitando o emprego de fertilizantes
sintéticos e agrotóxicos (SANTOS, MONTEIRO, 2004).
14

Para Santos e Monteiro (2004), a intenção central é, portanto, perpetuar a


diversidade genética do sistema produtivo, ação com amplo impacto social e
ecológico no âmbito da produção de alimentos, especialmente em termos de
qualidade e autossuficiência, de forma que, seu pressuposto básico consiste na
combinação de procedimentos de produção que entendem a fertilidade como algo
alcançado diretamente da matéria orgânica do solo, devendo ser realimentada para
se renovar constantemente.

3.5 NUTRIÇÃO DA CULTURA DA ALFACE: UMA PERSPECTIVA SOBRE O USO


DA TÉCNICA DE ROCHAGEM

As hortaliças, necessitam de uma alta quantidade de nutrientes dentro de um


curto período de tempo, sendo exigentes do ponto de vista nutricional (COUTINHO
et al. (1993). Segundo Ferreira et al (1998), os conteúdos de minerais consistem e
alteram com a quantidade dos nutrientes que estão disponíveis no solo e água.
De acordo com Silva et al. (2011), a adubação orgânica aumenta a
produtividade e as características qualitativas em comparação com as cultivares
apenas com adubos minerais, podendo exercer a qualidade nutricional da alface.
No cultivo de alface vem sendo utilizado de forma recorrente e satisfatória o
pó de rocha, derivado da mineração, com a intenção de proporcionar redução geral
nos custos produtivos agrícolas e providenciar o aproveitamento dos resquícios dos
minérios rochosos, naturais, geralmente desperdiçados no meio ambiente (LAJÚS et
al., 2021).
Atualmente, a agricultura toma como base o uso intensivo de insumos
industrializados, por seu tempo de ação mais resposta rápido, mas que gera
diversas consequências danosas ao ambiente, a exemplo, por sua alta solubilização,
podem comprometer seriamente cursos d’água, pois podem ser facilmente
lixiviados, ou seja, se dissolvem rapidamente (COLA, SIMÃO, 2012).
Na agricultura, o fato da deficiência dos solos agrícolas em micronutrientes
compreende preocupação constante. Solos historicamente com baixa fertilidade, a
necessidade de conduzir processos de calagem e a busca por aumentar a
produtividade, alimentando mais pessoas, são aspectos que favorecem o aumento
de deficiências em micronutrientes, a ser suprida com a aplicação de fertilizantes
15

químicos ou emprego de técnicas mais naturais, como a rochagem e adubação


orgânica (GONÇALVES JUNIOR et al., 2000).
Grecco et al. (2013) utilizaram pó de rocha de basalto, granodiorito, magmatito na
cultura do milho, onde a granulometria dos minerais determina o fornecimento de
nutrientes lentos ou rápidos as plantas, disponibilizando os nutrientes que foi
benéfico, o pó de rocha de fonte de magmatito e granodiorito, obtiveram um
desempenho para o fornecimento de K mais rápido, a granulometria ajustada pode
reduzir a liberação K, e inibir parcialmente a inibição de Mg e Ca. A concentração de
500g de pó de rocha em cultivo orgânico é recomenda para as variedades de alface
Lisa, Crespa e Americana. (LAJUS et al, 2021)

4 MATERIAL E MÉTODOS

O presente trabalho foi realizado na Fazenda Escola do Centro de Ensino


Superior dos Campos Gerais - CESCAGE, que está situada na BR 376 Km 503
Distrito Industrial - Ponta Grossa - PR, sob as coordenadas Latitude 25°10´37,8"S e
longitude 50°06´51,16"O. O solo é classificado como latossolo vermelho distrófico, o
clima segundo a classificação de Köppen como Clima Subtropical Úmido
Mesotérmico (Cfb).
Antes da instalação do experimento foi realizado análise de solo na camada
de 0-20 cm verificando-se as seguintes características:

Tabela 1- Dados obtidos a partir da análise do solo da fazenda escola Cescage.


A P m
pH H+Al Ca Mg K SB CTC C MO V
l Mehlich Al
  mmolc /dm3 mg/dm3 g/dm3 % %
6 21,9 0 45 28 6 79 100,7 3,6 15 25,5 78,3 0
Fonte: Laboratório Interpartner (2022).

No experimento, foi utilizado o delineamento experimental em blocos ao


acaso em 6x1, correspondente a seis concentrações de pó de rocha e ácido húmico
a 1,5 ml, que foram organizados em: T1- solo sem adubação. T2- 1,5 ml de ácido
16

húmico; T3- 500g de pó de rocha; T4- 1,5 ml de ácido húmico + 500g de pó de


rocha; T5- 1,5 ml de ácido húmico + 750g de pó de rocha; T6- 1,5 ml de ácido
húmico + 1000g de pó de rocha; T7- 1,5ml de ácido húmico + 1250g de pó de rocha;
T8- 1,5ml de ácido húmico + 1500g de pó de rocha, na cultivar de alface americana
(Raider Plus), lote: 0040 com 4 repetições em 32 parcelas.
O pó de rocha basáltica foi obtido na pedreira Boscardin, localizada no bairro
da Bocaina a 9 km de distância da região industrial da cidade de Ponta Grossa. A
análise foi feita no Laboratório Interpartner. Os resultados dessa análise são
demonstrados na tabela 2.

Tabela 2- Dados obtidos a partir da análise do pó de rocha.


Nº Método Parâmetro Resultad Unidade
o Medida
FER-IT- P2O5 (Pentóxido de 0,4
(%m/m)
50.057 Fósforo) Total
P2O5 (Pentóxido de 0,2 (%m/m)
FER-IT-
Fósforo) Solúvel em
50.057
Ácido Cítrico
FER-IT-
Cálcio (Ca) Total 0,86 (%m/m)
50.064
CON-IT-
Umidade a 65°C 2,85 (%)
50.200
Fonte: Laboratório Interpartner (2022).

No trabalho de Yuri et al. (2016), é considera uma dosagem de 150 kg de N


por ha-1, convertendo esse valor para a área trabalhada no presente trabalho, a
recomendação é de 22,5 g de N por parcela, com as aplicações do ácido húmico foi
atingido a quantidade de 20 g de N por parcela, vale ressaltar que algumas parcelas
não tiverem a aplicação do produto.
As pesagens do pó de rocha foram feitas em balança eletrônica com precisão
em gramas.
Foram aplicadas doses semanais de 48 ml de fertilizante organomineral
liquido classe A, com ácidos húmicos e fúlvicos (frações mais estáveis da matéria
orgânica) produto comercial Up Vitta, em todo o canteiro utilizado, equivalente a 1,5
17

ml por tratamento, substituindo o uso de esterco animal e aplicações quinzenais de


pó de rocha. A utilização inicial de 500 kg ha -1 foi baseada em trabalhos de
(CAMPOS, 2019) e (OLIVEIRA, 2016) que não obtiveram resultados significantes
com a utilização de 400 kg ha-1.
O fertilizante foi aplicado usando um pulverizador costal com capacidade de
10 litros.
A alocação de cada tratamento no campo foi feita por modo de sorteio,
seguindo o fator que um mesmo tratamento não poderia se repetir dentro de um
mesmo bloco, sendo assim a distribuição ficou conforme o quadro 1.

Quadro 1- Distribuição dos tratamentos.


Tratamento Ácido húmico Pó de Bloco Bloco Bloco Bloco
s (ml) rocha (g) 1 2 3 4
1 0 0 2 3 5 6
2 1,5 0 3 5 7 8
3 0 500 7 6 1 2
4 1,5 500 6 1 3 4
5 1,5 750 4 8 8 3
6 1,5 1000 1 2 4 1
7 1,5 1250 5 7 6 7
8 1,5 1500 8 4 2 5
Fonte: Os autores (2022).

As concentrações de pó de rocha e do fertilizante organomineral foram


aplicadas em 09/04/2022, data em que também foram transplantadas as mudas.
O pó de rocha foi disperso a lanço, logo após sendo rastelado
superficialmente para ser incorporado ao solo.
O preparo do solo foi realizado no sistema convencional com aração e
gradagem. Foram utilizadas de 768 mudas, sendo distribuídas em 32 parcelas.
Cada parcela em canteiros foi dimensionada a 1,5 m de comprimento por 1 m
de largura e 0,10 m de altura, as mudas foram desenvolvidas em bandejas de
poliestireno contendo 200 células, preenchidas com substrato comercial, as parcelas
foram compostas por 24 plantas cada, espaçadas em 0,20 m entre linhas e 0,15 m
entre plantas. As mudas foram transplantadas manualmente.
Devido ao ataque de formigas cortadeira muitas mudas tiveram suas hastes
cortadas, causando grande perda foliar, no controle de pragas foi utilizado formicida
18

isca granulado, utilizando 10 embalagens de 50 gramas cada que foram espalhadas


pela área.
Em relação a plantas invasoras, foram retiradas com capina manual.
A colheita foi realizada aos 50 dias após o transplante, sendo retiradas 16
plantas por parcela para a obtenção de massa seca de raízes, volume radicular e
comprimento de raízes com a utilização do Software Safira e image J.
As plantas foram retiradas ao acaso do solo inteiras com o auxílio de uma pá
de mão, após retirava-se o excesso de solo cuidadosamente e lavadas com água
para a retirada de resíduos restantes.
Após este processo as plantas foram deixadas em uma mesa por uma
pequena quantidade de tempo para que o excesso de água fosse escoado, em
seguida eram colocadas sobre uma folha de papel A4 e uma régua de 20 cm para
calibragem do programa e serem tiradas as fotos para a análise de volume e
comprimento maior das raízes no Software Safira e image J.
Em seguida, as plantas foram cortadas com o auxílio de um estilete na região
do colo, para separar a raiz da parte aérea, e com isso as raízes foram alocadas em
sacos de papel Kraft, e levadas para uma estufa onde ficaram por 72 horas a uma
temperatura de 60°C para que se pudesse ter as amostras de massa seca das
raízes e das folhas.
Após o período de 72 horas as amostras da massa seca foram analisadas em
uma balança eletrônica com precisão em gramas.
Os dados coletados eram adicionados em uma planilha do programa Excel,
para que pudessem ser analisadas estatisticamente.
Na variável de comprimento e volume da raiz, utilizou-se software Safira,
onde as fotos das plantas no papel A4 eram anexadas no programa e então utilizado
um recurso de reconhecimento da parte vegetal chamado Skeletonize, imagem
segmentada, esqueleto colorido e imagem transformada de distância que fazia o
cálculo de volume e comprimento da raiz, comprimento de planta e área de raiz,
criando uma tabela que foi exportada para o Excel, a serem analisadas
estatisticamente.
O Software utilizado para as análises estatísticas foi o Agrostats, (BARBOSA;
MALDONADO JR, 2010) os dados obtidos das raizes foram submetidos à análise de
variância e as médias foram comparadas pelo teste de Tukey a 5% de
probabilidade.
19

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1 MASSA SECA DE RAÍZES

As doses de pó de rocha como fonte alternativa ao NPK não tiveram


resultados significativos (conforme exibido na tabela 3) na variável de peso da
massa seca de raízes de alface americana (Lucy Brown), sendo observado o maior
valor de média de peso de massa seca no tratamento 2 (1,5 ml de ácido húmico) de
1,065 g; e o menor no tratamento 5 (1,5 ml de ácido húmico com 750 g de pó de
rocha), a média foi de 0,29 g.

Tabela 3: Analise de variância de peso de massa seca


CAUSAS DE
VARIAÇÃO GL SQ QM F P
TRATAMENTO 7 3,916 0,559 0,9398NS 0,497
9 6 6
BLOCOS 3 3,342 1,114 1,8710NS 0,165
4
RESÍDUO 2112,50 0,595 – –
3 4
TOTAL 31 19,76 – – –
2
NS = não-significativo a 5% de probabilidade.

A tabela 4 fornece uma comparação direta entre as médias de peso de massa


seca, exibindo valores em ordem decrescente de medias entre os tratamentos.

Tabela 4:Comparação de médias de peso de massa seca.


TRATAMENTO MÉDIA (G)
2 1,0650 a
3 1,0500 a
6 0,9300 a
7 0,7350 a
8 0,5300 a
4 0,5150 a
1 0,4650 a
5 0,2900 a
20

Médias seguidas de letras iguais não diferem entre si, de acordo com o teste
de Tukey (p < 0, 05).

A figura 1 demonstra em forma gráfica a variação das médias de peso de


massa seca em torno de uma linha de tendência.

Figura 1: Gráfico demostrando a linha de tendencia entre as medias de peso massa seca nos
tratamentos.

Massa seca das raízes


1.2
f(x) = − 0.0143277 x⁴ + 0.267039 x³ − 1.688172 x² + 4.087604 x
Massa (g)

1.0
− 2.198393
0.8 R² = 0.752515178741604
0.6
0.4
0.2
0.0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9
Tratamento

Fonte: Os autores (2022).

Moura et al. (2020), encontraram resultados significativos na aplicação de


organomineral, o que promoveu aumento da massa seca da raiz.

Alisando um substrato alternativo para produção de mudas de alface,


Monaco et al. (2019) observou um crescente aumento na massa seca de raiz,
conforme aumentava a quantidade de moinha e composto orgânico em seus
tratamentos.

Já Amaral et al. (2019), trabalhando com diferentes proporções de pó de

rocha basáltica em mudas de Aspidosperma australe (müll) arg, notou que o produto
causa uma redução no desenvolvimento radicular, tanto no tamanho quanto no peso
da massa fresca.

O trabalho de Veiga et al. (2020), analisando fertilizantes organominerais em


variedades de alface, teve como resultado uma não variação da biomassa de raízes
em função dos níveis de adubação.
21

5.2 COMPRIMENTO DA MAIOR RAIZ

Na variável de comprimento da maior raiz, observou se diferença significativa


somente entre os tratamentos 3 (500 g de pó de rocha) e o tratamento 8 (1,5 ml de
ácido húmico e 1500 g de pó de rocha), tendo os valores de 9,986 cm e 7,469 cm de
comprimento respectivamente.

A tabela 5 exibe a análise de variância, demonstrando que pelo menos uma


das médias de tratamento e de blocos, diferem estatisticamente entre si.

Tabela: 5 Analise de variância de comprimento de raiz.

CAUSAS DE GL SQ QM F P
VARIAÇÃO
TRATAMENTO 7 0,0203 0,0029 3,4497* 0,0129
BLOCOS 3 0,0189 0,0063 7,5032** 0,0013
RESÍDUO 21 0,0177 0,0008 – –
TOTAL 31 0,0569 – – –
** = significativo a 1% de probabilidade; * = significativo a 5% de probabilidade.

Maldaner e Christ (2020), em seu trabalho que avaliaram que influência do pó


de rocha basáltica na cultura de alface, em ambos os cultivos não demonstrou
diferenças significativas comprimento do sistema radicular em relação as crescentes
doses aplicadas.
Verificando o comprimento de raiz da cultivar (Tabela 6), observa-se que
somente entre os tratamentos 3 e 8 a diferenças significativas, e os demais se
equivalem.

Tabela: 6 Comparação de médias de comprimento da maior raiz.

TRATAMENT
MÉDIA (CM)
O
3 9,986 a
2 9,785 a b
1 9,781 a b
7 9,259 a b
4 9,026 a b
6 8,763 a b
22

5 7,773 a b
8 7,469 b
Médias seguidas de letras iguais não diferem entre si, de acordo com o teste
de Tukey (p < 0, 05).

Observa-se que o tratamento 8 com a máxima dosagem obteve o menor


resultado em comparação aos demais tratamentos, comprovando que tal dosagem
não foi eficiente.

A figura 2 demonstra em forma gráfica a variação das médias de comprimento


da maior raiz, em torno de uma linha de tendência.

Figura 2 :Gráfico demostrando a linha de tendencia entre as medias de comprimento da maior


raiz.

Comprimento da maior raiz


12
Comprimento da maior raiz

f(x)10= − 0.0301849 x⁴ + 0.54024 x³ − 3.242505 x² + 7.11137 x + 5.24171


R² =80.812057537809208

6
(cm)

4
2
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9
Tratamento

Fonte: Os autores (2022).

Silva et al. (2018), avaliando sistema radicular de alface em função de


resíduos orgânicos, encontrou diferenças significativas em comprimento da maior
raiz, tendo no tratamento de resíduos vegetais + esterco bovino o melhor resultado
nessa variável (942,83 cm).

Lajús et al. (2021), trabalhando com doses crescentes de pó de rocha em


cultivo orgânico de alface, encontrou diferença significativa entre a dosagem de
maior valor (2000 g) e as outras (0, 500, 1000, 1500 g), na variável comprimento de
maior raiz na alface americana.
23

Santos, (2021), não encontrou diferenças significativas entre seus


tratamentos na variável comprimento médio de raiz, trabalhando concentração de
organomineral tendo o maior valor de 13,5 cm no tratamento e 5% (60,5 mg planta -
).
1

5.3 VOLUME RADICULAR

Na variável de volume radicular também não foi encontrada diferença


significativa entre as dosagens de pó de rocha (tabela 7).

Tabela 7: Analise de variância de volume radicular.

CAUSAS DE GL SQ QM F P
VARIAÇÃO
TRATAMENTO 7 0,251 0,0359 0,9247NS 0,5078
BLOCOS 3 0,794 0,2647 6,8251** 0,0022
RESÍDUO 21 0,8144 0,0388 – –
TOTAL 31 1,8594 – – –
** = significativo a 1% de probabilidade; NS = não-significativo a 5% de
probabilidade.

Foi observado o maior valor de média de volume no tratamento 3 (500 g de


pó de rocha) de 2048,80 mm3; e o menor no tratamento 5 (1,5 ml de ácido húmico
com 750 g de pó de rocha), a média foi de 1487,70 mm3. Conforme exibido na tabela
8.

Tabela 7: Comparação de médias de volume radicular.

TRATAMENT
MÉDIA (MM3)
O
3 2048,80 a
2 1965,70 a
1 1900,90 a
6 1815,40 a
4 1796,80 a
7 1745,00 a
8 1741,50 a
5 1487,70 a

Médias seguidas de letras iguais não diferem entre si, de acordo com o teste
de Tukey (p < 0, 05).
24

Resultados semelhantes a Campos, 2019, que trabalhando com aplicação


de pó de rocha em cultivares de alface observou um incremento significativo na
estatura da planta, não encontrou diferenças significativas no volume do sistema
radicular.

A figura 3 demonstra em forma gráfica a variação das médias de volume


radicular, em torno de uma linha de tendência.

Figura 3: Gráfico demostrando a linha de tendencia entre as médias de volume radicular.

Volume radicular
2500
Volume radicular (mm3)

2000
f(x) = − 4.52096 x⁴ + 87.81366 x³ − 571.2817 x² + 1356.771 x
+ 1006.346
1500 R² = 0.652586092457346
1000

500

0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9
Tratamento

Fonte: Os autores (2022).

Bender, 2018, encontrou resultados significativos na variável de volume


radicular analisando o efeito de substâncias húmicas, aplicando 100% e 50% do
recomendado pelo fabricante do produto utilizado pelo autor.

Silva et al, 2018, encontrou diferenças significativas entre todos seus


tratamentos na análise de volume radicular, trabalhando com resíduos orgânicos na
produção de mudas de alface.

A solubilidade lenta dos fosfatos naturais, expressam que tais materiais


devem ser apenas recomendadas para adubações corretivas, dispondo a elevar o
nível de P no solo, devendo ser mantido uma manutenção e a suplementação no
sulco do plantio, e utilizando uma fonte de P solúveis, fosfato aplicado como
25

fertilizante deverá se dissolver no solo, onde o P-fertilizante se transforma em P-


solução do solo.

Deste modo eficiência de um fosfato pode ser medida pela solubilidade e pela
sua capacidade em aumentar o P disponível na solução do solo para as plantas,
garantindo uma produção satisfatória desde o início do cultivo. (GOEDERT et al.,
1980).

6 CONCLUSÃO

O uso de doses crescentes de pó de rocha associado a fertilizante


organomineral, não proporcionaram aumento no crescimento radicular na cultura da
alface americana.

As crescentes dosagens de pó de rocha associadas a utilização de 1,5 ml de


ácido húmico, não surtiram efeitos nas variáveis volume radicular, peso de massa
seca e comprimento da maior raiz; avaliadas da cultura da alface americana. No
entanto, podem e devem ser realizados novos estudos ou até mesmo, conduzidos
por mais tempo, pois a mineralização dos nutrientes do pó de rocha ocorre de
maneira lenta, levando mais tempo para que estejam disponíveis para as plantas.
26
27

REFERÊNCIAS

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i

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