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1. NUTRIÇÃO MINERAL
A B
3. ANÁLISE DE SOLO
A amostragem de solo é a primeira etapa em um programa de calagem e
adubação, sendo um importante critério para refletir as condições de fertilidade da área
amostrada. As principais ferramentas utilizadas para amostragem de solo são: trado
holandês, trado calador, trado de rosca, trado caneca, pá-de-corte e trado fatiador
(Figura 15).
3.1. Calagem
Os corretivos da acidez do solo mais usados no Brasil são as rochas calcárias
moídas, chamadas de calcários, sendo classificados em decorrência da concentração de
MgO, em calcíticos com menos de 5%, magnesianos entre 5 e 12% e dolomíticos com
mais de 12%, havendo também o calcário calcinado. No entanto, ainda podem ser
utilizados para correção da acidez os silicatos, óxidos e hidróxidos de cálcio e
magnésio. Os principais objetivos da calagem são: elevação do pH do solo na faixa
entre 6,0 e 6,5, em que se obtém maior disponibilidade de nutrientes; fornecimento de
cálcio e magnésio para a planta; estímulo ao crescimento de micro-organismos no solo;
e neutralização ou redução dos efeitos tóxicos do alumínio e/ou manganês do solo.
No Estado de São Paulo, para a determinação da necessidade de calagem, utiliza-
se o método baseado na elevação da saturação por bases. Para o cálculo da necessidade
de calagem, utiliza-se a expressão abaixo:
NC (t/ha) = CTC x (V2 – V1)
10 X PRNT
Onde:
NC – necessidade de calagem, expressa em t/ha;
CTC – capacidade de troca de cátions do solo, expressa em mmolc/dm3
V2 – % saturação por bases que se deseja chegar.
V1 - % saturação por bases inicial
Para a cultura da videira, recomenda-se a aplicação de calcário para elevar a
saturação por bases a 80% (V2), utilizando-se, preferencialmente, o calcário dolomítico.
Ressalta-se que, pela expressão acima, a recomendação é dada para a correção do solo
na camada de 0 a 20cm. Assim, caso a incorporação seja feita até 40cm de
profundidade, há necessidade de multiplicar por dois o valor obtido.
Na implantação de um vinhedo, o calcário deverá ser aplicado, a lanço, da forma
mais uniforme possível, quatro meses antes do plantio dos porta-enxertos e depois ser
incorporado tão profundamente quanto possível. Para isso, no preparo do solo,
recomendam-se as seguintes operações:
• subsolagem ou aração profunda;
• distribuição uniforme do calcário;
• gradagem superficial, visando fazer uma pré-incorporação do calcário;
• aração mais profunda para incorporação do calcário;
• gradagem superficial, se necessário, para nivelamento da área (não
recomendada para áreas com declives acentuados).
Quando a quantidade de calcário for superior a 5t/ha, deve-se parcelar a aplicação
em duas vezes, seguindo a sequência:
• aplicação da metade da quantidade;
• gradagem superficial;
• aração;
• aplicação da outra metade da quantidade;
• gradagem;
• aração;
• gradagem superficial, se necessário, para nivelamento da área (não
recomendada para áreas com declives acentuados).
No vinhedo em produção, a calagem deverá ser feita com antecedência de pelo
menos um mês, em relação à aplicação dos adubos, sendo aplicado o calcário a lanço
em área total do vinhedo.
4. ADUBAÇÃO
As adubações devem ser feitas de acordo com a ocasião e o tipo de uvas.
Normalmente são utilizadas na implantação do vinhedo, na formação (após enxertia) e
para produção, seja no caso de uvas finas para mesa e vinho seja para uvas comuns para
mesa, vinho e suco.
Cultivares: Niagara Branca, Niagara Rosada, Vênus, Isabel, Seibel 2, IAC 138-22
_Máximo, IAC 116-31, Rainha, Concord e Bordô.
Espaçamento: 1,7 a 2,0 x 0,8 a 1,0m (5.000 a 7.353 plantas/ha).
Essa adubação deve ser realizada em cobertura, ao lado das plantas, parcelando
em três vezes, sendo a primeira 30 dias após a brotação e as demais até dezembro.
Considera-se as quantidades recomendadas na Tabela 5 utilizando o espaçamento de 2 x
1m (5.000 plantas/ha). Em plantios mais adensados, é necessário ajustar a dose
recomendada.
Essa adubação deve ser parcelada em três vezes. A primeira parcela de adubação,
um mês antes da poda, deve conter 100% do P e 50% do K, juntamente com 40t/ha
esterco de curral ou 6t/ha de cama de frango ou 2,5t/ha de torta de mamona.
Recomenda-se fazer essa adubação em covas próximas às plantas ou em sulcos no meio
da entrelinha de plantio. Após a poda, quando os ramos estiverem com duas a três
folhas separadas, aplicar 50% da dose de N. Aplicar o restante do N e K deve ser
aplicado quando as bagas estiverem entre os tamanhos de chumbinho a meia baga. Nas
adubações com N e K realizadas após a poda, os fertilizantes ao redor das plantas.
Quando o teor de boro no solo for inferior a 0,20mg/dm3, aplicar 10 a 20g de bórax por
planta.
N P K Ca Mg S
--------------------------------------(g Kg-1)----------------------------------------
Carência <26 <1,3 <7 <8 <3,0 <2,0
Ráp.carência 26-29 1,3-2,3 7,0-14 8-12 3,0-4,7 2,0-3,2
Ótimo 30-35 2,4-2,9 15-20 13-18 4,8-5,3 3,3-3,8
Lig.excesso 36-40 3,0-3,9 21-29 19-32 5,4-10,0 3,9-6,0
Excesso >40 >3,9 >29 >32 >10,0 >6,0
B Cu Fe Mn Zn
------------------------------(mg Kg-1)-------------------------------
Carência <20 <5 <50 <20 <15
Ráp.carência 20-44 5-17 50-96 20-66 15-29
Ótimo 45-53 18-22 97-105 67-73 30-35
Lig.excesso 54-100 23-40 106-200 74-300 36-200
Excesso >100 >40 >200 >300 >200
Fonte: Terra, 2003.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CONRADIE, W.J.; TERBLANCHE, J.H. Leaf analysis of deciduous fruit trees and
grapevines summer rainfall area. Department of Agricultural Technical
Services, Pretoria. 1980. 2 p. (Table grapes: Summer Rainfall, G.4).
FRÁGUAS, J.C. et al. Videira: preparo, manejo e adubação do solo. Belo Horizonte:
Epamig, 2002. 15p. (Epamig, Boletim Técnico, 64).
TERRA, M.M. Nutrição, calagem e adubação. In: POMMER, C.V. Uva: Tecnologia de
produção, pós-colheita, mercado. Porto Alegre: Cinco Continentes, 2003. cap.
7, p. 405-476.
TERRA, M.M.; TECCHIO, M.A.; PIRES, E.J.P.; TEIXEIRA, L.A.J. Uvas finas para
mesa e vinho. In: Recomendações de Adubação e Calagem para o Estado de São
Paulo. 2.ª ed. Rev. Atual. Campinas: Instituto Agronômico/ Fundação IAC, 1997.
p. 150-151. (Boletim Técnico, 100).
TERRA, M.M.; TECCHIO, M.A.; PIRES, E.J.P. e TEIXEIRA, L.A.J. Uvas comuns
para mesa, vinho e suco. In: Recomendações de Adubação e Calagem para o
Estado de São Paulo. 2.ª ed. Rev. Atual. Campinas: Instituto Agronômico/
Fundação IAC, 1997. p. 152-153. (Boletim Técnico, 100).