Você está na página 1de 10

NUTRIÇÃO MINERAL Na: Envolvido na regeneração do fosfoenolpiruvato em plantas C4 e CAM.

Substitui o potássio em algumas funções.


1. Quais os critérios básicos para caracterizar um elemento essencial?
1) O elemento deve agir diretamente no metabolismo da planta; 2) Na ausência Outros elementos essenciais são:
do elemento, a planta não completa seu ciclo de vida; 3) O requerimento é específico e Fe: O ferro é importante por suas propriedades de oxidação - redução, a
não pode ser substituído por outro elemento. Os elementos minerais essenciais são planta absorve o íon ferroso (Fe2+), em solos alcalinos há déficit na absorção, com
classificados em: macronutrientes (N, P, K, Ca, Mg, S) e micronutrientes (B, Fe, Cu exceção da quelatização. O ferro é um cátion difícil de ser manejado pelas plantas pois
Zn, Mn, Mo, Cl, Ni), conforme a quantidade requerida para o crescimento adequado ele precipita rapidamente.
da planta. Alguns autores consideram o silício e o sódio como elementos essenciais, ● Transporte de elétrons: hemoproteínas;
mas há controvérsias ● Proteínas Fe-S

2. Cite o símbolo químico e as principais funções dos macronutrientes e Cu: O cobre sofre na planta processo de oxidação e redução e ligado a
micronutrientes para as plantas. proteínas, participa em reações redox. Em quantidades mínimas, é indispensável às
Podem ser divididos em grupos, como: plantas; em excesso é muito tóxico.
● O cobre é um importante componente de várias enzimas críticas (por
N e S sendo nutrientes que fazem parte de compostos de carbono: exemplo, plastocianina para a fotossíntese e citocromo oxidase para a
N: Constituinte de aminoácidos, amidas, proteínas, ácidos nucleicos, respiração).
nucleotídeos, coenzimas, hexoaminas, etc;
S: Componente da cisteína, cistina, metionina e proteínas. Constituinte do Zn: Importante em enzimas com propriedades de oxidação-redução. Em
ácido lipoico, coenzima A, tiamina pirofosfato, glutationa, biotina, quantidades mínimas evita diversas doenças, sendo também ativador de enzimas, é
adenosina-5'-fosfossulfato e 3-fosfoadenosina. também essencial na síntese do triptofano e do ácido indol-acético.
● Aldolases, desidrogenases, isomerases
P, Si e B sendo nutrientes importantes na armazenagem de energia e na integridade ● Déficit de zinco reduz sintese de triptófano (Aminoácido)
estrutural;
P: Componentes de fosfato açúcares, ácidos nucleicos, nucleotídeos, Mo: O Molibdênio é importante por suas propriedades de oxidação-redução.
coenzimas, fosfolipídeos, ácido fítico etc. Tem papel central em reações que envolvem Ele é um componente chave da redutase do nitrato, onde sua função é carregar um e-
ATP; para redução do nitrato. Ele é, também, importante nos organismos que fazem a
Si: Depositado como silica amorfa em paredes celulares. Contribui para as fixação do nitrogênio (N2).
propriedades mecânicas das paredes celulares, incluindo rigidez e elasticidade; ● Seu déficit prejudica o metabolismo: formação e viabilidade do grão
B: Complexos com manitol, manans, ácido polimanurônico e outros do pólen.
constituintes das paredes celulares. Envolvido no alongamento celular e no
metabolismo de ácidos nucleicos. Se: O Selênio pode se apresentar em formas absorvidas: Inorgânicas (selenito,
selenato) e orgânicas. Voláteis possivelmente absorvidos pelas folhas. Semelhança
K, Ca, Mg, Cl, Mn e Na sendo nutrientes que permanecem na forma iônica; com S.
K: Requerido como cofator de mais de 40 enzimas. Principal cátion no Essencial para espécies acumuladores de Se, que evoluíram em solos seleníferos.
estabelecimento do turgor celular e na manutenção da eletroneutralidade celular; Para a maioria das plantas este elemento é tóxico. Contudo, o Se pode ser
Ca: Constituinte da lamela média das paredes celulares. Requerido como absorvido como se fosse enxofre e ocupar os mesmo sítios de ligação deles nutriente
cofator por algumas enzimas envolvidas na hidrólise de ATP e de fosfolipídeos. Atua em moléculas essenciais que têm o S em sua estrutura. Pode ser benéfico em baixas
como mensageiro secundário na regulação metabólica; concentrações, mas extremamente tóxicos para as plantas em grandes quantidades.
Mg: Requerido por muitas enzimas envolvidas na transferência de fosfatos.
Constituinte da molécula de clorofila; Ni: Níquel é preferencialmente absorvido pelas plantas na forma de Ni2+. Foi
Cl: Requerido para as reações fotossintéticas envolvendo a evolução de O2 ; o último elemento a ser acrescentado à lista de essenciais. Plantas com deficiência de
Mn: Requerido para a atividade de algumas desidrogenases, descarboxilases, Ni acumulam ureia nas folhas, o que pode causar necrose no ápice. Sob
quinases, oxidases e peroxidases. Envolvido com outras enzimas ativadas por cátions deficiência extrema, as folhas podem cair prematuramente.
e na evolução fotossintética de O2 ;
Os macronutrientes são N, P, K, Ca, Mg, S, e os micronutrientes são B, Fe, Cu Micorrizas: as micorrizas (associações simbióticas de certos fungos e raízes de
Zn, Mn, Mo, Cl e Ni plantas) aumentam a área efetiva do sistema radicular solubilizam alguns elementos
do solo, colocando-os à disposição da planta
3. Explique como as folhas podem absorver nutrientes.
O processo de absorção foliar é facilitado quando a planta se encontra com seus 5. Considerando que o pH do solo afeta a disponibilidade dos nutrientes
estômatos abertos, formando uma corrente transpiratória, que puxa os nutrientes minerais, enumere alguns problemas de solos ácidos e alcalinos, e como podem
pulverizados na superfície da folha para o interior através de uma pressão de vapor ser corrigidos.
negativa. A absorção foliar ocorre em duas fases: O pH do solo afeta a disponibilidade dos nutrientes minerais. Toxidez de Fe,
Mn e Al e deficiências de P, Ca e Mg são exemplos de alguns problemas apresentados
por solos ácidos. Os solos alcalinos são ricos em Ca e Mg; pobres em Al, Cu, Fe, Mn
Passiva: os íons entram na planta por meio de fenômenos puramente físicos,
e Zn; e podem ter deficiência de P.
como a difusão simples, difusão facilitada, trocas iônicas, etc. Estes atravessam a
A prática da Calagem (adição de calcário – mistura de CaO, CaCO3 e Ca(OH)2
cutícula, a parede celular e os espaços intercelulares, chegando à superfície externa do
pode elevar o pH dos solos ácidos.
plasmalema. A sua velocidade depende das características da folha e do ambiente,
A adição de enxofre elementar pode ser utilizado para abaixar o pH de solos
podendo ser reversível;
alcalinos, uma vez que o S absorvido pelos microrganismos liberam,
subsequentemente, SO4 - e H+, acidificando o solo.
Ativa: o elemento atravessa o plasmalema, atingindo o citoplasma e pode se Um dos problemas presentes no solo que refletem no crescimento e
acumular no vacúolo ou ser transportado para outras partes da planta, com gasto de desenvolvimento da planta é o pH do solo. as principais perdas de nutrientes dos
energia. É uma fase mais demorada, porém irreversível. sistemas agrícolas tradicionais são resultados da lixiviação, que carrega os nutrientes
dissolvidos, principalmente nitrato, na água de drenagem. Em solos ácidos, a
lixiviação pode ser reduzida pela adição de calcário – uma mistura de CaO, CaCO3 e
4. Comente sobre os diversos fatores que afetam a absorção mineral. Ca(OH)2 – a fim de tornar o solo mais alcalino, pois muitos nutrientes formam
Aeração: o oxigênio é necessário nas oxidações biológicas, principalmente de compostos menos solúveis em pH maiores que 6. Porém, a redução da lixiviação, no
carboidratos, indispensáveis à liberação de ATP usado no transporte ativo. Em uma entanto, pode ser adquirida a custa da disponibilidade de algum nutriente,
concentração até 3% de O2 , há aumento na absorção de íons. Práticas agrícolas, como especialmente o Fe
a aração, a gradagem e a adição de corretivos, tendem a melhorar a aeração do solo.
Temperatura: a faixa térmica de 0 a 30°C geralmente aumenta a absorção de 6. Pesquise e descreva a associação existente entre leguminosas e bactérias dos
íons, em consequência de maior atividade metabólica. gêneros Rhizobium e Bradyrhizobium na fixação simbiótica do nitrogênio.
Umidade: apesar de a água ser o veículo natural dos sais, a absorção não se dá
com a mesma velocidade: ânions (NO3 - > Cl- > SO4 2-> H2 PO4 - ); cátions (NH4 +
> K+ > Mg2+ > Ca2+). 7. Explique como ocorre a redução do nitrato à amônia, caracterizando as
Presença de outros íons: podem ocorrer três situações, a saber: Sinergismo enzimas envolvidas.
(aumento na absorção de um íon pela presença do outro; Antagonismo (a presença de A primeira etapa do processo é a redução do nitrato a nitrito no citosol,
um íon diminui a absorção de outro, evitando a sua toxidez); Inibição (diminuição catalisada pela enzima nitrato redutase: NO3 - + NAD(P)H + H2 + 2 e- → NO2 - +
reversível ou não da absorção de um íon pela presença do outro). NAD(P)+ + H2 O.
Presença de cálcio: o Ca2+ mantém a integridade funcional das membranas, Uma vez que o nitrito é altamente tóxico, as células o transportam rapidamente
estimulando a absorção de outros íons, desde que não esteja em concentração elevada. do citoplasma para os cloroplastos nas folhas e para os plastídios nas raízes, onde a
Estado iônico interno: se os sítios da raiz disponíveis para a troca inicial estiverem enzima nitrito redutase reduz o nitrito em amônio (reação 5): NO2 - + 6 Fdred + 8 H+
tomados, a possibilidade de absorção fica reduzida, o mesmo ocorre se o vacúolo + 6 e- → NH4 + + 6 Fdox + 2 H2 O, em que: Fd significa ferredoxina, red e ox
estiver saturado. significam forma reduzida e oxidada, respectivamente.
Concentração interna de açúcares: o teor adequado de carboidratos (CH2 As células vegetais, para evitar a toxidez do NH4 + absorvido e do proveniente
O)n nas plantas estimula a absorção ativa. da redução do nitrato ou da fotorrespiração, converte-o rapidamente em aminoácidos,
Potencialidade genética: a capacidade de absorção de sais varia entre e dentro envolvendo, para isso, as enzimas glutamina sintetase (GS) e glutamato sintase
da própria espécie. (GOGAT).
pH: quando apenas se considera a absorção radicular; pH inferior a 7 favorece A enzima GS combina o NH4 + com glutamato, para formar glutamina, e a
a absorção de ânions, e valores próximos a neutralidade, a de cátions. GOGAT transfere o grupo amida da glutamina para o 2-oxoglutarato, produzindo duas
moléculas de glutamato. Glutamato + NH4 + + ATP → Glutamina + ADP + Pi (6) liberar ATP para suprir o metabolismo noturno da planta - esse amido é chamado
Glutamina + 2 oxoglutarato + NADH + H+ → 2 Glutamato + NAD+ (7) ou de amido transitório.
Glutamina + 2 oxoglutarato + Fdred→ 2 Glutamato + Fdox. A síntese de amido ocorre no cloroplasto e se dá pela formação de
As plantas possuem dois tipos de GOGAT: NADH-GOGAT (é localizada nos ADP-glucose. A partir da adição de ADP-glucose forma-se um polímero de glicose
plastídios de tecidos não fotossintéticos – raízes e feixes vasculares de folhas em unido por ligação glicosídica α-1,4.
desenvolvimento) e Fd-GOGAT (é localizada nos cloroplastos e atua no processo A síntese pode ser explicada em 3 fases: 1) Biossíntese da ADP-glicose:
fotorrespiratório do nitrogênio). sinalizadora;
O amônio pode ser assimilado através de uma rota alternativa pela ação 2) Alongamento do amido: se inicia a junção de monossacarídeos com a
da enzima Glutamato desidrogenase (GDH), que catalisa ou desamina o ADP-glicose; primeira molécula a se juntar a ADP-glicose é o alfa - D - 1,4 - glucano
glutamato. As formas GDH-NAD e GDH-NADPH são encontradas nas mitocôndrias (primeiro açúcar, como se fosse um “primer” - sinaliza a junção de monossacarídeos
e nos cloroplastos, respectivamente. Embora encontradas em abundância, não podem para a formação do amido); 3) Ramificação do amido: compactação; torna o amido
substituir a rota GS-GOGAT, atuando principalmente na desaminação do glutamato. 2 insolúvel em água;
oxoglutarato + NH4 + NAD(P)H ↔ Glutamato + H2 O + NAD(P)+ ● amilose: ligações alfa - 1,4; 20 a 30 % presentes no grão de amido;
● amilopectina: ligações alfa - 1,6; 70 a 80 % presentes no grão de amido - maior
8. Cite as principais enzimas responsáveis pela incorporação do NH4 + , para proporção pq causam a ramificação / dobra da molécula de amido;
produção de aminoácidos.
O amônio pode ser assimilado através de uma rota alternativa pela ação
da enzima Glutamato desidrogenase (GDH), que catalisa ou desamina o
glutamato. As formas GDH-NAD e GDH-NADPH são encontradas nas mitocôndrias
e nos cloroplastos, respectivamente. Embora encontradas em abundância, não podem
substituir a rota GS-GOGAT, atuando principalmente na desaminação do glutamato. 2
oxoglutarato + NH4 + NAD(P)H ↔ Glutamato + H2 O + NAD(P)+
O nitrogênio, uma vez assimilado em glutamina e em glutamato, é incorporado
em outros aminoácidos por meio de reações de transaminação, catalizadas pelas
enzimas Aminotransferases são encontradas no citosol, nas mitocôndrias, nos
cloroplastos, nos peroxissomos e nos glioxissomos. As aminotransferases localizadas
nos cloroplastos são essenciais na biossíntese de aminoácidos, como glutamato,
aspartato, glicina, alanina e serina. Outra enzima importante é a Asparagina sintetase
(AS), a qual catalisa a transferência do nitrogênio amida da glutamina para a
asparagina. Essa enzima encontrada no citosol das células das raízes e nos nódulos
que fixam o nitrogênio.

FONTES
1. Livro: Princípios de Fisiologia Vegetal. Cap de Nutrição Mineral.

2. Aspectos Gerais da Fertilização foliar.

SÍNTESE DE AMIDO E SACAROSE E MOBILIZAÇÃO DE RESERVAS 2. Como ocorre a síntese de sacarose? Onde ocorre?
Sacarose é a principal forma de transporte de carboidrato na planta. Assim
1. Como ocorre a síntese de amido? Onde ocorre? como o amido, é sintetizada a partir da Triose-P proveniente do ciclo de
Amido é a reserva estável e insolúvel na planta em água, é sintetizado no Calvin-Benson. A sacarose é sintetizada no citosol. A cada 6 átomos de carbono
cloroplasto e nos locais de reserva. Assim como a sacarose, é sintetizado a partir da inseridos no ciclo da fotossíntese 5 triose-P vão para a síntese de sacarose e 1 vai para
Triose-P do Ciclo de Calvin-Benson. Durante o dia o amido é sintetizado dentro do a síntese de amido no cloroplasto;
cloroplasto e à noite ele é degradado no cloroplasto para produzir sacarose e A síntese de sacarose, por sua vez, ocorre no citosol e se dá pela formação de
UDP-glucose que se combina com frutose-6-fosfato e produz a sacarose-6-fosfato.
Esta última é convertida para sacarose por ação de uma fosfatase. As sínteses de gerando ATP e NADH. O 3-fosfoglicerato entra novamente no
amido e de sacarose apresentam praticamente os mesmos intermediários cloroplasto, completando o ciclo. O efeito final é o transporte de
(frutose-1,6-bisfosfato, frutose-6-fosfato, glicose-1-fosfato, etc.). No entanto, estas NADPH/NADH e ATP do cloroplasto para o citosol.
vias biossintéticas possuem izoenzimas, que são únicas para cloroplasto e citosol.
5. Quais os tipos de amidos e suas funções?
Amido transitório: É o amido responsável por fornecer a energia na noite
seguinte para manter a atividade respiratória mínima (respiração de manutenção).
Amido reserva: será armazenado em órgãos específicos (ex.: raízes) para ser
consumido em momentos de alta necessidade respiratória ou se as condições do meio
não favorecem a produção do amido transitório - fonte energética alternativa;

6. Qual a importância da sacarose para a planta? E do amido?


O amido é uma das principais fontes estrutural e de reserva energética. A
sacarose é a principal forma de carboidrato que é translocada na planta, via floema. Já
o amido é um carboidrato insolúvel, de reserva, presente em quase todas as plantas.

7. Qual a relação da Triose-P e do Ciclo de Calvin-Benson com a síntese de


amido e sacarose?
A triose-P proveniente do Ciclo de Calvin-Benson que é o gatilho chave
da síntese de amido e sacarose. A cada 6 átomos de carbono inseridos no ciclo
da fotossíntese 5 triose-P vão para a síntese de sacarose e 1 vai para a síntese
de amido no cloroplasto;

8. Quais funções o amido assume durante o dia e a noite? Explique.


Durante o dia, o amido é sintetizado no cloroplasto e armazenado, sendo esse o
3. A planta transloca amido nos sistemas? Explique.
amido de reserva. Durante a noite, o amido é responsável por fornecer energia para a
A planta não transloca o amido no sistemas, ela sintetiza o amido nos locais
planta e assim manter a atividade respiratória mínima de manutenção funcionando,
onde ele é necessário. (EXPLICAR O PORQUÊ).
uma vez que as plantas só realizam fotossíntese durante o dia, embora a respiração
seja contínua, durante a noite não há produção de energia, assim o amido transitório
fornece a energia necessária para a respiração.
4. Sobre a síntese de amido e sacarose, explique o que são:
a. As reações no cloroplasto. As reações no cloroplasto são as reações
9. Qual o melhor status de açúcar para a ocorrência da fotossíntese?
fotossintéticas da planta, isto é, quando ela está produzindo seus
Explique.
compostos estruturais e energéticos básicos e primordiais, dentre eles o
A fotossíntese é regulada por diversos fatores, como por exemplo: Sob luz, o
amido.
dissacarídeo sacarose é continuamente sintetizado e exportado do citosol foliar para
b. As reações no citoplasma. No citosol existe uma grande variedade de
partes não fotossintetizantes e/ou drenos. Já o polissacarídeo amido sob luz
rações sintéticas que consomem energia na forma de ATP e de força
acumula-se no estroma dos tilacóides para ser utilizados na noite seguinte (amido
redutora química. Estas necessidades energéticas são supridas pelas
transitório), ou é sintetizado e armazenado em Leucoplastos para servir como reserva
mitocôndrias em um grau ainda indeterminado. Uma segunda fonte
em raízes (amido de reserva);
potencial desta energia são os ATP e NADPH gerados no estroma
Em geral, um baixo status de açúcar melhora a fotossíntese (favorece o
durante as reações luminosas da fotossíntese; entretanto, o ATP e o
aumento da fotossíntese), a mobilização de açúcar e a exportação, enquanto a
NADPH não cruzam a membrana do cloroplasto. O sistema de
abundância promove o crescimento e a estocagem de açúcares; obs.: a própria
transporte tem o efeito indireto de mover o ATP e os equivalentes
produção de açúcar regula a fotossíntese;
redutores através da membrana do cloroplasto. A diidroxiacetona fosfato
formada no estroma pela fixação do CO2 é transportada para o citosol,
onde ela é convertida pelas enzimas glicolíticas em 3-fosfoglicerato,
10. Qual o destino da Glicose-6-fosfato? A atividade da α – amilase depende da presença do embrião, caso o embrião
→ Parede celular; seja removido a atividade da α – amilase decai rapidamente. Os hormônios também
→ Glicose 1-fosfato > amido ou > Glicose 6-fosfato ou > Sacarose; podem controlar os níveis de cálcio no local onde ele é requerido para produção e
→ Glicose 6-fosfato > rota das pentoses fosfatadas ou > frutose 6-fosfato; secreção da maioria dos componentes de α – amilase pela aleurona da cevada e
tecidos de escutelo de arroz. Como exemplo, observado numa semente de cevada
→ Frutose 6-fosfato -sacarose ou triose fosfatadas - glicose;
(depois da fecundação), o nível de α – amilase vai subindo, depois que a planta vai
amadurecendo, a α – amilase vai decrescendo até desaparecer. Depois que a semente
seca, com a embebição, volta a germinar, o teor de α – amilase aparece novamente. É
11. Comente sobre a mobilização de reservas de amido. um processo de regulação
A hidrólise do amido se dá pela atuação de duas vias, a fosforolítica e a
amilolítica. As enzimas necessárias para o funcionamento dos dois processos foram A β- amilase ataca a extremidade não redutora da amilose dando sucessivas
encontrados nos cotilédones e no eixo embrionário, com exceção da α-amilase, que unidades de maltose. A amilopectina também pode ser atacada por α e β amilase, mas
está localizada apenas nos cotilédones. A via fosforolítica ocorre antes da amilolítica, as ligações α-1,4 e α-1,6 próximas da ramificação da amilopectina não são
uma vez que apresenta economia de energia para a célula, não havendo gasto de ATP hidrolisadas por essas enzimas. Desse modo, o núcleo condensado altamente
inicialmente como no caso da via amilolítica. ramificado obtido da amilopectina original denominado dextrina limite é o produto
dessas enzimas. É uma enzima “pré-existente”. Ela está presente provavelmente na
a) Via fosforolítica: Durante o início da germinação a quantidade de β-amilase semente seca em uma forma inativa e somente é ativada (logo após) com a embebição
é muito pequena para hidrolisar o amido nas sementes e a α-amilase ainda não é (hidrólise). A amilose é completamente hidrolisada à maltose e a amilopectina, sendo
existente neste primeiro momento. Entretanto, o amido precisa ser hidrolisado, transformada a dextrinas α – 1,4 e α – 1,6 e maltose. A cisteína regula a atividade da β
entrando em ação a via fosforolítica, pois a fosforilase é pré-existente na semente. – amilase.
A fosforilase inicia a hidrolise do amido e sua ação é semelhante a da OBS: As enzimas da via amilolítica solubilizam o amido usando a molécula de H2O,
β-amilase. É uma exoglucanase que degrada o amido a partir dos terminais não desta forma perde-se a ligação rica em energia – a ligação glicosídica.
redutores, promovendo a junção de Pi e a liberação de glucose-1-fosfato (G-1-P)
(Tabela 1). Essa é uma enzima “fosforolitica”, e a reação pode ser reversível in vitro. Entre as duas vias de degradação do amido, a ocorrência da via fosforolítica é
Apesar dessa possível reversibilidade catalítica tende a ser a mais relevante, pois, anterior a amilolítica e isso trás vantagens para a germinação. A fosforilase é
dentro dos plastídeos, a concentração de Pi (H2PO4) tende a ser 100 vezes maior do pré-existente e sua atividade aparece logo após a embebição não precisando de energia
que a concentração de G-1-P, o que força a reação no sentido da degradação do amido. (ATP) para quebra do amido. Apesar disso, estudos sugeriram que a via predominante
Assim como ocorre com as amilases, a amido fosforilase apresenta grande afinidade é a amilolítica. O aumento da atividade de amilase foi coincidente com o máximo de
pelos polímeros de amilose, mas também não é capaz de quebrar as ligações α-(1,6) degradação do amido, enquanto que o máximo da atividade da fosforilase ocorreu
das amilopectinas. praticamente quando não havia hidrólise do amido.
À medida que a glicose-1P é produzida reage com o Trifosfato de Uridina
(UTP), que vai produzir UDP-glicose + pirofosfato (PPi), pela ação da UDPG
pirofosfatase. Em seguida, a sacarose sintetase catalisa as reações que produz
sacarose-6P + UDP, a partir da UDPG + frutose 6P. Pela ação de uma fosfatase, → Curiosidades gerais.
sacarose-6P é desfosforilada produzindo sacarose + fosfato inorgânico. A invertase As rotas de síntese de amido e sacarose têm algumas etapas em comum, a
promove a hidrólise da sacarose produzindo glicose e frutose. Esta via é importante exemplo daquelas que envolvem as enzimas frutose-1,6-bifosfato fosfatase e
porque há formação de PPi (pirofosfato) e é uma via de economia de energia, pois a hexose-fosfato isomerase. No entanto, essas enzimas têm isoenzimas que possuem
energia armazenada no amido não é perdida como ocorre na via amilolítica. diferentes propriedades e são únicas em compartimentos celulares específicos. Por
exemplo, a frutose-1,6-bifosfato fosfatase, presente no cloroplasto, é regulada pelo
b) Via Amilolítica: A α-amilase hidrolisa ao acaso as ligações α-1,4 da sistema tiorredoxina e é insensível à frutose-2,6-bifosfato e ao AMP. Entretanto, a sua
amilose e da amilopectina, produzindo uma mistura de maltose e glicose. Esta enzima isoenzima, encontrada no citossol, sofre regulação pela frutose-2,6-bifosfato
é sintetizada “de novo” durante a germinação, quando então se acumula. Sua atividade
é desprezível nos estágios iniciais de germinação, aumentando rapidamente até 80 Importância das trioses-P como fatores que regulam a fotossíntese
vezes mais que atividade da fosforilase na quebra do amido e depois diminui. (1) SISTEMA DE TRANSPORTE: EXPORTAÇÃO DE TRIOSES FOSFATO E
IMPORTAÇÃO DE FOSFATO. A membrana interna do cloroplasto é impermeável
para a maioria dos compostos fosforilados, incluindo frutose-6-fosfato,
glicose-6-fosfato e frutose-1,6-bifosfato. Entretanto, existe um transportador rota de síntese do amido, é estimulada pelo 3-fosfoglicerato e inibida pelo ortofosfato.
específico que catalisa a troca um por um de Pi por triose fosfato, que seja Uma alta relação 3-fosfoglicerato/ortofosfato é tipicamente encontrada em
diidroxiacetona fosfato ou 3-fosfoglicerato. Esse transporte move simultaneamente a cloroplastos armazenadores de amido. Por outro lado, uma abundância de ortofosfato
triose fosfato para fora do cloroplasto, ou seja, para o citosol, e o Pi para o interior dos no citossol inibe a síntese de amido no cloroplasto e promove a exportação de
cloroplastos, onde ele é empregado na fotofosforilação. triose-fosfato para o citossol, enquanto ele é convertido em sacarose.

Sem esse sistema de transporte, a fixação de CO2 no cloroplasto rapidamente A síntese de sacarose no citossol é fortemente regulada pela
se tornaria impossível. Assim, o transporte efetivo das trioses fosfato para fora do frutose-2,6-bifosfato. Este composto é encontrado no citossol em concentrações
cloroplasto faz a remoção das trioses fosfato oriundas da fixação do carbono. No minúsculas e exerce um efeito regulador na interconversão de frutose-1,6-bifosfato e
citosol essas trioses fosfato são convertidas em sacaroses. A síntese da sacarose no frutose-6-fosfato, que ocorre no citossol. A produção citossólica de
citosol e a síntese do amido do cloroplasto são as duas grandes formas pelas quais o frutose-2,6-bifosfato é associada ao decréscimo da síntese de sacarose, porque
excesso de trioses fosfato são armazenadas. O último passo da síntese de sacarose frutose-2,6-bifosfato é um forte inibidor da enzima citossólica frutose-1,6-bifosfato
libera uma molécula de Pi que, foi empregada para gerar uma triose fosfato. Para cada fosfatase é um ativador da fosfofrutoquinase pirofosfato-dependente.
molécula de triose fosfato que sai do cloroplasto, um Pi é transportado para o interior
do mesmo. Se esta troca for bloqueada a síntese de trioses fosfato rapidamente A frutose-2,6-bifosfato é sintetizada a partir da frutose-6-fosfato, sob ação da
depletará o Pi disponível no cloroplasto e impedirá a continuação da fixação de CO2. enzima frutose-6-fosfato 2-quinase, e é degradada pela frutose-2,6-bifosfato fosfatase
(não confundir com a frutose-1,6-bifofato fosfatase). O ortofosfato estimula a
Este sistema de transporte Pi-triose fosfato tem uma outra função. No citosol frutose-6-fosfato 2-quinase e inibe a frutose-2,6-bifosfato fosfatase, enquanto a
existe uma grande variedade de rações sintéticas que consomem energia na forma de triose-fosfato inibe a frutose-6-fosfato 2-quinase. Conseqüentemente, uma baixa
ATP e de força redutora química. Estas necessidades energéticas são supridas pelas relação triose-fosfato / ortofosfato, no citossol, promove a formação de
mitocôndrias em um grau ainda indeterminado. Uma segunda fonte potencial desta frutose-2,6-bifosfato, que, na verdade, inibe a hidrólise de frutose-1,6-bifosfato
energia são os ATP e NADPH gerados no estroma durante as reações luminosas da citossólica e promove lentamente o aumento da síntese de sacarose. Uma alta relação
fotossíntese; entretanto, o ATP e o NADPH não cruzam a membrana do cloroplasto. O triose-fosfato/ortofosfato tem o efeito inverso.
sistema de transporte tem o efeito indireto de mover o ATP e os equivalentes redutores
através da membrana do cloroplasto. A diidroxiacetona fosfato formada no estroma FONTES
pela fixação do CO2 é transportada para o citosol, onde ela é convertida pelas enzimas
glicolíticas em 3-fosfoglicerato, gerando ATP e NADH. O 3-fosfoglicerato entra Mobilização de reservas
novamente no cloroplasto, completando o ciclo. O efeito final é o transporte de Fatores que regulam a fotossíntese
NADPH/NADH e ATP do cloroplasto para o citosol. Síntese de amido e sacarose

3) AS SÍNTESES DE AMIDO E SACAROSE SÃO REAÇÕES


COMPETITIVAS, REGULADAS POR METABÓLITOS-CHAVES. Excessos de
trioses-fosfato podem ser usados tanto para a síntese de amido nos cloroplastos quanto
para a síntese de sacarose no citossol. Assim, as sínteses de amido e sacarose são
RESPIRAÇÃO
processos competitivos, e algumas condições que promovem um processo inibem o
outro. Os componentes-chaves que regulam o seu particionamento são: as relativas 1. O que é respiração? O que ocorre nela?
concentrações de ortofosfato (Pi) e triose-fosfato no citossol e no cloroplasto; e a A respiração celular refere-se ao caminho bioquímico na qual ocorre a
concentração de frutose-2,6-bifosfato no citossol. Os dois compartimentos se oxidação dos compostos orgânicos para produção de energia que é utilizada para os
comunicam com uma outra via, a do translocador fosfato / triose-fosfato, por meio de processos essenciais a vida. Na respiração a glicose é o substrato mais comum sendo
uma proteína de transporte, localizada na membrana do cloroplasto, que catalisa o oxidada na presença de oxigênio de acordo com a seguinte reação. A respiração
movimento de ortofosfato e triose-fosfato em sentidos opostos entre os dois vegetal também pode ser expressa como a oxidação da molécula de 12 carbonos
compartimentos. (sacarose) e a redução de 12 moléculas de O2.
A respiração compreende uma sequência de inúmeras reações
Baixas concentrações de ortofosfato no citossol limitam a exportação de metabólicas, em três estágios distintos e agrupados: glicólise, ciclo de Krebs (ciclo do
trioses-fosfato através do translocador. Assim, a triose-fosfato é usada para a síntese ácido cítrico ou ciclo dos ácidos tricarboxílicos ) e cadeia transportadora de elétrons
de amido. No cloroplasto, a enzima ADP-glicose pirofosforilase, uma componente da (Fig. 1). A via das pentoses fosfato é um caminho alternativo importante do
metabolismo da glicose. A via das pentoses pode ocorrer, nos plastídios de tecidos não incluindo aminoácidos aromáticos e precursores de lignina,
fotossintéticos e no citosol de todos órgãos como mostrado na figura 1. Esta via não flavonóides e fitoalexinas
gera ATP, mas exerce algumas funções importantes para o metabolismo celular: 4. gera intermediários do ciclo de Krebs.
Produz NADPH para as síntese redutivas, tais como: as biossínteses dos ácidos graxos
e dos esteroides; Produz ribose para as biossíntese dos nucleotídeos e dos ácidos
nucleicos; Produz eritrose-4-fosfato que combina-se com o fosfoenolpiruvato (PEP)
na reação inicial que produz compostos fenólicos vegetais, incluindo aminoácidos A via das pentoses-fosfato (desvio da hexose-monofosfato) é um percurso
aromáticos e precursores de lignina, flavonoides e fitoalexinas. mais complexo do que a glicólise. Trata-se de um processo multicíclico no qual
três moléculas de glicose-6-fosfato produzem três moléculas de CO2 e três
resíduos de cinco carbonos. Estes resíduos se rearranjam para gerar duas
2. Quais são as maiores fontes de energia para a respiração? moléculas de glicose-6-fosfato e uma molécula de um intermediário da
Maiores fontes de carboidratos para a respiração: amido, sacarose, frutanos, glicólise, o gliceraldeído-3-fosfato. Desde que duas moléculas de
lipídios, ácidos orgânicos e proteínas. gliceraldeído-3-fosfato possam regenerar a glicose-6-fosfato, a via pode
conduzir a completa oxidação da glicose.

3. Explique o que ocorre nas principais reações da respiração: A seqüência de reações da via pode ser dividida em duas fases (Figura 1)
fase oxidativa, irreversível
Glicólise:
Na glicólise, inicialmente, a glicose, um açúcar de 6 carbonos, é dividida em A glicose 6-P sofre desidrogenação e descarboxilação formando uma pentose, a
dois açúcares de 3 carbonos, que são oxidados e rearranjados para produzir duas ribulose-5-P.
moléculas de piruvato, que serão utilizalizadas no Ciclo de Krebs. Além disso, a
glicólise produz uma pequena quantidade de energia química na forma de ATP e fase não-oxidativa, reversível
NADH. Este processo não requer oxigênio para converter glicose a piruvato, e o
metabolismo glicolítico pode se tornar o principal modo de produção de energia em A ribulose-5-P é convertida a glicose-6-P por uma série de reações envolvendo
tecidos vegetais em baixos níveis de oxigênio, por exemplo, em raízes de solos principalmente duas enzimas: a transcetolase e a transaldolase
alagados. A glicólise consiste de 10 reações catalizadas por uma série de enzimas Ciclo do Ácido Cítrico:
solúveis localizadas no citosol. De maneira geral nas reações iniciais da glicólise, a
Embora a mitocôndria possua seu próprio DNA, suas funções são muito
hexose que entra (glicose ou frutose) é fosforilada duas vezes e então quebrada,
produzindo duas moléculas de açúcar com 3 carbonos (gliceraldeído-3-fosfato). Esta
mais dependentes das proteínas codificadas pelo núcleo do citosol, ao quais são
série de reações requer gasto de duas moléculas de ATP por glicose e inclui duas das importantes do ciclo do ácido tricarboxílico ou ciclo de Krebs. Este ciclo
três reações irreversíveis da rota glicolítica que são catalizadas por quínases de representa o segundo estádio da respiração e ocorre na matriz mitocondrial. Para
hexoses (incluindo quínase da glicose e quínase da frutose) e fosfofrutoquinase, sendo iniciar as reações, é necessária a entrada do piruvato que foi formado no citosol
que as reações da fosfofrutoquinase é um dos pontos de controle da glicólise. através das reações de glicólise, porém a membrana interna da mitocôndria é
impermeável ao piruvato, dessa forma, existe um transportador de piruvato
Rota das Pentose-P: (monocarboxilado) que catalisa uma mudança elétrica através da membrana
A via das pentoses-fosfato ou rota das pentoses é um caminho alternativo interna resultando em piruvato e OH-.
do metabolismo da glicose. Esta via não gera ATP, mas exerce algumas funções:
1. Produz NADPH para as síntese redutivas, tais como: as biossínteses - Uma vez dentro da matriz mitocondrial, o piruvato é descarboxilado
dos ácidos graxos e dos esteróides, oxidativamente pela enzima descarboxilase do piruvato para produzir
2. Produz ribose para as biossíntese dos nucleotídeos e dos ácidos NADH, CO2 e ácido acético.
nucléicos - O ácido acético é ligado via uma ligação tioéster a um cofator contendo
3. Produz eritrose-4-fosfato que combina-se com o fosfoenolpiruvato enxofre, coenzima A (CoA), para formar Acetil CoA.
(PEP) na reação inicial que produz compostos fenólicos vegetais,
- A enzima sintase do citrato liga o acetil CoA com o oxalacetato (OAA), não havendo conservação de energia após esse ponto , uma vez que a AOX é
um ácido carboxílico de 4 carbonos, para formar um o citrato (ácido capaz de oxidar diretamente o ubiquinol e reduzir o oxigênio a água. Através
tricarboxílico de 6 carbonos). da glicólise e do ciclo de Krebs, para cada molécula de glicose são geradas 2
- O citrato é então isomerizado à isocitrato pela enzima aconitase. As moléculas de NADH no citosol, enquanto na matriz mitocondrial são geradas 8
próximas duas reações são sucessivas descarboxilação oxidativas, cada moléculas de NADH e 2 moléculas de FADH2 (associada com a desidrogenase
uma delas produzindo um NADH e liberando uma molécula de CO2. do succinato) aparecem na matriz mitocondrial. A cadeia transportadora de
- Produção de succinil-CoA (molécula de 4 carbonos). elétrons catalisa o fluxo de elétrons do NADH (e FADH2) para o O2, o aceptor
- A molécula de succinil-CoA é convertida em succinato pela sintetase do final de elétrons no processo respiratório. A transferência de 2 elétrons do
succinil-CoA. NADH é representado a seguir:
- O succinato resultante é oxidado a fumarato pela desidrogenase do
succinato, que é a única enzima associada a membrana do ciclo de Krebs Elétrons do NADH gerados na matriz mitocondrial durante o ciclo Krebs
e é considerada como um componente do complexo II da cadeia são oxidados pelo complexo I (desidrogenase do NADH), que transfere estes
transportadora de elétrons. elétrons para a ubiquinona. A enzima desidrogenase do succinato é um
- Os elétrons removidos do succinato são transferidos para outro cofator, o componente do complexo II, então os elétrons derivados da oxidação do
FAD. O FAD é ligado covalentemente ao sítio da desidrogenase do succinato são transferidas via FADH2 e um grupo de três proteínas
succinato e passa por uma redução reversível de 2 elétrons para produzir ferro-enxofre para o pool da ubiquinona. O complexo III age como um
FADH2 (FAD + 2 e- + 2 H+). Ao final das duas reações do ciclo do ácido ubiquinol: a oxidoredutase do citocromo c, oxidando a ubiquinona reduzida
tricarboxílico, fumarato é hidratado para produzir malato. (ubiquinol) e transferindo elétrons via centro ferro-enxofre.
- O malato é oxidade pela desidrogenase do malato a OAA, produzindo
uma molécula de NADH 4. Explique o que ocorre na fermentação.
- O OAA produzido é agora capaz de reagir com outro acetil CoA e Durante o ciclo natural de vida das plantas, é comum que elas passem por
continuar o ciclo. períodos de deficiência de oxigênio em suas raízes que, dependendo do tempo e
- A oxidação do piruvato na mitocôndria dá origem a 3 moléculas de CO2, da intensidade, podem levá-las a morte. Excesso de chuvas ou irrigação e solos
e muita da energia livre liberada por estas oxidações é armazenada na mal drenados ou compactados são as causas mais freqüentes que influenciam na
forma reduzida de NAD+ (4 NADH) e FAD (1 FADH2). Em adição uma redução de oxigênio do solo. Nessas condições, a água ocupa os espaços antes
molécula de ATP é produzida pela fosforilação ao nível de substrato preenchidos pelo ar, provocando uma série de mudanças nas características
durante o ciclo Krebs. físicas, químicas e biológicas. A difusão do oxigênio na água é 10.000 vezes
mais lenta que no ar, tornando o ambiente radicular hipóxico. Além disso, o
a. Cadeia Transportadora de elétrons: consumo do oxigênio remanescente devido à respiração dos órgãos submersos
A fosforilação é a forma de energia usada pelas células para realizar os da planta e dos microrganismos torna esse ambiente anóxico.
processos biológicos, os elétrons ricos em energia capturados na glicólise Em qualquer uma dessas situações, o desenvolvimento das plantas é
(NADH) e no ciclo de Krebs (na forma de NADH e FADH2) devem ser prejudicado. Como conseqüência da falta de oxigênio ocorre uma série de
convertidos para ATP. Este processo dependente de O2 ocorre na parte interna distúrbios no metabolismo das plantas que se manifestam por meio de alterações
da membrana interna da mitocôndria e envolve uma série de carreadores de no crescimento e no desenvolvimento. Essas alterações parecem estar
elétrons, conhecida como cadeia de transporte de elétrons (CTE). relacionadas aos mecanismos de tolerância, levando a um ajustamento
A respiração mitocondrial de plantas envolve a participação de duas metabólico, anatômico e ou morfológico, que permitem às plantas sobreviverem
principais rotas de transporte de elétrons. por períodos mais prolongados nessas condições.

1ª- Rota da oxidase do citocromo c: sensível ao cianeto e acoplada a três As alterações se manifestam como adaptações morfológicas através da
sítios de conservação de energia. formação de aerênquimas e raízes adventícias, bem como a elongação de caules
e folhas. Dentre as alterações metabólicas ou moleculares, devido à baixa
2ª- Rota alternativa insensível ao cianeto: envolve a oxidase alternativa disponibilidade de oxigênio, inclui-se o desvio do metabolismo aeróbico para a
(AOX), ramifica-se da rota da oxidase do citocromo, no “pool” de ubiquinonas, via anaeróbica, a qual possui baixo rendimento energético.
Em condições de ausência de oxigênio, a fermentação regenera o NAD+, que é envolve essa enzima é dependente do pH, o equilíbrio da reação à pH 7,0 fica
necessário para dar continuidade à glicólise. Isso porque, nesta condição, o ciclo deslocado para a direita, e pode reverter a reação operando em pH de 8 a 9.
de Krebs e a cadeia de transporte de elétrons não conseguem funcionar. A
glicólise, deste modo, não pode continuar operando, devido ao suprimento da
célula em NAD+ ser limitado, e o NAD+ se apresentar disponível em grande Nos vegetais ocorre principalmente a fermentação alcoólica, a
maioria no estado reduzido (NADH), a reação catalisada pelo gliceraldeído 3P fermentação láctica precedendo a fermentação alcoólica acumula ácido láctico
desidrogenase não pode ocorrer. Para superar este problema, plantas e outros acidificando o citosol e funcionando como um sinal para ativação da
organismos podem metabolizar todo o piruvato através do metabolismo fermentação alcoólica. Com o citosol acidificado há um estimulo da atividade
fermentativo. Existem dois tipos de fermentação: da enzima descarboxilase e reduz a atividade da desidrogenase do lactato.

Na fermentação alcoólica, as duas enzimas descarboxilase do piruvato e 5. Explique a gliconeogênese e a diferença com a glicólise.
desidrogenase do álcool agem sobre o piruvato, produzindo etanol e CO2 e
oxidando NADH no processo. A desidrogenase do álcool e a desidrogenase do 6. Quais são os tipos de respiração?
lactato são essenciais para operar o ciclo glicolítico sobre condições Os substratos – ADP e Pi – para a síntese de ATP parecem ser os
anaeróbicas, porque elas reciclam NAD+, reduzindo piruvato a etanol e lactato, reguladores-chave em curto prazo da glicólise no citosol, do ciclo do ácido
respectivamente. Esse processo de acúmulo de etanol e lactato envolve a cítrico e da fosforilação oxidativa nas mitocôndrias. Em todos os três estágios
oxidação do NADH e resulta em pequena mas essencial produção de ATP para a da respiração, há pontos de controle.
sobrevivência de algumas espécies durante a ausência de oxigênio. O sitio de regulação pós-tradução mais bem caracterizado do
Durante as primeiras horas da germinação, as sementes são impermeáveis ao metabolismo respiratório mitocondrial é o complexo piruvato desidrogenase,
oxigênio, logo, as mesmas rapidamente geram um aumento no coeficiente que é fosforilado por uma proteína quínase reguladora e desfosforilado por uma
respiratório, aumenta a atividade da desidrogenase do álcool e ativa a proteína fosfatase. A piruvato desidrogenase encontra-se inativa no estado
fermentação alcoólica. fosforilado e a quínase reguladora é inibida pelo piruvato, permitindo desta
Algumas plantas regulam o pH para prevenir a acidificação do forma a atividade da enzima quando o substrato esta disponível (Fig. 3). A
citoplasma. A taxa de síntese de lactato e etanol depende do pH citoplasmático. piruvato desidrogenase forma o ponto de entrada do ciclo do ácido cítrico,de
Sobre condições anaeróbicas, o piruvato é inicialmente convertido a lactato, modo que essa regulação ajusta a atividade do ciclo e a demanda celular.
mas como o pH decresce, a atividade da desidrogenase do lactato é inibida, A respiração em plantas, em geral controlada alostericamente “de baixo
sendo a atividade da descarboxilase do piruvato estimulada, e a síntese do etanol para cima”, pelo nível celular de ADP (Fig. 4). O ADP regula inicialmente a
predomina. Apesar da fermentação láctica preceder, a fermentação alcoólica, o transferência de elétrons e a síntese de ATP, que, por sua vez, irá regular a
acúmulo de lactato acidifica o citosol funcionando como um sinal para a atividade do ciclo de Krebs, o qual, regula a glicólise. Este controle “de baixo
ativação da fermentação alcoólica. O citoplasma acidificado pode estimular a para cima” permite que vias respiratórias se ajustem à demanda por unidades
atividade da descarboxilase do piruvato e reduzir a atividade da desidrogenase estruturais biossintéticas, aumentando a flexibilidade respiratória.
do lactato. O etanol é o principal produto final do metabolismo anaeróbico em
plantas, uma vez que, ao contrário do lactato, não é tóxico e não acidifica o 7. Cite e explique os fatores que regulam a respiração.
citoplasma. A respiração em plantas, em geral controlada alostericamente “de baixo
para cima”, pelo nível celular de ADP (Fig. 4). O ADP regula inicialmente a
Fermentação lática: A desidrogenase do lactato (LDH) converte o piruvato a transferência de elétrons e a síntese de ATP, que, por sua vez, irá regular a
lactato usando NADH como poder redutor e é anaerobicamente induzida em atividade do ciclo de Krebs, o qual, regula a glicólise. Este controle “de baixo
muitas espécies (Fig. 2). A fermentação láctica frequentemente ocorre na para cima” permite que vias respiratórias se ajustem à demanda por unidades
germinação das sementes. A atividade da LDH continua a fermentação láctica, estruturais biossintéticas, aumentando a flexibilidade respiratória.
mantendo o balanço redox sem a perda do carbono associado com a ● É regulado pela utilização de ATP, que determina a disponibilidade de DP
fermentação alcoólica. A fermentação lática precede a fermentação alcoólica. O (influencia todos os estágios da respiração);
lactato pode acidificar o citosol comprometendo a célula. As reações que ● É retro-regulável
● O ADP regula a transferência de elétrons e a fosforilação oxidativa, ● Parte razoável do carbono fixado pela fotossíntese é perdida pela respiração,
regulando indiretamente o ciclo de krebs que por sua vez afeta a glicólise mas essa função é essencial:
(pelos intermediários do ciclo de Krebs, que inibem a conversão de PEP ○ respiração de manutenção: Componente necessário para manter o
em piruvato (piruvato quinase)); tecido vegetal existente metabolicamente ativo (mais de 50% da
respiração total);
○ Respiração de crescimento: Componente que expressa o uso do
8. Cite os fatores que afetam a respiração. carbono reduzido para a adição de nova biomassa;

Espécies e hábito de crescimento; FONTES:


○ crescimento determinado (planta para de crescer após a primeira Respiração em Plantas | Temas em Fisiologia Vegetal – Luiz Edson Mota de
floração) Oliveira
○ Crescimento indeterminado (planta continua a crescer mesmo durante a
floração), necessidade de uma maior taxa de respiração;
● Tipo e idade do órgão (ex. frutos jovens em formação respiram mais do que
frutos já completamente formados);
● Variáveis ambientais como:
○ Concentração de O2
○ Temperatura - plantas bem hidratadas em locais quentes tem uma
melhor taxa fotossintética;
○ Hidratação dos tecidos;

Pouco oxigênio (<5%) causa redução da respiração em tecidos íntegros,


especialmente devido à menor difusão do oxigênio em meio aquoso (10^4
vezes menor do que em meio gasoso);
Solução: fermentação e/ou alterações anatômicas e morfológicas (raízes
pneumatóforas e aerênquimas);

● Temperatura: coeficiente Q10 (aumento da respiração para cada aumento de


10°C na temperatura do ambiente;
● Dióxido de carbono: O CO2 apresenta efeito inibidor direto limitado sobre a
respiração, quando em concentrações “artificiais” elevadas - 3 a 5%
(atmosfera: 0,04% CO2);
● Concentração de CO2: Armazenamento de frutos (CO2 para bloquear o efeito
do etileno e O2 para reduzir a respiração);
○ Injúrias: houve um aumento no consumo de oxigênio pela respiração,
pela atividade de enzimas associadas ao consumo de oxigênio
(lipoxigenase, polifenoloxidase e peroxidase);

● A respiração ocorre 24hrs por dia e é de 6 a 20 vezes menor que a fotossíntese;


● A respiração é o balanço de carbono na planta;

Você também pode gostar