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Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões

Campus Frederico Wetsphalen


Curso de Agronomia
Disciplina de Fisiologia vegetal

Atividade nutrição e fotossíntese Data: / / .

Prof. Anderson Marques

Nome: Bruno César Signor

1. Faça a definição do que é a assimilação de nutrientes e diga como


ocorrem os processos de assimilação de nutrientes para os principais
macro e micronutrientes.
A assimilação de nutrientes envolve a formação de complexos com compostos
orgânicos. Tais complexos são altamente estáveis, sendo que a remoção do
nutriente do complexo pode resultar na perda total de função.
Nitrogênio: A maioria das plantas absorvem a maior parte do nitrogênio na
forma de nitrato, pois a forma amoniacal é facilmente oxidada no solo por
bactérias nitrificantes. Ambas as formas podem ser absorvidas pelas plantas
em taxas e proporções dependentes da espécie, idade e disponibilidade de
carboidratos. A absorção de nitrato ocorre por processo ativo, contra um
potencial eletroquímico, por meio de um sistema simporte, com transporte
simultâneo de H+ e NO3– para dentro das células. Já a absorção de NH4+
ocorre via sistema uniporte, por processo passivo. Após a absorção pela planta
o nitrogênio inorgânico precisa ser assimilado na forma orgânica, sendo
posteriormente utilizado nos sítios de consumo da planta, ou seja, nos tecidos
em rápido crescimento.
Enxofre: O enxofre está entre os elementos mais versáteis dos organismos
vivos. A maioria do enxofre nas células de vegetais superiores deriva do sulfato
(SO4 –²) absorvido via um transportador H+–SO4 -² do tipo simporte, a partir da
solução do solo.O sulfato é muito estável e, portanto, necessita ser ativado antes
que quaisquer reações subsequentes possam ocorrer. O enxofre assimilado nas
folhas é exportado pelo floema para os locais de síntese protéica( frutos e ápices
caulinares e radiculares), sobretudo na forma de glutationa.A glutationa também
atua como um sinal que coordena a absorção do sulfato pelas raízes e a
assimilação pela parte aérea.
Magnésio: Seu modo de absorção pela planta é praticamente por fluxo de
massa representando 87%, ou seja, neste processo o cátion Mg2+ que se move
pela solução do solo com a mesma velocidade de absorção desta até entrar em
contato com a raiz e ser absorvido.
Ferro: A absorção de ferro pelas plantas é metabolicamente controlada e ele
pode ser absorvido como Fe3+ , Fe2+ e Fe – quelato. A capacidade das raízes
em reduzir Fe3+ para Fe2+ parece ser fundamental na absorção deste cátion
por muitas plantas. É aceito que o ferro precisa ser reduzido antes de entrar nas
células. No espaço livre aparente esse elemento precisa estar presente na forma
iônica ou como quelato. O Fe3+ quelato é reduzido muito mais rapidamente do
que o FeCl3. A velocidade de redução do ferro depende do pH e é maior em pH
baixo.
Potássio: pode ser imediatamente utilizado após ser absorvido.A absorção do
K, entretanto, se dá também graças à atividade de ATPase da membrana
celular que o elemento é capaz de ativar.
Manganês: O manganês parece ser facilmente absorvido pelas plantas quando
ocorre na forma solúvel no solo, existindo uma relação direta entre o teor solúvel
do elemento no solo e a concentração na planta. Por outro lado, existe uma
correlação de manganês nas plantas e o aumento do pH e uma correlação
positiva com a matéria orgânica.
Molibdênio: Ele é absorvido como molibdato e sua absorção é proporcional a
sua concentração na solução do solo, que pode ser reduzida pelo efeito
competitivo do SO2-4.
Zinco: A forma em que o zinco é absorvido pelas raízes também não é bem
conhecida. Existe, entretanto, uma concordância de que a forma predominante
absorvida é a de Zn2+, podendo também o ser na de Zn- quelato.
Cobre: O cobre é absorvido com Cu2+ e Cu-quelato e a concentração do
mesmo nas plantas é baixa, geralmente entre 2 a 20 mg/kg matéria seca. A sua
absorção parece ocorrer por processo ativo e existem evidências de que este
elemento inibe fortemente a absorção do zinco e vice-versa.
Boro: Formas solúveis de boro são facilmente disponíveis para as plantas ,
que podem absorvê-lo como ácido bórico não dissociado, bem como outras
espécies presentes no meio.. Acredita-se que a propriedade do ácido bórico de
formar complexos com polissacarídeos tem uma importante função no processo
passivo.
Cálcio: As formas iônicas de Ca2+ existentes na solução do solo, são
absorvidas pelas plantas por interceptação radicular e fluxo de massa. A forma
iônica de Ca2+, existente na solução do solo, é diminuída por altas
concentrações de K+ e Mg2+ no meio.
Fósforo: As raízes das plantas são capazes de absorver fosfato de soluções
com concentrações muito baixas desse ânion. O p H no apoplasto não só
controla a concentração de H2PO4- , mas também o seu mecanismo de
absorção. Assim, na mesma concentração de H2PO4- no apoplasto (2,5 u M), a
absorção de fosfato no pH 4 era três vezes maior que o pH 6. A capacidade de
absorção ativa de fosfato difere entre as espécies de plantas e pode mesmo
diferir entre cultivares da mesma espécie.

2. Elabore um esquema ou desenho e faça a distinção dos principais


sintomas de deficiência de macro e micronutrientes e relacione se são
folhas velhas, novas ou ambas;
Micronutrientes: Cloro: A carência de cloro reduz o crescimento vegetal e
provoca o aparecimento de folhas murchas por clorose e necrose, bem como
o atrofiamento das raízes. Inicialmente, os sintomas acentuam-se nas zonas
mais velhas das plantas. A carência de cloro é raríssima, é mais comum
encontrarmos excesso do que a deficiência deste micronutriente. A toxidez do
cloro é caracterizada pela queima das margens das folhas localizadas
externamente na planta.
Boro: A carência de boro afeta os órgãos de reserva e desorganiza os
meristemas, causando a morte das extremidades caulinares, e pecíolos
quebradiços. A floração é completamente suprimida ou originam-se frutos e
sementes anormais. Inicialmente, os sintomas acentuam-se nas zonas mais
jovens das plantas.
Molibdênio: A carência de molibdênio origina manchas cloróticas intervenais
seguidas de necrose marginal e enrolamento foliar, interferindo na
frutificação. Inicialmente, os sintomas acentuam-se nas zonas mais jovens
das plantas.
Zinco: A carência de zinco provoca uma redução do crescimento vegetal,
impedindo o alongamento dos caules e a expansão foliar e interfere na
frutificação. Inicialmente, os sintomas acentuam-se nas zonas mais jovens
das plantas.
Manganês: A carência de manganês provoca clorose intervenal nas zonas mais
jovens, enrolamento e queda de folhas e aparecimento de pontos necróticos
espalhados nas folhas. Inicialmente, os sintomas surgem nas zonas mais
velhas das plantas.
Cobre: A carência de cobre altera a tonalidade das folhas, tornando-as
verde-azuladas e enroladas que permanecem alongadas, deformadas e com
as margens cloróticas voltadas para baixo. Nos cereais, a extremidade da
folha se torna branca e pode cair. Inicialmente, os sintomas acentuam-se nas
zonas mais jovens das plantas.
Ferro: A carência de ferro provoca uma extensa clorose foliar em que as
nervuras permanecem verdes, uma redução do crescimento vegetal, inibição
do desenvolvimento de primórdios foliares. Inicialmente, os sintomas
aparecem nas zonas mais jovens das plantas.
Macronutrientes: Magnésio: A carência de magnésio provoca cloroses entre as
nervuras, espalhando-se das margens para o centro das folhas,
encurtamento de entrenós, redução do crescimento vegetal, inibição da
floração, morte prematura das folhas e degeneração dos frutos. Inicialmente,
os sintomas acentuam-se nas zonas mais velhas das plantas.
Cálcio: A carência de cálcio causa malformações nas folhas jovens,
encurvamento dos ápices, clorose marginal que evolui para necrose, levando
a folha a morrer da extremidade para o centro. Ocorre a redução do
crescimento radicular, e mudança da coloração das raízes para castanho.
Inicialmente, os sintomas acentuam-se nas zonas mais jovens das plantas.
Enxofre: A carência de enxofre reduz o crescimento vegetal, provocando a
clorose foliar, as folhas permanecem mais escuras e opacas, com tonalidade
amarelo-esverdeada. Inicialmente, os sintomas se manifestam nas zonas
mais novas da planta.
Potássio: A carência de potássio provoca um crescimento vegetal muito
reduzido, clorose matizada da folha, manchas necróticas, folhas recurvadas e
enroladas sobre a face superior e encurtamento de entrenós. Inicialmente, os
sintomas acentuam-se nas zonas mais velhas das plantas.
Fósforo: A carência de fósforo reduz o crescimento do caule e radicular
provocando o aparecimento de necroses nas folhas e pecíolos, as células
deixarão de fazer o seu metabolismo e morrerão. As folhas jovens têm
tendência para escurecer ou ficar verde-azuladas, as mais velhas ficam
vermelhas. Numa fase inicial, os sintomas acentuam-se nas partes mais
velhas da planta.
Nitrogênio: A carência de nitrogênio reduz o crescimento foliar, aumento do
sistema radicular provoca clorose foliar, amarelecimento e queda das folhas
os ramos caulinares ficam avermelhados, os sintomas aparecem inicialmente
nas partes velhas da planta.

3. Faça uma breve descrição de quais são os principais processos da


fotossíntese e qual a diferença entre plantas C3, C4 e CAM.
Fotossíntese é um processo realizado pelas plantas para a produção de
energia necessária para a sua sobrevivência.
Reações luminosas - a energia luminosa entra no fotossistema II, onde é
aprisionada e levada até as moléculas de clorofila P680 do centro de
reação. Essa molécula de clorofila é excitada, seus elétrons são
energizados e transportados da clorofila em direção a um receptor de
elétrons. A cada elétron transferido, ocorre a substituição deste por um
elétron proveniente do processo de fotólise da água. Pares de elétrons
saem do fotossistema I por uma cadeia transportadora de elétrons,
impulsionando a produção de ATP pelo processo fotofosforilação. A
energia absorvida pelo fotossistema I é transferida para moléculas de
clorofila P700 do centro de reação. Os elétrons energizados são
capturados pela molécula da coenzima NADP+ e são substituídos na
clorofila pelos elétrons provenientes do fotossistema II. A energia
formada nesses processos é guardada em moléculas de NADPH e ATP.

Fixação de carbono - O NADPH e o ATP produzidos anteriormente nas


reações luminosas são usados para reduzir o dióxido de carbono a
carbônico orgânico. Nessa etapa, ocorre uma série de reações
denominadas ciclo de Calvin. Nesse ciclo, três moléculas de CO2
combinam-se com um composto denominado ribulose-1,5-bifosfato
(RuBP), formando um composto intermediário instável que se quebra
produzindo seis moléculas de 3-fosfoglicerato (PGA).
As moléculas de PGA são então reduzidas a seis moléculas de
gliceraldeído 3-fosfato (PGAL). Cinco moléculas de PGAL rearranjam-se
e formam três moléculas de RuBP. O ganho do ciclo de Calvin então é
de uma molécula de PGAL, a qual servirá para a produção de sacarose
e amido.

Diferenciação entre plantas C3, C4 E CAM:


Plantas C3 - Nome relacionado ao ácido 3-fosfoglicérico formado após a
fixação das moléculas de CO2. As plantas C3 não possuem adaptações
fotossintéticas para reduzir a fotorrespiração. 85% das espécies de
plantas do planeta são plantas C3. A primeira etapa do Ciclo de Calvin é
a fixação do dióxido de carbono pelo rubisco, e as plantas que usam
apenas este mecanismo "padrão" de fixação do carbono são as plantas
C3.
Plantas C4 - Nome relacionado ao ácido oxalacético possuir 4 moléculas de
carbono, formado após o processo de fixação de carbono. As reações
dependentes da luz e o Ciclo de Calvin estão fisicamente separados,
com as reações dependentes da luz acontecendo nas células do
mesófilo (tecido esponjoso no meio da folha) e o Ciclo de Calvin
acontecendo em células especiais ao redor das nervuras. Estas células
são chamadas de células da bainha do feixe vascular. O CO2
atmosférico é fixado nas células do mesófilo para formar um ácido
orgânico com 444 carbonos simples (oxaloacetato). Esta etapa é
realizada pela enzima PEP carboxilase, que não apresenta tendência
para se ligar ao O2. O oxaloacetato é então convertido em uma
molécula similar (malato), que pode ser transportada para o interior das
células da bainha do feixe vascular. Dentro da bainha, o malato é
quebrado, liberando uma molécula de CO2. O CO2 é então fixado pela
rubisco e transformado em açúcares através do Ciclo de Calvin.
As plantas C4 só atingem as taxas máximas de fotossíntese sob elevadas
intensidades de radiação solar, fazendo com que fixem mais CO2 por
unidade de água perdida.
Plantas C4 são comuns em habitats quentes, mas são menos abundantes
em áreas mais frias. Em condições quentes, os benefícios da
fotorrespiração reduzida provavelmente ultrapassam o custo em ATP de
mover o CO2 da célula do mesófilo para a célula da bainha do feixe
vascular.
Plantas CAM - Nome dado para plantas que usam a via do metabolismo
ácido das crassuláceas (CAM) para reduzir a fotorrespiração.
À noite, plantas CAM abrem seus estômatos, permitindo a difusão do CO2
para o interior das folhas. Este CO2 é fixado em oxaloacetato pela PEP
carboxilase e a seguir convertido em malato ou outro tipo de ácido
orgânico.
O ácido orgânico é armazenado no interior de vacúolos até o dia seguinte.
Na luz do dia, as plantas CAM não abrem seus estômatos, mas ainda
podem fazer fotossíntese. Isto porque os ácidos orgânicos são
transportados para fora dos vacúolos e quebrados para liberar CO2, que
entra no ciclo de Calvin. Esta liberação controlada mantém uma alta
concentração de CO2 ao redor do rubisco.

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