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Étnico-Cultural
Material Teórico
Diversidade Étnico-cultural
Revisão Técnica:
Profa. Dra. Vivian Fiori
Revisão Textual:
Prof. Ms. Luciano Vieira Francisco
Diversidade Étnico-cultural
• Diversidade Cultural
• Explicações para as Diferenças Étnico-Culturais
• Contracultura
OBJETIVO DE APRENDIZADO
· Tratar da diversidade cultural e algumas teorias sobre o assunto.
· Explicar a visão etnocêntrica.
· Evidenciar as formas de contracultura.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja uma maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.
Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.
Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.
Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como o seu “momento do estudo”.
No material de cada Unidade, há leituras indicadas. Entre elas: artigos científicos, livros, vídeos e
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também
encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão,
pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato
com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem.
UNIDADE Diversidade Étnico-cultural
Diversidade Cultural
Registros históricos e artefatos possibilitaram aos arqueólogos encontrar
evidências de que os diversos grupos humanos, em sua relação com a natureza e com
o meio no qual viviam, criaram e produziram modos de vida que os diferenciavam
dos demais.
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mulheres coletores, pescadores e caçadores, que tinham grande grau de dependência
da natureza e cujas técnicas eram rudimentares e locais, o ser humano passou a
domesticar animais e plantas, de forma sistemática e em escala mais ampla, no que
viria a ser chamado de agricultura e de pecuária.
Daí vem a palavra agricultura, que era, de fato, uma expressão da cultura dos
povos que, ao domesticarem plantas, em sua relação com a natureza, criaram as
diversas culturas alimentares que distinguem um povo dos outros, mesmo hoje
em dia. Quando mencionamos, por exemplo, culinária italiana, indiana, japonesa,
mineira etc., estamos tratando dessa dimensão da cultura alimentar. Logo, a
palavra cultura foi usada primeiramente com o termo agricultura – como prática
do campo –, tais como cultura do trigo, do milho e assim usada no sentido dessa
prática primordial.
Foi o caso da batata e do tomate, por exemplo, que são oriundos do Continente
americano e foram levados à Europa mediante o processo de colonização.
Sua cultura foi tão bem absorvida pelos europeus, que é impossível hoje pensar
na culinária italiana sem considerar o molho de tomate, ou na portuguesa sem o
bacalhau com batatas.
E hoje, com uma cultura mais globalizada, vemos alguns hábitos alimentares
tornarem-se hegemônicos, devido à estandardização – padronização – dos
costumes, veiculados pela propaganda, pela mídia em geral, pelas redes sociais e
pela indústria de alimentos.
Portanto, não existe uma só cultura, mas uma diversidade de culturas pelo
mundo, que vão sempre mudando ao longo do tempo, considerando as mediações
da família, da sociedade de cada época, da natureza, da escola, entre outras
interações, as quais acabam por alterar os modos de vida, as formas de existência
e, assim, a própria cultura.
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Do mesmo modo que a cultura não passa sempre por uma transformação total,
por isso é dialética, há sempre um pouco do passado em tudo que fazemos, ao
mesmo tempo em que também vamos inovando. Vejamos um exemplo: as formas
de nos expressar na língua portuguesa não são as mesmas desde o século XIX,
pois isto foi sendo modificado; mas, ao mesmo tempo, não é uma linguagem
inteiramente nova, por isso incorporamos novidades a nossa linguagem, mas
também outras normas da língua permanecem. Ou seja, há sempre permanências
e tradições na cultura, ao mesmo tempo em que esta é constantemente recriada.
As bases materiais e técnicas vão também mudando e isso faz com que a cultura
também se altere. O nosso modo de vida urbano, por exemplo, trouxe aos homens
e mulheres novas formas de sobreviver, mas os que vivem na cidade perderam a
cultura do campo, das formas de plantar, de modo que se você pergunta para uma
criança que vive em meio urbano de onde vem uma fruta, é comum que responda:
“Do supermercado”, que é a visão imediata da cultura que cada um possui.
Assim, afirmamos que a cultura tem relação com o tempo histórico, produzido
pelos grupos, povos e sociedade de cada época, como também tem relação com
o espaço e meio geográfico, porque é diferente e diversa nos distintos lugares
do mundo.
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Explicações para as Diferenças
Étnico-Culturais
Ao tratar do tema das diferenças étnico-culturais, é fundamental conceituar etnia.
Trata-se de um termo que deriva de ethos, palavra grega, e pode ser definido como
um grupo biológico e culturalmente mais homogêneo, que tem o mesmo ethos,
ou seja, costumes, religião, crenças, língua, hábitos, entre outras características
comuns. Dito de outra forma, partilhando certos costumes, tradições, técnicas,
comportamentos em comum.
Que se entende por crenças animistas aquelas que acreditam na força espiritual de
objetos, tais como pedras, plantas, animais etc., atribuindo-lhes poder espiritual, ou
como amuletos?
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Figura 1 – Mapa mundi de Mercator (1578)
Fonte: worldmapsonline.com
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quem dizia que as espécies passavam por um processo de seleção natural, no qual os mais
fortes sobreviviam –, esta concepção naturalista de Darwin foi utilizada como padrão de
interpretação da sociedade, por cientistas como Hebert Spencer, originando o darwinismo
social. A partir desta teoria, a explicação era de que a sociedade evoluiria em etapas,
igualmente às diversas espécies, tendo sociedades e grupos sociais que estariam mais aptos
a vencer os obstáculos do meio e a evoluírem, enquanto outros seriam mais fracos. Desse
modo, a sociedade tinha um cunho biológico, natural.
Alguns chegavam a afirmar que o caráter dos grupos humanos seria definido
pelas condições do meio. A concepção de que a tropicalidade fazia com que as
pessoas fossem mais indolentes, tornando os povos desses lugares mais atrasados,
sendo a pobreza uma condição que se explicava pelas condições do meio.
Que, no começo do século XX, os Estados Unidos ocuparam alguns países da América
Central, caso da Nicarágua, Cuba, entre outros, e os chamaram de protetorados norte-
-americanos, dizendo que buscavam protegê-los dos europeus?
Nos livros produzidos na época, muitos estudiosos diziam que os povos da América
Central eram atrasados, preguiçosos e, por isso, a missão civilizatória norte-americana
era fundamental para trazer os povos desses lugares a uma melhor condição.
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cultural – seja pela religião, crenças, formas de se alimentar, de se vestir, pelos
códigos de moral, formas de agir, dos gestos, das expressões.
Enfim, a dificuldade de algumas pessoas ou povos em aceitar o “outro”, em
aceitar a diferença cultural e racial levou a verdadeiros genocídios ao longo da
história humana.
Apartheid foi institucionalizado na África do Sul como uma Lei étnica-racial, que segregava
Explor
negros, mestiços e asiáticos que moravam no País a viverem separados nas cidades, em
áreas conhecidas como townships. Além destas áreas nas cidades, os povos negros nativos
de diversas etnias deveriam viver em bantustões, territórios que foram declarados livres
e independentes pelo governo sul-africano para tornar a África do Sul somente branca.
Nesse regime, o negro não tinha direito a voto, nem poderia andar livremente pelas áreas
declaradas brancas, exceto se tivesse um passe para isso. Tal regime racial e étnico durou de
1948 até 1994, quando Nelson Mandela tornou-se presidente eleito.
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Contracultura
Alguns movimentos socioculturais são de oposição ao modo dominante de vida,
ao modo hegemônico, que se contrapõem à cultura vigente em uma época, em um
lugar ou de forma mais universal.
Esse ideário da contracultura levou milhares de estudantes à luta por uma melhor
educação e por outros motivos de melhor vida, fosse no Brasil, nos Estados Unidos,
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na França e em outros países. Assim como a formas de música e de um jeito de
viver que se contrapunham ao modo de vida cheio de normas e regras advindas de
uma sociedade hierárquica patriarcal, buscaram uma vida alternativa, como dizia a
música de Raul Seixas: “Viva a sociedade alternativa”.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Livros
Um olhar sobre a diferença: interação, trabalho e cidadania
BIANCHETTI, L.; FREIRE, I. M. (Org.). Um olhar sobre a diferença: interação, trabalho
e cidadania. Campinas, SP: Papirus, 1998.
Antropologia Social e Cultural
CHICARINO, T. Antropologia Social e Cultural. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2014.
Reflexos da globalização na cultura alimentar: considerações sobre as mudanças na alimentação urbana
GARCIA, R. W. D. Reflexos da globalização na cultura alimentar: considerações sobre
as mudanças na alimentação urbana. Rev. Nutrição, Campinas, SP, v. 16, n. 4, p.
483-492, out./dez. 2003.
Educar para a diversidade: entrelaçando redes, saberes e identidade
PAULA, C. R. Educar para a diversidade: entrelaçando redes, saberes e identidade.
Curitiba, PR: Intersaberes, 2013.
O que é contracultura?
PEREIRA, C. A. M. O que é contracultura? São Paulo: Nova Cultural; Brasiliense, 1986.
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Referências
BOAS, F. Antropologia Cultural. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2004.
RISÉRIO, A. Duas ou três coisas sobre a contracultura no Brasil. In: Anos 70:
trajetórias. São Paulo: Itaú Cultural, 2005.
Sites Visitados
https://www.significados.com.br/genocidio
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