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Micronutrientes

FERRO
Ferro: Nutriente mineral
O ferro é um elemento químico de símbolo atômico 26 (26 prótons e 26
elétrons) de 56m de massa atômica.

É um micronutriente, ou seja, requerido em poucas quantidades pelas plantas,


catiônico e constitui cerda de 5% da crosta terrestre

O Brasil apresenta grandes extensões de solo com significativos teores de óxido


de ferro em sua composição, sendo os mais comuns a hematita e a goethita, por conta
da sua formação através de rochas de origem basáltica, mas isso não quer dizer que
o ferro estará sempre disponível.

Os solos brasileiros possuem colocação em tons de amarelo e vermelho


justamente pela presença de óxidos de ferro.

Comportamento do ferro no solo


Em solos com pH elevado o ferro fica indisponível devido ao aumento da adsorção
dos micronutrientes catiônicos na matéria orgânica, nos óxidos de ferro amorfos e nos
óxidos de manganês, sendo que em pH maior que 8,0 (solos calcários) a forma Fe(OH)3
(hidróxido férrico) é a mais presente, devido a sua precipitação, sendo não absorvida
pelas plantas.

A presença desequilibrada de outros metais como Cobre, Zinco e Manganês


pode induzir a deficiência de Ferro por competição dos mesmos com este. A interação
do Fe2+ com minerais de argila se dá, ou ocupando lugares de troca ou se adsorvendo
na superfície do tetraedro de sílica. Essa reação de adsorção é mais rápida do que a

Monique C Macedo
reação de precipitação-dissolução, e os íons Fe2+ formam um complexo orgânico de
constante estabilidade maior do que a do Manganês2+ e menor que a do Zn2+ e Cu2+
tornando-o indisponível. Outro fator que influencia na deficiência de Ferro pelo
desequilíbrio de outros metais é a sua substituição nos quelados ou sua oxidação. O Ferro
também pode impedir a absorção desses metais pelo mesmo motivo, além presença de
óxidos de ferro nas raízes que podem impedir a absorção desses nutrientes.

Em solos alagados, a forma predominante do ferro é o F2+ (ferroso) gerados


pela redução dos óxidos de ferro presentes nesse solo. Nessas condições,
microorganismos aeróbicos passam a ser anaeróbicos facultativos, juntamente com os
anaeróbicos obrigatórios utilizam elementos resultantes de decomposição de matéria
orgânica, NO3- , Mn4+, Fe3+, SO42-) e até íons H+ como eletroaceptores em sua
respiração e esses vão sendo transformados para formas reduzidas, conferindo ao
solo características de redução. Já em solos aeróbicos, a forma predominante do ferro
é o F3+ (férrico), pois é a forma resultante da intemperização das rochas-mãe e a há
a participação de agentes oxidantes, como microorganismos aeróbicos.

Funções
No processo de fixação biológica de Nitrogênio existe uma enzima muito
importante que catalisa o processo de redução no Nitrogênio atmosférico a NH+ (amônio)
denominada Nitrogenase. Atualmente são conhecidas três Nitrogenases: uma composta
por Molibdênio e Ferro (Nitrogenase I); outra composta por Vanádio e Ferro
(Nitrogenase II) e outra composta apenas por Ferro (Nitrogenase III). Além disso, o Ferro
também compõe um complexo enzimático que possuem duas unidades: a dinitrogenase
redutase (componente Fe-proteína) e a dinitrogenase (componente Mo-Fe). A
dinitrogenase redutase é a responsável pela transferência de elétrons para que ocorra
a redução do N2. Já a dinitrogenase é o sítio ativo de reação onde são encontradas
condições adequadas para a redução do N2.

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O Ferro é um micronutriente envolvido em vários processos fundamentais como
fotossíntese, respiração e síntese de DNA e hormônios. A habilidade do Ferro em doar
e receber elétrons o torna indispensável para diversas reações biológicas, como a
respiração celular. As raízes são órgãos que respiram muito intensamente, e as raízes
primarias e jovens, por terem meristemas em constante processo de alongamento
respiram de forma muito mais intensa do que as de crescimento secundário. O
substrato utilizado no processo é constituído por carboidratos vindos de parte aérea
pelo floema, a partir das folhas.

O Ferro participa da formação de uma das proteínas dos Ribossomos, refletindo,


então, no aumento do teor de RNA que por sua fez fornece a Glutamina que será
convertida em ácido 5-aminolevinílico (ALA), que é precursora de uma das proteínas
que compõem a clorofila.

Absorção, Transporte e Redistribuição


O Ferro é absorvido pelas plantas na forma de F3+ (férrico), Fe2+ (ferroso) ou
na forma de Fe-quelado. A maioria das plantas possuem a capacidade de transformar
Fe3+→ Fe2+ pois o Ferro é preferencialmente absorvido nessa forma. O contato Fe-
raiz recebe maior contribuição do fluxo de massa, porém, os processos de difusão e
interceptação radicular também são importantes, pois o mecanismo de fluxo de massa
pode variar de acordo as condições ambientais. E, dias de baixa transpiração, por
exemplo, o processo dominante é por difusão.

O seu transporte dá-se pelo xilema, via corrente transpiratória. Por ser um
elemento pouco móvel e de grande reatividade, o Ferro é transportado através de
compostos quelados que são compostos orgânicos em forma de pinça que envolvem o
metal, evitando a suas reações com o meio.

Após a absorção pelas células, o ferro deve ser compartimentalizado em


diferentes organelas e no vacúolo, nas quais será utilizado em diversas funções, além
de evitar o acúmulo de ferro livre na célula podendo causa citotoxicidade.

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Sintomas de deficiência e excesso
Deficiência:

Existem vários fatores que diminuem o fluxo difusivo de Fe nos solos, além do
seu baixo nível, baixo de umidade e aumento do valor de pH e da concentração de P
(Fósforo), o que pode diminuir o movimento de elementos no solo e, portanto, o contato
com a raiz levando a deficiência de Ferro, bem como concentrações elevadas de outros
íons na solução do solo podem inibir o ferro por competição iônica. No início da deficiência
de Fe tem-se a redução no tamanho dos cloroplastos, na síntese de proteínas e no
conteúdo das clorofilas. Dessa forma, os sintomas aparecem inicialmente em folhas
jovens, como uma clorose em razão da menor síntese de clorofila, enquanto apenas as
nervuras podem ficar verdes durante algum tempo, podendo evoluir para um
branqueamento total. O Ferro, então, tende a acumular-se em folhas mais velhas na
forma de óxidos insolúveis ou de compostos inorgânicos que diminuem sua entrada no
floema, provocando os sintomas de deficiência nas folhas novas. Essa deficiência
provoca redução na síntese de proteínas, alterações fisiológicas e bioquímicas e ainda
aumenta a acidificação da rizosfera e o acumulo de ácidos orgânicos na raiz

Excesso:

A toxidez de Ferro pode ocorrer em períodos de excesso de chuvas ou em


solos alagados, como arroz inundado devido à alta utilização desse elemento na forma
oxidada (Fe3+) para a forma reduzida (Fe2+) que é mais solúvel., sendo assim, mais
facilmente absorvida pela planta por fluxo de massa causando essa toxicidade. Os
sintomas mais comuns do excesso de ferro no solo são a deposição de pigmentos
marrons causando o bronzeamento das folhas, inibição do crescimento na parte aérea,
e as folhas ficam quebradiças resultando em baixa produtividade. No caso do arroz,
esse problema causa esterilidade das espiguetas, e no caso do sorgo, as folhas podem
tornar-se mais claras, com lesões nas suas margens de cor enegrecidas ou em tons
de palha. A toxidez de Ferro pode reduzir a absorção de Manganês, tornando os
sintomas bem parecidos com a sua deficiência

Monique C Macedo
Exigência pelas culturas e adubos

Nota-se que a exigência de ferro pelas culturas varia de 66gh-1 (frutos dos
citrus) até 1663,9gh-1 (frutos do cafeeiro), enquanto a exportação pela colheita varia
de 66gh-1 (frutos de citrus) até 646gh-1 (parte aérea de alface). Por conta dessa
grande exportação, principalmente por parte das hortaliças folhosas vem-se
desenvolvendo estudos que objetivam obter genótipos com maior acúmulo de Ferro,
como medida de saúde pública. É muito raro a necessidade adubação por ferro, mas
carro isso seja necessário, como em uma correção de calagem mal feita, a adubação
será mais eficiente se feita através de fertirrigação ou adubação foliar com fontes
de SOFe

Monique C Macedo

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