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Professor Instrutor
Me. Frederico Luiz Pereira
Muzambinho - 2020
Ministério da Educação
Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica
Curso - FIC
Cafeicultor
Coordenadora do Curso
Luciana Maria Vieira Lopes Mendonça
Coordenadora de Plataforma
Elba Sharon Dias
Disciplina
Manejo e Fertilidade dos Solos para Café
Professor Instrutor
Frederico Luiz Pereira
Apostila
Manejo e Preparo do Solo
Semana 5
Professor Conteúdista
Prof. Me. Frederico Luiz Pereira
Muzambinho
Sumário
Fonte: https://www.pedologiafacil.com.br/
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Veja o esquema que ilustra a representação desse fenômeno e/ou processo:
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empobrecendo o solo, e consequentemente trazendo prejuízos para a produtividade, no caso em
questão do café e assim para o produtor.
Mas falando nos nutrientes, você sabe quais são eles? Qual sua importância no
solo e nas plantas?
• Macronutrientes: nitrogênio (N), fósforo (P), potássio (K), cálcio (Ca), magnésio (Mg)
e enxofre (S).
• Micronutrientes: ferro (Fe), manganês (Mn), zinco (Zn), cobre (Cu), molibdênio (Mo),
boro (B) e níquel (Ni).
Mas atenção!!!
Não existe esse ou aquele nutriente mais importante,
todos nas devidas proporções seja no solo ou na planta
são importantes, o que difere são as quantidades
exigidas de cada um.
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Vale destacar que todos esses nutrientes apresentados, associados ainda ao carbono (C),
hidrogênio (H) e o oxigênio (O2) são considerados como essenciais para as plantas, ou seja,
fazem parte de alguma forma do seu metabolismo e sem eles, a planta não consegui desenvolver
seu ciclo de crescimento e produção. É o que diz a conhecida Lei do Mínimo apresentada nos
estudos fertilidade dos solos e nutrição de plantas, proposta pelo cientista Justus von Liebig
em 1850:
Está afirmação proposta por Liebig, tornou-se lei e até hoje é vista, estudada e praticada
no manejo da fertilidade do solo e da nutrição de plantas. Essa é representada de forma
esquemática, pelo conhecido “barril de Liebig” que expressa de forma didáticao conceito dessa
lei, vejamos:
Dizemos então que, cada elemento (nutriente) tem sua importância no solo e
especialmente para a planta. Como exemplo podemos citar o nitrogênio (N), um dos
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macronutrientes mais exigidos pelas plantas, e o molibdênio, dos micronutrientes, o menos
exigido em termos de quantidade, entretanto na falta de nitrogênio na planta, a mesma não
consegui aproveitar de forma eficiente o nitrogênio.
Mas esse é apenas um dos inúmeros exemplos de importância de cada um dos 16
nutrientes essenciais, e no momento de se fazer a adubação, visando a nutrição equilibrada das
plantas, devemos observar a quantidade de cada um desses, através da análise de solo e folhas
principalmente, associado sempre a observação visual das condições da planta.
Portanto, foi tratado aqui, assuntos importantes sobre a capacidade do solo em reter
nutrientes e dos disponibilizar para as plantas através do fenômeno da CTC e assim,
apresentados os 16 elementos essenciais ao metabolismo vegetal. Trataremos agora de um
assunto muito importante que diz respeito a acidez e alcalinidade do solo, que é um fator
determinante no manejo químico do solo e regula a dinâmica dos macro e micronutrientes.
Acidez do solo
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A acidez dos solos é determinada pela presença de elementos H+ e Al3+, sendo este
último, tóxicos para as plantas quando em altas quantidades (BRADY; WEIL, 2013) e constituí
problema para o manejo da fertilidade (RAIJ, 2011). Em 58% do território brasileiro
predominam os solos classificados como Latossolos e Argissolos, caracterizados por serem
altamente intemperizados, ácidos e por possuírem baixa fertilidade natural, principalmente na
região do cerrado (EMBRAPA, 2018).
Além dos prejuízos gerados em solos cultivados, destaca-se também os ambientais, à
maior lixiviação de nutrientes principalmente o K, das camadas mais superficiais para as mais
profundas no perfil do solo, empobrecendo camada superficial, podendo causar contaminações
no lençol freático. No processo de acidificação do solo, há a formação de cátions ácidos H+,
sendo estes retido fortemente nas cargas negativas das superfícies coloidais, causando redução
de cátions básicos, como Ca2+, Mg2+ e K+, presentes na solução do solo, podendo estes, serem
carreados pela infiltração da água da chuva para camadas subsuperficiais (RANST et al., 2017).
Portanto, a perda de nutrientes, empobrece o solo, e pode resultar, em baixa fertilidade e menor
atividade microbiológica, influenciando na estruturação do solo, devido aos teores de óxidos de
Al, com efeitos negativos para a produção vegetal.
Uma das causas da acidez, é a ocorrência de solos degradados, sendo este um problema
global desencadeado muitas vezes pela má gestão dos solos (CERDA et al., 2016) devido às
práticas intensivas, mudança de uso da terra, excesso de pastoreio (YAN; CAI, 2015). Dessa
forma, práticas de manejo adequadas, são necessárias para proteger e conservar os solos (XIE
et al., 2015).
Conforme Rivera et al., (2016) a calagem e/ou a adição de resíduos orgânicos, são
estratégias para melhorar a produção agrícola em solos com problemas de acidez e toxicidade
de Al3+. A acidez resulta em perda da eficiência das adubações, gerando prejuízos na nutrição,
crescimento e desenvolvimento das plantas.
De acordo com Castro e Crusciol (2013), Abate et al., (2017) e Baquy et al., (2018)
aproximadamente 70% das terras agrícolas no Brasil, além 30% de terras livres de gelo em todo
o mundo, são ácidas, ou seja, apresentam pequenas quantidade de bases trocáveis como Ca2+ e
Mg2+ associados a elevados teores de Al3+ e Mn2+ , sendo estes associados a condições de solos
ácidos, apresentando ainda problemas de fitotoxicidade às plantas. Consequentemente há a
limitação da produtividade entre as culturas devido a toxicidade provocada por esses íons,
gerando efeitos negativos à produção agrícola, uma vez que a acidificação do solo leva a
diminuição dos teores de nutriente, devido à lixiviação das bases e aumento da atividade do
alumínio (GRUBA; SOCHA, 2016; PÉRTILE et al., 2017). Esse desequilíbrio se deve
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parcialmente ao intemperismo natural e também às práticas inadequadas de manejo do solo,
caracterizado pela necessidade de suprir a demanda alimentar, recursos humanos, bens e
serviços que dependem de maior exploração solos. Em contrapartida apensar de haver grande
quantidade de terras que ainda estão aptas a serem exploradas para fins de produção agrícola,
agricultores abandonam as práticas de gestão de fertilizantes, com exemplo dos criadores de
gado que durante a estação chuvosa os encurrala a noite, como método de obtenção e aplicação
de estrume tornando o solo seco, propenso a erosão e alterações climáticas (ABATE et al.,
2017; BAQUY et al., 2018).
É imprescindível que haja conhecimento específico sobre as propriedades químicas dos
solos tropicais e que estes sejam relacionados à acidez e ao crescimento das plantas, pois é
critério determinante para o desenvolvimento de práticas adequadas para uma calagem, visando
sempre o uso eficiente de fertilizantes e água (FAUZIAH, 2013; CORREIA, 2018).
Veja um esquema que ilustra a condição de solos ácidos e neutro, com pH, próximo da
neutralidade:
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Como visto, a acidez elevada, constitui
um sério problema para o manejo da adubação.
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para as plantas, sendo estes, dois macronutrientes essenciais para as plantas. Podemos então
dizer que a calagem, entre outros benefícios, corrige o pH promovendo melhor eficiência das
adubações e ainda funciona como fonte de nutrientes para o cafeeiro.
É importante destacar, que o calcário, dependendo e algumas características, é um
produto de lenta reação no solo e ainda possui um certo limite de dose para ser aplicado, pois o
excesso de calcário aplicado no solo, processo conhecido como supercalagem, promove efeitos
negativos no solo, costuma-se inclusive ser dito que: os efeitos gerados por um excesso de
calagem no solo, são até piores do que um solo em condições de elevada acidez. A calagem
então, é uma prática de máxima importância e que promove muitos benefícios, mas, desde que
seja realizada conforme critérios técnicos adequados.
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Vimos que o excesso de alumínio no solo
é prejudicial, pois em altos teores, especialmente
em camadas mais profundas do solo, torna-se
tóxico para o cultivo, pelo fato de comprometer
o desenvolvimento normal do sistema radicular.
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Referências Bibliográficas
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