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Nome:
Nelo Chico Armando
Um elemento sem o qual a planta não vive é chamado nutriente e, de acordo com seu teor, o
estado nutricional de uma planta varia da deficiência à toxidez, passando pelo nível ótimo ou
adequado. As plantas necessitam de nutrientes em quantidades balanceadas, a fim de suprir as
suas necessidades de crescimento e desenvolvimento.
Na agricultura, sem considerar outros fatores, a produtividade é também proporcional, até certo
limite, à quantidade de nutrientes fornecida pelo solo e na forma de fertilizantes.
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I.1. Conceitos gerais
a) Macronutrientes
Os macronutrientes (N, P, K, Ca, Mg, S), também chamados macronutrientes minerais, são
absorvidos do solo e, por isso, estudaremos um pouco mais de suas funções e de como podemos
fornecê-los às plantas.Sendo N, P e K considerados macronutrientes primários e Ca, Mg e S
macronutrientes secundários.
b) Micronutrientes
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2.1Macronutrientes primários:
aqueles compostos por macronutrientes primários, por exemplo:
2.2.Macronutrientes secundários:
aqueles compostos por macronutrientes secundários, por exemplo:
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3.Classificação dos nutrientes quanto a mobilidade
† Alta: N, P, K, Mg e Cl;
† Baixa: Ca e B.
A maior ou menor mobilidade dos nutrientes no floema tem profunda importância prática na
identificação visual dos sintomas característicos de alguma anormalidade (deficiência ou
toxicidade). A localização da sintomatologia nas folhas ocorrerá em função da redistribuição dos
nutrientes para os pontos de crescimento, dependentes de diversos factores como o estágio de
desenvolvimento das plantas, velocidade de movimentação, entre outros.
Assim, a localização das folhas com sintomas (folhas de baixo ou de cima), favorece a separação
dos nutrientes pelos grupos de mobilidade e, dessa maneira, aumenta as chances de predição do
nutriente causador do sintoma.
Em todos os casos é possível identificar um gradiente de intensidade dos sintomas típicos. Vale
lembrar, que esta classificação tem uma função muito mais didática que fisiológica.
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Nitrogénio (N)
A absorção de N pela planta ocorre na forma de íons nitrato (NO3-) ou íons amônio (NH4+) da
solução do solo ou como amônia (NH3) ou N gasoso (N2) da atmosfera. A fixação do N2
molecular at-mosférico é dependente da presença de microrganismos específicos de fixação do N
em associação simbiótica com plantas superiores.
Na deficiência de N ocorre uma clorose total das folhas mais velhas, seguida de necrose e a falta
de molibdênio (Mo) também ocorre à deficiência de N.
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Deficiência de Fósforo (P) nas plantas
As raízes das plantas absorvem o P da solução do solo, mesmo com concentrações muito baixas
de P. A absorção de P pela planta ocorre na forma de íons HPO42- e H2PO4- da solução do solo.
O íon HPO42- domina em solos calcários enquanto o íon H2PO4- domina em solos ácidos.
Na deficiência de P, ocorrem plantas com crescimento reduzido, baixa inserção de vagens (para
feijões) e folhas mais velhas com coloração verde-azulada.
O potássio sob a forma do íon K+ pode ser facilmente absorvido pelas raízes das plantas a partir
da solução do solo. A concentração de K+ na solução do solo controla a taxa de difusão de K+
para as raízes das plantas e também a absorção de K+.
O potássio aumenta a área foliar e o teor de clorofila, retarda a senescência foliar e, portanto,
contribui para maior fotossíntese do dossel e crescimento da cultura. O potássio controla a perda
de água das plantas, já que o íon K+ desempenha um papel crucial na abertura e fechamento dos
estômatos.
A deficiência de K causa clorose internerval, seguida de necrose nos bordos e ápice das folhas
velhas, a planta mostra aspecto de queimada por fogo e/ou herbicidas. Em solos arenosos, se for
aplicado todo na semeadura, pode ocorrer deficiência devido à lixiviação. Por isso, 2/3 da dose
deve ser aplicada em cobertua.
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Importância do potacio (K)
O (Ca) tem papéis específicos e não específicos. Ele é responsável pela estabilidade estrutural e
fisiológica dos tecidos, ligando-se a polissacarídeos na parede celular, formando o pectato de
cálcio, por exemplo. É um regulador enzimático, ligando-se à calmodulina, importante proteína
relacionada à sinalização e regulação de várias enzimas. Está relacionado a muitos processos,
como transporte de hormônios, crescimento de meristemas, abscisão, senescência e como
mensageiro secundário em resposta a sinais extracelulares ou ambientais.
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apenas na região da coifa de raízes jovens. O cálcio desempenha um papel muito importante no
alongamento das células e na divisão celular.
O magnésio na forma do íon Mg2+ pode ser absorvido pelas raízes das plantas a partir da
solução do solo. A absorção de Mg2+ pode ser largamente reduzida por um excesso de outros
cátions, especialmente de K+ e NH4+. A translocação do Mg2+ das raízes para as partes
superiores da planta também pode ser restringida pelos íons K+ e Ca2+.
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Na deficiência de magnésio, as folhas mais velhas mostram clorose internerval (amarelo-claro) e
nervuras cor verde-pálida.
(Figura 5).
Apresenta plantas com clorose em todo o limbo foliar, inicialmente nas mais novas, com maior
evidência entre as nervuras, além de colmos mais claros (Figura 6).
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Figura 6. Sintomas de deficiência de enxofre em folhas
O B contribui para a estabilidade da parede celular, por causa de sua ligação a polissacarídeos
pécticos, como ocorre com o Ca. Com isso, o B tem papel essencial no desenvolvimento e
crescimento de células novas de tecidos meristemáticos. Apesar das incertezas em relação às
funções do B na fisiologia e bioquímica das plantas, sabe-se que ele está ligado a vários
processos do metabolismo vegetal: transporte de açúcares, amido, N e P; síntese de proteínas e
aminoácidos; regulação do metabolismo de carboidratos; atividade da auxina; desenvolvimento
de novas células em tecidos meristemáticos; germinação; crescimento e estabilidade do tubo
polínico; estabelecimento de frutos e sementes, etc.
Os sintomas iniciam-se em folhas mais jovens, com estrias brancas (perda de pigmentação) e
finas, paralelas à nervura central, que se alongam e alargam no decorrer do tempo. A
descoloração que ocorre entre as nervuras ficam translúcidas em alguns pontos. Posteriormente,
manchas avermelhadas aparecem ao longo das nervuras, de modo desuniforme, começando pelas
folhas mais velhas. Os colmos também apresentam sintomas semelhantes. Ocorre superbrotação
de folhas e perfilhamento precoce, também com sintomas. Há paralização do crescimento apical e
do alongamento dos internódios, dando à planta uma aparência de leque, semelhante ao que
ocorre na deficiência de potássio (Figura 7).
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II.1.1. COBRE (Cu)
Apresenta folhas intermediárias e mais novas com clorose internerval irregular, com
aparecimento posterior de nervuras, central e secundárias, avermelhadas (estrias), tanto nas folhas
como no colmo e também, pequenas manchas vermelhas. Ocorre descoloração internerval a partir
das bordas foliares, que tende a ficar transparente em folhas mais novas. Essa despigmentação é
linear e irregular, iniciando-se pelas bordas ou pelo meio do limbo foliar. Posteriormente, essas
manchas tornam-se amarronzadas ou necróticas, com bordas mais escuras e bem delimitadas. O
limbo das folhas tende a se curvar para baixo, ou seja, em direção à face dorsal. Há um ângulo
maior de inserção da folha com o colmo, como ocorre com a deficiência de magnésio (Figura 8).
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II.1.2. FERRO (Fe)
O sintoma de deficiência inicia-se com clorose internerval em folhas mais novas, inicialmente
mantendo-se verde as nervuras, num padrão de reticulado fino. Com o agravamento dos
sintomas, as folhas tornam-se uniformemente amarelas, tendendo ao branqueamento em casos
muito severos (Figura 9).
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MANGANÊS (Mn)
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Sintomas de deficiência de (Zn) nas plantas
Inicialmente, ocorre clorose que coalesce a partir das bordas das folhas mais novas, com o
aparecimento de faixa clorótica em um ou em ambos os lados da folha. Ocorre também o
avermelhamento das nervuras central e laterais das folhas e estrias vermelhas no colmo. Em
folhas mais velhas, baixeiro e medianas, pode ocorrer necrose avermelhada ao longo das laterais
do limbo. Também aparecem manchas avermelhadas entremeadas com manchas marrons. As
pontas foliares tornam-se necrosadas. Com o agravamento do sintoma, todo o limbo foliar fica
necrosado, porém com manchas mais claras nas tonalidades marrom, vermelha e amarela,
iniciando-se na ponta da folha e expandindo-se para as laterais (Figura 11).
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III. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A diagnose visual permite avaliar uma possível desordem nutricional. Entretanto, o diagnóstico
baseado em sintomas visíveis, deve ser tratado com cautela e embasado por padrões visuais bem
definidos para cada espécie ou, mesmo, variedade. Outros fatores, como ataque de pragas,
incidência de doenças, extremos climáticos, aplicação de agrotóxicos ou deficiências múltiplas,
podem dificultar a interpretação do sintoma observado. É importante ter em mãos outras
informações, como pH do solo, histórico da área de cultivo, como manejo nutricional e
fitossanitário, etc.
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IV. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
† HOCHMUTH, G.; MAYNARD, D.; VAVRINA, C.; HANLON, E.; SIMONNE, E. Plant
tissue analysis and interpretation for vegetable crops in Florida. University of Florida,
Institute of Food and Agricultural Sciences, 2012. 48 p. (HS 964).
† MARSCHNER, H. Mineral nutrition of higher plants. 2nd ed. New York: Academic
Press, 1995. 887 p.
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