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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA (PGAGRO)


QUÍMICA DO SOLO

Mudanças químicas na rizosfera

Discente: Nayra Silva do Vale


Docente: Prof. Dr. Antonio Rodrigues Fernandes

Belém-PA
2020
2 Introdução
Absorção de água e
nutrientes

Fixação ao solo

Estabelecimento de
interações com organismos
do solo.

Rizosfera

Microrganismos influenciados pelas raízes Variam com a espécie da planta


3 Introdução
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Camada de células
e radiculares
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Devendo os
organismos dentro
das raízes ser
referidos como:
colonizadores
internos das raízes.

Rizoplano: provê uma


base nutricional
altamente favorável para
fungos e bactérias.
5 Introdução
Influenciam significativamente a
solubilidade dos nutrientes e sua
absorção pelas plantas.

• pH
• Potencial redox
• Liberação de compostos
orgânicos
• Concentração e disponibilidade
de nutrientes
• Desintoxicação causada pelo Al
• Fitorremediação de metais
pesados
6 Liberação de compostos orgânicos
7 Liberação de compostos orgânicos
As raízes além de absorverem água e nutrientes para seu desenvolvimento, também liberam
compostos orgânicos e inorgânicos na rizosfera.

Causa mudanças químicas no ambiente das raízes

Alterando a população microbiana e a disponibilidade de nutrientes

Os principais mecanismos de liberação destes compostos são lixiviação e secreção


8 Liberação de compostos orgânicos
Podem:

 Estimular a decomposição da M.O

 Mobilização e adsorção de nutrientes

 Detoxificação de efeitos causados por metais

 Proliferação microbiana na rizosfera

 Dissolução de minerais do solo


9 Liberação de compostos orgânicos
A quantidade e qualidade dos compostos orgânicos liberados pelas raízes são
determinadas:

 Espécie de planta

 Idade da planta

 Genótipos dentro da espécie

 Tipo de solo

 Atributos físicos do solo Muitos dos produtos orgânicos liberados pelas


raízes são rapidamente decompostos pela
 Presença de microrganismos microbiota do solo ou sofrem reações com
partículas do solo, o que pode diminuir seu
espectro de ação.
10 Acidez ativa (pH)
Influencia a solubilidade de nutrientes e sua disponibilidade para as plantas.

Em pH baixo de (< 5,5), há maior disponibilidade de nutrientes catiônicos do que em pH elevado em


consequência principalmente de adsorção e precipitação.

A disponibilidade de N e P é mais baixa em pH baixo e aumenta com pH alto até 7.

Esta associado principalmente


com o incremento da atividade
de bactérias mineralizadoras de
compostos orgânicos.
11 Acidez ativa (pH)

As mudanças no pH da rizosfera estão associadas:

 Balanço entre a absorção vegetal de cátions e ânions

 Exsudação de ácidos orgânicos

 Respiração de raízes e microrganismos

 Alteração potencial redox


12 Acidez ativa (pH)
A modificação do pH da rizosfera pode influenciar a disponibilidade de nutrientes, a atividade de íons
tóxicos e o metabolismo de raízes e microrganismos.

A acidificação da rizosfera pode solubilizar várias fontes de macro e micronutrientes de difícil


solubilidade.

pH muito baixo pode provocar toxidez causada pelo teor elevado de Al e prejudicar o crescimento
radicular e a absorção de nutrientes.

Algumas espécies de plantas, podem aumentar o pH da rizosfera em condições ácidas e diminuí-lo em


condições neutras ou alcalinas, demonstrado a capacidade de adaptação dessas plantas de se
adaptarem.
13 Potencial redox
Indica a tendência de uma substância de perder ou ganhar elétrons.

A atividade das raízes altera o potencial redox da rizosfera por meio de consumo de O2 pela respiração
e da absorção ou exsudação de íons.

A matéria orgânica constitui a fonte primária de elétrons para reações redox de natureza biológica no
solo, mas a aeração, o pH e as atividades radiculares e dos microrganismos também influenciam essas
reações .

Reações redox na rizosfera podem também ser influenciadas por metabólitos orgânicos produzidos
pelas raízes e microrganismos.
14 Concentração e disponibilidade de nutrientes
15 Concentração e disponibilidade de nutrientes

A natureza e concentração de nutrientes na rizosfera dependem do tipo e fertilidade do solo e da


intensidade de cultivo.

Fluxo de massa: O contato se dá


quando o elemento é carregado de um
local de maior potencial de água para
um de menor potencial de água
próximo da raíz.

Difusão: O nutriente entra em contato


com a raíz ao passar de uma região de
maior concentração para uma de menor
concentração próxima da raíz.
16 Nitrogênio
 Microrganismos simbióticos e em menor proporção microrganismos não-simbiótico:
acumulação de nitrogênio pelas plantas

 A contribuição de fixação de N2 efetuada por rizóbios em simbiose com leguminosas varia


de acordo com a espécie vegetal.

 Organismos diazotróficos de vida livre podem contribuir com quantidades significativas de


N para algumas culturas.

 Além de suprir as plantas com N fixado, os organismos da rizosfera influenciam


grandemente o ciclo de N no sistema solo-planta, por meio de processos como
mineralização, imobilização, nitrificação e denitrificação.
17 Fósforo
 Mudanças físicas, químicas e biológicas na rizosfera.

 Plantas deficientes em P podem operar mudanças na rizosfera, visando aumentar a


absorção desse nutriente, que envolvem a modificação da morfologia radicular, o aumento
da densidade e comprimento de pelos radiculares, a provisão de fotossintatos para
exploração do solo por fungos micorrízicos para além da rizosfera, liberação de fosfatases
e liberação de ácidos orgânicos e H+ .

 Em solos moderadamente ácidos ou alcalinos, em que predominam as formas de fosfato de


Ca, a disponibilidade de P pode ser aumentada pela acidificação da rizosfera. Entretanto,
em solos ácidos e muito intemperizados, ocorre predomínio de formas de P associadas a Fe
e Al, cuja a solubilidade é diminuída com a redução do pH do solo.
18 Potássio, Cálcio e Magnésio
A taxa de absorção de nutrientes pelas raízes é determinada pela concentração do íon na
solução do solo, pela capacidade de absorção das raízes e pela demanda criada pelo
crescimento vegetal.

K, Ca e Mg Fluxo de massa

O transporte de Ca e Mg ocorre principalmente por fluxo de massa, podendo ocorrer


,acumulação desses nutrientes no solo na rizosfera, caso a taxa de absorção pelas raízes seja
inferior à taxa transpiratória vegetal, particularmente em solos com altos teores disponíveis
desse elemento.
A disponibilidade de K não-trocável para as plantas aumenta de acordo com as reações de
troca e dissolução mineral na rizosfera.
19 Ferro
As plantas desenvolveram ,diferentes mecanismos para a aquisição de Fe em solos com baixa
disponibilidade deste nutriente.

Adaptabilidade

Na rizosfera, os microrganismos utilizam ácidos orgânicos para transportar Fe, ou produzem


seus próprios quelantes de metal de baixo peso molecular, chamados sideróforos.

Quase todos os microrganismos produzem sideróforos e podem potencialmente competir uns


com os outros por Fe, dependendo de sua capacidade em utilizar diferentes tipos de
sideróforos ou da cinética de absorção de seus sistemas de transporte de sideróforos.
20 Zinco, Cobre e Manganês
pH

O aumento no pH do solo incrementa a adsorção desses micronutrientes nos colóides do solo


e, assim, diminui sua disponibilidade.

Os processos induzidos pelas raízes, associados à absorção de micronutrientes catiônicos:


 Redução do pH da rizosfera ou decréscimo do potencial redox e consequente dissolução de
elementos de compostos precipitados;
 Exsudação de ligantes orgânicos e consequente complexação de metais na solução do solo;
 Absorção de elementos pelas raízes e consequente dessorção a partir ,do complexo de troca
do solo.
21 Redução de Alumínio tóxico
22 Redução de Alumínio tóxico
Inibe o crescimento das raízes e, consequentemente, a absorção de água e nutrientes.

Os vegetais possuem vários mecanismos de tolerância ao Al.

Várias espécies vegetais apresentam capacidade de secretar ácidos orgânicos nas raízes em resposta à
presença de Al.

Os exsudatos liberados pelas raízes podem complexar ou quelatar o Al3+ na rizosfera e desintoxica-
las , ou impedir sua entrada nas raízes.
23 Redução de Alumínio tóxico
Os ácidos orgânicos mais eficientes na redução da toxidez de Al são o cítrico e o oxálico, Os
ácidos tartárico, málico e malônico podem também desempenhar essa função em menor extensão.

As mucilagens, polissacarídeos de alto peso molecular, secretados principalmente pela zona apical
das raízes, estão associadas à tolerância vegetal ao Al.

Os abundantes grupos carboxílicos nas mucilagens radiculares podem adsorver o Al, reduzindo sua
concentração e difusão até às raízes, prevenindo a penetração do Al no meristema radicular.
24 Fitorremediação de metais pesados
25 Fitorremediação de metais pesados
• Utilização de plantas para recuperação de áreas degradadas .

• Técnica promissora (sustentabilidade ambiental)

• Baixo custo

• Pb e Cd têm pequena solubilidade no solo, limitando sua absorção pelas plantas e o aumento de
sua disponibilidade na rizosfera.
26 Fitorremediação de metais pesados
Espécies conhecidas como:

 Hiperacumuladoras de Ni e Zn apresentaram limitação no crescimento com a diminuição do pH do


solo; entretanto, não foram observadas diferenças entre espécies hiperacumuladoras ou não quanto a
mudanças do pH da rizosfera, ou seja, a acidificação da rizosfera não aumenta a absorção de tais
elementos por essas espécies.
27 Alelopatia
28 Alelopatia
A capacidade/propriedade que possui algumas plantas de produzirem substâncias que volatilizadas,
lixiviadas, exsudadas ou decompostas inibem/afetam a germinação ou o crescimento e
desenvolvimento de outras plantas.

Compostos orgânicos envolvidos na alelopatia são chamados coletivamente de aleloquímicos.

Se acumulam em quantidade suficiente para influir nas plantas.

Fatores bióticos e abióticos influenciam na fitotoxidez destes compostos químicos em termos de


quantidade e qualidade requeridas para causar injúrias.
29 Considerações finais

 Melhorar o aproveitamento dos recursos edáficos, em particular dos nutrientes do solo.

 Fazer estudos em campo, pois o estudo em sua maioria é em condições controladas

 Pesquisa ainda é escassa


30 Referências bibliográficas

 MELO, V. F.; ALLEONI, L. R. F. Química e mineralogia do solo – Parte II. Capítulo


XIV - Mudanças químicas na rizosfera.V.1, Viçosa: SBCS, 2009. 695p.
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Obrigada!!!

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