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CAPÍTULO 1 INTRODUÇÃO AO ECG

o ponto em que o complexo QRS ter- características ambíguas de músculo e sabemos que teremos um complexo CONFIGURAÇÃO DO
mina e o galvanômetro ganha nova- condutora de estímulo elétrico). “q” seguido de alguma coisa que pode ELETROCARDIÓGRAFO
mente a linha de base do eletrocardio- Sobre o complexo QRS, devemos ser “r” ou “s”; se positiva, teremos um
grama; (b) o ponto Y é de interesse na ter em mente que ele só existe no ele- complexo “r” seguido de alguma coi- Já vimos que o eletrocardiógrafo tem
eletrocardiografia de estresse, como trocardiograma caso a despolarização sa que só pode ser “s”. Temos que se- a capacidade de representar estímulos
discutiremos no capítulo 26; (c) a onda ventricular apresente três vetores – um guir a ordem alfabética! Por exemplo: elétricos através da inscrição gráfica de
U é motivo de controvérsia até hoje negativo, outro positivo, e o terceiro um complexo cuja primeira deflexão uma voltagem (diferença de potencial
(discutiremos com detalhes no capítu- negativo. Caso apresente apenas dois é negativa, seguida de uma positiva elétrico) em um papel milimetrado –
lo 4) e pode corresponder à repolariza- complexos, o leitor deve observar na- é chamado de complexo “qr”. O leitor quem convencionou isso foi Einthoven.
ção das fibras de Purkinje ou das célu- quela derivação qual deflexão inicia também precisa se acostumar ao fato Quando configurado no modo padro-
las M (células médio-miocárdicas com a atividade ventricular: se negativa, de que a amplitude da deflexão tam- nizado (N de “ganho” e 25 mm/s de
bém dita se usaremos letras minúscu- velocidade), cada milímetro do papel
Figura 8 - Padrões de complexos QRS. las ou maiúsculas. Mais um exemplo: para cima ou para baixo corresponde a
se um complexo começa com uma 0,1 mV de amplitude (é o “tamanho”da
onda positiva de pequena amplitude e onda), e para esquerda ou para direita a
é sucedida de uma negativa de grande 40 ms ou 0,04 segundos de duração (é a
amplitude, sua descrição no texto es- “largura” da onda) (Figura 9).
tará como complexo rS – atenção, não
podemos chamar de rQ, pois isso não Figura 9
segue a ordem alfabética.
Caso tenhamos um complexo com
 apenas uma deflexão negativa, cha- 
mamos esse complexo de QS. Caso a
deflexão seja exclusivamente positiva,
chamamos “R puro”.
Em último caso (mas não infre-
quentemente), se tivermos um com-
plexo com uma onda positiva, segui-
da de uma deflexão negativa e mais
uma positiva, teremos que começar
o complexo pela letra “r”. A deflexão
negativa será chamada de “s”. A ter-
ceira deflexão positiva, seguindo o
alfabeto, não pode chamar-se “T”, Papel milimetrado: cada milímetro ou quadradinho corresponde a
pois essa significa a repolarização 0,1mV e 40ms (0,04 segundos). Cada quadradão, portanto, corresponde
ventricular. Então, a saída foi chamar então a 0,5mV e 200ms.
Perceba que devemos obedecer a três regras para a correta nomenclatura deste complexo. A primeira é: sempre seguir a ordem alfabética. A segunda de R’ (lê-se erre linha): complexo rsR’,
é: a onda “q”é sempre negativa, a onda “r”é sempre positiva, e a onda “s”é sempre negativa. A terceira regra é: se uma onda é pouco ampla, ela será típico do bloqueio de ramo direito Já vimos o que significam as deri-
marcada por letraminúscula “e”e uma letra é muito ampla, ela será marcadapor uma letra maiúscula. Sabendo das regras, fica fácil perceber que um em V1. Veja o resumo dessas deno- vações: são uma espécie de olho ou
complexo com uma pequena deflexão positiva seguida de uma grande deflexão negativa será chamada “qR”. minações na Figura 8. câmera que enxergam aquilo que está

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