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Bioquímica Estrutural: Carboidratos, Lipídios, Proteínas e Água
Revisão Textual:
Prof.ª Dr.ª Luciene Oliveira da Costa Granadeiro
Bioquímica Estrutural: Carboidratos,
Lipídios, Proteínas e Água
Objetivos
• Entender a estrutura bioquímica de carboidratos, lipídios, proteínas;
• Compreender as propriedades bioquímicas dos carboidratos, lipídios e proteínas;
• Classificar carboidratos, lipídios e proteínas de acordo com a estrutura;
• Verificar a importância e exemplos dos principais tipos de carboidratos, lipídios e proteínas;
• Demonstrar a estrutura da água, sua importância para as reações biológicas e equilíbrio
ácido-básico.
Caro Aluno(a)!
Normalmente, com a correria do dia a dia, não nos organizamos e deixamos para o úl-
timo momento o acesso ao estudo, o que implicará o não aprofundamento no material
trabalhado ou, ainda, a perda dos prazos para o lançamento das atividades solicitadas.
Assim, organize seus estudos de maneira que entrem na sua rotina. Por exemplo, você
poderá escolher um dia ao longo da semana ou um determinado horário todos ou alguns
dias e determinar como o seu “momento do estudo”.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de
discussão, pois estes ajudarão a verificar o quanto você absorveu do conteúdo, além de
propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de
troca de ideias e aprendizagem.
Bons Estudos!
UNIDADE
Bioquímica Estrutural: Carboidratos, Lipídios, Proteínas e Água
Contextualização
As células do nosso organismo são compostas por proteínas, carboidratos, lipídios
e água que interagem entre si e contribuem para o funcionamento adequado do nosso
corpo. Dessa maneira, devemos entender a estrutura, função e contribuição em cada
reação bioquímica que acontece nas nossas células.
Doenças que são cada vez mais endêmicas como, por exemplo, a obesidade, são
causadas pelo consumo excessivo de macronutrientes.
Filme “Muito além do peso” retrata sobre a problemática da obesidade no Brasil causada
pelo consumo excessivo de macronutrientes durante a infância mesmo em localidades
bastante afastadas de centros urbanos. https://youtu.be/rb-P-nk2ULA
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Introdução
As células do nosso organismo precisam de energia para permanecer vivas e re-
produzirem. Energia é a capacidade das células vivas em realizar trabalho a partir dos
alimentos, ou seja, transformar componentes do meio ambiente com a finalidade de
produzir o que é necessário para suas atividades.
Os alimentos são compostos por nutrientes que podem ser divididos em macro-
nutrientes e micronutrientes. Os macronutrientes são fontes de energia e podem ser
classificados em lipídios, carboidratos e proteínas, já os micronutrientes são minerais e
vitaminas que contribuem para a manutenção das funções celulares.
O ramo da ciência que estuda a estrutura molecular e função metabólica dos com-
ponentes celulares e analisa os processos químicos de produção e consumo de energia
pelas células é denominado de bioquímica. Resumidamente, a bioquímica é a química
da vida.
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UNIDADE
Bioquímica Estrutural: Carboidratos, Lipídios, Proteínas e Água
O carbono é o elemento químico que mais contribui com o peso seco das células,
tem capacidade de ligação bastante versátil. O carbono forma ligações químicas simples
com hidrogênio, ligações simples e duplas com o oxigênio e nitrogênio, e até ligações
triplas com outro carbono (figura 2). Essa formação de ligações estáveis dos compostos
de carbono é de extrema importância para a biologia. Durante a origem e a evolução
dos organismos vivos, nenhum outro elemento químico possui essa diversidade de
tamanho, formas e composição (MAHAN, ESCOTT-STUMP, RAYMOND, 2013;
NELSON, 2014).
. . . . . ..
. C . + .H . C .. H . C . + .N.. .
.C . .N C N
..
. . C H . .
. . . .. . . . .
.C . + .O.. . C .. O. C O .C . + .C . . C .. C . C C
. .. . .. . . . .
. . . .. . . . .. .
.C . + .O.. .C . + .C .
.C . . O C O .C . . C. C N
..
. .. . .
..
. . . . . .
. C . + .N.. . C ..N.. C N .C . + .C . . C .. .. .. C. C C
. . . . . .
Carboidratos
Os carboidratos são produzidos por células vegetais e animais, possuem a formu-
lação (CH2O)n, portanto, possuem carbono, hidrogênio e oxigênio em sua composi-
ção. Os carboidratos são fontes para a produção de energia pela maioria das células
do organismo humano, correspondendo de 40 a 60% do total de energia de uma
dieta saudável.
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Os carboidratos podem ser classificados em monossacarídeos, dissacarídeos, oli-
gossacarídeos e polissacarídeos (MAHAN, ESCOTT-STUMP, RAYMOND, 2013).
Monossacarídeos
Os monossacarídeos são açúcares simples constituídos por uma molécula que
geralmente possuem de 3 a 7 carbonos não ramificadas unidas por ligações simples.
Os monossacarídeos que possuem quatro, cinco e sete carbonos em sua estrutura são
denominados de tetrose, pentose e heptose.
HEXOSES
-D-Glicose -D-Galactose -D-Frutose
H
H O H O
C C H C OH
1 1 1
H C OH H C OH H C O
2 2 2
HO C H HO C H HO C H
3 3 3
H C OH HO C H H C OH
4 4 4
H C OH H C OH H C OH
5 5 5
CH2OH CH2OH CH2OH
6 6 6
ESTRUTURA EM ANEL
6 CH2OH 6 CH2OH 6 CH2OH
H 5 C O H HO 5 C O OH HO O H
H H
4 C OH H
1 C 4 C OH H
1 C 5C
H HO C2
C C C C C C
OH 3 2 OH H 3 2 H H 4 3 1 CH2OH
H OH H OH OH H
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Dissacarídeos
São a junção de dois monossacarídeos por uma ligação glicosídica em que o grupo
hidroxila (OH) de uma molécula de açúcar, geralmente cíclico, reage com outro carbo-
no e se condensa, liberando água (H2O). Existe uma ampla variedade de dissacarídeos
na natureza, porém, os mais comuns na nutrição humana são.
Oligossacarídeos
Os oligossacarídeos são a união de 3 a 10 monossacarídeos, por isso são conside-
rados polímeros curtos ligados através de ligações glicosídicas. São hidrossolúveis e
também possuem sabor doce.
Polissacarídeos
São constituídos por 10 ou mais monossacarídeos, como, exemplo, temos o glico-
gênio e o amido, formado pela ligação de inúmeros monossacarídeos. O glicogênio
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possui função de ser uma reserva energética localizada no fígado e no músculo esque-
lético em humanos, já o amido é uma reserva energética nos vegetais.
Por exemplo, mandioca, batata e milho são alimentos ricos em amido. As caracte-
rísticas sensoriais, como cor e sabor, do amido extraído de cada um desses alimentos
são diferentes devido à estrutura do amido que os compõem.
O amido nas plantas forma grânulos devido a suas estruturas denominadas de ami-
lose e amilopectina, representados na figura 4. A amilose é uma estrutura linear for-
mada pela união de glicoses ligadas de maneira linear – esse tipo de ligação glicosídica
é do tipo α-1,4, ou seja, o carbono 1 de uma glicose se liga ao carbono 4 da glicose
seguinte. A amilopectina é uma estrutura com ramificações a partir da estrutura prin-
cipal, pois ela faz ligações do tipo α-1,6, ou seja, o carbono 1 de uma glicose se liga
ao carbono 6 da glicose seguinte (MAHAN, ESCOTT-STUMP, RAYMOND, 2013;
LANCHA, 2019).
(1 – 4)
amilose (linear)
(1 – 6)
amilopectina (ramificada)
AMIDO
Figura 4 − amilose amilopectina
O amido, após ser ingerido, passa por todo processo de digestão e são quebrados
em moléculas cada vez menores por enzimas, até se tornarem dissacarídeos. As en-
zimas α-amilase e glicosidase presentes na saliva e no intestino fazem a hidrólise dos
polissacarídeos em dissacarídeos. Os dissacarídeos, ao chegarem ao intestino, sofrem
ação das enzimas da borda em escova que quebram em monossacarídeos, e, então, as
células intestinais podem absorver as moléculas totalmente digeridas.
O amido da batata crua, por exemplo, é mal digerido, por isso o cozimento desses
alimentos facilita as enzimas digestivas a hidrolisar os alimentos. Após o cozimento,
os grânulos de amido incham, amaciam e rompem a parede celular vegetal. Quando
ingerimos esses grânulos cozidos, isso permite maior facilidade de acesso pelas enzi-
mas digestivas. Alguns tipos de amido são resistentes, pois não sofrem alterações após
o cozimento.
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O glicogênio também possui ligações do tipo α-1,4 e α-1,6, portanto, possui ra-
mificações e formam grânulos no citoplasma dos hepatócitos e miócitos. As enzimas
de produção e de degradação de glicogênio permanecem firmemente ligadas a esses
grânulos. Quando há necessidade de liberação de glicose, as enzimas de degrada-
ção do glicogênio removem as glicoses das extremidades das diferentes ramificações,
permitindo maior rapidez na liberação de glicose na circulação sanguínea (MAHAN,
ESCOTT-STUMP, RAYMOND, 2013; LANCHA, 2019).
Para aprender mais sobre o uso de carboidratos durante a atividade física, leia o artigo
científico “O uso de carboidratos antes da atividade física como recurso ergogênico: revisão
sistemática” que está descrito no material complementar.
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Fibras alimentares
As fibras alimentares são polímeros de carboidratos não são digeríveis. As fibras
alimentares são constituídas de poli ou oligossacarídeos formados por moléculas de glicose
(exemplos: celulose, hemicelulose e pectina), frutose (exemplo frutooligossacarídeos) ou
galactose (galactooligossacarídeo). Podem ser classificadas como solúveis e insolúveis:
Não há enzimas capazes de hidrolisar as fibras, dessa forma, passam pelo es-
tômago e intestino delgado sem alterar a estrutura, chegando intacta no intestino
grosso. No intestino grosso, a microbiota intestinal que são as bactérias residentes
na luz intestinal fermentam as fibras e produzem compostos que selecionam a
sobrevivência e crescimento das bactérias que são benéficas. Diversas fibras que
são originárias de alimentos vegetais, bem como de suplementos, possuem essas
propriedades prebióticas.
Lipídios
Os lipídios são um grupo de compostos bioquímicos que possuem uma mesma
característica que é a insolubilidade. Possuem diversas funções biológicas como a
composição da membrana plasmática das células, agentes emulsificantes no trato
digestivo, transportadores de elétrons, hormônios, cofatores enzimáticos e mensa-
geiros intracelulares.
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Estrutura
Os lipídios também podem ser denominados de ácidos graxos, pois são compos-
tos por cadeias de carbono e hidrogênio conectados através de ligações saturadas
ou insaturadas.
A maioria dos ácidos graxos não possuem ramificações e podem ser saturados
ou insaturados. Ácidos graxos saturados possuem somente ligações simples entre
os carbonos. Ácidos graxos insaturados possuem ligações simples, porém, também
possuem ligações duplas. A presença das insaturações permite uma alteração na
conformação dos ácidos graxos, formando regiões que permitem uma maior flui-
dez de membrana.
As duplas ligações sempre são em posição cis, ácidos graxos trans são produzidos
apenas após fermentação no rúmen, ou após processos industriais de hidrogenação de
ácidos graxos.
A nomenclatura simplificada dos ácidos graxos está de acordo com a quantidade carbonos
na sua estrutura e se há ligações duplas (insaturadas) ou simples (saturadas). Por exemplo:
• O ácido palmítico possui 16 carbonos ligados por ligações simples (saturadas), sen-
do designado como 16:0;
• O ácido oleico possui 18 carbonos ligados por ligações simples e também possui
uma ligação insaturada, portanto, é denominado 18:1.
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Os ácidos graxos com instauração, atualmente muito estudados, são conhecidos
como ômega-3. O ômega-3 possui esse nome devido à contagem do carbono ser
diferenciado. No geral, a contagem é feita a partir do carbono que possui a carboxila
(na figura 6 vemos os números em preto), porém, nesse caso, a contagem é feita
começando pelo carbono mais distante do grupo carboxila (na figura 6, vemos pelos
números em vermelho).
O 1 4
C 2
–O 3 9 10
18
O 1
2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
C
–O 7 6 5 4 3 2 1
Os ácidos graxos ômega-3 não são produzidos pelo organismo humano e devem ser
obtidos através da dieta ou de suplementação com óleo de peixe. O óleo de peixe con-
tém ácidos graxos poli-insaturados como EPA e DHA e são frequentemente prescritos
para pacientes com doenças cardiovasculares.
Além do ácido graxo ômega-3, o ômega-6 também não é produzido pelo nosso orga-
nismo, portanto, são considerados ácidos graxos essenciais. Na alimentação, existe uma
proporção considerada ideal de 3:1 ou 4:1 de ômega-6 para ômega-3.
Para aprender mais sobre as propriedades dos ômega-3 e -6, leia o artigo ‘Ácidos graxos
poli-insaturados ômega-3 e ômega-6: importância e ocorrência em alimentos” que está
descrito no material complementar.
A estrutura de hidrocarbonetos, ou seja, carbonos e hidrogênios dos ácidos graxos são res-
ponsáveis por diversas propriedades desses ácidos graxos.
• Insolubilidade: a cadeia de hidrocarbonetos é responsável pela baixa solubilidade
em água; quanto maior a cadeia de hidrocarbonetos mais insolúvel esse ácido graxo é;
• Ponto de fusão: em temperatura ambiente, os ácidos graxos insaturados perma-
necem na consistência de óleo e ácidos graxos saturados permitem a consistência
de cera. Por exemplo, o óleo de coco, que é rico em ácidos graxos saturados, possui a
consistência em temperatura ambiente é no formato de cera.
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Bioquímica Estrutural: Carboidratos, Lipídios, Proteínas e Água
As ceras podem ser produzidas por glândulas com diversas finalidades como prote-
ger o pelo e a pele, para que se mantenham flexíveis e impermeáveis. A cera produzida
pelas abelhas é constituída por ácido palmítico com o álcool triacontanol o que garante
consistência mais rígida em temperatura ambiente (25ºC).
Os ácidos graxos produzidos pelo nosso organismo são sempre em posição cis,
porém, a indústria alimentícia ao hidrogenar alguns óleos vegetais produzem os ácidos
graxos trans. Essa hidrogenação é necessária para a produção de algumas margarinas
e prolongar o prazo de validade dos óleos, ao adicionar hidrogênios os ácidos graxos
oxidam, evitando sabor de ranço. Os ácidos graxos trans são prejudiciais à saúde, já que
são relacionados com a incidência de doenças cardiovasculares, câncer e diabetes tipo 2
(MAHAN, ESCOTT-STUMP, RAYMOND, 2013; NELSON, 2014).
Triacilglicerol
É a estrutura mais simples que se forma a partir dos ácidos graxos, formada pela
ligação éster de um glicerol com 3 ácidos graxos, como podemos ver na figura 8.
Figura 8 – Triacilglicerol (TAG) é a união de uma molécula de glicerol com 3 ácidos graxos
(representados pelas cores rosa e laranja), através de ligações éster
Fonte: USP
Porque esse tipo de armazenamento de energia é mais eficiente do que na forma de glico-
gênio? Motivo 1: As TAG são apolares, não se ligam com água, tornando essas moléculas
mais leves e menores; o glicogênio é um polissacarídeo que se liga a moléculas de água,
por isso possui um peso extra. Motivo 2: Além disso, cada grama de TAG contribui com o
dobro de energia do que o glicogênio. Motivo 3: Ainda, o corpo de humanos e mamífe-
ros possuem uma capacidade ampla em armazenar lipídios, devido à alta capacidade de
expansão do tecido adiposo e às diversas localizações no corpo; já o glicogênio pode se
acumular apenas no fígado e no musculo esquelético, em quantidades limitadas para o
uso em poucas horas.
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Membrana plasmática é constituída por lipídios estruturais:
A membrana plasmática das células é uma dupla camada de lipídios que controla
a passagem de íons e moléculas polares. Os lipídios de sua estrutura possuem uma
região hidrofílica (polar) e outra hidrofóbica (apolares), sendo então denominados de
anfipáticos. A organização das regiões apolares e polares são de acordo com a re-
presentação gráfica da figura 9, na qual a região apolar do lipídeo fica no interior da
membrana e a região hidrofílica fica na parte externa da membrana. Essa organização
das membranas plasmáticas permite a formação de uma barreira ao redor das células,
delimitando o seu tamanho (NELSON, 2014).
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Bioquímica Estrutural: Carboidratos, Lipídios, Proteínas e Água
Ainda mais uma classe de lipídios muito importante que é o colesterol. Uma de
suas funções atuar como base para a produção de hormônios como aldosterona e
estrogênio, produzidos na glândula suprarrenal, ovários e testículos, respectivamente.
A outra função do colesterol é na membrana plasmática das células, garantindo maior
rigidez da membrana plasmática (NELSON, 2014).
Proteínas
As proteínas são a principal estrutura do nosso corpo e controlam praticamente
todas as funções das nossas células. As proteínas são macromoléculas presentes em
todas as células e em todas as partes das células. Como as proteínas são produzidas
com base no nosso DNA, possuímos uma ampla variedade de tipos de proteínas e
funções encontradas nos diferentes organismos.
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é determinada pelo nosso código genético, o DNA (ácido desoxirribonucleico),
localizado no núcleo das células e orquestra como a síntese de determinadas proteínas
irá ocorrer.
Quase todos os compostos biológicos naturais que possuem um centro quiral ocor-
rem na forma L ou D, devido à configuração dos 4 grupos que ficam ligados ao centro
quiral, por exemplo, a L-glutamina.
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Bioquímica Estrutural: Carboidratos, Lipídios, Proteínas e Água
Alimentos ricos em proteínas como, por exemplo, as carnes são digeridas pelo
trato gastrointestinal e são hidrolisadas em pequenas unidades estruturais que são os
aminoácidos. Os enterócitos, então, absorvem os aminoácidos e posteriormente po-
dem ser utilizados pelas nossas células.
Os aminoácidos podem ser utilizados pela via da gliconeogênese para produzir gli-
cose quando não há outros nutrientes (carboidrato ou gordura) disponíveis. Para cada
grama de proteína, nosso organismo pode produzir 4 Kcal (MAHAN, ESCOTT-STUMP,
RAYMOND, 2013; NELSON, 2014).
Síntese proteica
A síntese de proteínas é um processo complexo no qual o DNA é utilizado como
base para a produção de RNA (ácido ribonucleico), que, por sua vez, é utilizado como
base para a produção das proteínas. Essa produção de proteínas pode ser dividida
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em duas fases transcrição e tradução, que serão abordadas em maiores detalhes em
outras aulas, mesmo assim, é importante entender como funciona esse processo.
Alguns aminoácidos não podem ser sintetizados pelo nosso organismo e outros sim,
portanto, podem ser classificados respectivamente em essenciais e não essenciais.
Aminoácidos essenciais são aqueles que o nosso organismo não é capaz de pro-
duzir ou não produz em quantidades suficientes, e, para manter uma quantidade
mínima adequada, esses aminoácidos devem ser consumidos através da alimenta-
ção. Sendo os aminoácidos essenciais: treonina, lisina, metionina, arginina, valina,
fenilalanina, leucina, triptofano, isoleucina e histidina.
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Proteínas e peptídeos
Como já dito anteriormente, os aminoácidos se juntam através de ligações pep-
tídicas que vão formar polímeros. Na ligação peptídica, ocorre a liberação de uma
molécula de água, a partir do hidrogênio e oxigênio do grupo amino. Verifique essa
reação na figura 13.
A união de:
• 2 aminoácidos formam dipeptídeos;
• 3 aminoácidos são tripeptídeos;
• 3 ou mais aminoácidos juntos formam oligopetídeos;
• Muitos aminoácidos juntos formam polipetídeos ou proteínas.
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• Estrutura terciária: as hélices e pregas podem ser dobradas e formar estruturas
grandes ou pequenas compactas;
Os sítios catalíticos das proteínas são os locais em que interagem com outro ele-
mento e, subsequentemente, ocorre alguma reação bioquímica. Esses sítios são for-
mados pelas interações entre os grupos R de cada aminoácido e são específicas
para a função de cada proteína (MAHAN, ESCOTT-STUMP, RAYMOND, 2013;
NELSON, 2014).
Água
A água é a substância mais importante no organismo dos seres vivo, corresponde a
70% do peso dos organismos. É importante saber sobre suas propriedades bioquímicas,
pois a água afeta a estrutura e a função de todos os componentes celulares.
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Bioquímica Estrutural: Carboidratos, Lipídios, Proteínas e Água
Estrutura
A água é formada por 2 átomos de hidrogênio ligados a um átomo de oxigênio.
Essa estrutura é responsável pela propriedade da água se manter líquida em tempera-
tura ambiente e sólida em temperaturas mais frias (figura 15).
Cada átomo de hidrogênio forma uma dupla ligação com o átomo de oxigênio que
fica na região central, formando um ângulo de 104,5o, adquirindo uma conformação
de tetraedro. As ligações de hidrogênio ao oxigênio são relativamente fracas, são
mantidas por pequenos picossegundos e, após o desligamento, rapidamente se ligam
a outro hidrogênio. Sendo assim, essas ligações oscilam o tempo todo.
O arranjo tetraédrico permite que cada ligação de hidrogênio se ligue até 4 molécu-
las de água. Entretanto, na água líquida, as moléculas de água estão desorganizadas e
se movimentando continuamente, podendo se ligar com 3 a 4 moléculas de água. Sob
temperaturas frias, cada molécula hidrogênio se liga a 4 moléculas de água, formando
uma estrutura de rede regular fixa e bem ordenada, permitindo a formação do gelo
(NELSON, 2014).
O ponto de fusão da água é a 0oC e, para que ela passe do estado líquido para o
sólido ou gasoso, é necessária energia térmica para modificar as ligações de hidrogê-
nio, desestabilizar a estrutura e alterar a cinética do movimento dos átomos. No gelo,
os átomos estão em disposição mais ordenada e, no estado líquido, estão menos or-
denadas. No estado gasoso, estão completamente desordenados e, para evaporarem,
é necessário que esteja sob temperaturas acima do ponto de ebulição da água que é
de 100oC.
Algumas moléculas não podem formar essas interações entre água e soluto. Em soluções
aquosas, as substâncias que não são hidrofílicas, não se misturam e formam agregados.
Um exemplo disso seria colocar óleo na água, consequentemente, formaria duas fases em
que o óleo fica sobre a água e não se mistura. Portanto, os ácidos graxos que constituem
o óleo não são solúveis em água e são classificados em apolares e hidrofóbicas.
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Os lipídios são biomoléculas que possuem estrutura hidrofóbica, não permitindo
dissolver em água (NELSON, 2014).
Além disso, existem alguns compostos que possuem uma região polar e apolar em
uma mesma estrutura, essas substâncias são denominadas de anfipáticas. Os exem-
plos de substâncias anfipáticas são os sabões e detergentes que possuem em sua es-
trutura longa de hidrocarbonetos e uma extremidade com NH3+, ou seja, possui uma
estrutura apolar longa formado por carbonos e hidrogênios, que estão ligados a uma
extremidade polar que contém sal de amônio (NH3+).
Por que os lipídios são importantes na estrutura da membrana plasmática das células?
Toda membrana plasmática é constituída de uma bicamada de fosfolipídios: a região apo-
lar fica voltada para o meio interno e a região polar fica nas extremidades, ou seja, em
contato com o citoplasma e o meio extracelular (que em geral são ambientes hidrofílicos).
A configuração dos fosfolipídios permite a definição dos limites das células, o controle o
tráfego molecular e a fluidez dessa membrana.
A água é um solvente polar que dissolve biomoléculas carreadoras que têm um pa-
pel essencial no transporte de substâncias através das nossas células, além de controlar
a hidratação.
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Bioquímica Estrutural: Carboidratos, Lipídios, Proteínas e Água
Equilíbrio ácido-básico
A água tem uma tendência de ionização reversível: H2O ⇄ H++OH-. Como todas
as reações reversíveis, os ácidos são dissolvidos em água e contribuem com H+ por
ionização, já as bases consomem OH-. A quantidade desses íons H+ em uma solução
pode ser medido através do pH.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Livros
Krause – Alimento Nutrição e Dietoterapia
MAHAN, L. K.; ESCOTT-STUMP, S.; RAYMOND, J. L. Krause – Alimento Nutrição e
Dietoterapia. 13. ed. Elsevier, 2013.
Filmes
“Muito além do peso”
Hoje em dia, um terço das crianças brasileiras está acima do peso. Esta é a primeira
geração a apresentar doenças antes restritas aos adultos, como depressão, diabetes e
problemas cardiovasculares. Este documentário estuda o caso da obesidade infantil princi-
palmente no território nacional, mas também nos outros países no mundo, entrevistando
pais, representantes das escolas, membros do governo e responsáveis pela publicidade
de alimentos.
https://youtu.be/rb-P-nk2ULA
Leitura
O uso de carboidratos antes da atividade física como recurso ergogênico: revisão sistemática.
Artigo científico: O uso de carboidratos antes da atividade física como recurso ergogê-
nico: revisão sistemática. Rev. Bras. Med. Esporte. Vol. 21, No 2 – Mar/Abr, 2015.
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UNIDADE
Bioquímica Estrutural: Carboidratos, Lipídios, Proteínas e Água
Referências
LANCHA JUNIOR, A. H.; CAMPOS-FERRAZ, P. L.; ROGERI, P. S. Suplementação
nutricional no esporte. 2 ed. Rio de janeiro: Guanabara Kooggan, 2019. cap 6. pp.
81-100.
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