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Diversidade Étnico-cultural

Conteudista
Prof. Dr. Rodrigo Medina Zagni

Revisão Textual
Mírian Lúcia Ferreira

Revisão Técnica
Prof.ª Dra. Vivian Fiori
Sumário

Objetivos da Unidade.............................................................................................................3

Diversidade Cultural Registros Históricos........................................................................ 4

Explicações para as Diferenças Étnico-Culturais............................................................ 9

Contracultura.........................................................................................................................17

Em Síntese.............................................................................................................................20

Atividades de Fixação..........................................................................................................21

Material Complementar.....................................................................................................24

Referências............................................................................................................................ 25

Gabarito................................................................................................................................. 26
Objetivos da Unidade

• Tratar da diversidade cultural e algumas teorias sobre o assunto;

• Explicar a visão etnocêntrica;

• Evidenciar as formas de contracultura.

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VOCÊ SABE RESPONDER?

Como a diversidade cultural é evidenciada por meio de registros históricos e ar-


tefatos, demonstrando que os grupos humanos criaram modos de vida distintos
em relação à natureza e ao ambiente em que viviam, considerando que a cultura é
uma construção humana elaborada ao longo do tempo e em diferentes condições
geográficas?

Diversidade Cultural
Registros Históricos
Diversidade Cultural Registros históricos e artefatos possibilitaram aos arqueólogos
encontrarem evidências de que os diversos grupos humanos, em sua relação com a
natureza e com o meio no qual viviam, criaram e produziram modos de vida que os
diferenciavam dos demais. Em contraponto à dimensão biológica e racial, é impor-
tante ressaltar que a cultura diz respeito a uma construção humana, elaborada ao
longo do tempo histórico da existência do homem, em suas diferentes condições do
meio geográfico no qual vivia.

O processo de renovação cultural é, por instância, dialético, de forma que não se


pode pensar cultura dos povos – com seus hábitos, costumes, crenças, religiões,
formas de alimentação etc. – sem trazer a sua relação com a sociedade de cada
época, com o meio geográfico e com as condições dos diversos grupos humanos.
Nesse processo há sempre permanências, tradições na cultura, ao mesmo tempo
em que também vai se renovando.

A Antropologia é a Ciência que vem estudando essa dimensão cultural desde o sé-
culo XIX, de forma mais pormenorizada, caracterizando-a da seguinte maneira:

Caracteres genéticos e/ou biológicos

A cultura não pode ser confundida com caracteres genéticos e/ou biológi-
cos, como algo que já nascemos; mas sim como aprendizado que adquiri-
mos de diferentes formas ao longo de nossas vidas

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Dimensão humana

A cultura é uma dimensão humana, já que algumas espécies também vi-


vem em sociedade – como formigas ou abelhas –, mas não produzem cul-
tura como o ser humano.

Adaptação

O homem e demais animais adaptam-se ao meio no qual vivem, mas o


homem, conforme sua cultura, adapta-se e transforma o meio, produzin-
do novas formas de vida – de moradia, vestimenta, explicação do mundo,
meios de produção – mediante técnicas.

Padronizações

A cultura produzida pelos povos e sociedades de cada época cria certas padro-
nizações, tabus, normas – caso das normas da língua, da religião, entre outras.
Tais normas e preceitos das religiões, por exemplo, definem o comportamento
de um indivíduo de determinada religião, diferindo-o de outro. De modo simi-
lar, as normas de linguagem – de como falar e escrever – são também padroni-
zadas. Há discursos hegemônicos, que ditam os valores do que deve ser o cer-
to e errado, moldando partes das características de uma determinada cultura.

Interação

Há interação da sociedade, economia, cultura, proporcionando transforma-


ção constante e integrada, de forma dialética, ou seja, com a permanência
de contradições.

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As formas de alimentação são exemplos de como os comportamentos sociais evo-
luíram à medida que a sociedade se tornava mais complexa. De homens e mulheres
coletores, pescadores e caçadores, que tinham grande grau de dependência da na-
tureza e cujas técnicas eram rudimentares e locais, o ser humano passou a domes-
ticar animais e plantas, de forma sistemática e em escala mais ampla, no que seria
chamado de agricultura e de pecuária. Daí vem a palavra agricultura, que era, de fato,
uma expressão da cultura dos povos que, ao domesticarem plantas, em sua relação
com a natureza, criaram as diversas culturas alimentares que distinguem um povo dos
outros, mesmo hoje em dia. Quando mencionamos, por exemplo, culinária italiana, in-
diana, japonesa, mineira, etc., estamos tratando dessa dimensão da cultura alimentar.

Logo, a palavra cultura foi usada primeiramente com o termo agricultura


– como prática do campo –, tais como cultura do trigo, do milho e assim
usada no sentido dessa prática primordial. Posteriormente, passou a ser
empregada como conceito que exprimia o modo de vida, em um primeiro
momento dos camponeses – do homem que produzia e praticava agricul-
tura – e depois em um sentido e conotação mais ampla, como a cultura dos
homens e seus modos de vida, hábitos e costumes.

As diversas tradições da cultura alimentar foram hibridizadas, misturadas, mescla-


das, com novas descobertas, que surgiam à medida que havia migrações dos povos.
Igualmente pelo processo de colonização e outros movimentos da população ao
longo da história, houve maior contato entre povos que tinham diferentes hábitos e
produtos alimentares.

Foi o caso da batata e do tomate, por exemplo, que são oriundos do Continente ame-
ricano e foram levados à Europa mediante o processo de colonização. Sua cultura foi
tão bem absorvida pelos europeus, que é impossível hoje pensar na culinária italiana
sem considerar o molho de tomate, ou na portuguesa sem o bacalhau com batatas.

E hoje, com uma cultura mais globalizada, vemos alguns hábitos alimentares tor-
narem-se hegemônicos, devido à estandardização – padronização – dos costumes,
veiculados pela propaganda, pela mídia em geral, pelas redes sociais e pela indústria
de alimentos. A Revolução Técnico-Científica, empreendida a partir da segunda me-
tade do século XX, com o avanço das ciências – Química, Biotecnologia –, das téc-
nicas – sobretudo da Engenharia Genética –, promoveu transformações nas formas
de se alimentar e também de produzir sinteticamente, de maneira artificial e/ou por
meio de hibridizações e da criação de novos alimentos.

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Importante
Portanto, não existe uma só cultura, mas uma diversidade de
culturas pelo mundo, que vão sempre mudando ao longo do
tempo, considerando as mediações da família, da sociedade de
cada época, da natureza, da escola, entre outras interações, as
quais acabam por alterar os modos de vida, as formas de exis-
tência e, assim, a própria cultura.

Logo, um indivíduo imerso em uma determinada cultura nunca tem total conhecimen-
to da qual, tanto porque esta muda, quanto porque certos traços lhe escapam. Mesmo
fazendo parte de um grupo com o qual nos identificamos, não somos todos iguais em
todos os aspectos dessa cultura, principalmente no mundo de hoje e aos que vivem
nas grandes metrópoles, onde há multiplicidade de informações que nos chegam, di-
versidade de eventos que nos trazem diferentes maneiras de pensar, de viver.

Do mesmo modo que a cultura não


passa sempre por uma transformação
total, por isso é dialética, há sempre
um pouco do passado em tudo que
fazemos, ao mesmo tempo em que
também vamos inovando. Vejamos
um exemplo: as formas de nos ex-
pressar na língua portuguesa não são
as mesmas desde o século XIX, pois
isto foi sendo modificado; mas, ao
mesmo tempo, não é uma linguagem
inteiramente nova, por isso incorpo-
ramos novidades a nossa linguagem,
mas também outras normas da língua
permanecem.

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Ou seja, há sempre permanências e tradições na cultura, ao mesmo tempo em que
esta é constantemente recriada. As bases materiais e técnicas vão também mudan-
do e isso faz com que a cultura também se altere. O nosso modo de vida urbano,
por exemplo, trouxe aos homens e mulheres novas formas de sobreviver, mas os
que vivem na cidade perderam a cultura do campo, das formas de plantar, de modo
que se você pergunta para uma criança que vive em meio urbano de onde vem uma
fruta, é comum que responda: “Do supermercado”, que é a visão imediata da cultura
que cada um possui.

Assim, afirmamos que a cultura tem relação com o tempo histórico, produzido pelos
grupos, povos e sociedade de cada época, como também tem relação com o espa-
ço e meio geográfico, porque é diferente e diversa nos distintos lugares do mundo.

Desse modo, as transformações pelas quais determinada cultura passa se proces-


sam sempre em um movimento dialético – interno e externo –, a saber:

Interno

Endógeno, dentro da mesma cultura, vai se alterando ao longo da história.

Externo

Exógeno, devido ao contato com outras culturas, de forma amigável ou por


meio de guerras, saques, domínios etc. Ambos os modos são condições
integradas e ocorrem em um processo contínuo.

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Explicações para as Diferenças
Étnico-Culturais
Ao tratar do tema das diferenças étnico-culturais, é fundamental conceituar etnia.

Glossário
ETNIA
Trata-se de um termo que deriva de ethos, palavra grega, e
pode ser definido como um grupo biológico e culturalmente
mais homogêneo, que tem o mesmo ethos, ou seja, costumes,
religião, crenças, língua, hábitos, entre outras características
comuns. Dito de outra forma, partilhando certos costumes,
tradições, técnicas, comportamentos em comum. Tal termo
não é sinônimo de raça, já que raça é relacionada exclusiva-
mente ao sentido biológico, da cor da pele, dos traços físicos
– do cabelo, do nariz, das formas físicas etc. –, sendo um com-
ponente do biótipo humano.

Ao longo da história humana, o homem, em sua relação com o meio geográfico, com
a natureza e com outros grupos humanos, foi elaborando formas de viver e de cul-
tura. Mediante o processo de colonização, neocolonização ou outros movimentos
migratórios, os diversos grupos humanos foram colocados em maior contato entre
si, levando a questionamentos em relação às diferenças raciais, do biótipo – caracte-
rísticas físicas, cor da pele, formato do corpo, do cabelo etc. –, bem como aspectos
étnico e socioculturais, tais como formas de organização social, crenças, religiões,
técnicas usadas, relações familiares, formas de moradia, entre outros.

O surgimento de civilizações em algumas regiões do mundo – caso do Orien-


te Próximo (Egito Antigo, Mesopotâmia, Fenícia etc.) e dos vales fluviais na
China e Índia – ocasionou o surgimento de maior separação entre diferentes
tipos de trabalhadores – artesãos, agricultores, escribas, construtores. Essa
evolução favoreceu o surgimento das primeiras cidades, nas quais ocorriam
contatos entre diferentes grupos humanos, superando aquela condição na
qual os povos viviam somente em aldeias.

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Mesmo entre os que permaneceram em aldeias, as guerras e os saques promoviam
o contato entre diferentes grupos humanos, o que levava sempre aos questiona-
mentos em relação às diferenças étnico-culturais, bem como das origens dos seres
humanos. Surgiam, assim, mitos e religiões. Em geral, os povos da Antiguidade bus-
cavam nos mitos, nas crenças animistas, ou nas ideias filosóficas as explicações para
as diferenças raciais, étnico-culturais entre os homens.

Saiba Mais
Você sabia que se entende por crenças animistas aquelas que
acreditam na força espiritual de objetos, tais como pedras,
plantas, animais etc., atribuindo-lhes poder espiritual, ou como
amuletos?

Era comum os povos considerarem que estavam no centro do mundo, e a própria


cartografia e seus mapas refletiam tal concepção, no que se define como visão
etnocêntrica. Na China Antiga, por exemplo, os mapas eram produzidos colocando
as dinastias chinesas no centro do mundo e os demais povos mais distantes eram
definidos como selvagens. Já os esquimós, da mesma forma, colocavam-se no
centro do mundo e se não conheciam outros povos, era porque estes não eram
importantes, diziam.

Importante
O etnocentrismo não se resume à produção de desenhos e ma-
pas a partir da visão de um povo, mas tem relação com a forma
de pensar, na qual as pessoas ou grupos humanos interpretam e
leem o mundo a partir da própria ótica, da cultura, do modo de
pensar e de vida – como se a própria cultura fosse o centro do
mundo, a forma correta de agir, o modo de vida adequado.

Conforme a afirma o pesquisador Everardo Rocha (1988, p. 18), no livro O que é


etnocentrismo, sobre o conceito do termo:

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Etnocentrismo é uma visão de um mundo onde o nosso próprio grupo é
tomado como centro de tudo e todos os outros são pensados e sentidos
através dos nossos valores, nossos modelos, nossas definições do que é a
existência. Desse modo, a visão etnocêntrica acaba por levar a extremos
de xenofobia – aversão a estrangeiros –, intolerância social e étnico-cultu-
ral e especificamente religiosa, por aqueles que reconhecem apenas sua
cultura como legítima.

Fonte: ROCHA, 1988, p. 18

O etnocentrismo pode levar à exacerbação de movimentos sociopolíticos que aca-


bam se tornando intolerantes, perseguindo outras etnias, religiões e/ou manifes-
tações culturais, discriminando outros povos, podendo, inclusive, constituir-se em
partidos políticos ou entidades que buscam valorar sua etnia e cultura em julgar a
cultura do “outro”, em um movimento de negação das demais culturas.

Termos como cultura “atrasada”, “inferior”, foram usados ao longo da história para justi-
ficar repressões, ataques, guerras ou, de forma subliminar, discriminações que aparen-
temente não são violentas, mas que escondem preconceitos com outros povos que
não têm a mesma cultura do opressor. Pauta-se em um juízo de valor do que é certo e
o que é errado, depreciando e mediado por impressões sobre a cultura alheia. Quando
alguns europeus vieram colonizar a América, por exemplo, houve várias situações nas
quais a visão etnocêntrica do grupo colonizador predominou, de modo que quando
os europeus colonizaram o Novo Mundo – Continente americano – fizeram-no com a
mesma concepção etnocêntrica, a qual ficou conhecida como eurocentrismo.

Um Olhar sobre a Diferença: Interação,


Trabalho e Cidadania

BIANCHETTI, L.; FREIRE, I. M. (Org.). Um


olhar sobre a diferença: interação, trabalho
e cidadania. Campinas, SP: Papirus, 1998.
Sinopse: Se essa obra, como outras cole-
tâneas em educação, reúne textos varia-
dos sobre um determinado tema, o que a
torna ímpar é seu eixo condutor. Sua orga-
nicidade está no que ela oferece em ter-
mos de análise da deficiência considerada
como diferença, com base nos processos
históricos e culturais que produziram, e
produzem, formas de inclusão/exclusão.

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Os mapas elaborados a partir daí, já conhecidos como mapas mundi, devido ao
maior conhecimento do planeta Terra e do mundo, às grandes navegações, permitiu
que se produzissem mapas em escala global. Todavia, a forma de projetar o Planeta
foi o mapa que até hoje conhecemos, com a Europa ao centro, dando uma visão de
maior importância ao Continente europeu. Como se vê no mapa de Mercator, um
belga que elaborou o mapa mundi em 1578 e que reflete tal visão eurocêntrica:

Figura 1 – Mapa mundi de Mercator (1578)


Fonte: Reprodução
#ParaTodosVerem: a imagem representa um mapa mundial criado pelo cartógrafo Gerardus Mercator em 1578.
É uma representação cartográfica em forma de projeção cilíndrica que busca retratar o globo terrestre em um
plano bidimensional. O mapa é elaborado em tons de sépia e apresenta contornos e detalhes geográficos distin-
tos. As linhas de latitude e longitude são claramente definidas, permitindo a identificação de países, continentes
e oceanos. O mapa reflete a perspectiva e o conhecimento geográfico da época em que foi criado, destacando
a Europa como ponto central. É uma obra significativa na história da cartografia, pois influenciou a representação
do mundo por muitos séculos. Fim da descrição.

Os viajantes e relatos administrativos davam o tom dos discursos sobre o que era o
Novo Mundo – América –, em geral, com preconceito em relação aos povos nativos
ou oriundos de outras partes que não fosse a Europa. Todos eram vistos como sel-
vagens, como povos atrasados, como se tivessem culturas que fossem superiores
às demais. Daí expressões equivocadas que eram – e ainda por muito tempo foram
comuns –, tais como do indígena indolente e preguiçoso, do negro arredio, do turco
avarento, entre tantas expressões preconceituosas.

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Com o advento da Ciência Moderna, que se produziu principalmente na
Europa e se difundiu pelo mundo mediante os processos de colonização,
neocolonialismo e expansão capitalista, o discurso em torno das diferenças
étnico-culturais tomou caráter de Ciência, muitas vezes imbuído de signifi-
cativa discriminação.

A teoria do darwinismo social, comum no final do século XIX e meados do século


XX, deu à natureza e ao meio um papel de destaque na existência dos grupos huma-
nos. O principal representante dessa teoria foi Herbert Spencer (1820-1903).

Tal concepção afirmava, em analogia a uma visão da teoria da evolução de Darwin,


que haveria uma seleção natural entre as espécies e que isto tinha correspondência
à sociedade. Partindo desse princípio, alguns grupos humanos eram mais fortes do
que outros, pois todos passariam por uma seleção natural, considerando, assim, que
a sociedade também tinha evoluído dessa forma. Como comenta um pesquisador
sobre o termo darwinismo social e depois o que se chamou de pós-darwinistas, te-
mos que:

A obra de Darwin, “A origem das espécies por meio da seleção natural”,


ou “A conservação das raças favorecidas na luta pela vida”, publicada em
inglês em novembro de 1859, parecia fornecer caução científica aos par-
tidários da supremacia da raça branca, tema que, depois do século XVII,
jamais deixou de estar presente, sob diversas formas, na tradição literária
europeia. Os pós-darwinianos ficaram, portanto, encantados: iam justifi-
car a conquista do que eles chamavam de “raças sujeitas”, ou “raças não
evoluídas”, pela “raça superior”, invocando o processo inelutável da “sele-
ção natural”, em que o forte domina o fraco na luta pela existência.

Fonte: UZOIGWE, 2010

Tais teorias do darwinismo social e determinismo acabaram justificando os proces-


sos de neocolonialismo ou imperialismo dos europeus e norte-americanos, domi-
nando outros países e povos.

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Glossário
Darwinismo social: baseada nas teorias de Charles Darwin – na-
turalista britânico, quem dizia que as espécies passavam por um
processo de seleção natural, no qual os mais fortes sobreviviam
–, esta concepção naturalista de Darwin foi utilizada como pa-
drão de interpretação da sociedade, por cientistas como Her-
bert Spencer, originando o darwinismo social. A partir desta te-
oria, a explicação era de que a sociedade evoluiria em etapas,
igualmente às diversas espécies, tendo sociedades e grupos so-
ciais que estariam mais aptos a vencer os obstáculos do meio e
a evoluírem, enquanto outros seriam mais fracos. Desse modo,
a sociedade tinha um cunho biológico, natural.

Outra teoria próxima ao darwinismo social e da mesma época foi a determinista, a


qual definia que o meio, ou seja, a natureza, era fundamental nas características ra-
ciais e étnico-culturais dos diversos grupos. O homem, assim, era produto do meio
em que vivia. Alguns chegavam a afirmar que o caráter dos grupos humanos seria de
nido pelas condições do meio. A concepção de que a tropicalidade fazia com que as
pessoas fossem mais indolentes, tornando os povos desses lugares mais atrasados,
sendo a pobreza uma condição que se explicava pelas condições do meio.

Tais discursos, imbuídos do aparato científico, ajudaram europeus e norte-america-


nos a expandirem seus limites políticos e geopolíticos na América do Norte e Cen-
tral, bem como nos continentes africano e asiático, principalmente.

Saiba Mais
Você sabia que, no começo do século XX, os Estados Unidos
ocuparam alguns países da América Central, caso da Nicarágua,
Cuba, entre outros, e os chamaram de protetorados norte-a-
mericanos, dizendo que buscavam protegê-los dos europeus?
Nos livros produzidos na época, muitos estudiosos diziam que
os povos da América Central eram atrasados, preguiçosos e,
por isso, a missão civilizatória norte-americana era fundamental
para trazer os povos desses lugares a uma melhor condição.

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É claro que o meio, a natureza e fatores físico-naturais são condicionantes que po-
dem ser considerados na produção de alimentos, hábitos de alimentação e/ou de
vestimentas, nas formas de vida, mas não são determinantes. Ou seja, as pessoas
não são o que são, nem escolhem suas formas de vida apenas mediadas pelo clima,
condições da natureza e do meio. No entanto, a existência do ser humano não é
apenas biológica, natural, genética, mas também ocorre por meio do aprendizado
que recebe ao longo de sua vida, na família, nas instituições sociais e religiosas, na
escola, na relação com o meio geográfico – não somente com a natureza. É por meio
dessas relações que vamos adquirindo conhecimentos que nos dão identidade cul-
tural – seja pela religião, crenças, formas de se alimentar, de se vestir, pelos códigos
de moral, formas de agir, dos gestos, das expressões.

Enfim, a dificuldade de algumas pessoas ou povos em aceitar o “outro”, em aceitar a


diferença cultural e racial levou a verdadeiros genocídios ao longo da história humana.

Glossário
Genocídio: é uma forma de extermínio parcial ou total de um
povo, de sua cultura, considerando-se os componentes étnico-
-culturais, tais como a religião, as crenças, os costumes, entre
outros. Como define o dicionário:

A palavra genocídio é derivada do grego genos, que


significa “raça”, “tribo” ou “nação” e do termo de raiz
latina -cida, que significa “matar”. O termo foi cria-
do por Raphael Lemkin, um judeu polonês, jurista e
que foi conselheiro no Departamento de Guerra dos
Estados Unidos durante a Segunda Guerra Mundial.
A tentativa de extermínio total do povo judeu pelos
nazistas – Holocausto – foi um motivo forte que le-
vou Lemkin a lutar por leis que punissem a prática de
genocídio. A palavra passou a ser usada após 1944.

Fonte: Significados

O racismo e o preconceito étnico-cultural dominaram o cenário durante o período


entre guerras mundiais, com fenômenos conhecidos como Holocausto, no qual mi-
lhões de judeus foram mortos durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), bem
como com a Lei do Apartheid, na África do Sul, institucionalizada pelos bôeres ou
africâneres – descendentes de holandeses – em 1948, que viveram na África do Sul,
contra os negros e outros grupos que não eram brancos e descendentes de europeus.

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Saiba Mais
Apartheid foi institucionalizado na África do Sul como uma Lei
étnica-racial, que segregava negros, mestiços e asiáticos que
moravam no País a viverem separados nas cidades, em áreas
conhecidas como townships. Além destas áreas nas cidades, os
povos negros nativos de diversas etnias deveriam viver em ban-
tustões, territórios declarados livres e independentes pelo go-
verno sul-africano para tornar a África do Sul somente branca.
Nesse regime, o negro não tinha direito a voto, nem poderia an-
dar livremente pelas áreas declaradas brancas, exceto se tivesse
um passe para isso. Tal regime racial e étnico durou de 1948 até
1994, quando Nelson Mandela tornou-se presidente eleito.

Rompendo com as teorias deterministas, evolucionistas e darwinistas sociais, Mali-


nowski (1994-1942) deu ênfase ao relativismo e à pluralidade da cultura, mostrando
que por meio da educação e da cultura os povos aprendem com os demais, seja na
educação formal ou informal, com seus pares – na transmissão de sua cultura.

Para isso, cada povo foi criando diferentes maneiras de elaborar sua cul-
tura e de transmiti-la, assim como com o mundo cada vez mais global,
muitas dessas formas de elaborar uma cultura, hábitos, normas e padrões
culturais foram também se tornando mais universais, ou seja, conhecidos
por diversas culturas.

Devido aos acontecimentos ocorridos no período da Segunda Guerra Mundial (1939-


1945), foi criado, em 1948, a Organização das Nações Unidas (ONU), que elaborou o
documento conhecido como Declaração Universal dos Direitos Humanos. Assim diz
o documento, em seus artigos 1º e 2º:

Art. 1º. Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em


direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os
outros em espírito de fraternidade.
Art. 2º. Todos os seres humanos podem invocar os direitos e as liberdades
proclamados na presente Declaração, sem distinção alguma, nomeada-
mente de raça, de cor, de sexo, de língua, de religião, de opinião política
ou outra, de origem nacional ou social, de fortuna, de nascimento ou de
qualquer outra situação. Além disso, não será feita nenhuma distinção

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fundada no estatuto político, jurídico ou internacional do país ou do terri-
tório da naturalidade da pessoa, seja esse país ou território independente,
sob tutela, autônomo ou sujeito a alguma limitação de soberania.

Fonte: ONU, 1948

A partir de normas e declarações como estas, podemos dizer que algumas referên-
cias para a questão social, política, racial e étnico-cultural tornaram-se universais.
Não significa que todos os países e povos compartilhem dos princípios da Decla-
ração Universal dos Direitos Humanos e o pratiquem plenamente, mas trata-se de
uma ótica mais global sobre tais questões.

Apesar de haver culturas que, ao longo da história, sobrepuseram-se a outras, há


também contra racionalidades, como é o caso da contracultura.

Contracultura
Alguns movimentos socioculturais são de oposição ao modo dominante de vida, ao
modo hegemônico, que se contrapõem à cultura vigente em uma época, em um
lugar ou de forma mais universal.

As décadas de 1960 e 1970 corresponderam a um momento de muita ebulição so-


cial e cultural. Fatos como a Guerra do Vietnã, na qual os Estados Unidos foram lutar,
levaram ao surgimento de movimentos pacifistas contra as armas nucleares e as
guerras em si, assim como movimentos sociopolíticos de mulheres, estudantes e
negros. Destes surgiram novas identidades socioculturais, na música, nas artes, no
teatro, nas formas de se vestir, de se alimentar, de viver.

Pode-se dizer que tais movimentos foram de contracultura, pois buscaram


ir contra o mundo das guerras, da cultura imposta pela raça branca e do
consumismo capitalista, enfim, da cultura dominante.

Esse ideário da contracultura levou milhares de estudantes à luta por uma melhor
educação e por outros motivos de melhor vida, fosse no Brasil, nos Estados Unidos,
na França e em outros países. Assim como as formas de música e de um jeito de
viver que se contrapunham ao modo de vida cheio de normas e regras advindas de
uma sociedade hierárquica patriarcal, buscaram uma vida alternativa, como dizia a
música de Raul Seixas: “Viva a sociedade alternativa”.

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Figura 2 – Casal hippie
Fonte: Getty Images
#ParaTodosVerem: a imagem intitulada “Casal hippie” retrata um casal hippie em uma cena de viagem. A mulher
está sentada em cima de uma mala, enquanto o homem está em pé ao lado dela. Ambos estão vestidos de forma
característica do movimento hippie, com roupas descontraídas e coloridas. A mulher usa um vestido estampado,
com acessórios como colares e pulseiras. O homem está com calças largas, uma camisa folgada e uma bandana.
Eles estão fazendo o sinal com o polegar, indicando que estão pedindo uma carona para continuar sua jornada.
O cenário ao redor inclui uma estrada, sugerindo que estão em movimento e explorando novos lugares. É uma
representação do estilo de vida nômade e desapegado associado ao movimento hippie. Fim da descrição.

Os hippies, o rock, os eventos de música nesse período ajudaram a exemplificar o


que seria a contracultura: uma contraposição à cultura dominante, com um olhar
crítico, questionador do modo de vida vigente, buscando interpretar o mundo sob
outros vieses, outras formas de pensar. Nas artes visuais, por exemplo, com a Pop
Art, o psicodelismo, com o surrealismo e formas gráficas que mexeram com o in-
consciente e que foram contra a arte do consumismo.

Alguns movimentos são de oposição ao modo dominante de vida, ao modo


hegemônico, que se contrapõem à cultura vigente em uma época, em um
lugar ou de forma mais universal. Pode-se dizer ainda que tais movimentos
buscaram ir contra o mundo das guerras, da cultura imposta pela raça branca
e do consumismo capitalista, enfim, da cultura dominante. Trata-se:

a) De condição sociocultural.
b) Do apartheid.
c) Da contracultura.
d) Do determinismo.
e) Do evolucionismo

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Na visão homem-natureza, ou ambiental, buscou-se um modo de vida menos estres-
sante, mais próximo à natureza, com menos agrotóxicos, menos poluentes visuais,
sonoros e do ar. Contrapôs-se à sociedade de consumo, do capitalismo exacerbado,
das tecnologias, tal qual afirma um pesquisador sobre este assunto:

A contracultura pregou o seu “retorno à natureza”. Diante da alienação


trabalhista e do pragmatismo cientificista, ergueu os valores da con-
templação e da harmonia. Era como se os jovens do mundo ocidental,
especialmente os hippies, estivessem redescobrindo o milagre diário da
natureza. Celebrava-se, na verdade, o mito da pureza do ser humano em
contato com o mundo natural. Um ambientalismo místico, em suma, in-
tegrando a novíssima fantasia utópica da juventude mundial.

Fonte: RISÉRIO, 2005, p. 27

Desse modo, diversos movimentos de contracultura buscaram uma vida alternati-


va, sobretudo nas sociedades do mundo ocidental – Europa e América do Norte –,
trazendo à tona a contestação – caso dos hippies, dos beatniks e dos punks, cujas
formas de ser e estar fizeram contrapontos ao mundo ocidental capitalista.

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Em Síntese

Finalizando esta Unidade, é importante observar que existem diferentes culturas


pelo mundo e, ao longo da história, muitas se tornaram etnocêntricas; bem como,
além da cultura dominante, hegemônica, existiram – e existem – movimentos de
contracultura.

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Atividades de Fixação

1 – Com o advento da Ciência Moderna, que se produziu principalmente na Europa


e se difundiu pelo mundo mediante os processos de colonização, neocolonialismo
e expansão capitalista, o discurso em torno das diferenças étnico-culturais tomou
caráter de Ciência, muitas vezes imbuído de significativa discriminação.
Considerando o fragmento de texto acima apresentado, leia atentamente as se-
guintes afirmativas e assinale VERDADEIRO ou FALSO:
( ) A teoria do darwinismo social, comum no final do século XIX e meados do século
XX, deu à natureza e ao meio um papel de destaque na existência dos grupos huma-
nos. O principal representante dessa teoria foi Herbert Spencer (1820-1903).
( ) O darwinismo social é uma corrente do pensamento científico do século XIX e
do início do XX. Tal concepção afirmava que haveria uma seleção natural entre as
espécies e que isto tinha correspondência à sociedade.
( ) Partindo desse princípio, alguns grupos humanos eram mais fortes do que outros,
pois todos passariam por uma seleção natural, considerando, assim, que a sociedade
também tinha evoluído dessa forma – por isso o nome darwinismo social.

2 – Quanto à visão etnocêntrica, analise as asserções abaixo quanto à veracidade


das proposições:

O etnocentrismo não se resume à produção de desenhos e mapas a partir da visão


de um povo, mas tem relação com a forma de pensar, na qual as pessoas ou grupos
humanos interpretam e leem o mundo a partir da própria ótica, da cultura, do modo
de pensar e de vida.
OU SEJA
É fundamental observar que no mundo de hoje existem diferentes atores sociais
que agem, interagem e transformam a realidade, logo, atualmente não existem mais
visões etnocêntricas.

Sobre estas duas asserções, é CORRETO afirmar que:


a. As duas são falsas.
b. A primeira é verdadeira e a segunda é falsa.
c. A primeira é falsa e a segunda é verdadeira.
d. As duas são verdadeiras e a segunda justifica a primeira.
e. As duas são verdadeiras, mas a segunda não justifica a primeira.

21
Atividades de Fixação

3 – Em relação à cultura e suas formas de existência, assinale a alternativa


INCORRETA:
a. Os modos de alimentação evoluíram com as diversas formas que tornaram a so-
ciedade mais complexa. De homens e mulheres coletores, pescadores e caçado-
res, que tinham grande grau de dependência da natureza e cujas técnicas eram
rudimentares e locais, o ser humano passou a domesticar animais e plantas, de
forma sistemática e em escala mais ampla, no que seria chamado de agricultura
e de pecuária.
b. A agricultura era, de fato, uma expressão da cultura dos povos que, ao domesti-
carem plantas, em sua relação com a natureza, criaram a cultura alimentar que
distingue um povo do outro – ainda atualmente. Quando mencionamos, por
exemplo, culinária italiana, indiana, japonesa, mineira etc., estamos tratando dessa
dimensão da cultura alimentar.
c. A palavra cultura foi usada primeiramente com o termo agricultura – como prá-
tica do campo –, tais como cultura do trigo, do milho e assim usada no sentido
dessa prática primordial.
d. A cultura tem relação com o biótipo e a cor da pele, sendo um elemento racial. Por
isso, existem várias raças e culturas pelo mundo.
e. Com o passar do tempo, cultura passou a ser empregada como conceito que ex-
primia o modo de vida, em um primeiro momento dos camponeses – do homem
que produzia e praticava agricultura – e depois em um sentido e conotação mais
ampla, como a cultura dos homens e seus modos de vida, hábitos e costumes.

22
Atividades de Fixação

4 – Ao tratar do tema das diferenças étnico-culturais, é fundamental conceituar


etnia. Trata-se de um termo que deriva de ethos, palavra grega, e pode ser defini-
do como um grupo biológico e culturalmente mais homogêneo, que tem o mesmo
ethos, ou seja, costumes, religião, crenças, língua, hábitos, entre outras caracte-
rísticas comuns.
Considerando o fragmento de texto acima apresentado, assinale a alternativa
INCORRETA:
a. Tal termo não é sinônimo de raça, já que raça é relacionada exclusivamente ao
sentido biológico.
b. Ao longo da história humana, o homem, em sua relação com o meio geográfico,
com a natureza e com outros grupos humanos, foi elaborando formas de viver e
de cultura.
c. Mediante o processo de colonização, neocolonização ou outros movimentos mi-
gratórios, os diversos grupos humanos foram colocados em maior contato entre
si, levando a questionamentos em relação às diferenças.
d. Existem características físicas – cor da pele, formato do corpo, do cabelo etc. –,
bem como aspectos étnico e socioculturais, tais como formas de organização
social, crenças, religiões, técnicas usadas, relações familiares, formas de moradia,
entre outros.
e. Tal termo é sinônimo das características raciais, do biótipo – aspectos físicos, cor
da pele, formato do corpo, do cabelo etc.

Atenção, estudante! Veja o gabarito desta atividade de fixação no fim


deste conteúdo.

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Material Complementar

Livros
Reflexos da Globalização na Cultura Alimentar: Considerações Sobre as
Mudanças na Alimentação Urbana
GARCIA, R. W. D. Reflexos da globalização na cultura alimentar: considerações
sobre as mudanças na alimentação urbana. Rev. Nutrição, Campinas, SP, v. 16, n.
4, p. 483-492, out./dez. 2003.

Educar para a Diversidade: Entrelaçando Redes, Saberes e Identidade


Sinopse: As dificuldades e os possíveis caminhos para uma educação voltada
ao respeito à diversidade são os assuntos abordados em Educar para a Diver-
sidade: entrelaçando redes, saberes e identidades, de Cláudia Regina de Paula.
A obra ressalta que essas questões não dependem apenas de boa vontade do-
cente: devem ser pensadas também fora das salas de aula, em decisões polí-
ticas que contemplem as necessidades educacionais e a pluralidade brasileira.
PAULA, C. R. Educar para a diversidade: entrelaçando redes, saberes e identi-
dade. Curitiba, PR: Intersaberes, 2013.

O que é Contracultura?
Sinopse: No final da década de 50, quando os jovens começaram a mobilizar-
-se para contestar a sociedade, “rebelde sem causa” e “juventude transviada”
foram expressões que marcaram uma geração. Depois vieram os hippies e seus
happenings. A “Era de Aquário” exigia novas maneiras de pensar e de se rela-
cionar com o mundo. Hoje, após os new waves, punks, darks, pós-modernos e
tantas ondas mais, será que o lema “Paz e amor” – a grande bandeira da contra-
cultura – ainda é palavra de ordem?
PEREIRA, C. A. M. O que é contracultura? São Paulo: Nova Cultural; Brasiliense,
1986.

24
Referências

BOAS, F. Antropologia Cultural. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2004.

GENOCÍDIO. Significados. Disponível em: <https://www.significados.com.br/geno-


cidio>. Acesso em: 16/01/2017.

KUPER, A. Cultura: a visão dos antropólogos. Bauru, SP: Edusc, 2002.

MELLO, L. G. Antropologia Cultural: iniciação, teoria e temas. Petrópolis, RJ: Vozes,


2004.

ONU – Organização das Nações Unidas. Declaração Universal dos Direitos Huma-
nos da ONU. Disponível em: <https://www.unicef.org/brazil/declaracao-universal-
-dos-direitos-humanos>. Acesso em: 12/12/2022.

PALTRINIERI, A. C. Imigração, raça e cultura: o ensinamento de Franz Boas. Outros


Tempos, São Luís, MA, v. 6, n. 7, jul. 2009. Disponível em: <http://www.outrostempos.
uema.br/vol.6.7.pdf/Anna%20Casella%20Paltrinieri.pdf>. Acesso em: 16/01/2017.

RISÉRIO, A. Duas ou três coisas sobre a contracultura no Brasil. In: Anos 70: trajetó-
rias. São Paulo: Itaú Cultural, 2005.

ROCHA, E. O que é etnocentrismo. São Paulo: Brasiliense, 1988. (Col. Primeiros


passos).

ROSZAK, T. A contracultura: reflexões sobre a sociedade tecnocrática e a oposição


juvenil. Petrópolis, RJ: Vozes, 1972.

UZOIGWE, G. N. Partilha europeia e conquista da África: apanhado geral. 2010.


Disponível em: <https://pt-static.z-dn.net/files/d41/4a24cd861ac3719d0a3a37ba-
1ed24064.pdf>. Acesso em: 16/01/2017.

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Gabarito

Atividades de Fixação
Questão 1
Todas as afirmativas são VERDADEIRAS.

Questão 2
b) A primeira é verdadeira e a segunda é falsa.
Justificativa: Apenas a primeira afirmativa está correta, pois existe etnocentrismo
no mundo atual.

Questão 3
d) A cultura tem relação com o biótipo e a cor da pele, sendo um elemento racial.
Por isso, existem várias raças e culturas pelo mundo.
Justificativa: Cultura e raça são conceitos diferentes.

Questão 4
e) Tal termo é sinônimo das características raciais, do biótipo – aspectos físicos,
cor da pele, formato do corpo, do cabelo etc.
Justificativa: Cultura não é sinônimo de raça.

Atividades Rápidas
Pág. 18
c) Da contracultura.

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