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Alimentação
e da Nutrição
Material Teórico
Histórico da Alimentação Humana e da Nutrição no Brasil
Revisão Textual:
Prof.ª Me. Luciene Santos
Histórico da Alimentação Humana
e da Nutrição no Brasil
OBJETIVO DE APRENDIZADO
· Desenvolver conhecimento da história da alimentação e da nutrição
com a finalidade de compreensão do comportamento alimentar ao
longo da história e do papel que o alimento desempenha na organi-
zação da vida social.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.
Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.
Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.
Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você
também encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão
sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e
de aprendizagem.
UNIDADE Histórico da Alimentação Humana e da Nutrição no Brasil
Figura 1
Fonte: iStock/Getty Images
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Essa diferenciação também foi resultado da descoberta do fogo pelo homem. Para
Flandrin e Montanari (1998), há 500 mil anos, o homem teria dominado o fogo,
diferenciando-se de forma definitiva de seus ancestrais.
Figura 2
Fonte: iStock/Getty Images
O homem deixa de viver como nômade, sem moradia fixa, e passa a possuir cria-
ção de animais nas terras menos produtivas para o cultivo.
Conforme Flandrin e Montanari (1998), foi no Oriente Médio que o homem, pela
primeira vez, começou a desenvolver a agricultura e a criação de animais. Essas ativi-
dades se estenderam rapidamente a outras regiões mediterrâneas, favorecendo uma
alimentação mais equilibrada com menos carência.
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UNIDADE Histórico da Alimentação Humana e da Nutrição no Brasil
O homem descobriu também que poderia ter oferta de alimentos o ano todo.
Foram os egípcios que, deixando vestígios em suas tumbas, que inventaram a cozinha.
A história do garfo também é bem interessante. A data que teria sido utilizado pela pri-
meira vez foi no século IX, porém, somente na Europa na Idade Média, os rituais e costu-
mes ficaram mais “requintados” e começaram a utilizar o garfo para fazer suas refeições.
Na era medieval, a mesa era coletiva, sem talheres e os alimentos eram servidos
com as mãos.
Figura 3
Fonte: iStock/Getty Images
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No século XVII, há relatos entre o cheiro e o gosto na comida, mas foi no século
XVIII que a alimentação passa a ser mais visual e tem-se a presença de alimentos
mais assados ao forno, grelhados e fritos.
O ato de “comer fora” também teve início do Império Romano com as tabernas e
as hospedarias.
Pitte (1998), citado por Philippi (2015, p. 41), relata que o nome “restauran-
te” apareceu em um decreto datado de 1786, mas historicamente veio de 1765
quando a casa na Rue des Polies, em Paris, afixou a tabuleta “Boulanger débite de
restaurants divins” – restaurante designava um caldo fortificante com pedaços de
caldo de boi, carneiro, vitelo, frango, pombo, perdiz com cebolas e raízes.
Figura 4
Fonte: iStock/Getty Images
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UNIDADE Histórico da Alimentação Humana e da Nutrição no Brasil
Ela teve uma grande influência nas mudanças dos hábitos da população, incluindo
mudança nos hábitos alimentares pelos trabalhadores.
Com o passar dos anos, foi possível observar a mudança na alimentação das
famílias, caracterizada pelo aumento do consumo de alimentos ricos em gordura
(alimentos congelados e industrializados ou prontos para o consumo) açúcar
refinado (refrigerantes e doces) e a diminuição dos alimentos ricos em fibras e
vitaminas (frutas e legumes).
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Período Alguns dados históricos das descobertas na alimentação
- Reaparece o garfo na Itália, depois de banido no século IX;
- Surgem as primeiras caçarolas na Europa;
- Surge na França a primeira garrafa de vidro;
1500 – 1800
- No Brasil, rebanhos de bois desembarcam na Bahia e ocupam o Nordeste;
- No Brasil, escravos popularizam o leite de coco, o azeite de dendê, a pimenta malagueta
e o feijão preto.
- A cana-de-açúcar é levada para as Américas;
- Os espanhóis introduzem o chocolate na Europa – antes consumido pelos astecas;
- Chega à Europa o primeiro iogurte;
- O chá-preto começa a ver vendido na Europa;
- Primeiro café é inaugurado em Veneza (1640) e depois introduzido na França (1669);
- Químico francês Denis Papin (1680) inventa a primeira panela de pressão: um aparelho para
amolecer ossos e cozinhar carne em pouco tempo;
- Uso de garrafas de vidros e de talheres, antes artigos de luxo, tornam-se comuns na Europa;
- Conde de Sandwich inventa o sanduíche (1762);
- Aberto em Paris o primeiro restaurante (1765);
1800-1900
- Preparadas as primeiras conservas pelo francês Nicolas Appert (1795);
- Inventadas as latas para guardar conservas (1812);
- Primeiro fogão a gás é construído na Inglaterra por James Sharp (1837);
- Físico alemão Julius Robert descreve as calorias (1842-1845);
- No Brasil (1908), a chegada da família real revoluciona a culinária fina; pão francês e café
se estabelecem; aberta a primeira sorveteria no Rio de Janeiro; surgem cafés, restaurantes,
confeitarias e docerias;
- Chegada de grande número de imigrantes italianos no Brasil (1884-1903);
- Norte americano Adams inventa o chiclete (1872);
- Farmacêutico americano John Pemberton inventa a Coca-Cola (1886).
- Começa a ser produzida nos EUA a primeira geladeira doméstica (1913);
- No Brasil: chegada dos imigrantes japoneses trazendo a culinária japonesa (1904-1944);
- Descoberta das vitaminas;
- É descoberto o congelamento industrial (1915);
- Americano Albert Johnson inventa o primeiro liquidificador (1916);
- Fundada nos EUA a primeira rede de hambúrgueres (1921);
- Nestlé lança o café instantâneo (1937);
- Comercializadas as primeiras refeições congeladas nos EUA (1945);
1900
- Americano Percy Spencer inventa o micro-ondas (1945);
- Italiano Achile Gaglia inventa a máquina de café expresso (1946);
- Início do uso da liofilização (1955);
- Foi aberta a primeira loja do Mc Donald’s (1955);
- Alimentos são embalados a vácuo (1960);
- Uso de caixas Treta Pack (1961);
- Homem leva alimentos liofilizados à Lua (1969);
- Surge o movimento Slow Food (1986).
- No Brasil, observa-se a globalização no consumo das preparações como: pizza e sushi;
- Aumento do consumo de produtos industrializados;
2000
- Fast-food torna-se um hábito alimentar brasileiro;
- Surge o slow-food Brasil.
Fonte: Cascudo (2004); Flandrin e Montanari (1998); Philippi (2015)
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UNIDADE Histórico da Alimentação Humana e da Nutrição no Brasil
Figura 5
Fonte: iStock/Getty Images
O termo: culinária vem do latim culinarirus, derivado da palavra cullina, que quer
Explor
dizer cozinha.
O Brasil é um país tão rico em diversidade e vasto que sempre é possível descobrir
algo novo da nossa culinária.
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A diferença entre a alimentação beira-mar e sertaneja é bem distante, vai das
moquecas até a família das paçocas e cuscuzes.
Vários relatos ao longo da história afirmam que a moqueca era feita pelos índios
brasileiros de carne humana. O “moquém”, que significa “carne moqueada”, era a
forma que os índios se referiam em preparar a carne assada na labareda quando se
dispunham em “comer carne humana”.
Conforme Giovanni e Filho (2000, p. 14), moquém, em língua tupi, significa algo
como “secador” para tostar a carne. Mas a técnica atual de preparo da moqueca
retém muito pouco da técnica tradicional dos índios.
Outro prato muito importante na dieta dos brasileiros, além das moquecas e
das farinhas, é o feijão. A feijoada não vem dos tempos de escravidão. Ela é um
prato moderno, do século XIX, e seria a evolução do nosso “feijão gordo”, ou
seja, feijão com qualquer outro item do cardápio brasileiro, como um pedaço de
carne, ou um embutido.
Mas não temos como encerrar esse capítulo sem falar da história da maniçoba.
Para Giovanni e Filho (2000), poucos pratos encarnam a história do país desde
o início da sua colonização quanto a maniçoba. Mani soua significa “folha de
mandioca” em língua tupi. A maniçoba é um prato feito à base de folhas da
mandioca e típico da região Norte do país.
Explor
A Antiga Dietética
Desde os tempos mais remotos, o homem sempre se preocupou com a
alimentação. Hipócrates, há cerca de 2500 anos, já dizia: “que seu remédio seja
seu alimento, e que seu alimento seja seu remédio”.
O homem também sabia que o consumo de alguns alimentos era bom para sua
saúde, como é o caso do iogurte, fabricado e consumido desde a antiguidade.
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UNIDADE Histórico da Alimentação Humana e da Nutrição no Brasil
Montanari e Flandrin (1998) contam em seu livro que o homem acreditava que a
diversidade dos apetites estava baseada em fundamentos naturais. As preferências
alimentares eram baseadas na empatia que a natureza de cada um mantinha com
esse ou aquele alimento; já as aversões eram explicadas por antipatias fisiológicas.
Já nos séculos XVI, XVII e XVIII, há relatos nos livros de culinária sobre a mul-
tiplicação dos pratos de legumes – uma mudança do estatuto social e, ao mesmo
tempo, uma transgressão das prescrições médicas.
Por restrições médicas da época, era proibido misturar determinados alimentos. Até a
Idade Média, era proibido, por exemplo, misturar leite com peixe. A partir do século
XVII, é possível visualizar receitas em livros acrescentando esse ingrediente aos diversos
tipos de peixes.
A religião também tem um impacto muito forte nas regras alimentares, influen-
ciando o consumo de determinados alimentos, restringindo outros e controlando a
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quantidade que deve ser ingerida; o caso da gula para o cristianismo, que é consi-
derado um pecado capital.
Importante! Importante!
O surgimento da Ciência da Nutrição só ocorreu nas primeiras décadas do século XX, a par-
tir da comprovação de que a carência de nutrientes ocasionava doenças. Nesse período,
praticamente todas as vitaminas tinham sido descobertas e suas ações comprovadas.
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UNIDADE Histórico da Alimentação Humana e da Nutrição no Brasil
Foi criado, em 1976, o PRONAN II e uma das suas diretrizes era o estímulo ao
processo de formação e capacitação dos recursos humanos em Nutrição.
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Com pouco mais de 70 anos do reconhecimento da nutrição no país, desde a
criação primeiro curso, a Nutrição ampliou seus conhecimentos, bem como sua
área de atuação.
Figura 6
Fonte: iStock/Getty Images
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UNIDADE Histórico da Alimentação Humana e da Nutrição no Brasil
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Sites
História da Alimentação
https://goo.gl/nHDQhN
Instituto Europeu da História da Alimentação
http://iehca.eu
Livros
Cozinha de Origem: Pratos brasileiros tradicionais revisitados
CASTANHO, T. Cozinha de Origem: Pratos brasileiros tradicionais revisitados. São
Paulo: Publifolha, 2013.
Comida e Sociedade: uma história da alimentação
CARNEIRO, H. Comida e Sociedade: uma história da alimentação. 6. ed. Rio de
Janeiro: Elsevier, 2003.
Comida: uma História
ARMESTO, F. F. Comida: uma História. Rio de Janeiro: Record, 2004.
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Referências
ACUÑA, K.; CRUZ, T. Surgimento da Ciência da Nutrição e breve histórico das
políticas de alimentação no Brasil. Revista Baiana de Saúde Pública, Bahia,
v.27, p. 114-123, 2003.
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História da Alimentação
e da Nutrição
Material Teórico
Antropologia da Nutrição: Alimentação e Identidade Cultural
Revisão Textual:
Prof.ª Me. Luciene Santos
Antropologia da Nutrição:
Alimentação e Identidade Cultural
• Antropologia da Nutrição;
• Aspectos Econômicos, Sociais e Culturais da Alimentação;
• Gastronomia, Culinária e Identidade Cultural;
• O “gosto”: Produto Cultural e Social.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
· Desenvolver conhecimento sobre antropologia da nutrição e como os
aspectos econômicos, sociais e culturais influenciam na alimentação.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.
Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.
Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.
Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você
também encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão
sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e
de aprendizagem.
UNIDADE Antropologia da Nutrição: Alimentação e Identidade Cultural
Antropologia da Nutrição
Antropologia vem no grego anthropos (homem) e logos (estudo) e define-se
por ser a ciência que estuda o homem em todas as suas dimensões (AQUINO e
PHILIPPI, 2015).
Também é estudada nessa área a culinária e a cozinha, uma vez que guardam
memórias afetivas, histórias familiares e tradições.
8
O acontecimento mais marcante da economia mundial no século XIX é o cultivo
de imensas superfícies que permitem abastecer de gêneros alimentícios o mercado
europeu (FLANDRIN e MONTANARI, 1998).
No século XIX, a indústria europeia foi se tornando cada vez mais forte com
as exportações dos excedentes para as antigas colônias, o aperfeiçoamento do
sistema de transporte por mar e estradas de ferro e a descoberta de nova forma de
produção e conservação de alimentos.
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UNIDADE Antropologia da Nutrição: Alimentação e Identidade Cultural
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Geografia da fome, uma tragetória em busca do direito humano à alimentação e nutrição.
Explor
Do ponto de vista social, o ser humano desde a antiguidade busca, além da fun-
ção de nutrir, uma socialização por meio do alimento.
A palavra convívio (cum-vivere) sugere e identifica o “viver junto” com o “comer junto”.
O dividir a comida à mesa também identifica que se faz parte da mesma família.
O arroz, por exemplo, tem muitas variações de consumo pelo mundo e seu
cultivo também pode variar de acordo com a região.
Um mesmo alimento pode ter significado diferente de uma cultura para outra.
O gado, por exemplo, é considerado sagrado em várias religiões, como no hindu-
ísmo. Religiões anteriores ao Antigo Egito, Grécia Antiga e Roma Antiga também
tinham crenças parecidas.
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UNIDADE Antropologia da Nutrição: Alimentação e Identidade Cultural
O caráter simbólico dos alimentos pode gerar o “prazer pelo comer”, remetendo
à infância, a uma lembrança de família, a uma viagem etc.
Comfort-food, para ser melhor entendido, pode ser dividido nas seguintes ca-
tegorias: comidas nostálgicas, de indulgência, de conveniência e de conforto físico.
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Comidas nostálgicas são as remetem a um período e/ou lugar na história
do indivíduo.
• O frango ensopado da minha mãe | Autor: Nina Horta | Editora: Companhia das Letras |
Explor
Ano: 2015
• Não é sopa | Autor: Nina Horta | Editora: Companhia das Letras | Ano: 1995
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UNIDADE Antropologia da Nutrição: Alimentação e Identidade Cultural
Gastronomia, Culinária
e Identidade Cultural
palavra gastronomia vem do grego gaster (ventre, estômago) e nomo (lei) – “as
leis do estômago” (AQUINO e PHILIPPI, 2015). Ainda segundo as autoras, foi
criado pelo poeta e viajante grego Arquestratus no século IV a.C., que percorreu
territórios provando as especialidades dos locais. O resultado de suas experiências
foi descrito em um tratado dos prazeres da comida chamado Hedypatheia.
A culinária tem relação direta com a gastronomia e pode ser entendida como
“qualquer tipo de processamento de transformação do alimento”.
O homem é o unico animal que tem e faz cozinha. E podemos dizer que todas
as cozinhas são fruto de trocas culturais e, de algum modo, contêm em si o mundo
(MONTANARI, 2013).
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A gastronomia surgiu como um novo papel para a alimentação.
Terroir: é uma palavra francesa que designa “uma expressão de terra cultivada”.
O brasileiro está descobrindo cada dia mais a diversidade da sua cultura, que
sempre esteve ao alcance de todos e que não era tão valorizada.
Castanho (2014, p.6) relata que, na região Norte do Brasil, não há inverno de
verdade (ou seja, inverno com temperaturas baixas), e a consequência disso é uma
abundância de frutas e legumes frescos o ano todo.
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UNIDADE Antropologia da Nutrição: Alimentação e Identidade Cultural
São inúmeros mercados regionais espalhados pelo Brasil, onde é póssivel ter
acesso a diferentes ingredientes na nossa culinária.
Figura 6 – Mercado Ver-o-Peso, em Belém no Pará, e sua diversidade de ingredientes genuinamente brasileiros
Fonte: Acervo do conteudista
Explor
ver-o-veropeso: https://goo.gl/ttehLZ
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Figura 7 – Mercado Municipal de São Paulo
Fonte: iStock/Getty Images
No mundo atual onde vivemos, além dos fatores culturais, religiosos e econômi-
co, existem outros fatores sociais que podem influenciar nas nossas escolhas pe-
la alimentação.
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UNIDADE Antropologia da Nutrição: Alimentação e Identidade Cultural
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As mudanças culturais e tecnológicas distanciaram o homem das tradições
culinárias, fazendo crescer o consumo de alimentos industrializados e ocasio-
nando doenças.
Os consumidores estão cada vez mais preocupados com os rótulos dos alimentos,
principalmente dos alimentos oferecidos para as crianças.
O “gosto” é algo muito pessoal, uma decisão de cada um, porém, a escolha pela
ingestão de deteminados alimentos só é aceita se o “gosto coletivo”, ou seja, do
grupo onde esse indivíduo convive permitir o consumo de determinado alimento.
Por esse motivo, é muito comum um alimento ser ou não aceito em uma deter-
minada sociedade.
O gosto pode ser dividido em: sabor e saber. Sabor é a definição como sensa-
ção, biológica.
O termo saber deriva do latim “ter gosto” e faz parte da avaliação sensorial,
que agrada ou desagrada, vem do cérebro e não da língua, remete às experiências
vividas, o gosto do “bom ou do “ruim”.
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UNIDADE Antropologia da Nutrição: Alimentação e Identidade Cultural
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Livros
Gastronomia hospitalar no conceito do Comfort Food
CUKIER, C.; MAGNONI, D.; ROBERTO, T. S.; STIKAN, R. Gastronomia hospitalar
no conceito do Comfort Food. São Paulo: Balieiro, 2013.
Comida Caseira: Deliciosas Receitas Clássicas
OLIVER, Jamie. Comida Caseira: deliciosas receitas clássicas. São Paulo: Globo, 2015.
Pequeno Dicionário da Gula
ALGRANTI, Márcia. Pequeno dicionário da gula. Rio de Janeiro: Record, 2000.
Cozinha Japonesa: Comida, Poder e Identidade Nacional
CWIERTKA, J. Katarzyna Moderna Cozinha Japonesa: comida, poder e identidade
nacional. São Paulo: Senac, 2008.
20
Referências
ABREU, E. S.; MORENO, R. B.; TORRES, E. A. F. S.; VIANA, I. C. A alimen-
tação mundial: uma reflexão sobre a história. Saúde e Sociedade, vol. 10(2)
p. 3-14, 2001.
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História da
Alimentação
e da Nutrição
Material Teórico
Gastronomia e Influências Culturais
no Planejamento de Dietas Saudáveis
Revisão Textual:
Prof.ª Me. Luciene Santos
Gastronomia e Influências Culturais
no Planejamento de Dietas Saudáveis
OBJETIVO DE APRENDIZADO
· Desenvolver conhecimento sobre as bases da gastronomia, bem
como sua influência na alimentação e na nutrição e entender sua
importância como ferramenta no planejamento de dietas saudáveis.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.
Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.
Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.
Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você
também encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão
sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e
de aprendizagem.
UNIDADE Gastronomia e Influências Culturais
no Planejamento de Dietas Saudáveis
Gastronomia e Influências
na Alimentação e Nutrição
No mundo globalizado no qual vivemos atualmente, as ideias e tendências na
area da alimentação se espalham rapidamente, mas as trocas culinárias como
técnicas de cocção, alimentos, utensílios ocorrem desde o início da história.
8
A Nouvelle cuisine (nova cozinha) foi uma reação francesa ao fast-food. A
culinária francesa buscou inspiração nas cores variadas da culinária japonesa e na
sua variedade de ingredientes que estimulavam os sentidos: visão, olfato e paladar.
As porções foram reduzidas, bem como o tempo de cocção e houve uma valorização
da cocção a vapor. Os molhos ficaram mais leves e buscou-se simplicidade na
apresentação dos pratos.
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UNIDADE Gastronomia e Influências Culturais
no Planejamento de Dietas Saudáveis
Livro: “O Jantar do Século”. Autor: Mariella Lazaretti. Editora SENAC. São Paulo. 2009
A dieta mediterrânea é uma dieta saudável composta por alimentos que estão
presentes no mundo mediterrâneo, mais precisamente, dos países banhados pelo
Mar Mediterrâneo, que envolve países da Europa, África e Oriente Médio. Ela é
baseada em frutas, legumes, verduras, grãos, ervas aromáticas, peixe, azeite e
vinho tinto.
Essa dieta também é conhecida por possuir benefícios para a saúde, principalmente
para as doenças cardiovasculares. O próprio fisiologista americano Ancel Keys,
que estudou a dieta e seus benefícios na população, morreu com 101 anos.
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Figura 3 – Fast-food versos slow-food
Fonte: iStock/Getty Images
A cozinha vegana vem ganhando cada vez mais adeptos, já é possível encontrar
empresas especializadas em alimentos congelados veganos, snaks etc.
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UNIDADE Gastronomia e Influências Culturais
no Planejamento de Dietas Saudáveis
No Brasil, nos últimos anos, houve uma crescente procura por alimentos
orgâninos. E, em feiras orgânicas espalhadas pelas grandes cidades, principalmente
em São Paulo, é possível comprar direto do produtor.
Influências Culturais
na Gastronomia Brasileira
As condições geográficas, climáticas, econômicas e culturais influenciam dispo-
nibilidade e na escolha da alimentação pelos brasileiros.
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Procedimentos Culinários
Nos últimos anos, a fusão das culturas gastronômicas deu lugar à própria iden-
tidade culinária.
Seria muito difícil explicar para as avós, que tinham os velhos livros de culinária da fa-
mília, com muitas anotações a mão, como toda essa revolução gastronômica aconteceu.
Na nutrição, ela serve como ferramenta para o estudo do tipo de cocção, pode-se
ou não ser melhorada a forma de preparo de um prato, se é possível a substituição
de um ingrediente por outro para melhora da saúde do paciente, e também para
verificar a combinação de cor, sabor e textura.
Para que um alimento seja consumido, na grande maioria das vezes, ele deve
passar pelo processo de cocção.
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UNIDADE Gastronomia e Influências Culturais
no Planejamento de Dietas Saudáveis
“Sous vide” é um termo francês que significa “sob vácuo”. O correto é chamá-lo
de “cocção sous vide”.
Desde 1980, George Pralus promoveu a técnica do cozimento a vácuo por todo
o mundo.
No Brasil, a técnica ganhou destaque nos anos 2000 com o Chef Alex Atala. O
Chef utiliza a técnica até hoje em seu restaurante.
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A técnica ganhou adeptos e cresce cada dia mais, sendo utilizada em diversas
áreas como: hospitais, catering, restaurantes e lojas de conveniência.
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UNIDADE Gastronomia e Influências Culturais
no Planejamento de Dietas Saudáveis
A higiene também é muito importante nessa cozinha. Ela começa com a escolha
dos ingredientes, seleção, cuidado no preparo, cocção e armazenamento correto.
Para Ornellas (2006), um alimento vale pelo que representa seu valor nutritivo, suas
diversas possibilidades de aproveitá-lo e pela facilidade de prepará-lo e conservá-lo.
Já o custo de um alimento é o valor que foi gasto para prepará-lo. Deve-se levar
em consideração, além do gasto com a matéria-prima, a perda durante o pré-
preparo (limpar uma carne ou descascar uma fruta), a perda na cocção (redução) e
os gastos com a mão de obra para prepará-lo.
Já para os grandes chefs da cozinha francesa, a arte culinária tem como objetivo
modificar os alimentos, tornando-os mais apetitosos e facilitar a digestão.
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Já o amido, presente em cereais, raízes, tubérculos e seus derivados (legumes
e frutas e algumas leguminosas) e também em proteínas (ovos, nata, manteiga e
gelatina) conferem textura ao alimento.
Aplicação da Gastronomia
no Planejamento de Dietas
A gastronomia é uma excelente ferramenta no preparo de cardápios saudáveis.
Gastronomia Hospitalar
O Serviço de Nutrição e Dietética (SND) de um hospital é o departamento
responsável pela nutrição e alimentação de todos os pacientes.
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UNIDADE Gastronomia e Influências Culturais
no Planejamento de Dietas Saudáveis
Figura 5 – Gastronomia hospitalar: promovendo uma melhor aceitação da dieta pelo paciente
Fonte: iStock/Getty Images
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A Nutrição e a Fome
Quando falamos em alimentação, não temos como não pensarmos na falta dela:
a fome.
Para Carneiro (2003, p.23), a alimentação é a luta contra a fome, mas nem
sempre a humanidade tem ganhado essa batalha.
Muitos são os fatores que levam à fome, entre eles: a localização e a quantidade
de pessoas no mundo, além da capacidade de ter acesso ao alimento e de produção
desse alimento.
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UNIDADE Gastronomia e Influências Culturais
no Planejamento de Dietas Saudáveis
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Livros
Alex Atala – por uma gastronomia brasileira
ATALA, A. Alex Atala – por uma gastronomia brasileira. São Paulo: BEI Comunicação,
2003.
Com unhas, dentes & cuca: prática culinária e papo cabeça ao alcance de todos
ATALA, A.; DÓRIA, C. A. Com unhas, dentes & cuca: prática culinária e papo
cabeça ao alcance de todos. São Paulo: Senac-São Paulo, 2008.
Alquimia dos alimentos
ARAÚJO, W.M.C. et al. Alquimia dos alimentos. Série Alimentos e Bebidas – v. 2,
Brasília: Senac-DF, 2007.
Panelinha: receitas que funcionam
LOBO, R. Panelinha: receitas que funcionam. São Paulo: SENAC-São Paulo, 2012.
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UNIDADE Gastronomia e Influências Culturais
no Planejamento de Dietas Saudáveis
Referências
ABREU, E. S.; MORENO, R. B.; TORRES, E. A. F. S.; VIANA, I. C. A alimentação
mundial: uma reflexão sobre a história. Saúde e Sociedade, vol. 10(2) p. 3-14, 2001.
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História da
Alimentação
e da Nutrição
Material Teórico
Alimentação Contemporânea: Industrialização e Tendências
Revisão Textual:
Prof. Esp. Claudio Pereira do Nascimento
Alimentação Contemporânea:
Industrialização e Tendências
OBJETIVO DE APRENDIZADO
· Desenvolver conhecimento em alimentação contemporânea, sua in-
fluência na alimentação mundial, bem como nas tendências mundiais.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.
Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.
Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.
Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você
também encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão
sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e
de aprendizagem.
UNIDADE Alimentação Contemporânea: Industrialização e Tendências
As famílias também foram diminuindo com o decorrer dos anos, a mulher as-
sumiu seu papel no mercado de trabalho e todas essas mudanças possibilitaram a
indústria em “segmentar” seus produtos. Nos dias atuais é possível encontrar refei-
ções prontas congeladas para uma única pessoa, o chamado single, para a família
ou até papinhas para crianças em diferentes fases de crescimento.
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A indústria de congelados teve inicio nos Estados Unidos na década de 1930
e a partir desse período as vendas de microondas e congeladores domésticos se
espalharam por todo o mundo.
Para os americanos era possível comer e fazer uma reunião ao mesmo tempo, já
para os europeus a alimentação era algo quase que um ritual, não era possível ver
alguém se alimentando na rua, dirigindo, em pé ou em um elevador.
Outro fato curioso para o sucesso do fast-food nos Estados Unidos se deve
à higiene.
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UNIDADE Alimentação Contemporânea: Industrialização e Tendências
Figura 1
Fonte: iStock/Getty Images
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A Thermomix™ é um robô de cozinha. Este equipamento pesa, esquenta, mexe,
cozinha a vapor e possui um programa de receitas que descreve passo a passo a
receita. Ele ordena os ingredientes e as quantidades que devem ser acrescentados
e depois conduz a receita sozinho.
Figura 2
Fonte: thermomix.vorwerk.co.uk/food-blender/
Figura 3
Fonte: Wikimedia Commons
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UNIDADE Alimentação Contemporânea: Industrialização e Tendências
Figura 4
Fonte: cookingconcepts.com
O Hotery® é uma ferramenta utilizada para aplicar uma chama ou um calor que
seja capaz de aquecer, criar crosta ou derreter um determinado alimento.
Figura 5
Fonte: cookingconcepts.com
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O Freshlife® é um germinador automático que permite cultivar brotos de muitas
variedades de plantas em uma mesma cozinha.
Figura 6
Fonte: cookingconcepts.com
Figura 7
Fonte: mobikit.com.br
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UNIDADE Alimentação Contemporânea: Industrialização e Tendências
Figura 9
Fonte: cookingconcepts.com
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O Rotaval® é um equipamento de aplicação de tecnologia na cozinha. É um
destilador usado para destilar sólidos com o auxilio de uma bomba a vácuo.
Figura 10
Fonte: cookingconcepts.com
Figura 11
Fonte: hellotrade.com
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UNIDADE Alimentação Contemporânea: Industrialização e Tendências
Figura 12
Fonte: cookingconcepts.com
Figura 13
Fonte: irinox.com
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Esse equipamento pode ser um forte aliado das cozinhas, pois ocupa menos
espaço e possui diversas funções. Também é possível combinar funções como
cozinhar e congelar, não é preciso vigiar o processo. Esse e outros métodos ou
técnicas de conservação podem auxiliar na produção de um restaurante.
A partir dos anos 70 na Europa, foi introduzido nos restaurantes produtos pre-
parados pela indústria, como os alimentos em conserva.
Figura 14
Fonte: iStock/Getty Images
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UNIDADE Alimentação Contemporânea: Industrialização e Tendências
Na Europa existe a muitos anos a indústria de alimentos sous vide, que distribui
os alimentos através da cadeia fria em restaurantes, catering, hospitais, etc.
No Brasil a indústria de alimentos sous vide ainda é bem tímida. É bem comum
que os alimentos sejam produzidos através da técnica, porém no próprio restaurante.
Segundo O BRASIL FOOD TRENDS 2020 (2010) esse crescimento foi acompa-
nhado pela urbanização, que intensificou e alterou o perfil de consumo da população
mundial, com o aumento pela procura de alimentos mais elaborados e protéicos.
Nos dias atuais, vários especialistas discutem se haverá ou não alimentos sufi-
cientes para alimentar a população mundial em 2050.
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A indústria de alimentos investe em pesquisa e inovação para atender a demanda
de consumidores, que por sua vez, estão cada vez mais informados e exigentes.
Tendências da alimentação
As mudanças no hábito de consumo das populações estão ocorrendo cada vez
mais rápido.
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UNIDADE Alimentação Contemporânea: Industrialização e Tendências
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Livros
Nutrição Funcional & Sustentabilidade: alimentando um mundo saudável
BAPTISTELLA, A.B.; PASCHOAL, V.; SOUZA, S. N. Nutrição Funcional &
Sustentabilidade: alimentando um mundo saudável. São Paulo: Editora VP, 2007.
Os Grandes Chefs Contemporâneos
CLEAVER, A. Os Grandes Chefs Contemporâneos. São Paulo: Senac, 2010.
Chefs – Técnicas e Equipamentos
SONOMA, W. Chefs – Técnicas e Equipamentos. São Paulo: Melhoramentos, 2012.
Filmes
Food, Inc.
Documentário: Food, Inc. Estados Unidos, Ano 2008, duração 94 minutos, direção
Robert Kenner.
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Referências
AQUINO, R. C.; PHILIPPI, S. T.; Dietética: princípios para o planejamento de
uma alimentação saudável. São Paulo: Manole, 2015.
BRASIL FOOD TRENDS 2020. Federação das Indústrias do Estado de São Paulo,
Instituto de Tecnologia dos Alimento. São Paulo: FIESP/ITAL, 2010. 173 p.
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História da
Alimentação e
da Nutrição
Material Teórico
Planejamento Dietético Sustentável
Revisão Textual:
Prof.ª Dr.ª Selma Aparecida Cesarin
Planejamento Dietético Sustentável
OBJETIVO DE APRENDIZADO
· Desenvolver conhecimento em sustentabilidade e reconhecer a impor-
tância da alimentação e da nutrição no desenvolvimento sustentável;
· Gerar senso crítico para as ações sustentáveis na área de alimentação
e nutrição.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.
Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.
Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.
Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você
também encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão
sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e
de aprendizagem.
UNIDADE Planejamento Dietético Sustentável
Sustentabilidade e
Desenvolvimento Sustentável
A sustentablidade é um tema muito atual; envolve pessoas e empresas conscientes
preocupadas com o futuro do Planeta.
Essa definição também está ligada à produção e ao consumo consciente dos alimentos.
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As grandes Empresas dispõem de mais recursos econômicos, tecnológicos e hu-
manos; já as pequenas Empresas podem contribuir com seu espírito empreendedor.
Figura 1
Fonte: iStock/Getty Images
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UNIDADE Planejamento Dietético Sustentável
Para Antunes (p. 7, 2010), uma cozinha eficiente se traduz em um local cons-
ciente com o meio ambiente.
Figura 2
Fonte: iStock/Getty Images
Fatores externos podem influenciar essa causa, como o número de pessoas que
frequentam o local, suas preferências alimentares, mas também podem ser causados
por fatores internos das UANs, tais como, pelo cálculo do número inadequado das
refeições a serem produzidas, pelo treinamento dos funcionários da produção, pelo
porcionamento dos pratos e pela reposição.
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O desperdício de alimentos, muitas vezes, é visto apenas como prejuízo financeiro
para uma UAN ou restaurante; pode gerar resíduos sólidos e interferir diretamente
na saúde da população e do meio ambiente.
Figura 3
Fonte: iStock/Getty Images
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UNIDADE Planejamento Dietético Sustentável
Ações Sustentáveis no
Planejamento Alimentar
Assim como a definição de sustentabilidade, as Ações Sustentáveis no Planeja-
mento Alimentar buscam preservar os recursos naturais disponíveis e diminuir os
danos ambientais que possam ser causados.
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A atuação no nutricionista nesse âmbito pode auxiliar nas práticas sustentáveis
dos estabelecimentos na Área de Alimentação.
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UNIDADE Planejamento Dietético Sustentável
Figura 4
Fonte: Acervo do conteudista
Os produtos, tanto no Sistema Cook & Chill, como na técnica de Cocção Sous
Vide, são resfriados e não congelados. Dessa maneira, a energia para manter a
cadeia do frio é reduzida, bem como, a que seria utilizada para o descongelamento
do produto.
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No Brasil, existe tendência por produtos resfriados, ao invés de congelados.
Além disso, a gama de produtos resfriados, os chamados produtos “frescos” e sau-
dáveis, estão em crescimento, incluindo saladas e frutas.
O lixo deve ser separado por tipo de reciclagem para ser compactado. A redução
volumétrica é de 6:1, podendo chegar a 70:1, reduzindo o custo de armazenamento
e de transporte.
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UNIDADE Planejamento Dietético Sustentável
Figura 5
Fonte: Acervo do conteudista
As PANCs são plantas que podem ser utilizadas como alimento; porém, não são
encontradas em Supermercados.
Até o início do século XX, o consumo de PANCs era natural; porém, com a
urbanização e a falta de contato com a natureza, esses alimentos acabaram caindo
no esquecimento.
Explor
https://goo.gl/XJkW3v
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Tendências Relacionadas
à Sustentabilidade
O Brasil Food Trends (2020) mostrou que, no Brasil, as ações voltadas para a
Sustentabilidade, patrocinadas pelos Estabelecimentos de Serviço de Alimentação
têm se concentrado em projetos para:
• Consumo energético mais eficiente: melhor utilização da luz natural, moni-
toramento do equipamento de ar-condicionado, substituição de terminais de
maior potência;
• Consumo hidráulico eficiente: eliminação e reciclagem da água de refugo,
maior controle do consumo (registros e torneiras inteligentes), melhor aprovei-
tamento da água de chuva;
• Valorização das pessoas: diversidade e inclusão social, respeitando religião,
sexo e etnia, incorporação de pessoas idosas e com necessidades especiais
no trabalho, participação do estabelecimento em projetos que favoreçam a
comunidade e o meio ambiente, programas de valorização e reconhecimento
dos funcionários.
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UNIDADE Planejamento Dietético Sustentável
Sustentabilidade e Sociedade:
Construindo O Futuro
A Sustentablidade Social é um dos mais importantes setores para a mudança
do panorama da Socidade. A desigualdade social, o uso excessivo dos Recursos
Naturais por Empresas ou por uma parte da população, enquanto outra cresce
desmedidadamente, são fatores combatidos pela sustentabilidade social.
Figura 6
Fonte: iStock/Getty Images
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Explor
Vídeo Prato Consciente. Disponível em: https://youtu.be/zqU5MSxARsw.
No Filme Perdido em Marte, Mark Watney criou uma plantação sustentável de batatas no
Explor
planeta Vermelho, usando seu habitat pressurizado para criar condições ideais e solo marciano
para o cultivo. Teria dado certo? Por incrível que pareça, sim! Estudos mineralógicos feitos
pelos jipes Spirit e Opportunity, que estiveram mesmo em Marte (um deles, o Opportunity,
chegou lá em 2004 e está funcionando até hoje!), mostram que o solo é suficientemente
rico em minerais para sustentar um cultivo menos exigente, como o de batatas. Mas claro,
para isso acontecer, é preciso ocorrer a fixação do nitrogênio nesse solo, trabalho que na
terra é feito pelas bactérias. Watney tinha nitrogênio em sua atmosfera artificial, mas, para
fixá-lo, no solo, ele ia precisar das bactérias apropriadas. Sorte, nós humanos, carregamos
bactérias em nosso corpo. Assim, não foi difícil Watney – botânico de formação – encontrar
uma fonte prolífica de microrganismos úteis para fertilizar seu solo e plantar suas batatas.
19
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UNIDADE Planejamento Dietético Sustentável
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Sites
Sustentabilidade na Cozinha
https://goo.gl/UeECVD
Atitudes Sustentáveis
https://goo.gl/zZN3l
Livros
Guia Prático sobre PANCs: plantas alimentícias não convencionais
KAIRÓS, I. et al. Guia Prático sobre PANCs: plantas alimentícias não convencionais.
São Paulo: Instituto Kairós, 2017;
Sustentabilidade em alimentação fora do lar: desafios e vantagens
WICKERT, M. L. S.; MACEDO, C. C. Sustentabilidade em alimentação fora do
lar: desafios e vantagens. Brasília: SENAC, 2015.
Filmes
Ilha das Flores
Ilha das Flores (1988): os seres humanos permitiram o desevolvimento e uma série de
conquistas socioeconômicas, mas de forma desigual. Uma parte da população mundial,
por falta de recursos, utiliza-se do que foi descartado por outra parte da população.
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Referências
ANTUNES, B. Sistemas de Alimentação: Nucleora. São Paulo: C4, 2010.
________. Atitude para mudar o mundo, Revista CFN, Brasília, n. 28, p. 10-
11, 2009.
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