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Um vegetal não se desenvolve normalmente se não obtiver os nutrientes que são necessários para o seu
crescimento. Os elementos minerais essenciais são: nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio, magnésio,
enxofre, boro, cloro, ferro, manganésio, zinco, cobre, molibidênio e níquel. Os elementos não minerais
essenciais, (elementos captados como gás ou água) são: hidrogênio, oxigênio e carbono. Os elementos
benéficos, são os que promovem o crescimento em várias plantas, mas que não são absolutamente
necessários para que se complete o ciclo de vida da planta, ou que não age diretamente na planta: sílica,
sódio, cobalto e selênio (Figura 1).
Os nutrientes indispensáveis são absorvidos pelas plantas em quantidades especificas, necessárias para
o seu desenvolvimento e podem ser divididos de acordo com a concentração relativa nos tecidos da
planta em micro e macronutrientes. Os macronutrientes N, K, Ca, Mg, P, e S, fazem parte de moléculas
essenciais, são necessários em grandes quantidades e tem função estrutural (Tabela 1). Os
micronutrientes Cl, Fe, B, Mn, Zn, Cu, e Mo, fazem parte das enzimas e tem função reguladora, sendo
necessários em quantidades menores (Tabela 2). Esta divisão não significa que um nutriente seja mais
importante do que outro, apenas que eles são necessários em quantidades e concentrações diferentes
Tabela 3).
Tabela 1 - Concentrações típicas para o crescimento das plantas.
Tabela 2 - Carga iônica: Cátions e ânions, baseado na carga positiva ou negativa da forma iônica do
elemento quando ele é absorvido pelas raízes da planta.
Essas variações nas necessidades das plantas na estrutura e nas características químicas dos
elementos devem ser consideradas quando da adubação. Quase todos os elementos são captados
como íons, com cargas de +2, +1, -1, -2. Os nutrientes não são absorvidos na forma orgânica,
resultando que todos os fertilizantes orgânicos devem passar por mineralização de nutrientes para se
tornar disponíveis para as plantas.
A deficiência de nutrientes minerais nos solos, acarreta uma serie de problemas para a produção,
causando alterações no metabolismo e no suprimento adequado do elemento.
As plantas apresentam sintomas indicadores das deficiências. Estes indicadores dependem da função do
elemento deficiente na planta e da mobilidade no vegetal. As deficiências de nutrientes das plantas têm
vários sintomas observáveis os quais normalmente são semelhantes, independente da espécie da
planta.
O sintoma de deficiência mais comum na maioria das plantas é a redução do crescimento, entretanto
ocorrem outros sintomas como a mudanças de coloração que apresentam padrões específicos, partindo
da ponta da folha passando pela nervura central até a base, ou da margem para a nervura central, ou
entre as nervuras. Os sintomas de deficiência mineral podem aparecer nas folhas novas ou nas folhas
mais velhas, indicando a mobilidade do nutriente na planta e a habilidade da planta em translocar
estoques existentes deste nutriente. Os íons variam em sua mobilidade tanto no solo como na planta. Os
íons N, P, K, Mg, Cl apresentam maior mobilidade; S, Cu, Fe, Mn, Zn, Mo, são íons de pouca mobilidade
e Ca e B são imóveis.
Muitos tipos de alterações nas plantas devido a causas ambientais ou por manejo inadequado podem
causar uma aparência semelhante a dos sintomas de deficiências nutricionais observáveis.
Nitrogênio (N)
É um dos nutrientes mais exigidos quantitativamente pela maioria das plantas. Atua em todas as fases,
crescimento, floração, e frutificação. As plantas absorvem o N em suas formas iônicas, NO 3- e NH4+ .
Entra principalmente na constituição de compostos orgânicos, é um nutriente móvel. Em excesso
provoca um crescimento vegetal acelerado, originando folhas de cor verde-escura, ocorre uma
diminuição da resistência a doenças, um retardamento da floração e o ciclo de vida, pode ser reduzido. A
carência de nitrogênio reduz o crescimento foliar, aumento do sistema radicular provoca clorose foliar,
amarelecimento e queda das folhas os ramos caulinares ficam avermelhados, os sintomas aparecem
inicialmente nas partes velhas da planta.
Fósforo (P)
Potássio (K)
É um dos macronutrientes mais consumidos pela planta, juntamente com o nitrogênio. Favorece a
formação de raízes, amadurecimento dos frutos, etc. Os frutos e tecidos meristemáticos possuem alto
teor de potássio. Seu papel principal é o de ativador de funções enzimáticas e de manutenção da
turgidez celular. A forma iônica absorvida pelas plantas é o K + .É um nutriente móvel. A carência de
potássio provoca um crescimento vegetal muito reduzido, clorose matizada da folha, manchas
necróticas, folhas recurvadas e enroladas sobre a face superior e encurtamento de entrenós.
Inicialmente, os sintomas acentuam-se nas zonas mais velhas das plantas.
Enxofre (S)
Encontra-se em sua maior parte na composição das proteínas, associadas ao nitrogênio. Participa na
formação de alguns aminoácidos essenciais ao metabolismo energético, intervém na síntese de
compostos orgânicos, em especial vitaminas e enzimas, sendo um nutriente imóvel. A forma iônica
absorvida pelas plantas é o SO42-. A carência de enxofre reduz o crescimento vegetal, provocando a
clorose foliar, as folhas permanecem mais escuras e opacas, com tonalidade amarelo-esverdeada.
Inicialmente, os sintomas se manifestam nas zonas mais novas da planta.
Cálcio (Ca)
Contribui para o fortalecimento de todos os órgãos das plantas, principalmente raízes e folhas, é um
componente da parede celular vegetal, sendo necessário, para a manutenção da estrutura, ativação da
amilase, é um nutriente imóvel. Em excesso, altera o ritmo da divisão celular. Também é importante na
manutenção do equilíbrio entre alcalinidade e acidez do meio e da seiva das plantas. A forma iônica
absorvida pelas plantas é o Ca 2+. A carência de cálcio causa a malformações nas folhas jovens,
encurvamento dos ápices, clorose marginal que evolui para necrose, levando a folha a morrer da
extremidade para o centro. Ocorre a redução do crescimento radicular, e mudança da coloração das
raízes para castanho. Inicialmente, os sintomas acentuam-se nas zonas mais jovens das plantas.
Magnésio (Mg)
É parte integrante da molécula da clorofila, e por isso está diretamente ligado ao metabolismo energético
das plantas. A forma iônica absorvida pelas plantas é o Mg 2+. É um nutriente móvel que, em excesso,
provoca interferências na absorção de cálcio e potássio. A carência de magnésio provoca cloroses entre
as nervuras, espalhando-se das margens para o centro das folhas, encurtamento de entrenós, redução
do crescimento vegetal, inibição da floração, morte prematura das folhas e degeneração dos frutos.
Inicialmente, os sintomas acentuam-se nas zonas mais velhas das plantas.
Ferro (Fe)
Cobre (Cu)
Manganês (Mn)
Zinco (Zn)
É uma ativador enzimático, e um nutriente móvel. A carência de zinco provoca uma redução do
crescimento vegetal, impedindo o alongamento dos caules e a expansão foliar e interfere na frutificação.
Inicialmente, os sintomas acentuam-se nas zonas mais jovens das plantas.
Molibdênio (Mo)
É essencial para a fixação de nitrogênio e assimilação de nitratos, sendo um nutriente imóvel. A carência
de molibdênio origina manchas cloróticas intervenais seguidas de necrose marginal e enrolamento foliar,
interferindo na frutificação. Inicialmente, os sintomas acentuam-se nas zonas mais jovens das plantas.
Boro (B)
Cloro (Cl)
Está ligado ao metabolismo da água e a transpiração das plantas, além de participar da fotossíntese,
sendo um nutriente móvel. A forma iônica absorvida pelas plantas é Cl -. A carência de cloro reduz o
crescimento vegetal e provoca o aparecimento de folhas murchas por clorose e necrose, bem como o
atrofiamento das raízes. Inicialmente, os sintomas acentuam-se nas zonas mais velhas das plantas. A
carência de cloro é raríssima, é mais comum encontrarmos excesso do que a deficiência deste
micronutriente. A toxidez do cloro é caracterizada pela queima das margens das folhas localizadas
externamente na planta.