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à Farmácia
Material Teórico
Introdução à Microbiologia
Revisão Textual:
Prof.ª Me. Sandra Regina Fonseca Moreira
Introdução à Microbiologia
OBJETIVOS DE APRENDIZADO
• Reconhecer a importância da microbiologia nas mais diversas áreas do campo de atuação
do profissional farmacêutico;
• Compreender a biogênese e abiogêneses, assim como a importância de alguns pesquisa-
dores da área de microbiologia.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.
Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.
Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.
Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e
de aprendizagem.
UNIDADE Introdução à Microbiologia
A principal pergunta com a descoberta dos microrganismos foi “de onde eles vêm?”
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Com isso, surgiram teorias como a abiogênese ou geração espontânea, na qual um gru-
po de cientistas acreditava que esses microrganismos se formavam espontaneamente de
matéria orgânica em decomposição. Em contrapartida, outro grupo de cientistas, entre eles
Louis Pasteur e Leuwenhoek, defendiam a biogênese, teoria que acreditava na propaga-
ção desses seres através do ar. A teoria da biogênese se fortaleceu com os experimentos do
médico Francesco Redi, que colocou cadáveres de animais em frascos com aberturas largas,
deixando um frasco aberto e outro coberto com uma gaze. Observou após um tempo, que
nos frascos abertos desenvolviam-se larvas, enquanto nos fechados isso não acontecia.
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Louis Pasteur
Quando se fala de microbiologia, é impossível não citar Louis Pasteur, químico
francês que dedicou grande parte de sua vida ao estudo dos microrganismos.
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Nesse experimento, Pasteur preencheu um frasco com um caldo repleto de nu-
trientes e o aqueceu. O ar podia passar pelo longo cano curvado, porém nenhum
microrganismo surgiu na solução. Em um segundo momento, esse tubo foi retirado,
permitindo um acesso direto do ar ao caldo, e nesta etapa ocorreu crescimento de
microrganismos nele. Concluiu então que os microrganismos ficavam retidos junto
com a poeira, no “v” do tubo.
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A Microbiologia Hoje
Somente na metade do século XIX foi possível comprovar o desenvolvimento
dos microrganismos, abandonando as causas que relacionavam o sobrenatural e a
putrefação com o desenvolvimento dos microrganismos.
A Microbiologia preocupa-se com o estudo dos microrganismos e de suas
atividades. Estuda a forma, a estrutura, a reprodução, a fisiologia, o meta-
bolismo e a identificação dos seres microscópicos. Estuda sua distribuição
natural, suas relações recíprocas e com outros seres vivos, seus efeitos
benéficos e prejudiciais sobre os homens e as alterações físicas e químicas
que provocam em seu meio ambiente. (CARVALHO, 2010, p.21)
Os microrganismos estudados pela microbiologia são os fungos, as bactérias, os vírus e algumas algas.
Os protozoários, helmintos e ácaros, apesar de alguns também serem microscópicos, são estudados
pela parasitologia.
Este material aborda as fases da classificação dos seres vivos, desde antes da utilização dos
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Classificação do
microrganismo
Acelulares
Por exemplo, nas águas doce e salgada, os microrganismos são a base da cadeia
alimentar nos oceanos, lagos e rios; no solo, participam do processo de degradação
dos detritos e incorporam nitrogênio gasoso do ar nos compostos orgânicos, trans-
formando os compostos entre o solo, a água e os seres vivos; e no ar, participam
da fotossíntese no processo de geração de oxigênio.
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Leia o artigo a seguir, sobre os probióticos e os 9 problemas de saúde que eles auxiliam a
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Podemos dizer que, do ponto de vista científico, os microrganismos possuem
um nome e um sobrenome. O gênero é o primeiro nome e deve ser iniciado com
letra maiúscula; o sobrenome, ou segundo nome, indica o modificador específico
(epíteto específico) e deve ser escrito sempre em letra minúscula.
Taxonomia: é uma palavra de origem grega, que significa método de arranjo. É um ramo
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São alguns exemplos de nomes microbianos que podem ser encontrados na im-
prensa popular e no laboratório: Salmonella typhimurium (bactéria), Streptococcus
pyogenes (bactéria), Saccharomyces cerevisiae (levedura), Penicillium chrysogenum
(fungo) e Trypanosoma cruzi (protozoário), entre outros.
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Possuem como envoltório estrutural uma parede celular, formada por um com-
plexo de carboidratos e proteínas denominado de peptideoglicanos e, de modo
geral, se reproduzem por divisão formando duas células iguais (fissão binária).
Diversas bactérias movimentam-se utilizando flagelos, uma espécie de “nadadeira”
que auxilia sua movimentação no meio.
Os grânulos de volutina são um dos critérios de identificação para isolar a Corynebacterium diphtheriae,
causador da diferia, em um meio de cultura chamado “Löffler”.
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carbono como fonte de carbono energia (para fotossíntese), entre elas, as bactérias
nitrificantes, as cianobactérias e os tiobacilos.
Alguns membros do gênero Clostridium podem causam doenças, como a gangrena, tétano,
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Figura 4 – Célula procarionte mostrando as estruturas celulares presentes nas bactérias, flagelos, fibrinas,
membrana plasmática, parede celular, cápsula, pilus, inclusão, plastídios, ribossomos e nucleoide contendo DNA
Fonte: Adaptado de TORTORA; CASE; FUNKE, 2012
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Arquibactérias
As arquibactérias também são células procarióticas frequentemente encontradas
em ambientes extremos, e não são conhecidas por causar doenças em humanos.
Dividem-se em três grupos principais:
• Metanogênicas: produzem metano como metabólito da respiração;
• Halofílicas extremas: (halo = sal; filo = amigo) sobrevivem em ambientes
muito salinos, como o Mar Morto e o Great Salt Lake;
• Termofílicas extremas: conseguem sobreviver em águas sulfurosas e quentes,
encontradas, por exemplo, em fontes termais, como as do Parque Yellowstone,
nos Estados Unidos.
Fungos
Os fungos são outra classe de microrganismos que participam ativamente do
nosso cotidiano. São seres eucariontes (possuem um núcleo definido e material
genético (DNA) envolto por um envelope especial chamado de membrana nuclear)
e diversas organelas no citoplasma. Reproduzem-se sexuada e assexuadamente, os
ambientes quentes e úmidos são seus locais preferidos e obtêm alimentação absor-
vendo os nutrientes de soluções de matéria orgânica.
Protozoários
Do latim, protozoa, singular: protozoan, esses seres unicelulares são eucari-
óticos e se movimentam por pseudópodes, flagelos ou cílios; apresentam-se em
diversas formas, vivendo livremente ou como parasitas (organismos que retiram os
seus nutrientes de outros organismos vivos), absorvendo ou ingerindo compostos
orgânicos do ambiente.
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Todo microrganismo consegue causar doenças?
O limite entre a saúde e doença atualmente é essencialmente filosófico. A ausência de agen-
tes causadores de doença não representa saúde, pois considera-se saúde o completo bem-
-estar físico, mental e social, ainda assim, é consenso que a forma mais fácil de evidenciar
doenças é na presença de alterações físicas.
O tempo todo nosso organismo está interagindo para manter o equilíbrio, uma constante
luta entre as defesas naturais do organismo e os microrganismos patogênicos capazes de
produzir doenças. As reações apresentadas pelo organismo dependem das táticas ofensi-
vas do agente causador versus a capacidade de defesa da nossa resistência, ou seja, sua ha-
bilidade de evitar doenças. Participam dessa defesa as barreiras naturais, como a pele, as
membranas mucosas, os cílios, o ácido clorídrico do estômago e compostos antimicrobianos
do organismo, como os interferons. Os microrganismos patogênicos podem ser destruídos
pelos glóbulos brancos do sangue, pela resposta inflamatória, pela febre e pelas respostas
específicas do nosso Sistema Imune, mas, algumas vezes, nossas defesas naturais não são
suficientes para eliminar um agressor e, nestes casos, temos uma doença, que deverá então
ser tratada com medicamentos e/ou suplementos adequados.
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Figura 5 – Classificação dos cinco reinos: Monera, Protista, Fungi, Animalia e Plantae.
De acordo com as características das células, são os seres da classificação biológica
Fonte: MELLO, 2017
Também é importante lembrar que grande parte dos organismos vivos vivem
em algum tipo de simbiose, ou seja, dependem uns dos outros para sobreviver. De
modo resumido, pode-se dizer que são três os tipos de simbiose: comensalismo,
quando um dos organismos se beneficia de outro, mas nenhum é prejudicado;
mutualismo, quando ambos se beneficiam da convivência mútua e parasitismo,
quando um se beneficia de outro, causando prejuízo ao outro organismo.
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Assim como as demais medidas adotas em nosso país, adotamos o Sistema Mé-
trico Internacional, cuja unidade-padrão é o metro (m).
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Microscopia
Apesar de ser um assunto já abordado em outras disciplinas, como biologia
celular, é impossível falar de microscopia sem rever alguns conceitos sobre os equi-
pamentos utilizados.
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UNIDADE Introdução à Microbiologia
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Vídeos
Células procariontes e eucariontes
Os procarióticos e eucarióticos possuem uma semelhança química por apresentarem
ácidos nucleicos, proteínas, lipídeos e carboidratos. Utilizam reações químicas para
o metabolismo de alimento, proteínas e para armazenar energia. Diferem-se em
relação à estrutura da parede celular, membrana plasmática e ausência de organelas.
As organelas são estruturas especializadas dentro da célula com funções específicas.
Relembre um pouco sobre a classificação dos organismos em procariontes e eucariontes
assistindo ao vídeo.
http://bit.ly/30X5z7t
Reino Monera (bactérias) partes 1
https://youtu.be/WuqZtZKVAmI
Reino Monera (bactérias) partes 2
https://youtu.be/k7uBYmL40bY
Leitura
Introdução à microbiologia
Material elaborado pelo prof. Dr. Mario Julio Avila-Campos, do instituto de ciências
biológicas da USP, descreve aspectos introdutórios ao tema.
http://bit.ly/37qaq3A
10 aplicações benéficas dos micróbios
http://bit.ly/2sZZomI
A instituição da microbiologia e a história da saúde pública no Brasil
http://bit.ly/2RobUpc
Controle microbiológico do ambiente interno de farmácias de manipulação
http://bit.ly/2RruXiK
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Referências
BROOKS, G. F. et. al. Microbiologia Médica. 25.ed. Porto Alegre: AMGH,
2012. (e-book)
TORTORA, Gerard J.; FUNKE, B. R.; CASE, C. L. Microbiologia. 10. ed. Porto
Alegre: Artmed, 2012.
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