Você está na página 1de 131

DOCÊNCIA EM

AVALIAÇÃO NUTRICIONAL
SAÚDE
Copyright © Portal Educação
2012 – Portal Educação
Todos os direitos reservados

R: Sete de setembro, 1686 – Centro – CEP: 79002-130


Telematrículas e Teleatendimento: 0800 707 4520
Internacional: +55 (67) 3303-4520
atendimento@portaleducacao.com.br – Campo Grande-MS
Endereço Internet: http://www.portaleducacao.com.br
2

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - Brasil


Triagem Organização LTDA ME
Bibliotecário responsável: Rodrigo Pereira CRB 1/2167
Portal Educação
P842a Avaliação nutricional / Portal Educação. - Campo Grande: Portal Educação,
2012.
147p. : il.

Inclui bibliografia
ISBN 978-85-8241-282-4
1. Avaliação nutricional. 2. Nutrição – Avaliação. I. Portal Educação. II.
Título.
CDD 612.3
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO À AVALIAÇÃO NUTRICIONAL ........................................................................6


1.1 ESTADO NUTRICIONAL............................................................................................................6
1.2 AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL ................................................................................7
1.2.1 História Social.............................................................................................................................9
1.2.2 História Clínica ...........................................................................................................................9 3
1.2.3 História Dietética .......................................................................................................................10
2 INQUÉRITOS ALIMENTARES..................................................................................................11
2.1 RECORDATÓRIO DE 24 HORAS .............................................................................................11
2.2 REGISTRO ALIMENTAR ..........................................................................................................12
2.3 FREQUÊNCIA DE CONSUMO ALIMENTAR ............................................................................13
3 AVALIAÇÃO SUBJETIVA GLOBAL (ASG) .............................................................................15
4 ANTROPOMETRIA ...................................................................................................................19
4.1 PESO CORPORAL....................................................................................................................19
4.2 PESO TEÓRICO OU IDEAL (PT) ..............................................................................................22
4.2.1 Compleição Corporal .................................................................................................................23
4.2.2 Estimativa de Peso Atual ...........................................................................................................25
4.2.3 Peso Ideal para Amputados ......................................................................................................27
4.2.4 Estimativa de Peso - Pacientes com Edema e/ou Ascite ..........................................................28
4.2.5 Importância da Mudança de Peso .............................................................................................29
5 ESTATURA ...............................................................................................................................30
5.1 ALTURA DO JOELHO ...............................................................................................................33
5.2 EXTENSÃO DOS BRAÇOS ......................................................................................................34
5.3 ESTATURA RECUMBENTE .....................................................................................................35
6 ÍNDICE DE MASSA CORPORAL .............................................................................................36
7 ALTERAÇÕES ..........................................................................................................................37
7.1 ALTERAÇÃO DE PESO – ASG.................................................................................................37
7.2 ALTERAÇÃO DA INGESTÃO ALIMENTAR – ASG...................................................................37
7.3 CAPACIDADE FUNCIONAL – ASG ..........................................................................................38
7.4 EXAME FÍSICO .........................................................................................................................38
7.5 MODELO DE AVALIAÇÃO SUBJETIVA GLOBAL ....................................................................40
8 COMPOSIÇÃO CORPORAL ....................................................................................................42
8.1 MÉTODOS DIRETOS................................................................................................................43
8.2 MÉTODOS INDIRETOS ............................................................................................................43
8.2.1 Pesagem Hidrostástica ..............................................................................................................43
8.2.2 Absorciometria Radiológica de Dupla Energia (DEXA) .............................................................44
8.2.3 Pletismografia ............................................................................................................................45
8.2.4 Tomografia Computadorizada e Ressonância Magnética .........................................................45
8.3 MÉTODOS DUPLAMENTE INDIRETOS ...................................................................................46
8.3.1 Circunferências Corporais .........................................................................................................46 4
8.3.2 Razão Cintura-Quadril ...............................................................................................................47
8.3.3 Circunferência do Braço (CB) ....................................................................................................49
8.3.4 Circunferência Muscular do Braço – CMB .................................................................................51
8.3.5 Área Muscular do Braço corrigida – AMBc ................................................................................52
8.3.6 Dobras Cutâneas .......................................................................................................................53
8.3.7 Dobra Cutânea Tricipital – DCT .................................................................................................56
8.3.8 Dobra Cutânea Bicipital – DCB .................................................................................................57
8.3.9 Dobra Cutânea Suprailíaca – DCSI ...........................................................................................58
8.3.10 Dobra Cutânea Subescapular – DCSE......................................................................................58
8.4 BIOIMPEDÂNCIA ELÉTRICA ....................................................................................................60
9 AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DE CRIANÇAS ..........................................................................63
9.1 CRESCIMENTO INFANTIL .......................................................................................................63
10 ANTROPOMETRIA ...................................................................................................................65
11 AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DO RECÉM-NASCIDO E LACTENTE ......................................66
11.1 RECÉM-NASCIDO ....................................................................................................................66
11.2 LACTENTE, PRÉ-ESCOLAR, ESCOLAR E ADOLESCENTE ..................................................67
11.2.1 Perímetro Cefálico (PC), Torácico (PT) e Braquial ....................................................................72
11.2.2 Dobras Cutâneas .......................................................................................................................73
11.2.3 Indicadores de Crescimento ......................................................................................................74
11.2.4 Curvas de Crescimento .............................................................................................................78
11.2.5 Índice de Massa Corporal – IMC ...............................................................................................80
11.2.6 Puberdade – Maturação Sexual ................................................................................................80
12 AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DA GESTANTE .........................................................................84
12.1 AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL PRÉ-GESTACIONAL E GESTACIONAL ..............85
12.2 CURVA DE ROSSO ..................................................................................................................89
12.3 CURVA PERCENTILAR ............................................................................................................90
12.4 NOMOGRAMA E CURVA ÍNDICE DE MASSA CORPORAL ....................................................91
13 AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DE IDOSOS ...............................................................................94
14 PARÂMETROS BIOQUÍMICOS ...............................................................................................100
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................................109
ANEXOS.............................................................................................................................................112

5
1 INTRODUÇÃO À AVALIAÇÃO NUTRICIONAL

1.1 ESTADO NUTRICIONAL

Definição: “Condição de saúde de um indivíduo, influenciada pelo consumo de


nutrientes, identificada pela correlação de informações obtidas de estudos físicos, bioquímicos, 6
clínicos e dietéticos” (VASCONCELOS, 2000, p. 67-81).
O estado nutricional de um indivíduo é o equilíbrio entre a ingestão e a necessidade de
nutrientes influenciados por diversos fatores, dentre eles: condições econômicas,
comportamento alimentar, influências culturais, alteração do apetite, capacidade de consumir e
absorver nutrientes adequadamente, estresse fisiológico, processos crônicos ou agudos de
doenças, crescimento, gravidez e estresse psicológico.

FIGURA 1

FONTE: Pessoal do autor.

O consumo adequado e suficiente de nutrientes promove o crescimento e


desenvolvimento, atendendo as necessidades diárias do organismo e prevenindo possíveis
agravos à saúde. Dessa forma, a avaliação do estado nutricional tem como objetivo identificar os
pacientes em risco nutricional, promover suporte nutricional adequado e monitorar sua evolução.
Em pacientes hospitalizados observa-se aproximadamente de 19% a 80% de
desnutrição proteico-calórica. Indivíduos que apresentaram desnutrição após a admissão
hospitalar e/ou pacientes inicialmente desnutridos podem apresentar piora do seu estado
nutricional durante o período de hospitalização. Dessa forma, torna-se necessário estabelecer o
diagnóstico nutricional de indivíduos em decorrência da associação da desnutrição e 7
complicações à saúde.
O método para a avaliação do estado nutricional é realizado por meio da avaliação
nutricional, que utiliza técnicas apropriadas de antropometria, anamnese alimentar, história
clínica, parâmetros bioquímicos e dados psicossociais.
A avaliação nutricional é uma importante ferramenta para determinar a presença de
fatores, condições ou diagnósticos que possam afetar o estado nutricional do indivíduo.
Dessa forma, são fatores determinantes do Estado Nutricional:

» Fatores econômicos (renda, acesso);


» Fatores sociais (hábitos, modismos, estéticos, mídia, colegas, etc.);
» Fatores culturais (descendência, costumes);
» Fatores religiosos (mitos, tabus, crenças);
» Fatores psicológicos (necessidade, prazer, desconforto, insegurança);
» Fatores fisiopatológicos.

1.2 AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL

Segundo Christakis (1973), a Avaliação do Estado Nutricional é a condição de saúde


de um indivíduo, influenciada pelo consumo e utilização de nutrientes, identificada pela
correlação de informações obtidas de estudos físicos, bioquímicos, clínicos e dietéticos. A
definição de Avaliação do Estado Nutricional pela “American Dietetic Council” é uma abordagem
completa realizada pelo nutricionista para determinar o estado nutricional utilizando histórico
médico, social, nutricional, exame físico, medidas antropométricas e dados bioquímicos.
A avaliação do estado nutricional tem como objetivo identificar os distúrbios nutricionais
possibilitando realizar uma intervenção de forma a auxiliar na recuperação e/ou manutenção do
estado de saúde do indivíduo por meio da coleta de dados clínicos, dietéticos, bioquímicos e da
composição corpórea, com a finalidade de identificar e tratar as alterações do estado nutricional.
Como parâmetro isolado não classifica o estado nutricional geral de um indivíduo,
sendo necessária a associação de vários indicadores para melhorar a precisão do diagnóstico
nutricional.
A avaliação nutricional tem como objetivo:
1. Identificar indivíduos que necessitem de apoio nutricional intenso; 8
2. Recuperar ou manter o estado nutricional do indivíduo;
3. Identificar a terapia nutricional adequada;
4. Monitorar a eficácia da terapia aplicada.

A Avaliação Nutricional é realizada por meio de métodos diretos e indiretos, que são
complementares entre si e não há um único que possa ser considerado completo por si só, por
isso devem ser interpretados conjuntamente.
Os métodos utilizados para a realização da avaliação nutricional são os métodos
diretos e métodos indiretos. Os métodos diretos são aqueles que exploram as manifestações
biológicas do organismo humano, por meio de análises antropométricas, bioquímicas e clínicas.
Os métodos indiretos são aqueles que poderão ser determinantes da situação de nutrição e
alimentação dos indivíduos, por meio de dados de consumo alimentar, estatísticas vitais e
socioeconômicas. A tabela mostra os métodos de avaliação nutricional.

TABELA 1 - MÉTODOS DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL


MÉTODOS DIRETOS MÉTODOS INDIRETOS
Anamnese Alimentar Inquérito de Consumo Alimentar
Dados Antropométricos Estudos Demográficos
Exame Físico Inquéritos socioeconômicos e culturais
Dados Bioquímicos

A avaliação do estado nutricional é realizada por meio da Anamnese Alimentar, uma


ficha utilizada para coletar informações importantes relativas ao indivíduo que está sendo
avaliado.
A Anamnese Alimentar abrange três etapas:
» História Social;
» História Clínica;
» História Dietética.

1.2.1 História Social

9
Devem ser investigados os aspectos importantes que podem afetar a aderência ao
tratamento. Na História Social deve conter:
» Nome completo do paciente;
» Idade e Sexo;
» Estado Civil;
» Profissão ou Ocupação;
» Número de componentes na família, tipo de moradia, renda familiar;
» Vícios, como drogas, álcool (etilismo) e fumo (tabagismo);
» Atividade Física (tipo, frequência e duração).

1.2.2 História Clínica

A história clínica deve obter informações necessárias para diagnosticar e realizar o


tratamento. Os componentes da história clínica são:
» História da doença atual (queixa principal);
» Perda ou ganho de peso recente;
» Hábito intestinal e diurese;
» Sinais de doenças gastrintestinais (náuseas, vômito, etc.);
» Saúde bucal;
» Fatores que limitam a ingestão de nutrientes (odinofagia, disfagia, anorexia, etc.);
» Uso de medicamentos;
» Antecedentes médicos (número de cirurgias, doenças crônicas).
1.2.3 História Dietética

A história dietética é utilizada para identificar o padrão de ingestão alimentar do


indivíduo, sendo composta por:
» Hábito alimentar (frequência, tipo, horário, quantidade, etc.);
» Alimentos prediletos, alimentos excluídos;
» Alergias, aversões e intolerâncias alimentares; 10
» Ingestão hídrica;
» Local em que se realizam as refeições (restaurante, casa).

A técnica mais conhecida é o “Recordatório de 24 horas”, método qualitativo que


investiga tudo o que o paciente consumiu em um período de 24 horas.
2 INQUÉRITOS ALIMENTARES

São vários os métodos utilizados para avaliar o consumo alimentar em um período


estabelecido. Os métodos para avaliação do consumo alimentar são classificados em
Quantitativos e Qualitativos.
Possibilitam relacionar a dieta ao estado nutricional do indivíduo e pode ser o primeiro
passo para identificar deficiências nutricionais. 11
» Métodos Quantitativos permitem conhecer quantidade de macronutrientes,
micronutrientes e calorias ingeridas pelo indivíduo.
» Métodos Qualitativos permitem conhecer o hábito alimentar do indivíduo.

A escolha do método dependerá de recursos disponíveis, do objetivo do entrevistador,


população alvo, dentre outros.
O entrevistador deve ter cautela quanto a dois fatores importantes durante a aplicação
do inquérito alimentar:

1º Indução da resposta pelo entrevistador. O entrevistador não deve influenciar na


resposta do indivíduo entrevistado. Dessa forma, o entrevistador deve realizar questionamentos
diretos, sem expor sua opinião ao entrevistado.

2º Super ou subestimação de ingestão de alimentos. O entrevistado pode omitir ou


ressaltar alimentos conhecidos como “ruins” e ‘bons”. Dessa forma, é importante observar
contradição na resposta e, depois, refazer a pergunta.

2.1 RECORDATÓRIO DE 24 HORAS

Nesse método o indivíduo é questionado sobre todos os alimentos ingeridos em um


período de 24 horas, geralmente avalia-se o dia anterior ao inquérito.
É importante registrar o tipo e quantidade de cada alimento ingerido, bebidas ingeridas
durante todo o período e horário em que foram realizadas.
Segundo Duarte (2007, p. 65), para facilitar as respostas do indivíduo, é aconselhado
iniciar os questionamentos pela última refeição e terminar pela primeira refeição realizada nesse
período.

TABELA 2
Vantagens Desvantagens
Fácil e rápido de ser aplicado Depende da memória
Requer treinamento do investigador para evitar
Baixo custo
indução
Quando realizado em série, fornece A ingestão prévia das últimas 24 horas pode ser 12
estimativas da ingestão usual do indivíduo atípica
Não altera a dieta usual Bebidas e lanches tendem a ser omitidos
Pode ser utilizado em grupos de baixo nível Não fornece dados quantitativos precisos sobre a
de escolaridade ingestão de nutrientes
Pode ser usado para estimar o valor
Não reflete as diferenças entre a ingestão de dias
energético total da dieta e a ingestão de
da semana e o final de semana
macronutrientes
- Pode ocorrer sub ou superestimação
FONTE: Cuppari, 2005.

2.2 REGISTRO ALIMENTAR

Esse método é utilizado para registrar todos os alimentos e bebidas consumidas em


um período estabelecido pelo entrevistador. O registro é realizado pelo próprio indivíduo.
Quando o registro é realizado por criança e indivíduo impossibilitado de escrever, a mãe ou
responsável faz a anotação do consumo de alimentos.
O tempo para realizar o registro varia de três a cinco dias, sendo o mais comum o
registro alimentar de três dias. O indivíduo deve realizar o registro alimentar de pelo menos um
dia no final de semana, por ser um dia atípico.
O registro alimentar pode ser realizado de duas maneiras:
1ª Por meio da estimativa de consumo de alimentos. O indivíduo estimará em medidas
caseiras as quantidades consumidas em cada refeição durante o dia.
2ª Por meio da quantificação exata das quantidades consumidas durante o dia, por
meio de pesagem em balança.
TABELA 3
Vantagens Desvantagens
Não depende da memória Pode interferir no padrão alimentar
Proporciona maior acurácia e precisão
Requer tempo
quantitativa dos alimentos

Identifica tipos de alimentos e preparações


Exige que o indivíduo saiba ler e escrever
consumidos e horários das refeições

- A subestimação é comum 13

- Exige alto nível de motivação e colaboração

Apresenta dificuldade para estimar a quantidade


-
ingerida
FONTE: Cuppari, 2005.

2.3 FREQUÊNCIA DE CONSUMO ALIMENTAR

Esse método permite avaliar o indivíduo conforme o consumo usual de alimentos ou


nutrientes. O questionário é realizado utilizando uma lista de alimentos predefinidos baseada nos
grupos alimentares com espaço para inclusão de alimentos. A lista de alimentos pode sofrer
alterações considerando o objetivo do estudo proposto pelo entrevistador.
A utilização de frequência semanal (1 vez/semana, 2 a 3 vezes/semana), minimiza
erros de aferição desse método.
O inquérito dietético permite identificar deficiências de nutrientes e hábitos alimentares
do indivíduo. Não existe um método de avaliação dietética ideal, os fatores determinantes para a
escolha do método dependerá do propósito a ser estudado e a partir disso obter melhores
resultados.
TABELA 4
Vantagens Desvantagens
Pode ser autoadministrado ou utilizado por Não fornece informações sobre a quantidade
outros profissionais consumida
Não é possível saber sobre a hora ou circunstância
Baixo custo
em que o alimento foi consumido
Listas complicadas para a população geral podem
Rápido não ser úteis para grupos com diferentes padrões
alimentares
14
Pode descrever padrões de ingestão
Bebidas e lanches tendem a ser omitidos
alimentar
A análise fica difícil sem o uso de computadores e
Gera resultados padronizados
programas especiais
Pode ser utilizado para estudar a associação
de alimentos ou nutrientes específicos com -
alguma doença
FONTE: Cuppari, 2005.
3 AVALIAÇÃO SUBJETIVA GLOBAL (ASG)

Inicialmente, a ASG foi desenvolvida para avaliar clinicamente pacientes cirúrgicos,


determinando moderado ou alto risco nutricional. Por apresentar boa correlação com morbidade
pós-operatória, hoje, a avaliação é utilizada em diversas condições clínicas.
A ASG é realizada por meio de questões e baseada na história clínica e no exame
físico do paciente. 15

1 ª Questão: Alteração de peso


Verificar de que maneira ocorreu a perda de peso: contínua, em um período de seis
meses ou intermitente, com períodos de recuperação. A percepção por parte dos familiares
desta perda de peso é importante para confirmação dos dados obtidos com o paciente. O
acúmulo ou perda de líquido não deve ser considerado como mudança real no peso corporal.

2ª Questão: Alteração da ingestão alimentar


Classificar se ocorreu alteração na ingestão alimentar e qual a severidade e duração
da mudança. Caso tenha havido alteração, avaliar a duração (em semanas) e o tipo de
modificação da ingestão alimentar. A modificação pode ser classificada em quantitativa, em que
ocorre diminuição da quantidade de alimentos ingerida, ou no tipo da dieta (de sólida para
líquida, normocalórica, hipocalórica e até mesmo o jejum). Quanto mais severa a redução, ou
quanto mais longa a duração do declínio da ingestão alimentar, mais próximo da desnutrição
grave o paciente deve ser classificado.

3ª Questão: Presença de sintomas gastrintestinais significativos


Serão classificados como significativos caso ocorram diariamente em um período de
duas semanas.
A diarreia será caracterizada como sintoma significativo caso haja três evacuações
líquidas diárias.
A hiporexia (menos apetite que o normal) ou mesmo a anorexia (ausência de apetite)
somente será significativa uma vez que apresente modificações quantitativas ou do tipo de
alimentação.

4º Questão: Capacidade funcional do paciente


Avalia modificações ocorridas em conjunto com as alterações dietéticas e
antropométricas. A perda de peso sem modificações funcionais representa um melhor
prognóstico nutricional.
A modificação será leve caso o paciente relate apenas maior cansaço ou grau de
dificuldade para exercer as atividades cotidianas normais. Moderada, se o paciente se vir restrito
ao ambiente domiciliar, com suas atividades cotidianas interrompidas e necessite permanecer
sentado a maior parte do tempo. Grave se o paciente permanecer acamado na maior parte do
tempo. 16

5ª Questão: Exame físico


É utilizado para avaliar a perda de gordura, massa muscular e a presença de líquidos.
O exame físico deve ser feito de maneira objetiva utilizando a inspeção e palpação.
A perda de gordura é classificada:
» Ausência de alteração 0;
» Alterações:
Leves +, Moderadas ++ e Graves +++
Verifica-se perda de gordura subcutânea nas seguintes regiões:

Tríceps
Observar sobra de pele sobre o braço.
A palpação da região do tríceps e bíceps fornece dados sobre a intensidade da perda
de gordura. Visualizar os tendões do músculo tricipital representa importante perda de gordura
subcutânea.
Nos idosos a inspeção da sobra da pele deve ser completada pela palpação, a fim de
não se confundir a perda da elasticidade cutânea com a perda de gordura subcutânea, sentindo
por meio da palpação do tecido adiposo.

Linha média axilar no nível das últimas costelas


Visualizar os arcos costais ou a palpação da dobra cutânea nesta região dá sinais de
perda significativa de gordura.

Ombro
A aparência retangular dos ombros em virtude da visualização da clavícula é sinal de
perda significativa de gordura, como também da musculatura da região.
Posicione os braços do paciente para baixo, ao lado do corpo.
Deve ser possível pinçar o tecido muscular da junção do ombro.

Quadríceps
Embora não seja tão sensível quanto os grupos musculares da parte superior do corpo,
ele também pode ser examinado para avaliar a deterioração muscular. 17
Posicionar o paciente sentado, pinçar o quadríceps para diferenciar tecido muscular do
gorduroso. Na palpação deve-se avaliar o volume da massa muscular assim como o seu tônus.
A perda do tônus muscular pode ser trazida pela sensação de empastamento da musculatura (*
importante excluir os fatores comuns que levam à atrofia muscular, como as alterações
neurológicas).

Têmporas
Para visualizar este músculo, vire a cabeça do paciente para o lado (em alguns casos,
esta região é mais bem observada de frente).

Região interna da perna:


Observar o grau de definhamento destes músculos e se houve perda ao redor dos
joelhos.

Edema
A presença de líquido no espaço extravascular é avaliada pela presença de edema na
região do tornozelo e na região sacral, para aqueles que permanecem a maior parte do tempo
acamado. Quanto maior o cacifo, maior será o edema.

Após obtenção de todas as informações necessárias, o paciente será classificado em:


A – bem nutrido;
B – moderadamente desnutrido ou com suspeita de desnutrição;
C – gravemente desnutrido.

A ASG é um método de fácil execução e pode ser realizado por todos os profissionais
da equipe multidisciplinar. Ao mesclar informações sobre alterações de peso, ingestão alimentar,
sintomas gastrintestinais, ser indicador de pacientes que possam sofrer maior risco de
complicações associados ao estado nutricional, a ASG pode ser classificada como um
instrumento tanto prognóstico quanto diagnóstico.
Ao final do módulo, encontram-se em anexo parâmetros para avaliação do estado
nutricional e exame físico para a realização da ASG.

18
4 ANTROPOMETRIA

Antropometria é a medida das dimensões corpóreas. As medidas antropométricas mais


empregadas na avaliação do estado nutricional são: peso, altura, circunferências (braço e
cintura) e dobras cutâneas (tríceps, bíceps, subescapular, suprailíaca).
Constitui-se em um método de investigação científica em nutrição que se ocupa da
medição das variações nas dimensões físicas e na composição global do corpo humano em 19
diferentes idades e em distintos graus de nutrição. A antropometria apresenta as seguintes
vantagens: método não invasivo, de fácil execução, baixo custo, simples e alta confiabilidade. No
entanto, pode sofrer algumas interferências em situações limítrofes do estado nutricional, na
presença de ascite ou edema.
A interpretação das medidas antropométricas exige o uso de padrões de referência e
de pontos de corte definidos, distinguindo os que necessitam e os que não necessitam de
intervenção, permitindo ainda discriminar níveis de malnutrição.
Por meio das medidas antropométricas pode-se estimar massa corporal total
expressada pelo peso, massa corporal gordurosa expressada pelas dobras cutâneas e a massa
corporal proteica expressada pela circunferência e área muscular do braço.

4.1 PESO CORPORAL

O peso é a soma dos componentes corpóreos e reflete o equilíbrio das reservas totais
de energia do corpo. Mudanças no peso refletem alterações no equilíbrio entre ingestão e
consumo de nutriente.

Pesando crianças maiores de 2 anos e adultos:

- Após o calibramento da balança (nivelamento da agulha do braço e do fiel), ela deve


ser travada e só então a criança/adulto subirá na plataforma para ser feita a pesagem;
FIGURA 2

FONTE: http://goo.gl/VDedb. 21 de Jun.2013.


20

- Posicionar a criança/adulto de costas para a balança, descalço, com o mínimo de


roupa possível, no centro do equipamento;
- Mantê-lo ereto, com os pés juntos e os braços estendidos ao longo do corpo;

FIGURA 3

FONTE: http://goo.gl/VDedb. 21 de Jun.2013.

- Destravar a balança e mover os cursores sobre a escala numérica: primeiro, o maior


para os quilos; depois, o menor para os gramas;
FIGURA 4

21

FONTE: http://goo.gl/VDedb. 21 de Jun.2013.

- Assim que a agulha do braço e o fiel estiverem nivelados, travar a balança novamente
e realizar a leitura de frente para o equipamento.

FIGURA 5

FONTE: http://goo.gl/VDedb. 21 de Jun.2013.

O peso corpóreo pode ser medido por três formas: peso teórico ou ideal, peso habitual
ou usual e peso atual. A seguir, veremos como é realizado o cálculo do peso corporal por meio
desses três tipos citados anteriormente.
4.2 PESO TEÓRICO OU IDEAL (PT)

É aquele peso que o indivíduo deveria ter de acordo com sexo, altura e estrutura
óssea. O método mais utilizado para o cálculo do peso ideal é o Índice de Massa Corporal (IMC).

Peso Ideal ou Desejável = IMC desejado X Altura2


22

Quando o peso habitual for desconhecido ou quando não há possibilidade de registrar


o peso atual, o peso teórico pode ser determinado por meio do IMC médio, segundo dados
abaixo:

HOMEM = altura x 22

MULHER = altura x 20,8

O cálculo do peso teórico ou ideal também pode ser calculado pelo biótipo, levando em
consideração o sexo e a altura (cm). Dessa forma, o paciente pode ser classificado em
Brevilíneo (tórax largo e membros curtos), Normolíneo (apresenta harmonia entre tórax e
membros) e Longilíneo (apresenta escassez de tecido subcutâneo e musculatura, sendo alto e
esguio). O cálculo do peso teórico ou ideal por meio do biótipo é realizado conforme tabela
abaixo.
TABELA 5 - CÁLCULO DO PESO TEÓRICO SEGUNDO BIÓTIPO
Biótipo Homens (Variação Peso) Mulheres (Variação Peso)
Brevelíneo h-100 até (h-100)-5% (h-100)-5% até (h-100)-10%
Normolíneo (h-100)-5% até (h-100)-10% (h-100)-10% até (h-100)-15%
Longilíneo (h-100)-10% até (h-100)-15% (h-100)-15% até (h-100)-20%
* h = altura (cm). FONTE: Augusto, 1999 apud Duarte, 2007.

23
4.2.1 Compleição Corporal

A estimativa de peso ideal pela compleição é realizada pela relação (r) entre a
circunferência do punho (cm) do braço não dominante e a altura (cm), obtida por meio da
fórmula:

Compleição (r) = Altura (cm)

Circ. do punho (cm)

Os valores de r para a classificação da compleição são determinados conforme tabela


abaixo:
TABELA 6 - CLASSIFICAÇÃO DA COMPLEIÇÃO CORPORAL
Compleição (r) Pequena Média Grande
Homens > 10,4 9,6 a 10 < 9,5
Mulheres > 11 10,1 a 11 < 10,1
FONTE: Grant et al, 1981.

Após a determinação da compleição corporal, encontrar o peso ideal na tabela abaixo:


24

TABELA 7 - PESO ESTIMADO DE ACORDO COM A


COMPLEIÇÃO CORPORAL
ESTATURA (cm) HOMENS ESTATURA (cm) MULHERES
OSSATURA OSSATURA
Pequena Média Grande Pequena Média Grande
155 50,0 53,6 58,2 142 41,8 45 49,5
156 50,7 54,3 58,8 143 42,3 45,3 49,8
157 51,4 55,0 59,5 144 42,8 45,6 50,1
158 51,8 55,5 60,0 145 43,2 45,9 50,5
159 52,2 56,0 60,5 146 43,7 46,6 51,2
160 52,7 56,4 60,9 147 44,1 47,3 51,8
161 53,2 56,8 61,5 148 44,6 47,7 52,3
162 53,7 57,2 62,1 149 45,1 48,1 52,8
163 54,1 57,7 62,7 150 45,5 48,6 53,2
164 55,0 58,5 63,4 151 46,2 49,3 54
165 55,9 59,5 64,1 152 46,8 50 54,5
166 56,5 60,1 64,8 153 47,3 50,5 55
167 57,1 60,7 65,6 154 47,8 51 55,5
168 57,7 61,4 66,4 155 48,2 51,4 55,9
169 58,6 62,3 67,5 156 48,9 52,3 56,8
170 59,5 63,2 68,6 157 49,5 53,2 57,7
171 60,1 63,9 69,2 158 50 53,6 58,3
172 60,7 64,4 69,8 159 50,5 54 58,9
173 61,4 65,0 70,5 160 50,9 54,5 59,5
174 62,3 65,9 71,4 161 51,1 55,3 60,1
175 63,2 66,9 72,3 162 52,1 56,1 60,7
176 63,8 67,5 72,9 163 52,7 56,8 61,4
177 64,4 68,2 73,5 164 53,6 57,7 62,3
178 65,0 69,0 74,1 165 54,5 58,6 63,2
179 65,9 69,9 75,3 166 55,1 59,2 63,8
180 66,8 70,9 76,4 167 55,7 59,8 64,4
181 67,4 71,7 77,1 168 56,4 60,5 65 25
182 68,0 72,5 77,8 169 57,3 61,4 65,9
183 68,6 73,2 78,6 170 53,2 62,2 66,8
184 69,8 74,1 79,8 171 58,8 62,8 67,4
185 70,9 75,0 8,1 172 59,4 63,4 68
186 71,5 75,8 81,7 173 60 64,1 68,6
187 72,1 76,6 82,5 174 60,9 65 69,8
188 72,7 77,3 83,2 175 61,8 65,9 70,9
189 73,3 78,0 83,8 176 62,4 66,5 71,7
190 73,9 78,8 84,4 177 63 67,1 72,5
191 74,5 79,5 85,0 178 63,9 67,7 73,2
FONTE: Silva, 1998.

4.2.2 Estimativa de Peso Atual

Em razão da dificuldade de se obter o peso atual de pacientes hospitalizados ou


pacientes impossibilitados de se levantar, pode-se estimar o peso atual, por meio das seguintes
equações:
Homem = [(0,98 x CP) + (1,16 x AJ) + (1,73 x CB) + (0,37 x PCSE) – 81,69]

FONTE: Chumlea, 1985 apud Cuppari, 2005. Onde: CP – circunferência da panturrilha; AJ – altura do joelho; CB –
circunferência do braço; PCSE – prega cutânea subescapular.

26
Após a obtenção do peso ideal e do peso atual é realizada a adequação de peso. A
adequação de peso indicará quanto adequado ou inadequado está o peso atual do indivíduo em
relação ao peso ideal.
A adequação de peso é calculada a partir da fórmula:

Adequação de peso (%) = peso atual x 100

peso ideal

TABELA 8 - CLASSIFICAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL DE ACORDO COM A


ADEQUAÇÃO DO PESO
Adequação do peso (%) Estado Nutricional
≤ 70 Desnutrição Grave
70,1 a 80 Desnutrição Moderada
80,1 a 90 Desnutrição Leve
90,1 a 110 Eutrofia
110,1 a 120 Sobrepeso
> 120 Obesidade
FONTE: Blackburn; Thornton, 1979 apud Cuppari, 2005.

Quando a adequação de peso for inferior a 95% ou superior a 115%, realiza-se a


determinação da necessidade energética e de nutrientes por meio da correção do peso ideal.
Essa correção é obtida pela fórmula do Peso Ajustado.

Peso ajustado = (peso ideal – peso atual) x 0,25 + peso atual

27

4.2.3 Peso Ideal para Amputados

A correção do peso corpóreo de amputados é realizada subtraindo o peso da


extremidade amputada do peso ideal calculado. É importante ressaltar que para amputações
bilaterais as porcentagens dobram o valor. A tabela mostra a porcentagem de peso
correspondente a cada membro amputado.

TABELA 9 - PORCENTAGEM DO PESO CORRESPONDENTE A CADA


SEGMENTO DO CORPO
Membro Amputado Proporção de Peso (%)
Mão 0.8
Antebraço 2.3
Braço até ombro 6.6
Pé 1.7
Perna abaixo do joelho 7.0
Perna acima do joelho 11.0
Perna inteira 18.6
FONTE: Osterkamp, L.K., apud Cuppari, 2005.

A partir dos valores encontrados na tabela, faz-se o cálculo do peso corrigido e


posteriormente o IMC corrigido para amputados, conforme dados abaixo:
Peso Corrigido = 100% - % segmento amputado x Peso Ideal

100

FONTE: Isosaki, M.; Cardoso, E. 2004.

28
4.2.4 Estimativa de Peso - Pacientes com Edema e/ou Ascite

Para que os dados de peso sejam mais precisos em pacientes edemaciados e/ou
ascíticos (apresentam retenção hídrica), deve-se descontar do peso atual os valores
apresentados nas tabelas seguintes para edema e ascite, respectivamente, para que seja obtido
o peso “seco”.

TABELA 10 - ESTIMATIVA DE PESO PARA PACIENTES COM EDEMA


Grau de Edema Local Atingido Peso a ser subtraído
+ Tornozelo 1 Kg
++ Joelho 3 a 4 Kg
+++ Raiz da coxa 5 a 6 Kg
++++ Anasarca 10 Kg
FONTE: Isosaki, M.; Cardoso, E., 2004.
TABELA 11 - ESTIMATIVA DE PESO DE ACORDO COM A
INTENSIDADE DA ASCITE
Grau de Ascite Peso Ascítico Edema Periférico
Leve 2,2 Kg 1 Kg
Moderada 6 Kg 5 Kg
Grave 14 Kg 10 Kg
FONTE: James, 1989.

29

4.2.5 Importância da Mudança de Peso

A perda de peso é uma informação importante para avaliar a gravidade do problema de


saúde do indivíduo. Pode-se verificar se a alteração de peso é significativa em relação ao tempo
em que ocorreu. Em indivíduos hospitalizados, deve-se levar em consideração vários fatores
como a patologia e o tratamento utilizado. A fórmula para o cálculo da mudança de peso segue
abaixo:

Perda de Peso (%) = (peso usual – peso atual) x100

peso usual

A porcentagem obtida determina a significância da redução de peso em relação ao


tempo, como mostra a tabela.

TABELA 12 - SIGNIFICADO DA PERDA DE PESO EM RELAÇÃO AO TEMPO


Tempo Perda significativa de peso (%) Perda grave de peso (%)
1 semana 1a2 >2
1 mês 5 >5
3 meses 7,5 >7,5
6 meses 10 >10
FONTE: Backbum, G.L.& Bistrian, B.R.,1977 apud Cuppari, 2005.
5 ESTATURA

Segundo Acunã e Cruz (2004), a estatura representa o maior indicador do tamanho


corporal e do comprimento dos ossos. Pode ser utilizada em associação ao peso corporal para
compor o Índice de Massa Corporal. É medida utilizando-se o estadiômetro.

30
Medindo crianças maiores de 2 anos e adultos:

- Descrever as partes do equipamento: parte móvel, escala numérica, ponto para


leitura das medidas.
- Enfatizar a importância do antropômetro:
* Estar fixado numa parede lisa e sem rodapé;
* Estar posicionado numa distância correta do chão, de modo a garantir uma leitura
fidedigna da estatura.

FIGURA 6

FONTE: http://goo.gl/VDedb. 21 de Jun.2013.


Posicionar a criança/adulto, descalço, no centro do equipamento, com a cabeça livre
de adereços; ele deve se manter:
- De pé, ereto, com os braços estendidos ao longo do corpo, a cabeça erguida,
olhando para um ponto fixo na altura dos olhos (1° passo).

FIGURA 7

31

FONTE: http://goo.gl/VDedb. 21 de Jun.2013.

- Calcanhares, ombros e nádegas em contato com o antropômetro e parede (2°


passo).
FIGURA 8

FONTE: http://goo.gl/VDedb. 21 de Jun.2013.


- Ossos internos dos calcanhares devem se tocar, bem como a parte interna de ambos
os joelhos; os pés unidos mostram um ângulo reto com as pernas (3° passo).

FIGURA 9

32

FONTE: http://goo.gl/VDedb. 21 de Jun.2013.

- Abaixar a parte móvel do equipamento, fixando-a contra a cabeça, com pressão


suficiente para comprimir o cabelo. Retirar a criança/adulto, quando tiver certeza de que o
mesmo não se moveu (4° passo).

FIGURA 10

FONTE: http://goo.gl/VDedb. 21 de Jun.2013.


- Realizar a leitura da estatura, sem soltar a parte móvel do equipamento (5° passo) e
anotar o resultado na ficha da Vigilância Alimentar e Nutricional/prontuário (6° passo).

FIGURA 11

33

FONTE: http://goo.gl/VDedb. 21 de Jun.2013.

Alguns métodos alternativos são utilizados para estimar a altura de indivíduos


impossibilitados de utilizar o método convencional. Dentre eles, são utilizadas a altura do joelho,
a extensão dos braços e a estatura recumbente. A seguir determinaremos a medida de cada um
dos métodos de estimativa de altura.

5.1 ALTURA DO JOELHO

Para a estimativa de estatura utiliza-se a altura do joelho (AJ), que com o paciente
sentado com os pés apoiados no chão ou em posição supina, mede-se a altura do joelho em
relação à altura do chão, a partir do ponto ósseo externo logo abaixo da rótula (cabeça da tíbia)
até a superfície do chão.
FIGURA 12

34

FONTE: Disponível em: http://www.rxkinetics.com/height_estimate.html. Acesso em: 25 set. 2009.

A partir da AJ calcula-se o equivalente de estatura:

*Altura do joelho em cm.

HOMENS = 64.19 - (0,04 x idade) + (2,02 x AJ)

FONTE: Chumlea, 1985 apud Cuppari, 2005.

5.2 EXTENSÃO DOS BRAÇOS

Pode-se obter a estimativa de altura de duas formas:

1ª - O paciente deverá estar sentado, em posição ereta, encostado em uma parede,


com os braços estendidos no nível dos ombros; medir a distância entre as pontas dos dedos
médios. Esta será a altura do paciente.

2ª - Esta medida é utilizada para pacientes que possuem alguma deformidade em uma
das extremidades ou presença de acesso venoso: com um dos braços estendido na altura do
ombro, medir a distância da ponta do dedo médio até o esterno, multiplicar o valor obtido por 2,
obtendo assim a altura estimada.

5.3 ESTATURA RECUMBENTE

É utilizada nos casos em que o paciente não consegue dobrar o joelho para fazer a 35
altura do joelho ou com incapacidade de movimento dos braços.
Medida realizada com o indivíduo no leito. Posiciona-se o avaliado em posição supina,
com o leito completamente na posição horizontal. Fazer marcas no lençol na altura do topo da
cabeça e da base do pé e medir comprimento entre as marcas, utilizando fita métrica.
6 ÍNDICE DE MASSA CORPORAL

O IMC ou Índice de Quetelet é o indicador simples de estado nutricional, obtido por


meio da relação entre o peso (em quilos) e a altura (em metros) elevada ao quadrado.
É considerado por diversos autores o melhor indicador de massa corporal no adulto,
porém outros autores chamam atenção para três limitações do IMC:
1. Relação com a proporcionalidade do corpo, pessoas com as pernas curtas para a 36
sua altura terão IMC aumentado;
2. Relação com a massa livre de gordura, especialmente em homens, pois atletas e
indivíduos musculosos podem ter IMC na faixa da obesidade;
3. Relação com a estatura, que, apesar de baixa, pode ser significativa, especialmente
em menores de 15 anos.
Em 1995, os pontos de corte do IMC foram modificados para emagrecimento e, em
1998, para obesidade, preconizando sua utilização tanto para diagnóstico de desnutrição quanto
de obesidade. A classificação do estado nutricional segundo o IMC é, tabela:

TABELA 13 - CLASSIFICAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL


Classificação IMC (Kg/m2)
Desnutrição Grave < 16
Desnutrição Moderada 16 a 16,99
Desnutrição leve 17 a 18,49
Eutrófico 18,5 a 24,99
Sobrepeso 25 a 29,99
Obesidade Grau 1 30 a 34,99
Obesidade Grau 2 35 a 39,99
Obesidade Grau 3 > 40
FONTE: OMS, 1998.

A combinação entre peso e altura são as variáveis mais utilizadas em estudos


epidemiológicos, no entanto não distingue massa muscular de adiposidade, sendo necessária a
utilização de métodos complementares para a determinação do diagnóstico nutricional.
7 ALTERAÇÕES

7.1 ALTERAÇÃO DE PESO - ASG

TABELA 14 - CLASSIFICAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL A PARTIR DA PERDA DE PESO


Estado Nutricional Eutrófico Desnutrição Desnutrição grave 37
leve/moderada
Categoria A B C
(perda de peso não (perda de peso (perda de peso
significativa). potencialmente significativa).
significativa).
Parâmetros *Perda < 5% *Perda de 5 a 10 % *Perda > 10%
*Perda > 10% nos *Declínio de rápido *Declínio grave,
últimos 6 meses, peso e > 10%, porém rápido e contínuo,
porém com ganho com recuperação principalmente no
durante o último mês. evidente. mês anterior e, sem
sinais de
recuperação.
FONTE: Pessoal do autor.

7.2 ALTERAÇÃO DA INGESTÃO ALIMENTAR - ASG

TABELA 15 - CLASSIFICAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL A PARTIR DA


INGESTÃO ALIMENTAR
Estado Nutricional Eutrófico Desnutrição Desnutrição grave
leve/moderada
Categoria A B C

Parâmetros  Ingestão  Redução  Redução severa na


alimentar boa. moderada na ingestão e em
ingestão, sem declínio
 Melhorando a melhora aparente.
ingestão.  Jejum ou ingestão
 Consumo de dieta de líquidos
líquida exclusiva hipocalóricos
FONTE: Pessoal do autor.
7.3 CAPACIDADE FUNCIONAL - ASG

TABELA 16 - CLASSIFICAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL A PARTIR DA


CAPACIDADE FUNCIONAL
Estado Nutricional Normal Desnutrição Desnutrição grave
leve/moderada
Categoria A B C 38
Parâmetros - Nenhuma perda de - Sinais de perda em - Perda grande de
gordura subcutânea algumas regiões gordura subcutânea
FONTE: Pessoal do autor.

7.4 EXAME FÍSICO

TABELA 17 - CLASSIFICAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL A PARTIR DO EXAME FÍSICO


Estado Nutricional Normal Desnutrição Desnutrição grave
leve/moderada
Categoria A B C
Músculos - Sem evidências de - Sinais de perda em - Sinais de perda
perda. algumas regiões. severa em todas ou na
maioria das regiões.
Têmporas - Músculo aparente - Depressão leve - Depressão grande e
através da têmpora. próxima às têmporas. profunda próxima às
têmporas.
- Região reta e plana.
Clavícula - H: a clavícula não é - Difícil de distinguir. - Clavícula bastante
visível. proeminente.
- M: a clavícula visível.
Ombros - Ombros redondos, - Embora os ombros - Ombros quadrados
especialmente na não estejam - A protusão do
junção entre o quadrados, a protusão acrômio é bastante
pescoço e o ombro. do acrômio pode estar proeminente.
evidente.
Escápula - Escápula não - Os músculos podem - Escápula visível
proeminente. parecer definhados.
- Não existem - Pode haver - Perda evidente de
depressões ao redor depressões em todas tecidos nas
do osso. as regiões ao redor do depressões acima da
osso escápula, entre estas
e a articulação do
ombro, e entre esta e
a espinha dorsal.
Costelas - As costelas não - As costelas podem - As costelas estão
aparecem. estar aparentes, mas muito aparentes.
as depressões não 39
estão tão profundas.
Dorso das mãos - H: músculo - A depressão é - Depressão profunda
proeminente. pequena. entre os dedos polegar
e indicador.
- M: músculo
normalmente plano.
Quadríceps - Aparência normal. - Pouca redução. - Significativamente
reduzido.
Região interna da - Aparência normal ao - Perda moderada ao - Ossos dos joelhos
perna redor dos joelhos. redor dos joelhos. protraídos.
Panturrilha - Aparência normal. - Difícil de detectar. - Redução acentuada
deste tecido.
FONTE: Pessoal do autor.
7.5 MODELO DE AVALIAÇÃO SUBJETIVA GLOBAL

FIGURA 13

40
41

FONTE: Pessoal do autor.

Para a obtenção da massa magra, subtrai-se a gordura corpórea do peso total do


indivíduo.
8 COMPOSIÇÃO CORPORAL

A avaliação da composição corporal é realizada para quantificar os principais


componentes do organismo humano: ossos, musculatura e gordura corporal. Dessa forma,
indivíduos considerados com excesso de gordura por apresentarem elevado peso corporal 42
podem ser indivíduos com maior desenvolvimento muscular, como no caso dos atletas.
A composição corpórea é dividida em dois grupos: massa magra (livre de gordura e
constituída por proteínas, água intra e extracelular e conteúdo mineral ósseo) e massa gorda
(gordura corpórea). Dessa forma, a análise dos compartimentos corpóreos possibilita
compreender as modificações resultantes de alterações metabólicas e identificar riscos à saúde.

FIGURA 14

FONTE: Cuppari, 2005

Verifica-se a necessidade da utilização de estratégias que permitam a estimativa da


quantidade deste componente corporal, a fim de identificar quais as reais necessidades dos
indivíduos, pois nem sempre seus objetivos ou anseios coincidem com o que realmente
precisam. Há várias técnicas para a determinação da composição corporal. Esses
procedimentos de determinação podem ser classificados em métodos diretos, indiretos e
duplamente indiretos.
8.1 MÉTODOS DIRETOS

São considerados os mais precisos para identificação dos componentes corporais, no


entanto, envolvem procedimentos de dissecação de cadáveres sendo sua aplicabilidade inviável.

43

8.2 MÉTODOS INDIRETOS

Há vários métodos para aferição dos compartimentos corpóreos, entretanto, muitos


apresentam custo elevado, requerem alta tecnologia e são métodos invasivos, tornando a sua
aplicabilidade limitada. A seguir, discorreremos rapidamente sobre os métodos indiretos de alta
tecnologia e logo após será apresentada a utilização dos dois métodos mais utilizados para
avaliação da composição corporal.

8.2.1 Pesagem Hidrostática

Esse método é realizado seguindo o princípio proposto por Arquimedes, à mensuração


do volume corporal pode ser calculada por meio do deslocamento d’água. Dessa forma, busca-
se estimar o percentual de gordura corporal a partir da relação entre o peso corporal mensurado
e o volume corporal (na água). O indivíduo é submerso em água com a ajuda de um
equipamento específico.
Mudanças na composição dos fluidos corpóreos interferem negativamente nos cálculos
da massa magra.
FIGURA 15 - PESAGEM HIDROSTÁTICA

44

FONTE: Fitness & Performance Journal, setembro de 2009.

8.2.2 Absorciometria Radiológica de Dupla Energia (DEXA)

A quantidade de massa magra ou gorda do organismo é medida pelo densitômetro,


que traduz para porcentagens as imagens obtidas por um tipo especial de raios X dos diferentes
compartimentos do corpo: tecido ósseo, muscular, de gordura e fluidos. Seu uso é limitado para
avaliação de pessoas muito magras (em que a proporção de ossos é maior em relação à de
tecidos moles) ou com desnutrição crônica.
FIGURA 16 - ABSORCIOMETRIA RADIOLÓGICA DE DUPLA ENERGIA (DEXA)

45

FONTE: http://goo.gl/kloKI. Acesso em: 01 de jul.2013.


8.2.3 Pletismografia

Determina o volume corporal medindo uma pequena câmara vazia e em condições


isotérmicas e logo após mede-se o volume da câmara com o indivíduo em seu interior,
avaliando-se o deslocamento de ar.

8.2.4 Tomografia Computadorizada e Ressonância Magnética

A Tomografia computadorizada apresenta alta precisão na configuração da massa


tecidual e gordura corporal, principalmente na região abdominal.
Por meio da emissão de radiação identifica-se o tecido adiposo total e subcutâneo do
tecido muscular. Segue tabela com dados dos métodos indiretos não convencionais de avaliação
nutricional.

8.3 MÉTODOS DUPLAMENTE INDIRETOS


São os métodos mais utilizados por apresentarem baixo custo, não serem invasivos e
de fácil aplicabilidade, a Antropometria, por meio da utilização das circunferências corporais e
dobras cutâneas e a Bioimpedância elétrica.
Apesar de serem menos precisos do que os métodos indiretos possuem erros de
estimativa de composição corporal aceitáveis.

46

8.3.1 Circunferências Corporais

A distribuição da gordura corporal é considerada um indicador de risco à saúde,


principalmente para considerar os riscos relacionados à obesidade A classificação do tipo de
gordura corpórea é determinado de acordo com a sua distribuição, sendo elas do tipo androide e
ginoide. Determina-se a distribuição corporal do tipo androide quando o tecido adiposo está
concentrado na área abdominal. A classificação do tipo androide pode ser subdividida em
gordura abdominal subcutânea e visceral. O acúmulo de gordura na região abdominal está
relacionado ao aumento de risco de doenças cardiovasculares, principalmente pela gordura
visceral (armazenada na cavidade abdominal ao redor dos principais órgãos) e alterações
metabólicas como dislipidemias, diabetes tipo II, resistência à insulina e síndrome metabólica. A
distribuição corpórea do tipo ginoide é determinada quando a concentração de tecido adiposo
está localizada nos quadris, glúteos e coxas.
FIGURA 17 - OBESIDADE ANDROIDE E GINOIDE

47

FONTE: Disponível em: <www.adam.com>. Acesso em: 28 set. 2009.

Para avaliar o risco de doenças cardiovasculares e metabólicas, utiliza-se o indicador


razão cintura-quadril (RCQ).

8.3.2 Razão Cintura-Quadril

A razão cintura-quadril é o indicador mais utilizado para identificar o tipo de distribuição


corpórea, sendo determinada pela seguinte equação:

RCQ = circunferência da cintura

circunferência do quadril
TABELA 18 - RISCO DE DESENVOLVIMENTO DE DOENÇAS POR MEIO DA RAZÃO
CINTURA-QUADRIL
Risco de desenvolvimento de Homens Mulheres
doenças >1 0,85
FONTE: Pessoal do autor.

A utilização da medida da cintura isolada é muito comum para avaliar melhor o tecido 48
adiposo abdominal visceral quando comparado à razão cintura-quadril. Dessa forma, a medida
da circunferência da cintura deve ser realizada com o indivíduo em pé, utilizando uma fita
métrica que deve circundar o paciente no ponto médio entre a última costela e a crista ilíaca
(aproximadamente dois dedos acima do umbigo), conforme mostra a Figura.

FIGURA 18 - MEDIDA DA CIRCUNFERÊNCIA DA CINTURA

FONTE: Cuppari, 2005.

É importante ressaltar que pequenas diferenças na medida da cintura podem levar a


interpretações errôneas, principalmente em obesos e idosos, por isso a técnica deve ser
padronizada.
Os dados mostrados na tabela são referentes à circunferência da cintura associados
ao desenvolvimento de riscos relacionados à obesidade.
TABELA 19 - RISCO DE COMPLICAÇÕES ASSOCIADAS À OBESIDADE
Sexo Elevado Muito Elevado
Homens ≥ 94 cm ≥ 102 cm
Mulheres ≥ 80 cm ≥ 88 cm
FONTE: Pessoal do autor.

A medida da circunferência do quadril é realizada circundando a região de maior 49


perímetro entre a cintura e a coxa (meio dos glúteos), conforme demonstrado na Figura.

FIGURA 19 - MEDIDA CIRCUNFERÊNCIA DO QUADRIL

FONTE: Cuppari, 2005.

8.3.3 Circunferência do Braço (CB)

Essa medida representa o somatório dos tecidos ósseo, muscular e gorduroso do


braço. Para iniciar a aferição da circunferência do braço, deve-se localizar o “ponto médio do
braço”.
Técnica de aferição do ponto médio do braço:

O ponto médio do braço é obtido a partir da mensuração com uma fita métrica
apropriada da distância do acrômio até o olécrano. O braço deve formar um ângulo de 90º e
deve estar flexionado em direção ao tórax.
Após a localização do ponto médio, obtém a circunferência do braço. O braço deve
ficar estendido ao longo do corpo com a palma da mão voltada para a coxa. Com a fita métrica,
contornar o ponto marcado, evitando a compressão da pele, de forma que a medida fique 50
ajustada, conforme mostra a Figura.

FIGURA 20 - CIRCUNFERÊNCIA DO BRAÇO

FONTE: Cuppari, 2005.

O valor obtido poderá ser interpretado pelos valores de referência do NHANES I


(National Health and Nutrition Examination Survey) demonstrados na tabela de percentis
(FRISANCHO, 1990) e por meio da adequação da CB, sendo determinada pela equação abaixo:

Adequação da CB (%) = CB obtida (cm) x 100

CB percentil 50

O estado nutricional é classificado de acordo com a tabela.


TABELA 20 - ESTADO NUTRICIONAL SEGUNDO A
CIRCUNFERÊNCIA DO BRAÇO
Desnutrição Desnutrição Desnutrição
Eutrofia Sobrepeso Obesidade
Grave Moderada Leve
90 a 110 a
CB < 70% 70 a 80% 80 a 90% >120%
110% 120%
FONTE: Pessoal do autor.

51

8.3.4 Circunferência Muscular do Braço - CMB

Este parâmetro avalia a reserva de tecido muscular, no entanto, não corrige a área
óssea. É obtida a partir dos valores da circunferência do braço e da prega cutânea tricipital por
meio da equação:

CMB (cm) = CB (cm) - π x [PCT (mm) / 10]

A adequação da CMB é realizada segundo fórmula abaixo e o estado nutricional


classificado conforme a tabela.

Adequação da CMB (%) = CMB obtida (cm) x 100

CMB percentil 50
TABELA 21 - ESTADO NUTRICIONAL SEGUNDO A CIRCUNFERÊNCIA
MUSCULAR DO BRAÇO
Desnutrição Desnutrição Desnutrição
Eutrofia
Grave Moderada Leve
CMB < 70% 70 a 80% 80 a 90% 90%

8.3.5 Área Muscular do Braço corrigida – AMBc 52

Esse parâmetro avalia a reserva de tecido muscular corrigindo a área óssea. Dessa
forma, reflete adequadamente as mudanças do tecido muscular. É obtida por meio das fórmulas:

Homem: AMBc (cm2) = [CB (cm) – 3,14 x DCT mm) / 10 ] 2 - 10

4 x 3,14

A classificação do estado nutricional é realizada com base nos valores de referência


estabelecidos por Frisancho, conforme tabela.

TABELA 22 - ESTADO NUTRICIONAL SEGUNDO A ÁREA


MUSCULAR DO BRAÇO CORRIGIDA
Desnutrição
Normal Desnutrição Grave
AMBc Leve/Moderada
Percentil >15 Percentil entre 5 e 15 Percentil < 5
FONTE: Pessoal do autor.
8.3.6 Dobras Cutâneas

A gordura subcutânea corresponde a 50% da gordura armazenada do corpo, e pode


refletir de maneira acurada o conteúdo de gordura corporal total. A espessura da dobra cutânea
reflete a espessura da pele e tecido adiposo subcutâneo.

FIGURA 21 - MEDIDA DA DOBRA CUTÂNEA 53

FONTE: Heyward & Stolarczyk, 2000.

As medidas são aferidas em pontos anatômicos específicos do organismo com o


auxílio de um compasso chamado de: adipômetro, plicômetro, paquímetro, espessímetro ou
cáliper. Há várias marcas disponíveis no mercado e o custo varia de acordo com o material
utilizado em sua composição e a precisão e exatidão de sua escala de medida. Adipômetros de
plástico não possuem a mesma confiabilidade e precisão e não devem ser utilizados em estudos
científicos. Alguns modelos são mostrados a seguir:

FIGURA 22 - ADIPÔMETROS DISPONÍVEIS NO MERCADO


Sanny® Harpenden®
54

Cescorf® Lange®

FONTE: Disponível em: <www.sanny.com.br>. Acesso em: 28 set. 2009.

Há várias medidas de dobras cutâneas que podem ser utilizadas na avaliação


antropométrica, dentre elas, as mais utilizadas são dobras cutâneas: bicipital, tricipital,
subescapular e suprailíaca.
As instruções citadas abaixo irão garantir a exatidão das medidas.

Instruções gerais para aferição de dobras cutâneas:

1. Identificar e marcar o local a ser aferido;


2. Segurar a prega formada com os dedos polegar e indicador da mão esquerda
(caso seja destro) ou direita (caso seja canhoto) a 1 cm do ponto marcado;
3. Pinçar a dobra exatamente no local marcado;
4. Manter a dobra pressionada com os dedos durante a aferição;
5. A leitura deve ser realizada no milímetro mais próximo, em segundos;
6. As hastes do compasso estejam perpendiculares à superfície da pele no local da
medida;
7. Para melhor confiabilidade dos dados, as medidas devem ser coletadas de
preferência em triplicata;
8. Não realizar a aferição das dobras após exercício físico, pois o deslocamento de
fluidos corporais em direção à pele tende a aumentar a espessura da dobra
cutânea.

Aferição das Dobras Cutâneas:

FIGURA 23 - LEITURA DO ADIPÔMETRO

55

FONTE: Flores, 2005.

1. O ponteiro indicador “PA” (relógio maior) e “PB” (relógio menor) deverão estar
sobre o número 0.
2. O deslocamento do “PA” deverá ser no sentido horário e do “PB” no sentido anti-
horário. Todos em uma medida crescente.
3. Cada divisão na escala de graduação “A” corresponde a 0,10 mm.
4. Cada divisão na escala de graduação “B” corresponde a uma volta completa, ou
seja, 10,0 mm.
Você tem dificuldade em realizar a leitura dos ponteiros do adipômetro? A Sanny
(www.sanny.com.br) possui um “Teste de Leitura do Adipômetro” e com ele você pode
treinar a leitura das dobras cutâneas. Acesse o link abaixo e quando a janela de
download de arquivos aparecer, clique em “executar”.

http://www.sanny.com.br/downloads//mat_cientificos/LEITURA.EXE

56
8.3.7 Dobra Cutânea Tricipital – DCT

8.3.7 Dobra Cutânea Tricipital – DCT

Utilizando o mesmo ponto médio para a circunferência do braço, separar levemente a


dobra desprendendo-a do tecido muscular e pinçá-la formando um ângulo reto. O braço deve
estar relaxado e solto ao lado do corpo.

FIGURA 24 - DOBRA CUTÂNEA TRICIPITAL

FONTE: http://goo.gl/sYcQt. Acesso em 21 Jun. 2013.

Sua medida isolada é comparada ao padrão de referência de Frisancho (1981)


conforme sexo e idade. A adequação da dobra cutânea tricipital é calculada de acordo com a
fórmula:
Adequação da PCT (%) = PCT obtida (mm) x 100

PCT percentil 50

A classificação do estado nutricional é realizada conforme a tabela. 57

TABELA 23 - ESTADO NUTRICIONAL SEGUNDO A DOBRA


CUTÂNEA TRICIPITAL
Desnutrição Desnutrição Desnutrição
Eutrofia Sobrepeso Obesidade
Grave Moderada Leve
PCT < 70% 70 a 80% 80 a 90% 90 a110% 110 a 120% >120%
FONTE: Cuppari, 2005.

8.3.8 Dobra Cutânea Bicipital – DCB

A aferição deve ser feita no mesmo nível da dobra tricipital, na parte anterior do braço.
Segurar a dobra na posição vertical e pinçá-la. É utilizada em equações de predição de gordura
corporal.

FIGURA 25 - DOBRA CUTÂNEA BICIPITAL

FONTE: http://goo.gl/XTDBF. Acesso em 21 de Jun. 2013.


8.3.9 Dobra Cutânea Suprailíaca – DCSI

Obtida na direção oblíqua, sobre a linha média axilar no ponto em que se encontra logo
acima da crista ilíaca, na posição diagonal.

FIGURA 26 - DOBRA CUTÂNEA SUPRAILÍACA

58

FONTE: http://goo.gl/9Tav6. Acesso em 21 de Jun. 2013.

8.3.10 Dobra Cutânea Subescapular – DCSE

Medida logo abaixo do ângulo inferior da escápula, seguindo a orientação dos arcos
costais.

FIGURA 27 - DOBRA CUTÂNEA SUBESCAPULAR

FONTE: : http://goo.gl/9Tav6. Acesso em: 21 de Jun. 2013.


Após a aferição das quatro dobras cutâneas, estima-se a composição corporal
utilizando a somatória das quatro dobras cutâneas, segundo a equação de Durnin e Womersley
(1974):

Densidade Corpórea (DC) = (*A-B) x log ∑ 4 pregas.

*Coeficientes elaborados de acordo com idade e gênero para cálculo da Densidade Corpórea. 59

TABELA 24 - CÁLCULO PARA DENSIDADE CORPÓREA UTILIZANDO A SOMATÓRIA DAS


QUATRO DOBRAS CUTÂNEAS
Homens (Idade em anos) Mulheres (Idade em anos)
17 – 1 9 D = 1,1620 – 0.0630 x (log E) 17 - 20 D = 1,1549 – 0,0678 x (log E)

20 - 29 D = 1,1631 – 0,0632 x (log E) 20 - 29 D = 1,1599 – 0,0717 x (log E)

30 - 39 D = 1,1422 – 0,0544 x (log E) 30 - 39 D = 1,1423 – 0,0632 x (log E)

40 - 49 D = 1,1620 – 0,0700 x (log E) 40 - 49 D = 1,1333 – 0,0612 x (log E)

+ 50 D = 1,1715 – 0,0779 x (log E) + 50 D = 1,1339 – 0,0645 x (log E)

FONTE: Durin e Womersley, 1974 apud Cuppari, 2005.

A partir do valor obtido da DC, determina-se a porcentagem de gordura corporal total


utilizando a fórmula de Siri (1961):

Gordura Corpórea (%) = 4,95 – 4,50 X 100

DC
Os valores de referência de gordura corpórea para homens são de até 25% e para
mulheres de até 30% do peso corpóreo.
Para a obtenção da massa magra, subtrai-se a gordura corpórea do peso total do
indivíduo.

8.4 BIOIMPEDÂNCIA ELÉTRICA

60

É um método rápido, não invasivo e relativamente barato para avaliar a composição


corporal. Utiliza-se a condutividade elétrica para realizar a estimativa dos compartimentos
corpóreos.
Os tecidos magros são altamente condutores de corrente elétrica em razão da grande
quantidade de água e eletrólitos, apresentando baixa resistência à passagem da corrente
elétrica. Por outro lado, a gordura, o osso e a pele constituem um meio de baixa condutividade
apresentando, portanto, elevada resistência. Dessa forma, a bioimpedância elétrica é utilizada
para determinar a água corporal total e posteriormente estimar a massa livre de gordura e o
percentual de gordura.
A avaliação é realizada com o paciente deitado, com as pernas afastadas e braços
paralelos ao corpo. Uma corrente elétrica é introduzida por eletrodos distais e captada pelos
eletrodos proximais, gerando vetores de resistência e reactância. Após identificar os níveis de
resistência e reactância do organismo à corrente elétrica, o analisador avalia a água corporal
total e, assumindo uma hidratação constante, prediz a quantidade de massa magra.
Para a realização da BIA, deve-se estar atento a aspectos metodológicos importantes:
» As medidas devem ser realizadas do lado direito do corpo, com o indivíduo deitado
em decúbito dorsal sobre uma superfície não condutora, em uma sala com
temperatura ambiente normal (~22°C);
» A pele onde serão fixados os eletrodos deve estar íntegra e a fixação dos mesmos
deve ser precedida de limpeza com álcool, para garantir a adesão;
» Os eletrodos proximais devem ser colocados na superfície dorsal da articulação do
punho direito, e na superfície dorsal do tornozelo direito;
» Conectar os cabos de ligação aos eletrodos apropriados. Os cabos vermelhos são
ligados às articulações do punho e do tornozelo, e os cabos pretos à mão e ao pé;
» Não deve haver contato entre as coxas e entre os braços e o tronco.
Ligar o aparelho e fazer a leitura correspondente às medidas de resistência e
reactância.

FIGURA 28 - POSIÇÃO DOS ELETRODOS PARA REALIZAÇÃO DA


BIOIMPEDÂNCIA ELÉTRICA

61

FONTE: http://goo.gl/OIeCh. Acesso em: 21 de Jun.2013.

Se o indivíduo apresentar hiper-hidratação o valor da massa magra será


superestimado, dessa forma, qualquer alteração no estado de hidratação é a principal limitação
deste método. Dessa forma, devem ser tomados alguns cuidados para a realização da
avaliação, são eles:

» Não comer ou beber a menos de quatro horas do teste;


» Não fazer exercícios a menos de doze horas do teste;
» Urinar a menos de 30 minutos do teste;
» Não consumir álcool a menos de 48 horas do teste;
» Não tomar medicamentos diuréticos a menos de sete dias do teste;
» Pacientes do sexo feminino que percebam que estão retendo água durante aquele
estágio de seu ciclo menstrual não devem realizar o teste.

O uso da bioimpedância elétrica apresenta eficiência na aferição da composição


corporal em diversas situações clínicas como desnutrição, pré e pós-operatória, insuficiência
renal, gestação, crianças e atletas.
A bioimpedância elétrica é um método de avaliação da composição corporal altamente
aceito e muito utilizado, no entanto, pode ocorrer alteração nos resultados por meio da
alimentação, exercício físico e a ingestão de líquidos em períodos que antecedem a avaliação,
desidratação, retenção hídrica, uso de diuréticos e ciclo menstrual.
É importante conhecer as aplicações de cada método de avaliação da composição
corporal. Todas as medidas requerem treinamento e conhecimento das técnicas de aferição e
medidas para obter um diagnóstico nutricional correto em conjunto com outros métodos de
avaliação nutricional. 62
9 AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DE CRIANÇAS

9.1 CRESCIMENTO INFANTIL

Os padrões de crescimento constituem um dos instrumentos mais amplamente


utilizados na assistência à saúde da criança, tendo como objetivo monitorar e promover o 63
crescimento, identificar o período adequado para introduzir a alimentação complementar ao leite
materno, avaliar performance da lactação e auxiliar o diagnóstico da falta ou excesso de
crescimento.
Conforme citado por Vitolo (2003), o crescimento (estatura) é proporcionalmente mais
lento que o aumento de peso. Dessa forma, no primeiro ano de vida, uma criança triplica o seu
peso de nascimento ao passo que a estatura aumenta em 50% no mesmo período.
É importante que a criança mantenha um peso adequado, pois em casos de déficit
nutricional, o peso sofre alteração imediata e a estatura não.

FIGURA 29

FONTE: http://goo.gl/DejaZ. Acesso em:21 de Jun. 2013.


As principais modificações começam a acontecer do primeiro ao terceiro ano de vida,
ocorrendo desenvolvimento de massa muscular e perda de gordura corporal. A erupção dentária,
quando atrasada, está relacionada ao atraso no crescimento, portanto, aos 12 meses a criança
tem de seis a oito dentes e aos três anos de idade, passa a ter a dentição completa (22 dentes).
A criança apresenta crescimento constante a partir dos três anos de idade,
apresentando ganho de peso de 2 a 3 Kg e de 5 a 7 cm de comprimento ao ano (VITOLO, 2003).
Já a idade escolar apresenta maior ganho de peso, nesse período é importante observar se há
predisposição para obesidade, se não houver, a intervenção nutricional não é necessária 64
contanto que o consumo de alimentos energéticos não prejudique a ingestão de 80% dos
nutrientes necessários para um crescimento adequado.
10 ANTROPOMETRIA

Os dados antropométricos para cada faixa etária seguem abaixo:

» Antropometria do recém-nascido e lactente (0 a 1 ano)


 Peso ao nascer e peso atual;
 Comprimento; 65
 Perímetro cefálico e torácico;
 Dobras cutâneas tricipital e subescapular.

» Antropometria do pré-escolar ( > 1 a 7 anos)


 Peso;
 Estatura;
 Circunferência cefálica e torácica (até os 5 anos);
 CB (pode ser usada isoladamente quando não se pode obter peso e estatura),
CMB, PCT, PSE;
 IMC (a partir de 5 anos).

» Antropometria do escolar ( ≥ 7 a < 10 anos)


 Peso;
 Estatura;
 CB, CMB, DCT, DSE;
 IMC.

» Antropometria do adolescente (≥ 10 a < 20 anos)


 Peso;
 Estatura;
 CB, CMB, DCT, DSE;
 IMC.
11 AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DO RECÉM-NASCIDO E LACTENTE

11.1 RECÉM-NASCIDO

Os fatores maternos que mais influenciam o crescimento fetal são: paridade, nível
socioeconômico, raça, altura, fumo, estado nutricional e hormônios. Por esse motivo, podemos 66
avaliar a condição do estado nutricional do recém-nascido por meio da idade gestacional,
descrita abaixo:

TABELA 25 - ESTADO NUTRICIONAL DO RECÉM-NASCIDO


Idade gestacional Condição Nutricional
< 37 semanas pré-termo
38 a 42 semanas a termo
> 42 semanas pós-termo
FONTE: Vitolo, 2003.

Após a classificação do recém-nascido por idade gestacional, utiliza-se o peso


correspondente ao nascimento, conforme tabela abaixo:

TABELA 26 - CLASSIFICAÇÃO DO RECÉM-NASCIDO DE ACORDO


COM A IDADE GESTACIONAL
Percentil Classificação
Percentil < 10 Pequeno para a idade gestacional (PIG)
Entre 10 e 90 Adequado para a idade gestacional (AIG)
 Percentil 90 Grande para a idade gestacional (GIG)
FONTE: arquivo pessoal.

De acordo com o seu estado nutricional, o recém-nascido pré-termo é classificado em:


» Proporcionado ou crônico: nasce com baixo peso, mas é proporcional ao
comprimento. Essa classificação é resultado de deficiências nutricionais crônicas durante a
gestação.
» Desproporcionado ou agudo: nasce com baixo peso e apresenta comprimento
desproporcional. Nesse caso, problemas gestacionais agudos é que levam ao
desproporcionamento.

67
11.2 LACTENTE, PRÉ-ESCOLAR, ESCOLAR E ADOLESCENTE

As medidas mais utilizadas para a avaliação nutricional do lactente são: peso,


comprimento e perímetro cefálico.
Veremos a seguir a medida de aferição do peso e comprimento para crianças menores
de dois anos conforme cartilha sobre Antropometria publicada pelo Ministério da Saúde.

Pesando crianças menores de 2 anos:

- Descrever as partes do equipamento: cursores maior e menor, fiel, agulha do braço,


trava, calibrador e prato da balança.
- A balança deve estar apoiada sobre uma superfície plana, lisa e firme.
- O prato da balança deve ser forrado com uma proteção (papel descartável ou fralda)
antes da calibragem, para evitar erros na pesagem.

FIGURA 30

FONTE: http://goo.gl/o9FSI. Acesso em: 21 de Jun. 2013.


- Destravar a balança e verificar se está calibrada (a agulha do braço e o fiel devem
estar na mesma linha horizontal). Caso contrário, calibrá-la, girando lentamente o calibrador até
que a agulha do braço e o fiel estejam nivelados.

FIGURA 31

68

FONTE: http://goo.gl/TDuU8. Acesso em: 21 de Jun. 2013.

- Colocar a criança sentada ou deitada no centro do prato, de modo a distribuir o peso


igualmente. Logo após, destravar a balança, mantendo a criança parada o máximo possível
nessa posição.

FIGURA 32

FONTE: http://goo.gl/TDuU8. Acesso em: 21 de Jun. 2013.

- Mover os cursores da balança até que a agulha do braço e o fiel estejam nivelados.
- Travar a balança e realizar a leitura de frente para o equipamento, com os olhos no
mesmo nível da escala, a fim de visualizar melhor os valores apontados pelos cursores.
FIGURA 33

69

FONTE: http://goo.gl/5L2UM. Acvesso em: 21 de Jun.2013.

Medindo crianças menores de 2 anos:

- Descrever as partes do equipamento: parte fixa, parte móvel, escala numérica, ponto
para leitura da medida.

FIGURA 34

FONTE: http://goo.gl/wMy2L. Acesso em: 21 de Jun. 2013.

- Enfatizar que o antropômetro deve estar apoiado em uma superfície plana, firme e
lisa.
- Ressaltar que a fita métrica de costura não deve ser utilizada, pois tende a esgarçar e
desgastar com o tempo, alterando, assim, a medida. Recomendar o uso de fita métrica
inelástica, que apresenta uma maior durabilidade.
- Deitar a criança no centro do antropômetro, descalça e com a cabeça livre de
adereços.

FIGURA 35

70

FONTE: http://goo.gl/uk30y. Acesso em: 21 de Jun. 2013.

- Manter, com a ajuda da mãe/outra pessoa:


 A cabeça apoiada firmemente contra a parte fixa do equipamento, com o
pescoço reto e o queixo afastado do peito;
 Os ombros totalmente em contato com a superfície de apoio do antropômetro;
 Os braços estendidos ao longo do corpo (2° passo).

FIGURA 36

FONTE: http://goo.gl/uk30y. Acesso em: 21 de Jun. 2013.

 As nádegas e os calcanhares da criança em pleno contato com a superfície que


apoia o antropômetro (3° passo).
FIGURA 37

71

FONTE: http://goo.gl/bOcVf. Acesso em: 21 de Jun. 2013.

- Pressionar, cuidadosamente os joelhos da criança para baixo, com uma das mãos, de
modo que eles fiquem estendidos; juntar os pés, fazendo um ângulo reto com as pernas. Levar a
parte móvel do equipamento até a planta dos pés, com cuidado para que não se mexam.

FIGURA 38

FONTE: http://goo.gl/bOcVf. Acesso em: 21 de Jun. 2013.

- Fazer a leitura do comprimento quando estiver seguro de que a criança não se moveu
da posição indicada.
FIGURA 39

72

FONTE:Pessoal do autor.

11.2.1 Perímetro Cefálico (PC), Torácico (PT) e Braquial

A medida de perímetro cefálico e torácico é realizada até os cinco anos de idade, pois
reflete o crescimento cerebral. Para a aferição dessa medida, utiliza-se uma fita métrica flexível e
inelástica. Deve-se medir posicionando a fita métrica, na parte anterior, as bordas
supraorbitárias, e, na parte posterior, a proeminência occipital em seu ponto mais saliente.

FIGURA 40 - MEDIDA PERÍMETRO CEFÁLICO

FONTE: Disponível em: <www.bebesymas.com>. Acesso em: 28 set. 2009.


O Perímetro Torácico deve ser medido com a criança deitada e a fita métrica deve
permanecer ao nível dos mamilos.
A relação PT/PC quando igual a 1 ( = 1) é indicativo de eutrofia e quando menor que 1
(< 1) é indicativo de desnutrição energético-proteica.
O Perímetro Braquial é uma medida complementar, utilizada em crianças com idade
entre um e cinco anos quando não podem ser obtidas as medidas de peso e altura. Entretanto, a
sua utilização isolada limita a obtenção do diagnóstico nutricional.

73

11.2.2 Dobras Cutâneas

As medidas de dobras cutâneas avaliam a quantidade de tecido adiposo subcutâneo.


Para crianças de até um ano de idade utiliza-se a dobra cutânea tricipital e subescapular. As
técnicas de aferição das medidas são as mesmas descritas para indivíduos adultos, no entanto,
os valores para classificação são diferentes.

TABELA 27 - INTERPRETAÇÃO DO RESULTADO DE DOBRAS CUTÂNEAS TRICIPITAL E


SUBESCAPULAR
Dobras Cutâneas Classificação

Tricipital (DCT) < P 5 – redução significativa dos depósitos de gordura


< P10 – redução provável
P 10 – 90 – eutrofia
> P90 – provável obesidade
> P 95 – obesidade acentuada
( principalmente se P/A > 95)
Subescapular (DSE) < P 5 – redução significativa
< P 95 – obesidade acentuada
(principalmente se P/A > 95)
FONTE: Pessoal do autor.
Os valores destas dobras também podem ser aplicados nas fórmulas para obtenção da
porcentagem da gordura ou da massa magra (% de gordura ou % de massa magra). Utilizando a
mesma fórmula para adultos, mas somente com a somatória das duas dobras cutâneas.

11.2.3 Indicadores de Crescimento

74
Os indicadores para avaliação do crescimento de crianças são:
» Peso por idade (P/I);
» Peso por altura (P/A) ou peso por estatura (P/E);
» Altura por idade (A/I).

Peso por idade (P/I)

Reflete o peso em relação à idade cronológica. É muito utilizado para diagnosticar a


desnutrição em crianças. Entretanto, sua utilização não reflete a real condição nutricional da
criança que apresenta déficit de estatura. Utilizar peso adequado para idade por meio do
percentil 50 da tabela do NCHS.

P/I = estatura observada X 100

estatura esperada

para idade no percentil 50

É classificada baseando-se nos padrões de Gomez (1956):


TABELA 28 - CLASSIFICAÇÃO P/I
Classificação de Gomez
≥ 90% Eutrofia
75 – 90% Desnutrição leve
60 – 75% Desnutrição moderada
< 60% Desnutrição grave
FONTE: Pessoal do autor.

75

Quando se desconhece a idade, utiliza-se a fórmula:

peso observado X 100

peso esperado

para altura

Após o resultado, verificar a tabela de estatura, encontrar a atual e o peso


correspondente. Utilizar a fórmula de P/I e classificar conforme a tabela de Gomez.

Peso por altura (P/A) ou (P/E)

Reflete a harmonia do crescimento e não requer informação sobre a idade. É


considerado um ótimo indicador do estado nutricional e o mais utilizado para avaliar a
recuperação nutricional em crianças. Sua classificação é baseada no padrão de Jelliffe. Utilizado
em idade de 0 a 20 anos.

P/E = peso observado X 100

peso esperado (para

estatura observada)

no percentil 50
Você deverá procurar a coluna da estatura ignorando a idade. Depois, verificar qual o
peso adequado para a estatura, sendo esse o valor do peso esperado. A classificação é
realizada conforme tabela abaixo:

TABELA 29 - CLASSIFICAÇÃO PARA P/E DE JELLIFFE


Classificação de Jelliffe
< 90% Desnutrição ou baixo peso
90 – 110% Eutrofia 76
110 – 120% Sobrepeso
≥ 120% Obesidade
(Até 130 %: obesidade leve; 130 – 140%: moderada; > 140% : mórbida)
FONTE: Pessoal do autor.

Altura por idade (A/I) e Peso por altura (P/A)

Reflete o crescimento linear alcançado para uma idade específica e valores abaixo do
esperado indicam déficits de longa duração, como consequência de agravos à saúde e de
natureza nutricional.
Com esses dados, Waterlow (1973) elaborou uma classificação do estado nutricional:

TABELA 30 - CLASSIFICAÇÃO DE WATERLOW


Critério de Classificação de Waterlow
Estatura/idade
Peso/estatura ≥ 95% < 95%
≥ 90% eutrófico desnutrido pregresso
< 90% desnutrido atual ou agudo desnutrido crônico ou
evolutivo
FONTE: Pessoal do autor.

- Desnutrido Atual ou agudo: apresenta comprometimento do peso, porém estatura


normal, esse dado indica a presença de deficiência nutricional recente, uma vez que não houve
alteração na estatura da criança.
- Desnutrido Pregresso: apresenta comprometimento da estatura, mas possui
atualmente o peso adequado para a estatura, esse dado indica que a criança foi desnutrida, mas
recuperou sua estatura. Em saúde pública essa classificação reflete a presença de desnutrição
intrauterina ou presença de desnutrição crônica.

- Desnutrido Crônico ou Evolutivo: apresenta baixo peso e estatura. Esses dados


indicam que a criança apresenta características da desnutrição pregressa e crônica.

77
Estatura por idade (E/I)

Reflete a estatura adequada para a idade. Para a avaliação da estatura em relação à


idade utiliza-se a fórmula:

E/I = estatura observada X 100

estatura esperada

para a idade no percentil 50

Crianças que apresentam o indicador E/I entre 2 e 3 DP ou entre os percentis 3 e 10


são consideradas de risco para atraso no crescimento. Sua classificação é realizada conforme
mostra tabela.

TABELA 31 - CLASSIFICAÇÃO PARA ESTATURA


Classificação para estatura
Adequada Baixa estatura
E/I (%) ≥ 95% < 95%
Escore-Z ≥ 2DP < 3 DP
Percentis ≥ 10 <3
FONTE: Pessoal do autor.
O Escore-Z avalia quanto o indivíduo se aproxima ou se afasta da mediana em desvio
padrão (DP). É um método muito utilizado para estudo de grupo populacional. No entanto, há
uma limitação quanto à sua utilização, pois são necessários os valores individuais de desvio
padrão de cada medida analisada de acordo com a faixa etária.
Pode-se realizar o cálculo do peso ideal de crianças e adolescentes, conforme mostra
tabela abaixo:

TABELA 32 - PESO IDEAL SEGUNDO WEECH 78


Cálculo do Peso Ideal (Weech)
Idade Fórmula
3 - 12 meses PI = idade (meses) + 9
2
1 – 6 anos PI = (idade x 2) + 10
6 – 12 anos PI = (idade x 7) - 5
2
Adolescentes PI = { A (cm) + idade } x 0,9
10
FONTE: Pessoal do autor.

11.2.4 Curvas de Crescimento

As curvas de crescimento são elaboradas a partir de estudos com indivíduos


considerados normais, em condições ambientais favoráveis ao crescimento e desenvolvimento.
Representam padrões de crescimento de crianças normais, sendo o instrumento mais utilizado
pelos profissionais de saúde para avaliar as condições de saúde da população infantil. Como
referências podem ser utilizadas, as curvas da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do
National Center for Health Statistics (NCHS).
As curvas do NCHS (2000) foram construídas com base em amostras representativas
da população americana. Todas as curvas do NCHS estão disponíveis na internet
(http://cdc.gov/GrowthCharts/) e são atualmente utilizadas por muitos profissionais da área da
saúde, inclusive em serviços de referência no atendimento a crianças e adolescentes obesos. No
entanto, as curvas não expressavam corretamente o crescimento de crianças amamentadas em
aleitamento materno exclusivo, uma vez que os lactentes que fizeram parte da amostra
combinavam alimentação com fórmulas e leite materno.
Ao contrário da referência NCHS/OMS, as novas curvas da OMS (2006) foram
construídas com base em um estudo populacional realizado com crianças de até cinco anos de
idade em cinco países: Brasil, Gana, Índia, Omã e Estados Unidos. Essa pesquisa foi
denominada Estudo multicêntrico de referência do crescimento (MGRS). As crianças que
participaram desse estudo recebiam aleitamento materno exclusivo e viviam em condições
ambientais favoráveis. Dessa forma, a OMS considera as novas curvas de crescimento mais 79
adequadas para utilização e implementação. Publicadas em 2006, as curvas podem ser
acessadas na internet (www.who.int/childgrowth/en).
As curvas de crescimento da OMS são mais adequadas para avaliação de crianças, já
que demonstram o crescimento quando condições necessárias estão presentes. Em estudo
realizado por Silveira et al. (2009), observou-se diferenças importantes durante a avaliação de
crianças nas duas curvas. São vários os estudos que afirmam que fatores ambientais são
importantes para um crescimento e desenvolvimento saudável e partindo desse princípio, as
novas curvas da OMS (2006) devem ser divulgadas e utilizadas por profissionais de saúde.

Estudo comparativo entre as Curvas de Crescimento do NCHS e OMS foi


realizado por Silveira, J.F., Lamounier, J.A., intitulado “Avaliação nutricional de
crianças do Vale do Alto Jequitinhonha com a utilização das novas curvas
de crescimento do NCHS e da OMS”. Acesse o artigo na íntegra no link
http://www.scielo.br/pdf/rpp/v27n2/03.pdf
11.2.5 Índice de Massa Corporal – IMC

A utilização do IMC como indicador de estado nutricional de crianças e adolescentes


está disponível em percentil a partir dos dois anos de idade pelo NCHS e tabelas em percentis
do nascimento aos cinco anos e dos cinco aos 19 anos disponível pela OMS.
A classificação do IMC de acordo com os percentis é:

80
TABELA 33 - CLASSIFICAÇÃO DO IMC DE ACORDO COM PERCENTIS

< P5 Baixo peso


P5 – P15* Risco para baixo peso
P15 – P85 Eutrofia
P85 – P95 Sobrepeso
≥ P95 Obesidade
*A OMS não considera a faixa de risco entre os percentis 5 e 15.
FONTE: Pessoal do autor.

11.2.6 Puberdade – Maturação Sexual

A adolescência é a transição entre a infância e a vida adulta, por isso é marcada por
intensas modificações físicas, comportamentais e sociais. De acordo com a Organização
Mundial da Saúde, compreende as idades entre 10 e 19 anos.
Caracteriza-se a puberdade por mudanças biológicas desencadeadas por estímulos
hormonais. A partir da atividade dos hormônios sexuais, as transformações físicas ocorridas são
diferentes entre meninos e meninas, que podem ser observadas diante do estirão do
crescimento.
São estabelecidos critérios de maturação sexual durante esse processo de estirão,
denominados Estágios de Tanner.
Os estágios de Tanner são numerados de 1 a 5 e consideram as mamas (M), pelos
pubianos (P) e a genitália masculina (G). A tabela apresenta as características puberais de
acordo com o sexo e os estágios de Tanner.

TABELA 34 - CARACTERÍSTICAS DO ADOLESCENTE CONFORME


SEXO E ESTÁGIOS DE TANNER

81

O estágio 1 corresponde sempre à fase infantil, impúbere, e o estágio 5 à fase pós-


puberal, adulta. Portanto, são os estágios 2, 3 e 4 que caracterizam o período puberal
(CHIPKEVITCH, 2001).
Abaixo segue imagem dos critérios de Tanner do desenvolvimento das mamas e pelos
pubianos em meninas e para desenvolvimento da genitália e pelos pubianos para meninos.
FIGURA 41 - CRITÉRIOS DE TANNER PARA MENINAS

82

FONTE: “Orientação para o atendimento à saúde do Adolescente”.


FIGURA 42 - CRITÉRIOS DE TANNER PARA MENINOS

83

FONTE: “Orientação para o atendimento à saúde do Adolescente”.

O material completo “Orientação para o atendimento à saúde do Adolescente” você


pode conferir em:
http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/prancha_masculino_14102009.pdf
12 AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DA GESTANTE

A gestação é uma das etapas em que a mulher apresenta maior vulnerabilidade


nutricional. Dessa forma, muitos estudos demonstram a importância da nutrição materna durante
a evolução da gestação. Para isso, identificar o estado nutricional antes e durante a gravidez é
de fundamental importância tanto para a mãe quanto para o bebê, garantindo assim o bem-estar
e saúde de ambos. 84
Para a realização da anamnese nutricional da gestante avalia-se: medidas
antropométricas, alimentar, clínica e bioquímica. A análise conjunta desses parâmetros dará o
diagnóstico nutricional da gestante.
A investigação dietética e clínica auxiliam na obtenção de informações sobre fumo,
consumo de bebidas alcoólicas, peso pré-gestacional, número de gestações, paridade, bebê
com baixo peso, amamentações anteriores e anamnese dietética detalhada (aversão,
intolerância, número de refeições e frequência alimentar). Por meio desses dados, podemos
identificar erros alimentares que possam prejudicar a saúde da mãe e do bebê.
A avaliação nutricional identificará ganhos de peso abaixo ou acima do recomendado,
proporcionando condutas adequadas para manter e/ou recuperar o estado nutricional materno.
Os dados antropométricos para avaliação nutricional da gestante são:

» Antropometria da Gestante

 Peso pré-gestacional;
 Peso atual;
 Altura;
 IMC pré-gestacional;
 Circunferência do braço;
 Adequação percentual de peso por estatura;
 Circunferência muscular do braço;
 Dobra cutânea tricipital.
12.1 AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL PRÉ-GESTACIONAL E GESTACIONAL

Têm como objetivo conhecer o estado nutricional da gestante antes da gravidez e


programar o ganho de peso durante a evolução da gestação. O peso pré-gestacional influenciará
diretamente no tamanho do bebê ao nascimento. Para avaliar o estado nutricional, deve-se
utilizar o peso anterior à gestação. Caso o peso seja desconhecido, utilizar o peso do primeiro
trimestre da gestação. O indicador mais utilizado para determinar o estado nutricional da 85
gestante é o IMC.

IMC = peso pré-gestacional (kg)

altura2

Os valores para a classificação do estado nutricional pelo IMC para gestantes são
diferentes do habitualmente utilizado para indivíduos adultos:

TABELA 35 - CLASSIFICAÇÃO IMC PRÉ-GESTACIONAL


Classificação IMC pré-gestacional
Classificação IMC (kg/m2)
Baixo peso < 19,8
Eutrofia 19,8 a 26
Sobrepeso 26,1 a 29
Obesidade >29
FONTE: http://goo.gl/1zfel. Acesso em :21 de Jun.2013.

O estado nutricional da gestante também pode ser determinado pela adequação do


peso para a estatura.
P/E = peso pré-gestacional (kg)

peso esperado para a altura

O peso esperado para altura é obtido por meio de tabelas de referências de grupos
populacionais de adultos. A tabela utilizada nesse material é a Metropolitan Life (1959).
86
Entretanto, é necessário encontrar a compleição corporal da mulher, realizada da seguinte
forma:

Compleição = altura (cm)

circunferência

O valor encontrado é classificado de acordo com as categorias: compleição corporal


grande, média e pequena, conforme mostra tabela abaixo:

TABELA 36 - CATEGORIAS DE COMPLEIÇÃO CORPORAL PARA MULHERES


Compleição Corporal para Mulheres
Compleição Corporal Grande Média Pequena
< 10,1 10,1 a 11 >11
FONTE: Pessoal do autor.

A partir desses dados, encontra-se o peso esperado para mulheres de acordo com a
altura e a compleição:
TABELA 37 - PESO ESPERADO PARA ALTURA

87

Este cálculo pode ser obtido pelo Nomograma de Rosso, em que se faz uma relação
entre o peso atual com a altura para encontrar a relação porcentagem P/A por meio de uma linha
diagonal.
O Ministério da Saúde sugeriu esse método durante muitos anos, porém, em 2000,
propôs a utilização da curva percentilar de ganho de peso que atualmente faz parte do cartão da
gestante e está em validação.
As críticas realizadas em decorrência do uso desse método devem-se ao fato de que
não permite avaliar o ganho de peso, apenas classifica a adequação de peso da gestante, mas,
é importante ressaltar que a sua utilização é válida para avaliar a populações em que a
prevalência de desnutrição é alta.

88
FIGURA 43 - NOMOGRAMA DE ROSSO

FONTE:Pessoal do autor.
12.2 CURVA DE ROSSO

Deve-se medir a altura da gestante na primeira consulta e aferir o peso a cada


consulta, marcando na curva o valor encontrado conforme a idade gestacional, monitorando,
assim, o ganho de peso da paciente. O ponto de encontro das linhas determinará o estado
nutricional atual da gestante, sendo classificado em:

89
Faixa A: baixo peso;
Faixa B: eutrofia;
Faixa C: sobrepeso;
Faixa D: obesidade.

A Curva de Rosso é recomendada pelo Ministério da Saúde e faz parte do cartão da


gestante.

FIGURA 44 - CURVA DE ROSSO

FONTE: http://goo.gl/UnXUt. Acesso em: 21 de Jun.2013.


12.3 CURVA PERCENTILAR

Para que sua utilização seja adequada, a gestante deverá iniciar o período gestacional
eutrófica, limitando o uso da curva percentilar. Esse gráfico permite monitorar o pouco ou
excessivo ganho de peso, no entanto, gestantes que inicialmente estão nos extremos do estado
nutricional podem ser avaliadas erroneamente, uma vez que o gráfico considera o ganho de
peso até o momento e não o estado nutricional prévio. 90

FIGURA 45 - CURVA PERCENTILAR DE GANHO DE PESO


CONFORME A IDADE GESTACIONAL

FONTE: Pessoal do autor.


12.4 NOMOGRAMA E CURVA ÍNDICE DE MASSA CORPORAL

O Chile em parceria com o Ministério da Saúde do país desenvolveu uma nova tabela
para avaliar o estado nutricional de gestantes com base no IMC específico para esse grupo, na
tentativa de minimizar e corrigir as falhas apresentadas por outros métodos de avaliação.
Entretanto, é um método não recomendado por órgãos oficiais brasileiros, mas muito aceito e
utilizado por profissionais de saúde. 91
Para facilitar a determinação do IMC é utilizado um nomograma específico em que
correlacionam-se a altura (com o auxílio de uma régua) e o peso da gestante para obtenção do
IMC por meio da coluna central representada abaixo.

FIGURA 46 - NOMOGRAMA PARA OBTENÇÃO DO ÍNDICE DE


MASSA CORPORAL – IMC

A Curva do IMC é composta por quatro categorias. O valor encontrado no nomograma


deve ser localizado nesse gráfico considerando a idade gestacional. O diagnóstico nutricional
será realizado após o encontro entre as linhas correspondentes de IMC e idade gestacional.
FIGURA 47 - CURVA DE IMC DE ACORDO COM A IDADE GESTACIONAL

92

O peso pré-gestacional e o ganho de peso materno durante a gravidez são aspectos


importantes que influenciam os resultados da gestação. Estudos afirmam os efeitos positivos do
ganho de peso adequado durante a gestação, no entanto baixo peso e excesso de peso durante
a gravidez devem ser monitorados.
No primeiro trimestre, a perda de peso de até 3 Kg ou o ganho ponderal de até 2 Kg
não compromete a saúde mãe/bebê. No entanto, caso a gestante apresente perda e/ou excesso
de peso, deve-se ter atenção especial, pois essas gestantes apresentam risco de intercorrências
durante a evolução da gestação.
No 2º e 3º trimestre, recomenda-se que gestantes abaixo do peso ganhem em torno de
15 Kg, eutróficas ganhem entre 10 e 12 Kg e mulheres com sobrepeso e obesas ganhem entre 6
e 7 Kg durante toda a gestação.
Recomenda-se o ganho de 12 a 18 kg para gestantes adolescentes, pois geralmente
apresentam um baixo ganho de peso. Para adolescentes com obesidade pré-gestacional
recomenda-se ganho de peso de até 9,1 kg.
Abaixo segue tabela de ganho de peso da gestante pelo IMC:

TABELA 38 - AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA DA GESTANTE PELO IMC

93

Para estudar um pouco mais sobre gestantes adolescentes, leia o artigo


“Risco Nutricional entre Gestantes Adolescentes” acessando o link a seguir
http://www.scielo.br/pdf/ape/v22n2/a09v22n2.pdf

Para obter informações adicionais, selecionamos um artigo sobre cuidados


para gestantes gemelares. Acesse o artigo “Avaliação e recomendações
nutricionais específicas para a gestante e puérpera gemelar” pelo link
http://apps.einstein.br/revista/arquivos/PDF/486-Einstein%20v6n2%20p212-
20.pdf
13 AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DE IDOSOS

O envelhecimento é considerado um processo natural em que ocorrem inúmeras


alterações do organismo, que podem influenciar direta ou indiretamente no estado nutricional do
idoso.
É de fundamental importância conhecer as mudanças corpóreas normais que ocorrem
durante o processo de envelhecimento. 94
As alterações biológicas próprias deste processo incluem a progressiva diminuição da
massa corporal magra e de líquidos corpóreos e o aumento da quantidade de tecido gorduroso.
Durante 50 anos, numa faixa etária de 20 a 70 anos, ocorre uma perda de 11 Kg de massa
muscular em homens e 4 Kg em mulheres. Observam-se alterações gástricas, intestinais
metabólicas e redução de atividade física. Dessa forma, a busca de condutas e diagnósticos
nutricionais deve ser realizada para melhorar a qualidade de vida desse grupo.
As medidas antropométricas recomendadas na avaliação nutricional do idoso são:

» Antropometria do Idoso
 Peso (caso haja impossibilidade de medir o peso, utilizar a estimativa de peso);
 Altura (caso haja impossibilidade de aferir a altura, utilizar altura do joelho ou
envergadura do braço);
 IMC;
 Circunferência do Braço;
 Dobras cutâneas tricipital e subescapular;
 Circunferência da Cintura;
 Circunferência do Quadril;
 Circunferência da Panturrilha;
 Circunferência Muscular do Braço;
 Área Muscular do Braço;
 Bioimpedância elétrica.

Estas medidas de forma isolada ou em associação buscam a determinação da


composição corporal com relação ao tecido adiposo e muscular.
A seguir veremos algumas considerações quanto à antropometria do idoso.
Peso Corporal

O peso apresenta um declínio com a idade, variando conforme o sexo. Dados da OMS
mostram que o ganho de peso de homens tende a atingir o efeito platô aos 65 anos e em
mulheres esse efeito ocorre aos 75 anos. Logo após, o peso tende a diminuir em ambos os
sexos. Caso o paciente esteja impossibilitado de medir o peso, utiliza-se a estimativa de peso
proposta por Chumlea et al. (1985). Quando não há possibilidade de mensurar ou estimar o peso 95
corporal, o valor do peso habitual pode ser utilizado.

Altura

A altura tende a diminuir com o avanço da idade em função do achatamento dos discos
intervertebrais. Estima-se um declínio de 0,5 a 2 cm/década, embora ainda não haja um
consenso a respeito desses valores. A impossibilidade de aferição da altura faz com que sejam
utilizados métodos alternativos como a altura do joelho e extensão dos braços.

Dobras Cutâneas Tricipital e Subescapular

As dobras cutâneas tricipital e subescapular fornecem uma estimativa do tecido


adiposo corporal e podem ser utilizadas para a avaliação da composição corporal.
Em casos de incapacidade de permanecer em pé para a aferição das medidas, o
examinador poderá realizá-las com o indivíduo deitado em decúbito lateral.

Circunferência da Cintura e Circunferência do Quadril

A circunferência da cintura não é utilizada como parâmetro para avaliação do estado


nutricional, e sim como indicador de risco para doenças crônicas não transmissíveis, como o
diabetes e doenças cardiovasculares. A circunferência da cintura associada à circunferência do
quadril é utilizada para o cálculo da relação cintura/quadril, que identifica a distribuição de
gordura corporal e, assim como a circunferência da cintura, é utilizada como indicador de risco
para doenças crônicas não transmissíveis.

Circunferência da Panturrilha
A circunferência da panturrilha é a medida mais sensível de massa muscular no idoso,
pois indica alterações na massa magra que ocorrem com a idade e com a diminuição de
atividade física. Essa medida pode ser realizada com o indivíduo deitado em posição supina ou
sentado.
Técnica no indivíduo sentado: o indivíduo deve sentar e com a perna esquerda formar
um ângulo de 90º com o joelho. O examinador agachado do lado esquerdo do paciente mensura
a maior porção da região da panturrilha sem comprimi-la. A aferição em posição supina é 96
realizada com o indivíduo deitado com a perna esquerda formando um ângulo de 90º com o
joelho.

Índice de Massa Corporal – IMC

O IMC não distingue os compartimentos de massa magra, tecido muscular e tecido


adiposo. Situações de edema e ascite podem conduzir a erros no diagnóstico. Dessa forma,
deve-se ter cautela quanto à utilização desse método.
O estado nutricional dos idosos é classificado conforme tabela abaixo:

TABELA 39 - ESTADO NUTRICIONAL SEGUNDO IMC


Estado Nutricional de Idosos segundo IMC
Classificação IMC (kg/m2)
< 22 Magreza
22 a 27 Eutrofia
>27 Excesso de peso
FONTE: Cuppari, 2005.

Os idosos constituem um grupo vulnerável em razão das alterações que ocorrem com
o processo de envelhecimento, por isso a avaliação nutricional é importante para identificar
distúrbios e realizar a intervenção nutricional adequada.
A miniavaliação vem sendo utilizada como método de avaliação nutricional para
detectar precocemente a desnutrição em idosos. Quer saber mais? Leia o artigo
“Miniavaliação nutricional como indicador de diagnóstico em idosos de
asilos”, clicando no link a seguir:

http://www.sbnpe.com.br/revista/V21-N3-38.pdf

97
TABELA 40

98

Padrão de referência para dobra cutânea tricipital (DCT) e circunferência muscular do braço (CMB) para idosos de
acordo com NHANES III, 1991.
TABELA 41

99

FONTE: Pessoal do autor.


14 PARÂMETROS BIOQUÍMICOS

As medidas bioquímicas permitem auxiliar na avaliação do estado nutricional,


evidenciando alterações bioquímicas precocemente. O uso de parâmetros laboratoriais tem
como objetivo informar a quantidade e a qualidade de determinados nutrientes e funções que
poderiam estar prejudicados por deficiência ou excesso no organismo. A utilização de algumas
drogas, estado fisiológico, condições ambientais, inflamação ou lesão podem limitar o uso 100
desses indicadores. Dessa forma, eles não devem ser utilizados isoladamente para estabelecer
o diagnóstico nutricional.
TABELA 42

101

FONTE: Pessoal do autor.


TABELA 43

102

FONTE: Pessoal do autor.


TABELA 44

103
TABELA 45

104

TABELA 46

FONTE: Pessoal do autor.


TABELA 47

105

FONTE: Pessoal do autor.


TABELA 48

106

FONTE: Pessoal do autor.


TABELA 49

107

FONTE: Pessoal do autor.


TABELA 50

108
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ACUNA, K.; CRUZ, T. Avaliação do Estado Nutricional de Adultos e Idosos e Situação


Nutricional da População Brasileira. Arq Bras Endocrinol Metab, v. 48, n. 3, junho 2004.

ANDRIOLO, A. Guia de medicina ambulatorial e hospitalar de medicina laboratorial. São


Paulo: Manole, 2005.
109

BARBOSA-SILVA, M.C.G.; BARROS, A.J.D. Avaliação Nutricional Subjetiva: Parte 2 - Revisão


de suas adaptações e utilizações nas diversas especialidades clínicas. Arq Gastroenterol, v.
39, n. 4, out./dez. 2002.

BARROS, D.C.; SAUNDERS, C.; LEAL, M.C. Avaliação nutricional antropométrica de gestantes
brasileiras: uma revisão sistemática. Rev. Bras. Saúde Matern. Infant., v. 8, n. 4, p. 363-376,
out/dez 2008.

BRASIL. Ministério da Saúde. Antropometria: como pesar e medir. Brasília, DF, 2004.

BRASIL. Ministério da Saúde. Manual Clínico de Alimentação e Nutrição na Assistência a


Adultos Infectados pelo HIV. Série Manuais nº 71. Brasília, DF, 2006.

BRASIL. Ministério da Saúde. Orientações para o atendimento à saúde da adolescente.


Brasília, DF, 2007.

BRASIL. Ministério da Saúde. Orientações para o atendimento à saúde do adolescente.


Brasília, DF, 2007.

BROCK, S.R.; FALCÃO, M.C. Avaliação nutricional do recém-nascido: limitações dos métodos
atuais e novas perspectivas. Rev Paul Pediatr, v. 26, n. 1, p. 70-76, 2008.

CARVALHO, A.B.R.; NETO, C.S.P. Composição Corporal através dos Métodos da Pesagem
Hidrostática e Impedância Bioelétrica em Universitários. Revista Brasileira de
Cineantropometria & Desempenho Humano, ISSN 1415-8426.

CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION AND NATIONAL CENTER FOR
HEALTH STATISTICS. 2000 CDC growth charts. United States [online]: Hyaltsville, 2002.
CHIPKEVITCH, E. Avaliação clínica da maturação sexual na adolescência. J. Pediatr, Rio de
Janero, 77, 2001.

CUPPARI, L. Guia de nutrição: nutrição clínica no adulto. 2. ed. São Paulo: Manole, 2005.

FERREIRA, M.G.; VALENTE, J.G.; GONÇALVES-SILVA, R.M.V.; SICHIERI, R. Acurácia da


circunferência da cintura e da relação cintura/quadril como preditores de dislipidemias em estudo
transversal de doadores de sangue de Cuiabá, Mato Grosso, Brasil. Cad. Saúde Pública, Rio de
Janeiro, v. 22, n. 2, p. 307-314, fev. 2006.
110

DUARTE, A.C.G., Avaliação Nutricional aspectos clínicos e laboratoriais. São Paulo:


Atheneu, 2007.

FONTOURA, C.S.M.; CRUZ, D.O.; LONDERO, L.G.; VIEIRA, R.M. Avaliação Nutricional de
Paciente Crítico. Revista Brasileira de Terapia Intensiva, v. 18, n. 3, jul./set. 2006.

ISOSAKI, M.; CARDOSO, E. Manual de dietoterapia e avaliação nutricional do serviço de


nutrição e dietética do Instituto do coração - HCFMUSP. São Paulo: Atheneu, 2004.

KAMIMURA, M.A.; DRAIBE; S.A.; SIGULEM, D.M.; CUPPARI, L. Métodos de avaliação da


composição corporal em pacientes submetidos à hemodiálise. Rev. Nutr., v. 17, n.1, p. 97-105,
jan./mar. 2004.

MAHAN, K.; ESCOTT-STUMP, S. Krause alimentos, nutrição e dietoterapia. 10. ed. São
Paulo: Roca, 2002.

MAICÁ, I.A.O.; SCHWEIGERT, D. Avaliação nutricional em pacientes graves. Rev. Bras. Ter.
Intensiva, v. 20, n. 3, p. 286-295, 2008.

MELLO, E.D. O que significa a avaliação do estado nutricional. Jornal de Pediatria, v. 78, n. 5,
2002.

MORAIS, A.A.C., TAVARES, G.M., PEZZIN, A.C.; MOANA, A.A.; GALVÃO, H.P.; FAINTUCH, J.
Avaliação da composição corporal em gestantes de termo. Rev. Ass. Med. Brasil., v. 43, n. 2, p.
109-13, 1997.

SAMPAIO, L.R. Avaliação nutricional e envelhecimento. Rev. Nutr., v. 17, n. 4, p. 507-514, out./
dez. 2004.
SILVA, H.G.V.; CHIARA, V.L.; BARROS, M.E.; RÊGO, A.L.; FERREIRA, A.; PITASI, B.A.;
MATTOS, T. Diagnosing the nutritional status of schoolchildren: a comparison between Brazilian
and international criteria. J Pediatr, v. 84, n. 6, p. 550-555, 2008.

SILVA, S.M.C.S.; MURA, J.D.P. Tratado de alimentação, nutrição e dietoterapia. São Paulo:
Roca, 2007.

SILVEIRA, F.J.F.; LAMOUNIER, J.A. Avaliação nutricional de crianças do Vale do Alto


Jequitinhonha com a utilização das novas curvas de crescimento do NCHS e da OMS. Rev.
Paul. Pediatr., v. 27, n. 2, p. 133-138, 2009. 111

SOARES, N.T. Um novo referencial antropométrico de crescimento: significados e implicações.


Revista de Nutrição, v.16, n. 1, p. 93-104, jan./mar., 2003.

VANNUCCHI, H.; UNAMUNO, M.R.D.L.; MARCHINI, J.S. Avaliação do estado nutricional.


Medicina, Ribeirão Preto, 29, p. 5-18, jan./mar. 1996.

VITOLO, M.R. Nutrição: da gestação à adolescência. Rio de Janeiro: Reichmann & Affonso
Editores, 2003.

WERUTSKY, N.M.A.; FRANGELLA, V.S.; PRACANICA, D.; SEVERINE, A.N.; TONATO, C.


Avaliação e recomendações nutricionais específicas para a gestante e puérpera gemelar.
Einstein, v. 6, n. 2, p. 212-220, 2008.

WHO MULTICENTRE GROWTH REFERENCE STUDY GROUP. WHO Child Growth


Standards: Length/height-for-age, weight-for-age, weight-for-length, weight-for-height and
body mass index-for-age: Methods and development. Geneva: World Health Organization,
2006.

WORLD HEALTH ORGANIZATION – WHO/OMS. Disponível em: <http://www.who.int/en/>.


Acesso em: 15 set. 2009.
112

ANEXOS
ANEXO I

 MÉTODOS NÃO CONVENCIONAIS DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL

113
 PERCENTIS DA CIRCUNFERÊNCIA DO BRAÇO - CB

114
 PERCENTIS DA CIRCUNFERÊNCIA MUSCULAR DO BRAÇO – CMB

115
 PERCENTIS DA ÁREA MUSCULAR DO BRAÇO CORRIGIDA – AMBc

116
 PERCENTIS DA ÁREA DE GORDURA DO BRAÇO

117
 PERCENTIS PARA DOBRA CUTÂNEA TRICIPITAL

118
 PORCENTAGEM ESTIMADA DA GORDURA CORPÓREA OBTIDA PELA SOMA DAS
QUATRO DOBRAS CUTÂNEAS (BICIPITAL, TRICIPITAL, SUBESCAPULAR E
SUPRAILÍACA)

119
ANEXO II

CURVAS DE CRESCIMENTO E TABELAS COM PERCENTIS NCHS E OMS

 CURVAS DE CRESCIMENTO NCHS COM OS PERCENTIS (3, 5, 10, 25, 50, 75, 90, 95
E 97)
120
Percentil peso por idade – Meninos do nascimento aos 36 meses
http://www.cdc.gov/growthcharts/data/set1/chart01.pdf

Percentil peso por idade – Meninas do nascimento aos 36 meses


http://www.cdc.gov/growthcharts/data/set1/chart02.pdf

Comprimento por idade – Meninos do nascimento aos 36 meses


http://www.cdc.gov/growthcharts/data/set1/chart05.pdf

Comprimento por idade – Meninas do nascimento aos 36 meses


http://www.cdc.gov/growthcharts/data/set1/chart06.pdf

Peso por comprimento – Meninos do nascimento aos 36 meses


http://www.cdc.gov/growthcharts/data/set1/chart11.pdf

Peso por comprimento – Meninas do nascimento aos 36 meses


http://www.cdc.gov/growthcharts/data/set1/chart12.pdf

Circunferência cefálica por idade – Meninos do nascimento aos 36 meses


http://www.cdc.gov/growthcharts/data/set1/chart09.pdf

Circunferência cefálica por idade – Meninas do nascimento aos 36 meses


http://www.cdc.gov/growthcharts/data/set1/chart10.pdf
Peso por idade – Meninos de 2 a 20 anos
http://www.cdc.gov/growthcharts/data/set1/chart03.pdf

Peso por idade – Meninas de 2 a 20 anos


http://www.cdc.gov/growthcharts/data/set1/chart04.pdf

Estatura por idade – Meninos de 2 a 20 anos


http://www.cdc.gov/growthcharts/data/set1/chart07.pdf 121

Estatura por idade – Meninas 2 a 20 anos


http://www.cdc.gov/growthcharts/data/set1/chart08.pdf

Peso por estatura – Meninos


http://www.cdc.gov/growthcharts/data/set1/chart13.pdf

Peso por estatura – Meninas


http://www.cdc.gov/growthcharts/data/set1/chart14.pdf

Índice de Massa Corporal por idade – Meninos de 2 a 20 anos


http://www.cdc.gov/growthcharts/data/set1/chart15.pdf

Índice de Massa Corporal por idade – Meninos de 2 a 20 anos


http://www.cdc.gov/growthcharts/data/set1/chart16.pdf

Para visualizar demais gráficos com percentis de 5 a 95 e de 3 a 97, acesse a


página do Centers for Disease Control and Prevention, National Center for
Health Statistics. CDC growth charts: United States.
http://www.cdc.gov/growthcharts/.
 TABELAS DO NCHS COM TODOS OS PERCENTIS (3, 5, 10, 25, 50, 75, 90, 95 E 97)

Observação: A tabela está disposta em Microsoft Office Excel. Para diferenciar o sexo
masculino do feminino, valores utilizados como 1 (= meninos) e valores utilizados como 2 (=
meninas). Os arquivos estão em Percentil e Escore-Z, você pode optar por realizar o download
de ambos. Abaixo, segue a página do CDC e o nome dos arquivos para que você realize
download das tabelas.
Acessar: http://www.cdc.gov/growthcharts/data_tables.htm 122

 Arquivo 1: Peso por idade – do nascimento aos 36 meses.


 Arquivo 2: Comprimento por idade – do nascimento aos 36 meses.
 Arquivo 3: Peso por comprimento – do nascimento aos 36 meses.
 Arquivo 4: Circunferência cefálica por idade – do nascimento aos 36 meses.
 Arquivo 5: Peso por estatura
 Arquivo 6: Peso por idade – de 2 a 20 anos.
 Arquivo 7: Estatura por idade – de 2 a 20 anos.
 Arquivo 8: Índice de Massa Corporal para idade – de 2 a 20 anos.
123
124
125
 CURVAS DE CRESCIMENTO DA ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE – OMS COM
PERCENTIS (3, 15, 50, 85, 97)

Comprimento por idade – Meninos do nascimento aos 2 anos


http://www.who.int/childgrowth/standards/cht_lfa_boys_p_0_2.pdf

Comprimento por idade – Meninas do nascimento aos 2anos


http://www.who.int/childgrowth/standards/cht_lfa_girls_p_0_2.pdf 126

Altura por idade – Meninos de 2 a 5 anos


http://www.who.int/childgrowth/standards/cht_hfa_boys_p_2_5.pdf

Altura por idade – Meninas de 2 a 5 anos


http://www.who.int/childgrowth/standards/cht_hfa_girls_p_2_5.pdf

Comprimento/Altura por idade – Meninos do nascimento aos 5 anos


http://www.who.int/childgrowth/standards/cht_lhfa_boys_p_0_5.pdf

Comprimento/Altura por idade – Meninas do nascimento aos 5 anos


http://www.who.int/childgrowth/standards/cht_lhfa_girls_p_0_5.pdf

Peso por idade – Meninos do nascimento aos 5 anos


http://www.who.int/childgrowth/standards/cht_wfa_boys_p_0_5.pdf

Peso por idade – Meninas do nascimento aos 5 anos


http://www.who.int/childgrowth/standards/cht_wfa_girls_p_0_5.pdf

Peso por comprimento – Meninos do nascimento aos 2 anos


http://www.who.int/childgrowth/standards/cht_wfl_boys_p_0_2.pdf

Peso por comprimento – Meninas do nascimento aos 2 anos


http://www.who.int/childgrowth/standards/cht_wfl_girls_p_0_2.pdf

Peso por altura – Meninos de 2 a 5 anos


http://www.who.int/childgrowth/standards/cht_wfh_boys_p_2_5.pdf

Peso por altura – Meninas de 2 a 5 anos


http://www.who.int/childgrowth/standards/cht_wfh_girls_p_2_5.pdf

Circunferência Cefálica por idade – Meninos do nascimento aos 5 anos


http://www.who.int/childgrowth/standards/second_set/cht_hcfa_boys_p_0_5.pdf

127
Circunferência Cefálica por idade – Meninas do nascimento aos 5 anos
http://www.who.int/childgrowth/standards/second_set/cht_hcfa_girls_p_0_5.pdf

Circunferência do Braço para a idade – Meninos de 3 meses a 5 anos


http://www.who.int/childgrowth/standards/second_set/cht_acfa_boys_p_3_5.pdf

Circunferência do Braço para a idade – Meninas de 3 meses a 5 anos


http://www.who.int/childgrowth/standards/second_set/cht_acfa_girls_p_3_5.pdf

Dobra Cutânea Subescapular – Meninos de 3 meses a 5 anos


http://www.who.int/childgrowth/standards/second_set/cht_ssfa_boys_p_3_5.pdf

Dobra Cutânea Subescapular – Meninas de 3 meses a 5 anos

http://www.who.int/childgrowth/standards/second_set/cht_ssfa_girls_p_3_5.pdf

Dobra Cutânea Tricipital – Meninos de 3 meses a 5 anos


http://www.who.int/childgrowth/standards/second_set/cht_tsfa_boys_p_3_5.pdf

Dobra Cutânea Tricipital – Meninas de 3 meses a 5 anos


http://www.who.int/childgrowth/standards/second_set/cht_tsfa_girls_p_3_5.pdf

Peso por idade – Meninos de 5 a 10 anos


http://www.who.int/growthref/cht_wfa_boys_perc_5_10years.pdf

Peso por idade – Meninas de 5 a 10 anos


http://www.who.int/growthref/cht_wfa_girls_perc_5_10years.pdf

Altura por idade – Meninos de 5 a 19 anos


http://www.who.int/growthref/cht_hfa_boys_perc_5_19years.pdf

Altura por idade – Meninas de 5 a 19 anos


http://www.who.int/growthref/cht_hfa_girls_perc_5_19years.pdf

128
Índice de Massa Corporal – Meninos de 5 a 19 anos
http://www.who.int/growthref/cht_bmifa_boys_perc_5_19years.pdf

Índice de Massa Corporal – Meninos de 5 a 19 anos


http://www.who.int/growthref/cht_bmifa_girls_perc_5_19years.pdf
 TABELAS DA ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE - OMS COM TODOS OS
PERCENTIS (1, 3, 5, 15, 25, 50, 75, 85, 95, 97, 99)

Comprimento por idade – Meninos do nascimento aos 2 anos


http://www.who.int/childgrowth/standards/LFA_boys_0_2_percentiles.pdf

Comprimento por idade – Meninas do nascimento aos 2 anos


http://www.who.int/childgrowth/standards/LFA_girls_0_2_percentiles.pdf 129

Altura por idade – Meninos de 2 a 5 anos


http://www.who.int/childgrowth/standards/HFA_boys_2_5_percentiles.pdf

Altura por idade – Meninas de 2 a 5 anos


http://www.who.int/childgrowth/standards/HFA_girls_2_5_percentiles.pdf

Peso por idade – Meninos do nascimento aos 5 anos


http://www.who.int/childgrowth/standards/WFA_boys_0_5_percentiles.pdf

Peso por idade – Meninas do nascimento aos 5 anos


http://www.who.int/childgrowth/standards/WFA_girls_0_5_percentiles.pdf

Peso por comprimento – Meninos do nascimento aos 2 anos


http://www.who.int/entity/childgrowth/standards/WFL_boys_0_2_percentiles.pdf

Peso por comprimento – Meninas do nascimento aos 2 anos


http://www.who.int/childgrowth/standards/WFL_girls_0_2_percentiles.pdf

Peso por altura – Meninos de 2 a 5 anos


http://www.who.int/childgrowth/standards/WFH_boys_2_5_percentiles.pdf

Peso por altura – Meninas de 2 a 5 anos


http://www.who.int/childgrowth/standards/WFH_girls_2_5_percentiles.pdf

Circunferência Cefálica por idade – Meninos do nascimento aos 5 anos


http://www.who.int/childgrowth/standards/second_set/hcfa_boys_0_5_percentiles.pdf

Circunferência Cefálica por idade – Meninas do nascimento aos 5 anos


http://www.who.int/childgrowth/standards/second_set/hcfa_girls_0_5_percentiles.pdf

Circunferência do Braço para a idade – Meninos de 3 meses a 5 anos


http://www.who.int/childgrowth/standards/second_set/acfa_boys_3_5_percentiles.pdf

130
Circunferência do Braço para a idade – Meninas de 3 meses a 5 anos
http://www.who.int/childgrowth/standards/second_set/acfa_girls_3_5_percentiles.pdf

Dobra Cutânea Subescapular – Meninos de 3 meses a 5 anos


http://www.who.int/childgrowth/standards/second_set/ssfa_boys_3_5_percentiles.pdf

Dobra Cutânea Subescapular – Meninas de 3 meses a 5 anos


http://www.who.int/childgrowth/standards/second_set/ssfa_girls_3_5_percentiles.pdf

Dobra Cutânea Tricipital – Meninos de 3 meses a 5 anos


http://www.who.int/childgrowth/standards/second_set/tsfa_boys_3_5_percentiles.pdf

Dobra Cutânea Tricipital – Meninas de 3 meses a 5 anos


http://www.who.int/childgrowth/standards/second_set/tsfa_girls_3_5_percentiles.pdf

Peso por idade – Meninos de 5 a 10 anos


http://www.who.int/growthref/wfa_boys_%205_10years_per.pdf

Peso por idade – Meninas de 5 a 10 anos


http://www.who.int/growthref/wfa_girls_5_10years_per.pdf

Altura por idade – Meninos de 5 a 19 anos


http://www.who.int/growthref/hfa_boys_5_19years_per.pdf

Altura por idade – Meninas de 5 a 19 anos


http://www.who.int/growthref/hfa_girls_5_19years_per.pdf

Índice de Massa Corporal – Meninos de 5 a 19 anos


http://www.who.int/growthref/bmifa_boys_5_19years_per.pdf

Índice de Massa Corporal – Meninos de 5 a 19 anos


http://www.who.int/growthref/bmifa_girls_5_19years_per.pdf

131

Você também pode gostar