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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

ANDRÉ LUIZ BUTTINI GRR20182642


LUAN CORREIA DA SILVA GRR20161509
VITOR TOMAZELA SILVA GRR20182560

ENSAIO DE OMISSÃO DE MAGNÉSIO


NUTRIÇÃO NIMERAL DE PLANTAS

PALOTINA
2019
ANDRÉ LUIZ BUTTINI
LUAN CORREIA DA SILVA
VITOR TOMAZELA SILVA

ENSAIO DE OMISSÃO DE MAGNÉSIO

Trabalho destinado à disciplina de


Nutrição Mineral de Plantas, ofertada ao
curso de Agronomia, da Universidade
Federal do Paraná, setor Palotina, com o
intuito de obter conhecimento e nota
parcial para aprovação.

Prof. Dr. Laércio Augusto Pivetta

PALOTINA – 2019
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 1
2 OBJETIVO ............................................................................................................... 3
3 MATERIAIS E MÉTODOS ....................................................................................... 3
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................... 6
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 11
6 REFERENCIAS...................................................................................................... 12
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1 INTRODUÇÃO

Originária da Europa e Ásia é atualmente a hortaliça mais consumida,


produzida e comercializada no Brasil, sendo que seu consumo é praticamente in
natura, principalmente muito utilizada em diversos restaurantes, residências e “fast
food” (EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA, 2009). A alface
(Lactuca sativa) é uma hortaliça herbácea a qual tem origem de espécies silvestres
pertencente à família Asteraceae, é de rápido crescimento e de ciclo curto. O
período de cultivo da alface varia entre 40 a 70 dias, dependendo do sistema de
plantio, época de plantio e sistema de condução. De acordo com Fernandes &
Martins (1999), a alface apresenta um elevado teor de vitamina A, cálcio, ferro,
vitamina C, além de conter vitaminas como a vitamina B1 e B2.
Segundo Filgueira (2000), a alface é uma planta que apresenta um caule
diminuto, na qual as folhas ficam presas de diversas formas. Segundo Vidigal et al.
(1995), para a obtenção de boas produtividades é necessário que o solo apresente
boas condições físicas, químicas e biológicas, além de outras condições de cultivo.
O conhecimento da necessidade de nutrição da cultura é de grande importância
para a otimização da produção.
O solo ideal para o cultivo dessa hortaliça é um solo de textura média, rica
em matéria orgânica e com boa disponibilidade de nutrientes. Para uma maior
produtividade é utilizado insumos que melhorem as condições físicas, químicas e
biológicas do solo. As maiores produções podem ser obtidas a partir da melhoria das
características químicas e físico-química do solo, o que pode ser obtida com o
acréscimo de doses crescentes de compostos orgânicos (Souza et al., 2005).
Outros fatores que afetam a produtividade da cultura estão diretamente
relacionados com o clima, geralmente em altas temperaturas/verão, a maioria das
cultivares de alface não se desenvolvem bem devido ao calor intenso, dias longos e
excesso de chuva. Seu cultivo no verão acaba acarretando alto preço do produto e
baixa qualidade. Para todas as cultivares de alface, a ocorrência de dias curtos e
temperaturas amenas favorecem a etapa vegetativa, sendo estas, inclusive,
resistentes a baixas temperaturas e geadas leve (Filgueira, 2003).
A olericultura necessita de alta tecnologia, a qual encontra-se atualmente em
constante evolução. Dentre os artifícios tecnológicos utilizados têm-se a produção
de mudas em bandejas, a realização do transplante, o raleio, a utilização de
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irrigação e a fertirrigação, como também o uso intensivo de insumos com tecnologia,


como sementes de qualidade, defensivos, adubos, estufas, mão-de-obra,
instalações e implementos especializados (FILGUEIRA, 2000).
A olericultura no Brasil ainda encontra-se em pleno desenvolvimento, sendo
de extrema relevância para a sociedade como também para a economia de diversas
regiões, porém os olericultores normalmente encontram algumas dificuldades para a
produção da cultura, como por exemplo, a falta de informação técnica para algumas
regiões, os custos de produção, transporte, dentre outros (MEDEIROS, 1999).
O Mg é conhecido como um macronutriente secundário e tem sua origem
primária em rochas ígneas e os principais minerais que o contêm são a biotita,
dolomita, clorita, serpentina e olivina, componentes também de rochas metamórficas
e sedimentares.
É um nutriente que faz parte da estrutura de minerais de argila, correndo em
ilita, vermiculita e montmorilomita. Quanto mais intemperizado o solo, menor
ocorrência destes minerais, até que reste somente o Mg trocável adsorvido aos
colóides e componentes da matéria orgânica do solo. As formas trocáveis e na
solução são as consideradas disponíveis às plantas. É um nutriente geralmente
utilizado em adubações.
Como o magnésio não é um nutriente normalmente usados em adubações e
sim nas calagens, não há muitos dados de respostas de culturas a magnésio.
Contudo as deficiências têm ocorrido com uma certa frequência em solos ácidos,
sendo agravados em culturas que recebem aplicações elevadas de potássio.
É absorvido na forma iônica Mg2+, tendo uma absorção rápida com a
assimilação na molécula de clorofila ou nos pectatos da PC, sua assimilação ocorre
na mesma forma q foi absorvido Mg2+. O Mg encontra-se na forma difusível e
associado com ânions inorgânicos e orgânicos como o malato e citrato. Também se
encontra associado a ânions indifusíveis como o oxalato e pectato. Sua
redistribuição na planta ocorre tanto pelo floema como pelo xilema.
A função mais conhecida do Mg é a de compor a molécula da clorofila, que
são porfirinas magnesianas. Conforme afirmou (Malavolta (2006), mais da metade
do Mg contido nas folhas pode formar clorofila, pois esta possui um átomo central de
Mg. O Mg corresponde a 2,7% do peso das mesmas e representa cerca de 15 a
20% do Mg total das folhas das plantas. Outra função importante do Mg é que ele
atua na ativação de enzimas, como a enzima RUBISCO.
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Como a maior parte do Mg na planta encontra-se na forma difusível e o


elemento é móvel no floema, os sintomas de deficiência ocorrem nas folhas mais
velhas. Para Malavolta, a deficiência de Mg afeta o metabolismo das plantas, sendo
a clorose internerval das folhas velhas o sintoma inicial, seguido da redução da
fotossíntese decorrente da menor síntese de clorofila. Em casos extremos de
deficiência, podem ser observadas necroses nas folhas novas.

2 OBJETIVO

O presente trabalho tem como objetivo observar os sintomas de deficiência


na ausência do macronutriente magnésio (Mg). Por meio de uma comparação entre
uma parcela com uma solução nutritiva onde estão presentes todos os nutrientes
necessários para o desenvolvimento de uma planta e entre uma parcela no qual a
solução nutritiva está sem o nutriente ao qual irá ser observado os sintomas de
deficiência. Uma vez escolhido o cultivo de alface para a aplicação das soluções
nutritivas, devido ao rápido crescimento e ao fácil manejo.

3 MATERIAIS E MÉTODOS

O experimento dos sintomas da omissão do magnésio foi realizado na


residência de um integrante da equipe, isto durante pouco menos de 30 dias, de
novembro até o começo do mês de dezembro.
Para realizar o experimento, foram necessárias 4 garrafas pets de 2 litros
cada, sendo que 2 garrafas serviram de reservatório paras as soluções nutritivas e
as outras duas foram usadas como vaso a fim de agrupar as plantas, também foi
necessário o uso de areia, que serviu como substrato, da solução nutritiva preparada
em laboratório, tinta branca para pintar os vasos, balança analítica, medidor de pH e
condutividade, fita crepe, caneta esferográfica, tesoura, e um local em que as
condições fossem propicias para o desenvolvimento dos ensaios.
Para iniciar o experimento, primeiramente foram obtidas as 4 garrafas pets,
que foram lavadas de modo que o conteúdo primário advindo delas não
interferissem no experimento, 2 foram cortadas ao meio com intuito de formarem os
vasos, onde a parte superior das mesmas serviriam como suporte para o plantio da
cultura e a parte inferior das garrafas serviriam como reservatório da solução
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nutritiva. Posteriormente essas garrafas foram pintadas com tinta branca para que
não houvesse a passagem de luminosidade e identificadas. As outras duas garrafas
restantes serviram apenas para armazenamento das soluções nutritivas antes de
que essas soluções fossem aplicadas.
A areia coletada passou por um processo de peneiração, com intuito de
retirar as impurezas. Uma vez processada, essa areia foi colocada nas partes
superiores dos vasos com intuito de servir de substrato para as culturas.

FIGURA 01 - Parte superior do vaso, inferior e um vaso montado respectivamente. Estes já


pintados e identificados.

FONTE: Autor (2019)

Prosseguindo o experimento, as soluções nutritivas a serem usadas no


mesmo, foram sintetizadas em laboratório durante o mês de novembro. Em uma
garrafa foi feita a solução completa e na outra a solução deficiente, posteriormente
as garrafas foram identificadas.
Para preparar a solução completa, foram pipetados os nutrientes conforme
mostrados na TABELA 01 e esses diluídos em aproximadamente 2 litros de água
advinda da torneira. No preparo da solução deficiente também foram pipetados os
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nutrientes conforme indicados na TABELA 01, porém esse foram diluídos em


aproximadamente 2 litros de água destilada.

TABELA 01 – Quantidade em mL de cada nutriente utilizado no preparo das soluções


nutritivas.
Sais da solução estoque Tratamentos
Completa -Mg
------------------------------- mL L ------------------------
-------
KH2PO4(1 mol L -1) 1 1
KNO3 (1 mol L -1) 5 3
Ca(NO3)2 (1 mol L -1) 5 4
MgSO4 (1 mol L -1) 2 -
KCl (1 mol L -1) - 2
CaCl2 (1 mol L -1) - 1
(NH4)2SO4 (1 mol L -1) - 2
Micronutrientes 1 1
Fe- EDTA 1 1
FONTE: Autor (2019)

Com as soluções já preparadas, com intuito de aferir a integridade delas,


mediu-se o pH e a condutividade elétrica de ambas as soluções nutritivas. Estes
valores apresentados na TABELA 02.

TABELA 02 – Valores do pH e da condutividade elétrica.


Tratamentos pH Condutividade
elétrica
Completa 5,67 1,99 mS/cm-1
-Ca 5,30 1,90 mS/cm-1
*o pH da solução completa foi ajustada com 90 gotas de HCl.
FONTE: autor (2019)

As soluções nutritivas foram preparadas com total força iônica, porém nos
primeiros 12 dias, no momento da aplicação elas foram diluídas com intenção de
diminuir a força iônica pela metade.
Desse modo, o experimento prosseguiu, e durante o plantio das mudas, foi
desejado plantar dois exemplares da cultura em cada vaso, pois caso houvesse
algum problema ou interferência, devido a escassez de tempo, o experimento não
fosse perdido.
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Ao fim do experimento, as garrafas foram descartadas, a alface foi lavada e


posteriormente secada em estufa. E logo foi feita a pesagem dos exemplares com
auxílio de uma balança analítica, os dividindo em parte aérea e parte radicular.

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Uma vez implantado o experimento no dia 10 de novembro, foi realizado um


acompanhamento visual das plantas, com intuito em observar possíveis sintomas
relacionados a deficiência de Mg. Sendo que durante o acompanhamento do
experimento, se viu necessário a atenção quanto a quantidade da solução nutritiva
presente nos vasos, uma vez que essa em escassez ou em saturação pode
acarretar a morte da cultura.

FIGURA 02 – Plantas do ensaio após o sétimo dia de plantio.

Mg -Mg

**Mg: ensaio com solução completa; ** -Mg: ensaio com solução sem magnésio.
FONTE: autor (2019)
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FIGURA 03 – Plantas do ensaio após o decimo dia de plantio.

FONTE: autor (2019)

Após 10 dias do plantio das mudas, foi possível observar um maior


crescimento nas plantas do vaso com solução completa, além também de um maior
desenvolvimento do caule.
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FIGURA 04 – Plantas do ensaio após o decimo quinto dia de plantio.

-Mg

Mg

**Mg: ensaio com solução completa; ** -Mg: ensaio com solução sem magnésio.
FONTE: autor (2019)
No 15ª dia, foi observado sintomas de clorose em folhas velhas tanto em
plantas do vaso com solução completa como com solução deficiente, o que gera a
conclusão de ser um sintoma não só relacionado com o Mg. Foi observado também
uma diferença no tamanho da parte aérea, sendo que no vaso com solução
completa a cultura cresceu mais, o que pode estar relacionado com a taxa
fotossintética, onde o Mg tem grande atuação.
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FIGURA 05 – Plantas do ensaio após o decimo nono dia de plantio.

Mg
-Mg

*Mg: ensaio com solução completa; -Mg: ensaio com solução sem magnésio.
FONTE: autor (2019)

Após o decimo nono dia, foi possível notar um leve sinal de clorose nas
folhas velhas do vaso onde se encontra a solução deficiente de Mg. Além de uma
diferença de tamanho entre as plantas e coloração amarelada em certas folhas.
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FIGURA 06 – Comparação de tamanho das plantas, no dia da retirada das plantas.

FONTE: autor (2019)

Diferença final de tamanho entre as plantas antes da retirada para secagem


e pesagem do material.
FIGURA 07 – Plantas do ensaio após a retirada dos vasos.

Mg -Mg

FONTE: autor (2019)


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Após a retirada das plantas e selecionada uma planta de cada vaso, ficou
visível que além da diferença de tamanho da parte aérea, as raízes também
apresentaram discrepância.
As plantas foram levadas para a estufa, onde ficaram em processo de
secagem por aproximadamente 48 horas. Após a retirada das mesmas foi feito a
pesagem com intuito de relacionar a deficiência de Mg com a diferença dos pesos.
Visto os resultados presente na TABELA 03.

TABELA 03 - Massa seca e relação parte aérea/raiz.


Tratamentos Massa seca Massa seca Massa seca Relação parte
total parte aérea raiz aérea/raiz
Completa 0,557 g 0,469 g 0,088 g 5,33
-Mg 0,340 g 0,276 g 0,064 g 4,31
FONTE: autor (2019).

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com a realização do experimento, utilizando o método de comparação entre


plantas completamente nutridas e plantas nutridas com ausência de magnésio. Foi
possível observar diferenças entre elas, como a altura da parte a aérea e da parte
radicular, peso da matéria seca, além da diferença visual de coloração nas folhas.
Esses aspectos são importantes para conhecimento das deficiências de nutrientes
relacionados ao cultivo de plantas.
Contudo, no experimento realizado foi feita apenas uma repetição, e para
um melhor diagnostico seria mais adequado realizar repetições em maior
quantidade, assim eliminando a possibilidade de erro experimental.
Por fim, é possível analisar que todos nutrientes em concentrações
adequadas têm importância no desenvolvimento de uma planta. E no momento em
que esses nutrientes entram em desbalanço, toda a fisiologia da planta fica
comprometida.
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6 REFERENCIAS

SILVA, Ronnky Chaell Braga da. MACRONUTRIENTES EM PLANTAS DE NIM


(Azadirachta indica) CULTIVADAS EM SOLUÇÃO NUTRITIVA. 2009. Disponível
em: <https://www.ufmt.br/ppgat/images/uploads/Disserta%c3%a7%c3%b5es-
Teses/Disserta%c3%a7%c3%b5es/2009/RONNKY%20CHAELL%20BRAGA%20DA
%20SILVA.pdf>. Acesso em: 05 dez. 2019.

FAQUIN, Valdemar. NUTRIÇÃO MINERAL DE PLANTAS. 2005. Disponível em:


<http://www.dcs.ufla.br/site/_adm/upload/file/pdf/Prof_Faquin/Nutricao%20mineral%2
0de%20plantas.pdf>. Acesso em: 05 dez. 2019.

MIL, CÉsar. AVALIAÇÃO DA ALFACE (Lactuca sativa) EM DIFERENTES


SISTEMAS DE ADUBAÇÃO. 2013. Disponível em:
<http://www.facem.com.br/uploads/asset/file/7946/AVALIA__O_DA_ALFACE__Lactu
ca_sativa__EM_DIFERENTES_SISTEMAS_DE_ADUBA__O.pdf>. Acesso em: 05
dez. 2019.

LIMA, Márcio Emanoel de. Avaliação do desempenho da cultura da alface


(Lactuca sativa) cultivada em sistema orgânico de produção, sob diferentes
lâminas de irrigação e coberturas do solo. 2007. Disponível em:
<http://www.ufrrj.br/institutos/it/deng/daniel/Downloads/Material/Teses%20Orientada
s/Dissertacao%20Marcio.pdf>. Acesso em: 05 dez. 2019.

SOUSA, Thiago Pereira de et al. Produção de alface (Lactuca sativa L.), em


função de diferentes concentrações e tipos de biofertilizantes. 2014. Disponível
em: <http://oaji.net/articles/2015/2238-1445885353.pdf>. Acesso em: 05 dez. 2019.

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