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19/03/2016

1. CARACTERIZANDO A ATIVIDADE CELULAR


1.1. NUTRIENTES, MEIOS DE CULTIVO E CRESCIMENTO CELULAR

Crescimento celular = resposta ao ambiente físico-químico.

Interações entre a célula (sistema) e ambiente (meio de cultura)

CRESCIMENTO É RESULTADO DO METABOLISMO ....

LEITURA DOS CAPÍTULOS 4 E 5 DO SHULER ALTAMENTE RECOMENDÁVEL

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1.1. NUTRIENTES, MEIOS DE CULTIVO E CRESCIMENTO CELULAR

Em condições nutricionais balanceadas e em condições


adequadas de pH, temperatura e disponibilidade de oxigênio (ou
não), o crescimento ocorre por duplicação de células.

Todos os
microrganismos
crescem por
duplicação?

1.1. NUTRIENTES, MEIOS DE CULTIVO E CRESCIMENTO CELULAR


- MEIOS DE CULTIVO

MEIOS DE CULTIVO DEVEM CONTER, DE FORMA BALANCEADA, OS NUTRIENTES


NECESSÁRIOS PARA SUSTENTAR O CRESCIMENTO INTENSO DURANTE A FASE
EXPONENCIAL.
Composição da matéria orgânica
Elementos %
C 50
matéria
orgânica O 20
N 14
H 8
P 3
S 1
K 1
Na 1
Ca 0,5
água Mg 0,5
Cl 0,5
Micronutrientes: Fe 0,5
Mn, Co, Cu, Mb, Zn Micronutr. 0,3

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MEIOS DE CULTIVO

POR ISSO, OS MEIOS DE CULTIVO CONTÉM:

Açúcar Fonte de C e energia


Sais de amônio, nitratos e uréia Fonte de N
Materiais ricos em proteínas
Oxigênio (ou não) e Água
Sais de fosfato, sulfato, potássio,
sódio, cálcio e dos micronutrientes

Ou carboidratos, hidrocarbonetos, glicerol, etanol...

MEIOS DE CULTIVO

MEIO COMPLEXO? MEIO DEFINIDO?

MEIO DEFINIDO (SINTÉTICO OU MÍNIMO): contém quantidades


específicas de componentes químicos cuja fórmula química é conhecida. Exs:
(NH4)2SO4, KH2PO4, MgCl2 aminoácidos, vitaminas...

MEIO COMPLEXO: contém compostos naturais, cuja composição química não é


exatamente conhecida. Exs: AMM (água de maceração de milho), soro de queijo, melaço,
farinha (hidrolisada) de soja, extratos (levedura, malte, carne...)

QUIZZ 1. EM QUAL MEIO A CÉLULA CRESCE MAIS RAPIDAMENTE? SUBSIDIAR


RESPOSTA COM ANÁLISE DAS VIAS METABÓLICAS.

FORMULAÇÃO DE UM MEIO DE CULTIVO:


QUAIS NUTRIENTES? QUAL QUANTIDADE?

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Nutrientes para a Célula - Formulação do meio de cultura

1.2. CÁLCULOS ESTEQUIOMÉTRICOS

ESTEQUIOMETRIA DA FORMAÇÃO DE PRODUTOS E BIOMASSA DURANTE UM CULTIVO

 Num meio de cultura adequado, os microrganismos


extraem nutrientes do meio e os convertem em
compostos biológicos.
 Parte desses nutrientes  utilizados para a produção de
energia, parte para o crescimento e parte para a
biossíntese e formação de produtos.
 Como um resultado da utilização dos nutrientes, a massa
celular aumenta com o tempo:

 S: substrato limitante
CÉLULAS
SUBSTRATOS PRODUTOS + mais CÉLULAS
∑S ∑P + nX
X

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1.2. CÁLCULOS ESTEQUIOMÉTRICOS

A FORMULAÇÃO DE UM MEIO DE CULTIVO (DEFINIDO OU COMPLEXO) DEVE


LEVAR EM CONSIDERAÇÃO O BALANCEAMENTO ESTEQUIOMÉTRICO E AS
NECESSIDADES NUTRICIONAIS DE CADA MICRORGANISMO.

O CONHECIMENTO DA ESTEQUIOMETRIA PODE SER ÚTIL AINDA PARA:

-ESTIMAR QUANTIDADES DE NUTRIENTES NECESSÁRIAS PARA OBTER UMA CERTA


QUANTIDADE DE BIOMASSA

- DETERMINAR OS COEFICIENTES ESTEQUIOMÉTRICOS/FATORES DE CONVERSÃO


PARA DIFERENTES NUTRIENTES, DIFERENTES MICRORGANISMOS E DIFERENTES
METABOLISMOS (AERÓBICO, ANAERÓBICO E MICROAERÓFILO), PERMITINDO
COMPARAÇÕES QUANTITATIVAS (EFICIÊNCIA DO BIOPROCESSO).

EXERCÍCIO 1-1.
a) ESCREVA E EQUAÇÃO ESTEQUIOMÉTRICA GLOBAL PARA O CRESCIMENTO
DE S. cerevisiae EM GLICOSE, SOB CONDIÇÕES AERÓBIAS, TENDO AMÔNIA
COMO FONTE DE NITROGÊNIO E ETANOL COMO PRODUTO METABÓLICO
FORMADO.
b) ESCREVA AS EQUAÇÕES DE BALANÇO MATERIAL PARA OS ELEMENTOS C, N,
H e O.
c) CASO A AMÔNIA FOSSE SUBSTITUÍDA POR EXTRATO DE LEVEDURA, COMO
FICARIA A EQUAÇÃO ESTEQUIOMÉTRICA GLOBAL?
d) CASO O METABOLISMO FOSSE ANAERÓBIO, COMO FICARIA A EQUAÇÃO
ESTEQUIOMÉTRICA GLOBAL?

QUIZ 2. Você concorda com a formulação do item (a) do Exercício 1-1? Haverá
produção de etanol em crescimento aeróbio de S. cerevisiae? SUBSIDIAR RESPOSTA
COM ANÁLISE DAS VIAS METABÓLICAS.

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1.3. GRAU DE REDUÇÃO

VÁRIAS REAÇÕES INTRA-CELULARES SÃO DE OXIRREDUÇÃO.

ENTÃO, BALANCEAR OS ELÉTRONS TRANSFERIDOS É TÃO IMPORTANTE QUANTO


BALANCEAR ELEMENTOS...

GRAU DE REDUÇÃO (γ) DOS COMPOSTOS PODE SER USADO PARA O


BALANCEAMENTO DE PROTONS E ELÉTRONS TRANSFERIDOS EM
BIORREAÇÕES.

EXERCÍCIO 1-2.
ESCREVA A EQUAÇÃO DO BALANÇO DO GRAU DE REDUÇÃO PARA A
EQUAÇÃO ESTEQUIOMÉTRICA GLOBAL DO EXERCÍCIO 1-1, ITEM (a).

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1.4. FATORES DE CONVERSÃO TEÓRICOS/VERDADEIROS


(COEFICIENTES DE RENDIMENTO)
RELAÇÃO QUE EXPRESSA A QUANTIDADE FORMADA DE ALGUMA
ESPÉCIE EM FUNÇÃO DO CONSUMO DE UM MATERIAL OU
FORMAÇÃO DE OUTRA ESPÉCIE.

(CALCULADOS A PARTIR DOS COEFICIENTES ESTEQUIOMÉTRICOS)

CONHECENDO-SE OS VALORES DOS COEFICIENTES DA EQUAÇÃO


ESTEQUIOMÉTRICA DE UMA REAÇÃO GLOBAL É POSSÍVEL ESTABELECER
RELAÇÕES ENTRE A QUANTIDADE DE SUBSTRATOS CONSUMIDA E AS
QUANTIDADES DE BIOMASSA, PRODUTO E CO2 FORMADAS.

INFORMAÇÃO FUNDAMENTAL PARA CALCULAR A QUANTIDADE DE REAGENTES E


A COMPOSIÇÃO DE MEIOS DE CULTIVO E AVALIAR O DESEMPENHO DE UM
CULTIVO (COMPARANDO COM VALORES EXPERIMENTAIS DE FATORES DE
CONVERSÃO)

1.4. FATORES DE CONVERSÃO TEÓRICOS/VERDADEIROS


(COEFICIENTES DE RENDIMENTO)

EXERCÍCIO 1-3.
ESCOLHA UMA FONTE DE CARBONO ASSIMILÁVEL PELA BACTÉRIA Escherichia coli
E RESOLVA OS ITENS ABAIXO:
a) ESCREVA A EQUAÇÃO ESTEQUIOMÉTRICA GLOBAL PARA O CRESCIMENTO DE E.
coli NA FONTE DE CARBONO SELECIONADA, SOB CONDIÇÕES AERÓBICAS, TENDO
AMÔNIA COMO FONTE DE NITROGÊNIO E APENAS BIOMASSA COMO PRODUTO
FORMADO.
b) ESCREVA AS EQUAÇÕES DE BALANÇO MATERIAL PARA OS ELEMENTOS C, N, H e
O
c) ESCREVA A EQUAÇÃO DO BALANÇO DO GRAU DE REDUÇÃO
d) ANALISE O SISTEMA DE EQUAÇÕES ALGÉBRICAS OBTIDO. DÁ PARA RESOLVER?
OS RESULTADOS SÃO COERENTES? SE NECESSÁRIO, ASSUMA ALGUMA HIPÓTESE
REPRESENTATIVA DO METABOLISMO AERÓBIO E RESOLVA.
e) QUAL O RENDIMENTO MÁXIMO EM BIOMASSA (EM g/g) ESPERADO PARA A
FONTE DE CARBONO ESCOLHIDA?

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O CÁLCULO DOS COEFICIENTES ESTEQUIOMÉTRICOS A PARTIR DO


BALANÇO PARA OS ELEMENTOS “C”, “N”, “O” e “H” E DO BALANÇO
DO GRAU DE REDUÇÃO NEM SEMPRE DÁ CERTO...
POR QUE?
- NÚMERO DE INCÓGNITAS (COEFICIENTES) > NÚMERO DE EQUAÇÕES
- EQUAÇÕES LINEARMENTE DEPENDENTES
- IMPRECISÃO (OU DESCONHECIMENTO) DAS FÓRMULAS MÍNIMAS
PARA BIOMASSA OU FONTES DE N COMPLEXAS
- NÃO REPRESENTA BEM A COMPLEXA REALIDADE DE UM
BIOPROCESSO...
- SOLUÇÃO MATEMATEMATICAMENTE POSSÍVEL NÃO REPRESENTA A
REALIDADE...
QUAL A SOLUÇÃO?
MAIS INFORMAÇÕES SOBRE A CONVERSÃO DE SUBSTRATO EM
BIOMASSA, CO2, PRODUTOS... OBTIDAS A PARTIR DE DADOS
EXPERIMENTAIS

1.5. OBTENÇÃO DE DADOS EXPERIMENTAIS: PRODUÇÃO DE BIOMASSA, CONSUMO


DE SUBSTRATO E FORMAÇÃO DE PRODUTO EM CULTIVOS DESCONTÍNUOS
(BATELADA)
REPRESENTE ESQUEMATICAMENTE UM CULTIVO EM BATELADA. REPRESENTE
GRAFICAMENTE OS PERFIS DE VARIAÇÃO DAS CONCENTRAÇÕES DE
SUBSTRATO, PRODUTO E BIOMASSA PARA UM CULTIVO EM BATELADA.

COMO CALCULAR AS VELOCIDADES DE CONSUMO DE SUBSTRATO,


FORMAÇÃO DE PRODUTO E PRODUÇÃO DE BIOMASSA?

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1.5. OBTENÇÃO DE DADOS EXPERIMENTAIS – CULTIVOS EM BATELADA


a) ETAPAS NA PREPARAÇÃO DE UM CULTIVO

CARACTERÍSTICAS DO INÓCULO:
CULTURA-ESTOQUE Células em crescimento exponencial
e com alta viabilidade

Ampolas com células liofilizadas

Biorreator
Suspensão de células
congelada em criotubos Câmara incubadora
(cultura de trabalho)
Ultrafreezer
AUMENTO DE VOLUME DE CULTIVO

VOLUME INÓCULO = 5 A 20 % DO VOLUME DE CULTIVO

b) ACOMPANHAMENTO DO CULTIVO – AMOSTRAGEM &


QUANTIFICAÇÃO DE CONCENTRAÇÕES DE SUBSTRATO, PRODUTOS E
BIOMASSA Fase gasosa (CO , O , H Ovap, voláteis)
2 2 2

Sistema trifásico
Biorreator

(Suspensão gás-
liquido sólido)
Biomassa
Substrato
Produtos

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b) ACOMPANHAMENTO DO CULTIVO – AMOSTRAGEM &


QUANTIFICAÇÃO DE CONCENTRAÇÕES DE SUBSTRATO, PRODUTOS E
BIOMASSA
ACOMPANHAMENTO DA SUSPENSÃO GÁS-SÓLIDO-LÍQUIDO (“CALDO”)

CULTIVO BATELADA, T, pH, V constantes

b) ACOMPANHAMENTO DO CULTIVO – AMOSTRAGEM &


QUANTIFICAÇÃO DE CONCENTRAÇÕES DE SUBSTRATO, PRODUTOS E
BIOMASSA

FASE GASOSA EFLUENTE (CONTÍNUA): ANALISADOR DE GASES (yCO2 e yO2) E/OU


CROMATOGRAFIA GASOSA
SUBSTRATO E PRODUTO (EXTRACELULAR):
- ESPECTROFOTOMETRIA (REAÇÕES QUÍMICAS E ENZIMÁTICAS)
FASE LÍQUIDA
- CROMATOGRAFIA LÍQUIDA DE ALTA EFICIÊNCIA (CLAE)
- CROMATOGRAFIA GASOSA

AMOSTRA DO CALDO DE CULTIVO: CENTRIFUGAÇÃO OU FILTRAÇÃO


PRODUTO (INTRACELULAR) – APÓS RUPTURA DA CÉLULA:
- ESPECTROFOTOMETRIA (REAÇÕES QUÍMICAS E ENZIMÁTICAS)
- ELETROFORESE (PROTEÍNAS) FASE SÓLIDA

CÉLULAS (BIOMASSA):
- MÉTODOS DIRETOS (MASSA SECA, CONTAGEM)
- MÉTODOS INDIRETOS (TURBIDIMETRIA, [COMPONENTES INTRACELULARES],...)

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Quantificação da concentração celular (Cx)


ATIVIDADE DIRIGIDA

SOBRE A QUANTIFICAÇÃO DA CONCENTRAÇÃO CELULAR REFLITA SOBRE AS QUESTÕES


ABAIXO E RESPONDA:

a) QUAIS MÉTODOS PODEM SER USADOS PARA ORGANISMOS UNICELULARES?

b) QUAIS MÉTODOS PODEM SER USADOS PARA ORGANISMOS FILAMENTOSOS?

c) QUAIS MÉTODOS SÃO MAIS SUSCETÍVEIS A ERRO EXPERIMENTAL? COMO


MINIMIZAR O ERRO?

d) QUANDO HÁ OUTROS SÓLIDOS EM SUSPENSÃO NO MEIO, QUAIS MÉTODOS SÃO


MAIS INDICADOS?

e) DEDUZIR AS FÓRMULAS PARA CÁLCULO DAS CONCENTRAÇÕES CELULARES PELOS


MÉTODOS DA “MASSA SECA”, DENSIDADE ÓTICA E CONTAGEM (PLACAS E CÂMARA
DE NEUBAUER)

Quantificação da concentração celular (Cx)

Métodos: diretos e indiretos


Métodos diretos: massa seca, contagem em
hemacitômetro, contagem em placas, contagem de partículas.
Métodos indiretos: volume de células compactadas (VCC),
turbidimetria ou Densidade Ótica (DO), medidas de consumo
de substrato, formação de produto e de componentes
intracelulares como DNA, RNA, ATP, NADH e conteúdo
proteico.

Método da massa seca (“dry weight”):


- método direto mais empregado em caldos de cultivo livre de
sólidos insolúveis.
- amostras são centrifugadas ou filtradas e lavadas para
separar as células do meio.
- a massa de células úmida é secada a 80ºC por 24 h e massa
seca de células é medida (pesada).

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Quantificação da concentração celular (Cx)

Hemacitômetro (câmara de Neubauer):

Quantificação da concentração celular (Cx)

Contagem em placas: plaqueamento em meio de


cultura sólido (ágar).

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Quantificação da concentração celular (Cx)

Outros Métodos:
Volume de células compactadas (VCC):
Amostra é centrifugada em tubo graduado e o volume de
células compactadas é medido.
Turbidimetria ou Densidade Ótica (DO):
baseado na absorção de luz (600 a 700 nm) do caldo de
cultivo (relação linear entre DO e Cx em determinada
faixa de DO).
Outros métodos indiretos: baseados em medidas de
consumo de substrato, formação de produto e de
componentes intracelulares como ATP, DNA e conteúdo
protéico (conteúdos praticamente constantes). Por
exemplo, uma célula bacteriana típica contém 1 mg ATP/g
de massa seca.

Quantificação da concentração celular (Cx)


ATIVIDADE DIRIGIDA
SOBRE A QUANTIFICAÇÃO DA CONCENTRAÇÃO CELULAR REFLITA SOBRE AS QUESTÕES
ABAIXO E RESPONDA:

a) QUAIS MÉTODOS PODEM SER USADOS PARA ORGANISMOS UNICELULARES?

b) QUAIS MÉTODOS PODEM SER USADOS PARA ORGANISMOS FILAMENTOSOS?

c) QUAIS MÉTODOS SÃO MAIS SUSCETÍVEIS A ERRO EXPERIMENTAL? COMO


MINIMIZAR O ERRO?

d) QUANDO HÁ OUTROS SÓLIDOS EM SUSPENSÃO NO MEIO, QUAIS MÉTODOS SÃO


MAIS INDICADOS?

e) DEDUZIR AS FÓRMULAS PARA CÁLCULO DAS CONCENTRAÇÕES CELULARES PELOS


MÉTODOS DA “MASSA SECA”, DENSIDADE ÓTICA E CONTAGEM (PLACAS E CÂMARA
DE NEUBAUER)

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1.6. CRESCIMENTO CELULAR

a) Estágios na curva de crescimento de um microrganismo,


cultivo em batelada
VELOCIDADE DE CRESCIMENTO VARIA AO LONGO DO CULTIVO?
10,0
1 2 3 4 5 6 7
9,0
8,0
7,0
6,0
C X (g/L)

5,0
4,0
3,0
2,0
1,0
0,0
0 2 4 6 8 10 12 14
Tempo (h)

T, pH, V constantes

a) Estágios na curva de crescimento de um microrganismo,


cultivo em batelada: influência das outras variáveis

T, pH, V constantes

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Estágios na curva de crescimento de um microrganismo, cultivo em batelada

1. Fase lag (partida): Período de adaptação requerido pelas células após a inoculação, para
que possam se ajustar ao novo “meio”. “Máquina anabólica” ativada, em construção para
atender à demanda das novas condições de cultivo.
2. Fase de aceleração: Parte da população celular já adaptada ao novo “meio” e começa a
propagação. Crescimento exponencial tem início.
3. Fase de crescimento exponencial: Curva representando Cx (massa celular/volume) tem o
comportamento exponencial típico dos processos de crescimento.
4. Fase de desaceleração: Crescimento limitado devido a exaustão de algum nutriente ou
acúmulo de metabólitos que causam inibição. “Máquina anabólica” desacelerada.
Velocidade específica de crescimento reduzida gradativamente. Cx continua aumentando
mais lentamente.
5. Fase de Crescimento Estacionário: Velocidades de propagação e de morte se equilibram.
Cx atinge valor máximo.
6. Início da fase de morte: Velocidade de morte ultrapassa velocidade de propagação. Cx
começa a cair lentamente.
7. Fase de morte celular: O número de células vivas diminui exponencialmente quando o
crescimento celular praticamente cessa. Células morrem por falta de nutrientes ou devido
à presença de toxinas no meio.

b) Velocidade de crescimento, cultivo em batelada

Crescimento celular  reação autocatalítica.


Velocidade de crescimento celular (rX):
diretamente relacionada com o tipo de célula e com a
concentração celular.
rX=µ•Cx
µ: velocidade específica de crescimento celular (h-1)
 (depende da célula, do meio, de T, fornecimento de O2...)
Cx: concentração celular (em gms/L ou kgms/m3)

Velocidade de crescimento microbiano: caracterizada pela


velocidade específica de crescimento (µ)

1 dCx Essa definição vale para qualquer modo



Cx dt de operação do biorreator?

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Fases do crescimento celular

cultivo em batelada

T, pH, V constantes
I. Lase “lag” ou fase de adaptação
II. Fase “log” ou fase de crescimento exponencial
III. Fase de desaceleração
IV. Fase estacionária
V. Fase de declínio ou fase de morte celular

I. Fase “lag” ou fase de adaptação


• Ocorre imediatamente após a inoculação.
• Período de adaptação das células ao novo ambiente

T, pH, V constantes
dCx
0 , Cx  concentração celular em gms/L.
dt

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II. Fase “log” ou fase de crescimento


exponencial

Células se multiplicam rapidamente. Massa celular aumenta


“exponencialmente” com o tempo.
Composição média das células  aproximadamente
constante.
Altas concentrações de nutrientes presentes no meio 
velocidade de crescimento celular independe dessas
concentrações.
“Crescimento balanceado”  todos os componentes de uma
célula “crescem” com a mesma velocidade.

II. Fase “log” ou fase de crescimento


exponencial
Deduzindo as expressões matemáticas para:
rX: velocidade global de crescimento celular
( em gms/L-h)
Válida para qualquer fase do crescimento
em cultivo descontínuo (menos a de morte)

Expressões para mmax e tg válidas somente para a fase exponencial


Como estimar o número de gerações? Velocidade máxima específica de crescimento:
Cx
Ln   máx  t
Cx0
Tempo de geração (tg): tempo no qual o
organismo duplica sua massa (concentração,
no. de células)

T, pH, V constantes

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III. Fase de desaceleração

Crescimento desacelera:
• exaustão de um ou mais nutrientes essenciais do meio,
• acúmulo de substâncias tóxicas no meio reacional.

Mudança rápida do ambiente  “crescimento não balanceado”.

Qual equação descreve essa fase?

µ = f(Cs, Cp....)
T, pH, V constantes

IV. Fase Estacionária


Término do crescimento  exaustão de um nutriente essencial ou
ao acúmulo de produtos tóxicos. Número de células viáveis pode
decrescer (mesmo para Cx constante...).
Células metabolicamente ativas: produção de “metabólitos
secundários” (produtos não relacionados com o crescimento).
Exemplos: antibióticos e alguns hormônios.
Ocorrência de lise celular, com possibilidade de crescimento de
células viáveis
Expressão matemática?

rX=0 ou rX=rd (crescimento igual à morte)  dCx/dt=0

µx = f(Cs, Cp....)

T, pH, V constantes

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V. Fase de declínio ou
fase de morte celular

Velocidade de morte > velocidade de crescimento

• Expressando matematicamente
Velocidade de morte (rd) - cinética de 1a ordem em
relação a Cx:

kd : constante de morte (h-1).

   k d   Cx
dCx
dt

T, pH, V constantes

QUANTIFICANDO O RENDIMENTO:
1.7. COEFICIENTES DE RENDIMENTO (ou fatores de conversão)
APARENTES/OBSERVADOS
(CALCULADOS A PARTIR DE DADOS EXPERIMENTAIS)

UTILIZANDO DADOS EXPERIMENTAIS, PODE-SE ESTIMAR A QUANTIDADE DE


PRODUTO (OU BIOMASSA) FORMADA A PARTIR DA QUANTIDADE
CONSUMIDA DE UM DETERMINADO SUBSTRATO.

ESSAS INFORMAÇÕES SERVEM PARA:


- ESTIMAR A EFICIÊNCIA DA CÉLULA NA FORMAÇÃO DE PRODUTOS E
BIOMASSA
- JUNTAMENTE COM O BALANÇO DE ELEMENTOS E DO GRAU DE REDUÇÃO,
AUXILIAR NA DETERMINAÇÃO DOS COEFICIENTES “ESTEQUIOMÉTRICOS” E
NOS CÁLCULOS PARA FORMULAÇÃO DE MEIOS DE CULTIVO.

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COEFICIENTES DE RENDIMENTO:

RELAÇÃO QUE EXPRESSA A QUANTIDADE FORMADA DE


ALGUMA ESPÉCIE EM FUNÇÃO DO CONSUMO DE UM
MATERIAL OU FORMAÇÃO DE OUTRA ESPÉCIE.

EQUAÇÕES PARA CÁLCULO DOS COEFICIENTES DE


RENDIMENTO OBSERVADOS

Consumo de substrato, Crescimento celular, Formação de Produto e


Geração de energia

rs : velocidade global de consumo de substrato (g/h)


rsx : velocidade de consumo de substrato para a produção de biomassa ou
para o crescimento celular (g/h).
rsm : velocidade de consumo de substrato para a produção de energia de
manutenção (g/h).
rsp : velocidade de consumo de substrato para a formação de produto (g/h).
rx : velocidade global de crescimento celular (g/h).
re : velocidade de consumo de material celular pela “respiração endógena”
(g/h).
rp : velocidade global de formação de produto (g/h).
rd : velocidade de morte celular(g/h).

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COEFICIENTES DE RENDIMENTO APARENTES/OBSERVADOS

Consumo de fonte de carbono e energia:

(ΔC SS)Bioassimilação
= (ΔC
 SS) TOT SS)energia
+ (ΔC Prodpara o + SS) En
(ΔC  energia de + (ΔCSS) Man
assimilaçã o
como biomassa crescimento manutenção como produtos
Assimilação " Assimilação" Consumo de" Consumo de"
do C como X do C como EX C para gasto
m C para gastoP
biomassa = produto energético energético
(ΔCx) extracelular = associado ao associado à
(ΔCP) crescimento manutenção

Manutenção: energia gasta pela célula para manter sua membrana energizada,
transportar nutrientes e realizar funções metabólicas (não associadas ao crescimento)
essenciais tais como mobilidade e reparo de estruturas celulares danificadas.

A manutenção só acontece na fase estacionária de crescimento?

Durante a fase estacionária, quando a fonte de C já se esgotou, material de reserva é


catabolisado pelas células para síntese de precursores e manutenção (metabolismo
endógeno).

Analisando o consumo do substrato


rS: velocidade de consumo de substrato (g/L-h) (MEDIDA!)
rS = (-dCs/dt)global (BATELADA!)
rS = rSX + rSP + rSm
rSm: velocidade de consumo de substrato para a produção
de energia de manutenção (g/L-h).
“manutenção celular”  energia gasta para o reparo de
componentes celulares danificados,
rSm = mSCx transporte de nutrientes e
produtos para dentro e para fora
mS: coeficiente de manutenção (h-1)
da célula, motilidade, ajustes de
osmolaridade do interior da célula.

CUIDADO! Após o término do substrato, pode ocorrer consumo de


reservas celulares para a manutenção da célula = respiração
endógena.

COMO CALCULAR mS ?

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1.7. COEFICIENTES DE RENDIMENTO APARENTES

COMO ESTIMAR OS COEFICIENTES DE RENDIMENTO APARENTES A PARTIR


DE DADOS EXPERIMENTAIS OBTIDOS EM CULTIVOS EM BATELADA?

EXERCÍCIO 1-4.
Um microrganismo foi cultivado em batelada, tendo glicose como fonte de
carbono e amônia como fonte de nitrogênio, em condições aeróbias. Apenas
biomassa foi formada. Os dados obtidos são apresentados na Tabela 1. Pede-
se: a) Calcular a velocidade máxima específica de crescimento; b) Calcular o
tempo de geração e o número de gerações ao final da fase exponencial; c)
Calcular o coeficiente aparente de rendimento em biomassa; d) Estimar a
massa de amônia consumida para formar 20 g de biomassa. Dado: composição
da biomassa: CH1,7N0,2O0,6

Tempo (h) Cx (g/L) Cs (g/L)


0,0 0,6 50,0
4,0 0,7 49,7
8,0 1,1 48,8
12,0 1,8 47,3
16,0 2,5 45,2
20,0 4,0 40,8
24,0 5,9 37,4
28,0 8,9 29,7
32,0 12,6 17,3
36,0 18,7 4,7
40,0 20,5 0,3

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COEFICIENTES DE RENDIMENTO APARENTES E TEÓRICOS

(FATORES DE CONVERSÃO APARENTES) =


(RAZÃO ENTRE COEFICIENTES ESTEQUIOMÉTRICOS)

ISSO ESTÁ CORRETO? PARA TODAS AS FASES DE UM CULTIVO?

COEFICIENTES DE RENDIMENTO TEÓRICOS E APARENTES


EXERCÍCIO EXTRA

EXERCÍCIO 1-5.
a) ESCREVA A EQUAÇÃO ESTEQUIOMÉTRICA GLOBAL PARA O CRESCIMENTO DE S.
cerevisiae EM GLICOSE, SOB CONDIÇÕES AERÓBICAS, TENDO AMÔNIA COMO
FONTE DE NITROGÊNIO E APENAS BIOMASSA COMO PRODUTO FORMADO.
b) ESCREVA AS EQUAÇÕES DE BALANÇO MATERIAL PARA OS ELEMENTOS C, N, H e
O
c) ESCREVA A EQUAÇÃO DO BALANÇO DO GRAU DE REDUÇÃO
d) ANALISE OS GRAUS DE LIBERDADE? DÁ PARA RESOLVER?
e) SABENDO QUE PARA CADA C-MOL DE SUBSTRATO CONSUMIDO É FORMADO
0,47 C-MOL DE BIOMASSA, CALCULE OS COEFICIENTES ESTEQUIOMÉTRICOS
f) CALCULE OS FATORES DE CONVERSÃO TEÓRICOS YX/S; YCO2/S; YCO2/X E RQ.
g) CALCULE A COMPOSIÇÃO DO MEIO (CONCENTRAÇÕES DE FONTES DE C E N)
PARA OBTENÇÃO DE 100 g/L DE BIOMASSA. CONSIDERE VMEIO = 10 L
h) O MEIO FORMULADO DE ACORDO COM OS CÁLCULOS FEITOS EM (f) ESTARÁ
LIMITADO PELA FONTE DE CARBONO OU DE NITROGÊNIO?
i) O CULTIVO EM BATELADA SERIA UMA BOA ESTRATÉGIA DE CULTIVO PARA
PRODUZIR A BIOMASSA DESEJADA?

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1.8. OBTENÇÃO DE DADOS EXPERIMENTAIS: PRODUÇÃO DE BIOMASSA,


CONSUMO DE SUBSTRATO E FORMAÇÃO DE PRODUTO EM CULTIVOS
CONTÍNUOS

Efluente (E)
Alimentação (F)
(Feed)

COMO SERIA O GRÁFICO DE F, Cx, Cs e Cp EM FUNÇÃO DO TEMPO


PARA UM QUIMIOSTATO ?

A -1
Dilution rate = 0.1 h and Air flow rate = 0.8 SLPM
8 100 1.2

90
7
1.0
80
6
DOC (%)

yCO2 (%)

70
0.8
OD600nm

5
60

4 50 0.6

40
3
0.4
30
2
20
0.2
1
10

0 0 0.0
0 10 20 30 40 50 60

Time (h)

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-1 -1
C Dilution rate = 0.48 h Dilution rate = 0.24 h
Air flow rate = 1.3 SLPM
8 100 1.4

7 90
1.2

6 80
1.0

yCO2 (%)
DOC (%)
OD600nm

70
5
0.8
60
4

50 0.6
3
40 0.4
2
30
1 0.2
20
0 0.0
0 5 10 15 20 25 30

Time (h) -1 -1
D Dilution rate = 0.67 h Dilution rate = 0.58 h
Air flow rate = 1.5 SLPM
7 100 1.2

COMO CALCULAR AS 6
90

VELOCIDADES DE CONSUMO DE
1.0
80

SUBSTRATO, FORMAÇÃO DE
5

yCO2 (%)
DOC (%)
70 0.8
OD600nm

PRODUTO E PRODUÇÃO DE 4
60

BIOMASSA PARA UM
0.6
3 50
QUIMIOSTATO? 2 40
0.4

30 0.2
1
20
0 0.0
0 5 10 15 20

Time (h)

Figure . - Growth and fermentation product profiles of S. typhimurium LT-2 during aerobic glucose-limited chemostat
cultivations under different dilution rates. CER (), glucose (), biomass (Cx) () and acetate (). The error bars represent
standard deviations from three technical replicates.
Biomass (gDCW L )
-1

4.0 4.0
Acetate (g L-1)

3.5 3.5

3.0 3.0

2.5 2.5

2.0 2.0
CER (g L-1 h-1)
Glucose (g L )
-1

1.5 1.5

1.0 1.0

0.5 0.5

0.0 0.0
0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7
Dilution rate (h-1)

26
19/03/2016

EXERCÍCIO 1.6. A partir dos dados apresentados na tabela


abaixo, obtidos em um quimiostato, calcule os valores de
Yx/s, Yp/s e ms. CsF = 3,6 g/L

D Cx Cs Cp
(h-1) (gMS/L) (mg/L) (U/mL)
0,100 1,95 3,93 0,61
0,125 2,01 5,00 0,56
0,150 2,06 5,45 0,55
0,175 2,09 8,00 0,47
0,200 2,11 10,40 0,44

Crescimento por aumento no número de células:

Leveduras

Bactérias

27
19/03/2016

Crescimento por mudança no tamanho (e morfologia) das células:

28

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