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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 4

2 FERTILIDADE DO SOLO E NUTRIENTES: CONHEÇA A IMPORTÂNCIA


DE CADA UM.............................................................................................................. 5

2.1 Caracterização de Nutrientes de Plantas ............................................. 7

2.2 Fertilidade do Solo - Conceito e Importância........................................ 9

2.3 Disponibilidade de Nutrientes............................................................. 11

2.4 Lei do Mínimo..................................................................................... 15

2.5 Fertilidade do Solo e Produtividade.................................................... 16

2.6 Interação Nutriente - Solo .................................................................. 17

2.7 O Ar do Solo....................................................................................... 18

2.8 A Solução do Solo.............................................................................. 20

2.9 Os Componentes Sólidos do Solo ..................................................... 22

2.10 Desenvolvimento de Cargas Elétricas em Solos ............................. 25

2.11 Retenção e Troca de Íons no Solo.................................................. 27

2.12 Conceitos Básicos Sobre CTC........................................................ 31

2.13 Os Organismos do Solo .................................................................. 34

3 NUTRIÇÃO DE PLANTAS ........................................................................ 35

4 DOENÇAS NUTRICIONAIS ..................................................................... 36

5 FUNÇÕES DOS NUTRIENTES................................................................ 37

5.1 Macronutrientes ................................................................................. 37

5.1.1 Nitrogênio (N) ............................................................................. 38

5.1.2 Fósforo (P) .................................................................................38

5.1.3 Potássio (K)... ............................................................................. 38

5.1.4 Cálcio (Ca).............. .................................................................... 39

5.1.5 Magnésio (Mg) ............................................................................ 40

5.1.6 Enxofre (S).............. .................................................................... 41

2
5.2 Micronutrientes: .................................................................................. 41

5.2.1 Boro (B) ..................................................................................41

5.2.2 Cloro (Cl)................. .................................................................... 42

5.2.3 Cobre (Cu)............. ...................................................................... 43

5.2.4 Ferro (Fe) ..................................................................................44

5.2.5 Manganês (Mn) ........................................................................... 44

5.2.6 Molibdênio (Mo) .......................................................................... 45

5.2.7 Zinco (Zn)............... ..................................................................... 45

BIBLIOGRAFIA ............................................................................................... 46

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1 INTROUÇÃO

Prezado aluno!

O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante


ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um
aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma
pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é que
esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta.
No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão
ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo hábil.

Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa


disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora
que lhe convier para isso.

A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser seguida e


prazos definidos para as atividades.

Bons estudos!

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2 FERTILIDADE DO SOLO E NUTRIENTES: CONHEÇA A IMPORTÂNCIA DE
CADA UM

Fonte: cafepoint.com.br

Na tentativa de conceituar a fertilidade do solo tem-se visto a tendência de se


expressar a fertilidade do solo em termos de produtividade, e de forma indiscriminada
associar como sinônimos os termos fertilidade e produtividade. A medida que houve
um desenvolvimento de técnicas analíticas, foi possível adquirir maior facilidade e
capacidade preditiva da disponibilidade dos nutrientes, permitindo assim,
parcialmente, desvincular a produção da planta de fertilidade do solo como índice para
medir a quantidade de nutrientes passíveis de serem absorvidos.
Para elucidar a diferença entre produtividade e fertilidade é possível analisar
que o uso de um solo fértil nem sempre implicará na obtenção de alta produtividade,
pois há casos de solos férteis com impedimentos físicos, que geram restrições ao
transporte e ao desenvolvimento do sistema radicular, em razão de altos teores de
argila, de declividade pronunciada, de elevada pedregosidade, de alta compactação
entre outras situações. O solo produtivo deve apresentar fertilidade elevada, ou
previamente ter, seu solo corrigido.
A fertilidade tem sido conceituada como a capacidade do solo de ceder
elementos essenciais às plantas. Ela considera as interações existentes no solo, os
quais devem ser considerados quando estudados e quantificados. A fertilidade do solo
pode ser dividida em quatro tipos:

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a) Fertilidade Natural: é aquela decorrente do processo de formação do solo:
material de origem + ambiente + organismos + tempo. Fertilidade de um solo nunca
trabalhado.
b) Fertilidade Atual: é a fertilidade após a ação antrópica, ou seja, do homem.
Fertilidade que ocorre como resultado de práticas de manejo objetivando fornecer
nutrientes para as culturas por meio de correção e adubação mineral ou orgânica.
c) Fertilidade Potencial: se manifesta a partir de determinadas condições.
Alguma característica do solo pode estar limitando a real capacidade do solo em ceder
nutrientes para as plantas. Ex.: Solos ácidos.
d) Fertilidade Operacional: é estimada a partir da determinação dos teores de
nutrientes no solo por determinados extratores químicos. A fertilidade operacional nem
sempre será exatamente a fertilidade natural ou a atual do solo, elas se correlacionam,
mas podem não ser exatamente iguais.
Para que as plantas se desenvolvam normalmente, alguns fatores são
indispensáveis: temperatura, luz, ar, água, nutrientes, etc.

Fonte: gevanoliveira.wordpress.com

Nutrientes são os elementos químicos essenciais ao desenvolvimento das


plantas. Carbono (C), Hidrogênio (H) e Oxigênio (O) são elementos essenciais para
as plantas, constituindo 90 a 96 % dos tecidos vegetais. Entretanto, eles não são
considerados no estudo da fertilidade do solo, já que são obtidos de forma prioritária
pelo ar e pela água.
Para a fertilidade do solo os nutrientes são classificados como:

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a) Macronutrientes primários - que são nitrogênio (N), fósforo (P) e potássio (K).
b) Macronutrientes secundários - que englobam cálcio (Ca), Magnésio (Mg) e
enxofre (S).
c) Micronutrientes - boro (B), ferro (Fe), zinco (Zn), manganês (Mn), cobre
(Cu), molibdênio (Mo) e cloro (Cl).
Essa subdivisão entre macronutrientes primários e secundários é apenas uma
questão de marketing industrial, devido o advento das formulações N-P-K. Mas, não
existe qualquer relação com a importância dos nutrientes, uma vez que todos são
essenciais e absorvidos em grandes quantidades.
Quando os nutrientes são absorvidos em grandes quantidades pelas culturas
eles são considerados macronutrientes e quando absorvidos em menores
quantidades, são considerados micronutrientes. No entanto, todos são essenciais e
havendo a deficiência de apenas um deles, pode prejudicar o desenvolvimento normal
das culturas e, consequentemente, sua produção.

2.1 Caracterização de Nutrientes de Plantas

,
Fonte: hdxoil.com.br

Os nutrientes de plantas são indispensáveis para o crescimento e


desenvolvimento das plantas. Em uma agricultura com ações cada vez mais científicas,
o agricultor precisa estar muito atento para a capacidade do solo em suprir os
nutrientes de plantas, ou seja, para a fertilidade do solo a ser cultivado

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A essencialidade de certos elementos químicos às plantas está relacionada,
em resumo, ao fato do elemento ser constituinte de um metabólito essencial ou ser
requerido para ação de um processo metabólico, por exemplo, para ação de uma
enzima (Arnon & Stont, 1939). Baseado nisto os elementos Carbono, Hidrogênio,
Oxigênio Nitrogênio, Fósforo, Enxofre, Potássio, Cálcio, Magnésio, Ferro, Manganês,
Cobre, Zinco, Molibdênio, Boro e Cloro são considerados nutrientes de plantas.
O cloro foi o último elemento essencial a ser descoberto (Broyer et al., 1954).
A lista acima apresentada pode não ser definitiva, pois, elementos exigidos em
quantidades negligíveis podem ainda se mostrarem essenciais.
É preciso ter um cuidado para não confundir a essencialidade de certos
elementos para microrganismos vivendo em associação com as plantas como sendo
essenciais as mesmas, pois o cobalto, por exemplo, é essencial às bactérias fixadoras
de nitrogênio, mas não às plantas. Porém, visando a produção de soja sob fixação de
nitrogênio, o agricultor terá de preocupar-se com a disponibilidade de cobalto no solo.

Fonte: blogs.ethz.ch

As plantas não exigem as mesmas quantidades de nutrientes supridos pelo


solo. O potencial de absorção das plantas, que é geneticamente fixado, é que irá ser
o principal fator que determinará o teor de nutrientes das plantas. Por exemplo, o teor
foliar de N e K é cerca de dez vezes maior que o de P, S e Mg ou cerca de mil vezes
maior que o de ferro, zinco e manganês. Esse tipo de variação ocorre em todas as
espécies vegetais. Contudo, entre espécies, pode haver diferenças quanto ao teor de
um dado nutriente, o que também é geneticamente determinado.

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2.2 Fertilidade do Solo - Conceito e Importância

Fonte: aimportanciadosolo.blogspot.com.br

Ao definir a fertilidade do solo como disciplina, sua definição mais simples, pode
ser considerada como o ramo da ciência do solo que estuda a capacidade dos solos
em suprir nutrientes de plantas. No estudo busca aprofundar os conhecimentos para
melhor entender as transformações, a mobilidade e a disponibilidade de cada um às
plantas para cada nutriente.
Ao fazer o uso dos conhecimentos básicos adquiridos e da correta avaliação
da capacidade do solo em suprir nutrientes às plantas, pode-se, quando necessário,
fazer a correta adoção de práticas corretivas e de adubação, o correto manejo da
Fertilidade do Solo. Este é o escopo da parte aplicada da disciplina Fertilidade do Solo.
Sabe-se da existência de solos férteis, que permitem a obtenção de elevadas
produtividades, sem utilizar corretivos ou de fertilizantes - pelo menos enquanto sua
capacidade de suprir nutrientes de plantas persistir. No entanto, a maioria dos
agricultores estão constantemente lutando para suplantar deficiências de nutrientes
na busca por maiores produtividades. Presume-se que cerca de 70% dos solos
cultivados no Brasil apresentam uma ou mais limitação séria da fertilidade (Lopes,
1975; Sanchez & Salinas, 1981). Mas, devido os conhecimentos gerados pela
pesquisa em fertilidade do solo, solos considerados improdutivos podem tornar-se
destacados produtores de alimentos.

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Fonte: sustentavelplanetaeuquero.blogspot.com.br

É lamentável que muitos agricultores brasileiros ainda não adotaram


devidamente alguns conhecimentos básicos sobre a fertilidade do solo. Mais do que
nunca, o agricultor precisa conscientizar-se que o correto manejo da fertilidade do solo
é responsável por cerca de 50% dos ganhos de produtividade das culturas.
Além de destacar a importância da aplicação dos conhecimentos em fertilidade
do solo para a produção vegetal em áreas antes improdutivas, deve-se ressalvar que
irrigação, uso de variedades mais produtivas, manejo mais eficiente do solo, etc., que
são avanços na agricultura, tendem a aumentar ainda mais a importância do manejo
da fertilidade do solo na produção vegetal.
Por fim, é preciso destacar que quando há uso inadequado de fertilizantes,
tanto de natureza mineral quanto orgânica, associado ao baixo retorno econômico,
pode resultar em sérios problemas ao meio ambiente, existindo assim preocupações
com a contaminação de águas subterrâneas, com a eutroficação de lagos e rios e, até
mesmo, com a contaminação dos próprios alimentos produzidos.
Quando se definiu fertilidade do solo como sendo a disciplina que estuda a
capacidade dos solos em suprir nutrientes de plantas, estava implícito o fato de que
"suprir” implica em o solo obter o nutriente e, ao mesmo tempo, munir às raízes. Com
isso, o termo nutriente disponível é muito usado em fertilidade do solo, mas, que
precisa ser melhor entendido.

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2.3 Disponibilidade de Nutrientes

Fonte: estilo.uol.com.br

A Disponibilidade de Nutrientes pode ser considerada, de forma simplificada,


como disponível o somatório da quantidade de nutriente na solução do solo, capaz de
chegar até a superfície da raiz mais a quantidade que se encontra na fase sólida capaz
de reabastecer prontamente a solução do solo à medida que o nutriente da fase líquida
vai sendo absorvido. Porém, este conceito precisa ser aprofundado, de forma a
considerar os fatores que afetam a disponibilidade de um dado nutriente em toda a
plenitude da relação solo-planta microrganismos.
A concentração de qualquer nutriente em solução é normalmente muito
pequena, de forma que as plantas, apesar de apenas absorverem os nutrientes da
solução, ficam quase totalmente na dependência da fração do nutriente retido na fase
sólida capaz de reabastecer a solução do solo. Embora, a quantidade do nutriente em
solução representa o fator intensidade o nutriente existente na fase sólida em forma
disponível representa o fator quantidade. Assim sendo, o fator capacidade ou poder
tampão do nutriente X é dado pela relação quantidade/intensidade.
Para que o nutriente X possa ser absorvido pela raiz é necessário ser
transportado até a superfície radicular. Assim, o teor disponível de um dado nutriente,
em função do fator transporte, depende de aspectos físicos do solo tais como textura,
compactação e teor de água. A umidade do solo é de grande importância para a

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disponibilidade dos nutrientes, portanto, as condições de precipitação necessitam ser
consideradas para melhor interpretar o conceito de disponibilidade. Especificamente,
a presença de outro nutriente ou de certos elementos químicos - representados por Y
- pode afetar seriamente a disponibilidade do nutriente X. A disponibilidade pode ser
reduzida, em primeiro lugar, através da interação ao nível de solução de solo. Neste
caso, reações de precipitação - alumínio com fósforo, por exemplo - reduzem a
concentração de X na solução e, consequentemente, sua disponibilidade, Em
segundo lugar, a interação pode ocorrer a nível da superfície radicular, ou seja, o
nutriente ou elemento Y competindo com o nutriente X pelos sítios de absorção na
raiz. Por exemplo, o amônio é um potente inibidor da absorção de potássio (Vale,
1988). Existem vários casos de competição durante o processo de absorção, tratados
em profundidade na nutrição mineral de plantas.

Representação esquemática dos vários fatores que afetam a disponibilidade de nutrientes

No caso de Y representar um radical orgânico e X um dos micronutrientes


catiônicos, a complexação ou quelação do micronutriente pode aumentar a sua
concentração em solução e, consequentemente, o seu transporte até a superfície
radicular. Portanto, neste caso, a interação entre Y e X promoverá um aumento na
disponibilidade de X.

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Tem-se reconhecido o papel da planta em alterar a disponibilidade de nutrientes
no solo, ou seja, reconhecer o papel das plantas na aquisição dos nutrientes do solo.
Principalmente para os nutrientes de baixa mobilidade, aqui exemplificado pelo
fósforo, a morfologia e o crescimento radicular exercem fundamental papel em alterar
a disponibilidade deste nutriente.
Merece destaque também a associação das raízes com micorrizas. As hifas
dos fungos micorrízicos aumentam a área de absorção promovendo maior aquisição
de nutrientes, notadamente de fósforo (Siqueira & Paula, 1986). Em suma, as hifas
minimizam o efeito do fator transporte na disponibilidade do fósforo. A raiz das plantas,
dentro de certos limites tende a criar um ambiente próprio de 1 a 4 m ao seu redor -
rizosfera -, com condições, muitas vezes, bastante distintas do solo adjacente. Assim,
as alterações de acidez e de potencial de oxirredução causadas pelas plantas na
rizosfera ou a exsudação dos mais variados compostos orgânicos podem resultar em
sensíveis alterações na disponibilidade dos nutrientes.
É muito comum observar diferenças de pH de uma a duas unidades entre a
rizosfera e a massa de solo adjacente e sabe-se que a acidez do solo exerce
importante papel na disponibilidade de nutrientes. Por exemplo, a alteração de apenas
uma unidade no valor de pH pode alterar a disponibilidade de ferro em cerca de mil
vezes. Por isso, na massa de solo, que é a parte analisada quimicamente no
laboratório uma condição de PH elevado implica em baixíssima disponibilidade de
ferro. Porém, ao cultivar esse solo, certas plantas podem criar um ambiente de PH
rizosférico com maior acidez, de forma a aumentar a disponibilidade deste nutriente.

Fonte: revistacampoenegocios.com.br

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A quelação ou complexação com substâncias orgânicas de baixo peso
molecular exudadas pelas raízes aumenta a concentração de micronutrientes
catiônicos na solução do solo bem como o transporte dos mesmos até a superfície
radicular. Portanto, aumenta à disponibilidade destes nutrientes. Neste mesmo
sentido, os ácidos orgânicos podem aumentar a disponibilidade de fósforo por
promoverem uma redução na atividade de ferro e/ou de alumínio na solução do solo.
As plantas, enfim, podem também alterar a disponibilidade dos nutrientes através da
absorção propriamente dita que é a última etapa do processo de aquisição do nutriente.
E existem as variações entre espécies quanto a capacidade de absorção de nutrientes
e, o é mais relevante, há variações entre genótipos de uma mesma espécie.

Fonte: https://blog.aegro.com.br

Enfatizando que cada vez mais é preciso estar atento para o papel da planta
na disponibilidade dos nutrientes, além de se considerar a capacidade do solo em
suprir, precisa ser considerada a capacidade da planta em adquirir o nutriente.
Portanto, para melhor entender o conceito de disponibilidade de nutrientes precisa-se
considerar toda a plenitude da relação solo-planta.
São utilizados vários métodos de análise do solo para avaliar a disponibilidade
dos nutrientes e sem dúvida a tarefa dos extratores químicos é das mais difíceis. Por

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isso, deve-se estar atento, pois, a disponibilidade nem sempre pode ser expressa
diretamente por um número. Para maximização da produtividade vegetal, há
necessidade de uma adequada disponibilidade de N, P, K, Ca, Mg, S, Fe, Zn, Cu, Mn,
B, Mo e Cl. Se não, a produção será limitada pelo nutriente em menor disponibilidade.

2.4 Lei do Mínimo

Fonte: inforagro.wordpress.com

A lei do mínimo, formulada por Liebig em 1862, diz que a produção das culturas
é limitada pelo nutriente em menor disponibilidade no solo, mesmo que todos os outros
estejam disponíveis em quantidades adequadas.
Embora não seja considerada uma lei propriamente dita, essa proposta simples
deste químico alemão é de importância universal no manejo da fertilidade do solo,
visando uma recomendação equilibrada de fertilizantes.
Pensando-se em produção das culturas, o equilíbrio de nutrientes é um
conceito vital em fertilidade do solo. O exemplo do Quadro mostra como a aplicação
de potássio, em solo com baixa disponibilidade deste nutriente, foi importante para a
resposta da braquiária ao nitrogênio. Quando potássio não foi aplicado, não houve
resposta ao nitrogênio (Carvalho et al., 1991).

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Nitrogênio aplicado K2O aplicado, kg/ha/ano
Kg/ha/ano
0 75 150
t/ha
50 1 14 14
100 13 15 18
200 12 16 20
400 12 18 25

Nos sistemas de exploração agrícola com objetivo de elevar as produtividades,


a "Lei do Mínimo” ou “Lei de Liebig" torna-se de maior importância. Inclusive, devendo-
se considerar a disponibilidade de nutrientes tais como enxofre, magnésio e
micronutrientes. Infelizmente, os princípios básicos da proposição secular de Liebig
são muitas vezes esquecidos pelos técnicos.

2.5 Fertilidade do Solo e Produtividade

Quando se almeja a maximização da produção das culturas, não pode


considerar apenas a fertilidade do solo, é preciso considerar outros fatores que afetam
a produtividade do solo. Em termos do manejo da produção vegetal, além da calagem
e da adubação, deve-se considerar outras práticas que também afetam a produção. É
preciso considerar o adequado preparado solo, o controle da erosão, a irrigação, o
uso de variedades mais produtivas, a densidade e época de plantio e o controle de
pragas e doenças.

Fonte: https://agro.observasc.net

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Há dois tipos de interação envolvendo a fertilidade do solo que são destaque
na agricultura moderna, a primeira diz respeito a interação do manejo da fertilidade
com a irrigação e a segunda, a interação com o potencial genético-variedades mais
produtivas. Apenas são obtidos os benefícios esperados da irrigação e do uso de
variedades mais produtivas se existir disponibilidade suficiente de nutrientes. Portanto,
em agricultura altamente tecnificada, calagem e adubação são duas práticas de crucial
importância, dado ao aumento da demanda de nutrientes.

2.6 Interação Nutriente - Solo

Fonte: drapc.min-agricultura.pt

O sistema solo é bastante complexo, composto de quatro fases bem distintas:


sólida, líquida, gasosa e viva. Para melhor aprofundamento no estudo da dinâmica de
cada nutriente do solo, é preciso ressaltar aspectos das interações entre nutriente e
solo.
Em relação ao suprimento de nutrientes às plantas, será dada maior ênfase
para as interações com a fase líquida e sólida que são, respectivamente, a fonte
imediata e o reservatório dos nutrientes. Por outro lado, não se pode deixar de
considerar o papel das fases gasosa e viva, que implicam em processos de oxi-
redução e processos biológicos de importância na disponibilidade dos nutrientes.

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2.7 O Ar do Solo

Fonte:informativo.com.br

Existem partículas sólidas no solo com diferentes tamanhos e formatos, que


são resultantes da existência de espaços vazios ou poros entre as partículas. Quando
as partículas unitárias formam agregados - através da ação de agentes agregantes
como matéria orgânica e óxidos de ferro e de alumínio - que promovem a estruturação
do solo, resulta na existência de poros ainda maiores.
O espaço vazio do solo é variavelmente ocupado por água ou por ar. A
composição do ar existente nos poros do solo é diferente da que há no ar atmosférico
por apresentar uma maior concentração de CO2, produzido na decomposição da
matéria orgânica e pela respiração das raízes.
A grande maioria das espécies vegetais tem necessidade de uma boa aeração
do solo, tendo em vista que o oxigênio do ar do solo é essencial para a respiração das
raízes e microrganismos, pois através da respiração gera-se energia para vários
processos metabólicos, inclusive para a absorção de nutrientes. Logo, um solo mal
aerado pode não expressar todo o potencial de suprimento de nutrientes, porque o
mesmo não permite geração de energia nas raízes para absorção dos nutrientes.

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Fonte: google.com.br

Se sabe que as plantas diferem quanto a sensibilidade ao suprimento de


oxigênio. O arroz pode ser cultivado em condições de completa inundação do solo,
devido a sua capacidade de oxigenar a raiz, e, até mesmo, a rizosfera. Por sua vez, o
fumo é tão sensível ao decréscimo da pressão parcial de oxigênio no solo que a
inundação de algumas horas causa sérios danos ou completa perda da lavoura.
Em termos de interação dos nutrientes com a fase gasosa, ao pensar no
suprimento direto de nutrientes às plantas, não há qualquer importância desta fase,
dado a inexistência de nutrientes na forma gasosa. Mas a exceção fica por conta do
nitrogênio, que se apresenta no solo também na forma de gás N2. Todavia, nenhuma
espécie vegetal é capaz de absorver essa forma gasosa. A importância do gás
nitrogênio fica exclusiva ao processo de sua fixação biológica por organismos do solo,
com o posterior fornecimento de formas minerais às plantas.
De maior importância para a produção vegetal é a fixação simbiótica realizada
por bactérias do gênero Rhizobium, que transferem o gás N2, após sua transformação
em forma mineral, para as raízes de leguminosas. O cultivo da soja elimina a prática
da adubação nitrogenada, sob fixação simbiótica do nitrogênio.

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Embora destacada a importância do ar do solo para o suprimento de gás
oxigênio às raízes, para a manutenção do processo de absorção dos nutrientes, é
preciso destacar também que a falta de oxigênio tem consequências diretas na
dinâmica de certos nutrientes, em alguns casos diminuindo sua disponibilidade, em
outros, aumentando-a.

Fonte: blog.stihl.com.br

O predomínio de condições redutoras no solo, devido à redução crescente na


concentração de oxigênio, promove mudança no metabolismo microbiano, passando
de aeróbico para anaeróbico. Se o metabolismo for aeróbico, o receptor de elétrons é
o oxigênio, que é reduzido a água.

2.8 A Solução do Solo

O espaço vazio do solo que é variavelmente ocupado por água ou por ar tem a
sua importância, bem como aeração do solo para uma boa produção vegetal. Mas, há
necessidade também de uma boa disponibilidade de água no solo, em função do
destacado papel que a mesma exerce no crescimento e desenvolvimento das plantas.
Não se pode considerar a fase líquida do solo como água pura, mas sim uma solução,
na qual estão dissolvidos diversos solutos, principalmente os nutrientes. A solução do
solo representa a fonte imediata de nutrientes às plantas, ou seja, a absorção pelas
raízes ocorre apenas a partir da solução do solo.

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Alguns nutrientes apresentam-se na solução em formas catiônicas enquanto
outros em formas aniônicas, que são as únicas formas absorvidas pelas plantas. As
principais formas são as seguintes: NO3-, NH4+, H2PO4-, NPO4 -2, K+, SO4, Zn+2,
Cu+2, Cl-, MoO4 -2, HmoO4-. O boro representa uma exceção pois encontra-se na
solução do solo na forma neutra H3BO3.
Além dos nutrientes, precisa-se considerar a presença de íons H+ e OH- que
definem o PH da solução do solo. A acidez da solução do solo é o principal fator a
afetar a disponibilidade dos nutrientes. Também, precisa ser considerada a presença
de elementos tóxicos, principalmente do alumínio em solos ácidos. Este elemento, em
função do PH da solução, apresenta-se nas formas solúveis AI+3, AI(OH)+2 ou
AI(OH)2 +1. E, ainda, em solos salinos o sódio pode apresentar-se em elevados teores
na solução do solo, na forma Na+.
Os micronutrientes catiônicos podem apresentar-se na solução do solo em
formas complexadas ou quelatadas com radicais orgânicos. Nestas formas, a
solubilidade e, consequentemente, o transporte até a superfície radicular, é
aumentada sobremaneira. Portanto, nessas formas, a disponibilidade dos mesmos é
maior. Os mais diversos compostos orgânicos, resultantes da atividade microbiana ou
da exsudação das raízes, são de grande importância na solução do solo, notadamente
para a disponibilidade de nutrientes.

Fonte: ecycle.com.br

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Embora a solução do solo seja a fonte imediata de nutrientes para as plantas,
o teor dos mesmos na fase líquida é muito baixo, mesmo em solo férteis. No caso do
fósforo, por exemplo, seu teor na solução é quase desprezível. Além do baixo teor de
nutrientes, a solução do solo está sujeita a variações de concentração, mesmo a curtas
distâncias, e apresenta-se irregularmente distribuída nos poros do solo. Portanto, é
muito difícil determinar a real concentração de nutrientes na solução do solo e
considerando que o suprimento de nutrientes às plantas fica quase que
exclusivamente na dependência da fase sólida do solo, as avaliações de
disponibilidade de nutrientes não envolvem análise da solução do solo.
A capacidade do solo em suprir nutrientes às plantas está ligada ao teor de
nutriente disponível na fase sólida. Há necessidade de reposição dos nutrientes da
solução à medida que são absorvidos pelas plantas, através da liberação contínua
dos mesmos da fase sólida, pois o que existe apenas na solução, a planta não
consegue adquirir a quantidade de nutriente demandada para um dia sequer de
crescimento.

2.9 Os Componentes Sólidos do Solo

Fonte: dnserros.oi.com.br

A fase sólida do solo é representada pelos componentes minerais ou


inorgânicos e pelos componentes orgânicos. Os componentes minerais representam

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a maior parte da fase sólida dos solos bem drenados. Apenas em condições de má
drenagem, onde o acúmulo de matéria orgânica é superior à decomposição, é que os
componentes orgânicos podem predominar. Mas, os solos orgânicos são de
ocorrência restrita. Todavia, apesar do predomínio dos componentes minerais, os
componentes orgânicos, mesmo em pequenas quantidades, são de extrema
importância no sistema solo.
Em termos de suprimento de nutrientes às plantas pelos componentes
minerais, sabe-se que os minerais primários, mais associados às frações areia e silte,
apenas liberam nutrientes para a solução através da intemperização. Contudo, é uma
liberação muito lenta e depende do mineral primário predominante. Nos solos tropicais
é muito comum o predomínio de quartzo na fração grosseira que não contribui em
nada com o suprimento de nutrientes para a solução do solo por ser um mineral muito
resistente ao intemperismo. Em solos mais jovens e em camadas mais profundas de
solos, a presença de minerais primários, tais como feldspatos e micas, pode
representar uma importante fonte de nutrientes mais a longo prazo.

Fonte: univicosa.com.br

A matéria orgânica não decomposta também experimenta a mesma situação


dos minerais primários, pois quando adicionada ao solo, libera nutrientes para a
solução através da decomposição, que, apesar de ser um processo bem mais rápido
que o da intemperização dos minerais primários, tem de ser visto como uma liberação
em potencial.

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Quando é considerada que a quantidade de nutriente existente na solução do
solo é suficiente para atender a demanda da planta de um ou pouco mais dias,
dependendo do teor do nutriente na solução e da cultura instalada, precisa-se
entender como a fase sólida pode reabastecer a solução no dia a dia de crescimento
da lavoura. O reabastecimento da solução a curtíssimo prazo é feito pelos minerais
secundários da fração argila - minerais de argila e óxidos de ferro e de alumínio - e
pela matéria orgânica bem decomposta - húmus.
Os minerais secundários e os húmus apresentam-se, normalmente, como
colóides e, como tal, são os principais responsáveis pela atividade química dos solos.
Basicamente, a atividade química deve-se a uma propriedade fundamental dos
sistemas coloidais, que é o desenvolvimento de cargas elétricas.

Fonte: inocencioemacao.blogspot.com.br

Com a existência de cargas elétricas na superfície dos colóides, a fase sólida


torna-se capaz de reter os cátions e aníons liberados para a solução pelo
intemperismo dos minerais primários ou pela decomposição da matéria orgânica ou,
ainda, adicionados na solução através da adubação. Uma vez retidos - adsorção - nas
cargas elétricas do sistema solo, os nutrientes podem ser prontamente liberados -
desorção - para a solução, à medida que as raízes vão absorvendo os mesmos. Sem
a existência das cargas elétricas, os nutrientes seriam desperdiçados para camadas
mais profundas, com a percolação da água, através do processo da lixiviação.

24
2.10 Desenvolvimento de Cargas Elétricas em Solos

Fonte: info.opersan.com.br

Os colóides do solo podem desenvolver tanto cargas negativas quanto


positivas. Entretanto, há o predomínio de cargas negativas, as quais podem ser
permanentes ou variáveis.
As cargas variáveis, assim denominadas por ter em seu desenvolvimento
afetado pelo pH do solo, podem ser negativas ou positivas. Os colóides orgânicos,
com a elevação do PH do solo, apresentam aumento na densidade de cargas
negativas, devido a dissociação das oxidrilas da superfície.
A ilita, montmorilonita e vermiculita apresentam elevada densidade de carga
negativa permanente, resultando na capacidade de retenção de cations de 30-50, 80-
120 e 120-150 meq/100g. Esses três minerais de argila são raros em solos do Brasil,
notadamente nos latossolos.
O íon H+ liga-se ao oxigênio na formação da oxidrila através de ligação
covalente, que é muito forte. Assim, neste caso, a carga ocupada pelo íon H+ apenas
é liberada para retenção de outro cátion da solução do solo, através da neutralização
direta para formar água.
A densidade de carga negativa nos colóides orgânicos é elevada e muito
variável dado a grande variedade de compostos orgânicos existentes no solo.
Apresenta valores de retenção de cations da ordem de 200 a 600 meq/100g. Com
valores desta proporção, a matéria orgânica, mesmo em pequenas quantidades no

25
solo, é a principal responsável pela capacidade de retenção de cations nos solos
brasileiros, principalmente quando faz-se uso da calagem.
A caulinita é um mineral de argila mais encontrado nos solos brasileiros, tem
uma densidade de carga negativa muito reduzida. Com isto, a capacidade de retenção
de cations é de 5 - 15 meq/100g. E, as cargas desenvolvidas são também devidas a
dissociação de oxidrilas da superfície, com a elevação do PH do solo. Assim, são
também do tipo variável.
Os óxidos de ferro e de alumínio também apresentam cargas variáveis, em
função do PH do solo. Contudo, esses minerais secundários podem desenvolver tanto
cargas negativas quanto positivas com a elevação do PH ocorre à dissociação das
oxidrilas e, consequentemente, o desenvolvimento de cargas negativas. Já com a
acidificação do solo, ocorre a protonação das oxidrilas com o consequente
desenvolvimento de cargas positivas.
Os solos brasileiros são fartos de óxidos de ferro e de alumínio na fração argila.
Mas, a densidade de carga por eles desenvolvidas é muito baixa. Porém, como
apenas estes colóides desenvolvem carga positiva, entende-se que a retenção de
anions em solos, via adsorção a cargas positivas, é muito menos expressiva que a
retenção de cations. Os óxidos de ferro e de alumínio podem reduzir a densidade de
cargas negativas de minerais de argila, através do bloqueio de cargas negativas. O
desbloqueio de cargas negativas ocupadas por óxidos pode ser conseguido com a
elevação do pH do solo.

Representação esquemática do desenvolvimento de cargas negativas e positivas variáveis na gibsita.

26
Representação esquemática do bloqueio e desbloqueio de cargas negativas de minerais de argila por
óxidos de alumínio.

2.11 Retenção e Troca de Íons no Solo

Uma característica fundamental dos solos está na capacidade dos colóides em


desenvolver cargas negativas ou positivas. O desenvolvimento de cargas promove a
adsorção de cations e de anions da solução do solo, os quais tendem a ser trocáveis
com cations e anions. Dessa forma, ao avaliar a capacidade do solo em suprir
nutrientes às plantas, precisa-se considerar a relação entre a fase líquida e a sólida.
A retenção de íons pela fase sólida do solo não envolve apenas a adsorção em
cargas elétricas desenvolvidas na superfície dos colóides. No caso dos cations AI+3,
Ca+2, Mg+2, K+, NH4+ e Na+2 a adsorção às cargas negativas é direta, ocorrendo
apenas ligação eletrostática. Na situação citada, os cations são trocáveis com cations
da solução, num processo reversível e estequiométrico que define a Capacidade de
Troca de Cations - CTC do solo.
O cátion H+ apresenta uma relação muito específica com a superfície dos
colóides, uma vez que o mesmo se liga fortemente à superfície, através de ligação
covalente. Onde o cátion H+ não é trocável e apenas libera a carga negativa ocupada
de forma indireta, através da neutralização com oxidrila adicionada na solução.
Percebendo assim que a calagem, entre outros benefícios, promove aumento da CTC
do solo.

27
No caso dos anions (Os ânions SO4 -2.), a retenção na fase sólida assume
certas particularidades, principalmente devido ao comportamento do anion fosfato.

Fonte: embrapa.br

NO3- e Cl- a adsorção às cargas negativas é direta e ocorre apenas a ligação


eletrostática. Neste caso esses anions são trocáveis com outros da solução, num
processo reversível e estequiométrico e define a Capacidade de Troca de Anions -
CTA do solo. No entanto, o HMoO4- e H2PO4-, notadamente o fosfato, ligam-se
fortemente à superfície por ligação covalente, sendo dificilmente trocados por outros
anions normalmente existentes na solução do solo.
Se houver grande quantidade de óxidos de ferro e de alumínio,
independentemente da existência de carga positiva, o íon fosfato é retido por troca
com oxidrilas, isso ocorre em função da pouca existência de cargas positivas no solo
e ao grande domínio do fosfato sobre os demais anions, quanto a capacidade de
retenção às superfícies dós colóides, torna-se quase irrelevante falar-se em troca de
anions no solo, da forma dinâmica como ocorre para os cátions.
A troca de cations no solo é um processo reversível, instantâneo e,
principalmente, estequiométrico, é dada pela quantidade de cátions retidos, por

28
unidade de peso ou volume de solo. Ela é representada por meq/100 g solo ou por
meq/100 cm de solo. O peso equivalente de um elemento químico refere-se ao peso
do elemento que equivale quimicamente a 1.008 g de H+. Em termos práticos, é o
peso atômico do cátion dividido pela sua valência. Assim, 1 meq de K+ é igual a 39mg,
enquanto 1 meq de Ca+ e igual a 20 mg. Do ponto de vista da estequiometria, 39 mg
de K+ é capaz de deslocar 20 mg de Ca+2 e vice-versa.

Fonte: esalq.usp.br

A troca de cations no solo é um processo reversível, instantâneo e,


principalmente, estequiométrico, é dada pela quantidade de cátions retidos, por
unidade de peso ou volume de solo. Ela é representada por meq/100 g solo ou por
meq/100 cm de solo. O peso equivalente de um elemento químico refere-se ao peso
do elemento que equivale quimicamente a 1.008 g de H+. Em termos práticos, é o
peso atômico do cátion dividido pela sua valência. Assim, 1 meq de K+ é igual a 39mg,
enquanto 1 meq de Ca+ e igual a 20 mg. Do ponto de vista da estequiometria, 39 mg
de K+ é capaz de deslocar 20 mg de Ca+2 e vice-versa.
Em função do que já foi descrito e em termos práticos para o desenvolvimento
de cargas no solo é preciso estar atento para o fato de que a CTC do solo é
influenciada pelos seguintes fatores:

29
a) Mineralogia do solo;
b) textura do solo;
c) teor de matéria orgânica do solo;
d) pH do solo.
Portanto, em solos mais arenosos ou com predomínio de argilas de baixa
atividade, o manejo da matéria orgânica e a prática da calagem podem ser muito
importantes para aumentar a capacidade dos solos de reter cátions.
Excetuando-se os íons H+, o principal fator determinante da preferência de
adsorção é a carga do cátion. No caso de cátions com igual carga, a preferência de
adsorção é para o cátion com menor energia de desidratação. Os cátions, que
apresentam hidratados em solução, apenas são adsorvidos após desidratação.

Fonte: ruralpecuaria.com.br

Apesar da série preferencial de troca, é preciso atentar para o fato de que, por
força da lei de ação das massas, pode-se saturar o complexo de troca com qualquer
cátion, deslocando os demais cátions trocáveis para a solução. Este princípio básico
é que permite, por exemplo, a determinação dos teores de AI+3, Ca+2 e Mg+2
trocáveis tratando-se o solo com excesso de K+. Assim sendo, no laboratório trata-se

30
10 cm3 de solo com 100 ml de KCI 1 N e determina-se no sobrenadante - solução do
solo - os teores de AI+3, Ca+2 e Mg+2 trocáveis.

2.12 Conceitos Básicos Sobre CTC

Fonte: keywordsuggests.com

A capacidade de troca de cátions dos solos é de grande importância na


agricultura, então, alguns conceitos a ela relacionados são muito importantes no
manejo da fertilidade do solo.
A CTC Efetiva - representada pela letra “t”. Reflete a capacidade de troca de
cátions efetiva do solo, ou melhor, a capacidade do solo em reter cátions em seu pH
natural. Qualquer que seja o valor de PH do solo, as cargas negativas ocupadas pelo
H+ não estão disponíveis para retenção de outro cátion, por troca.
Ao supor que o cultivo do solo ao valor do PH natural, a correta interpretação
do valor da CTC efetiva indica possibilidades de perdas de cátions por lixiviação, do
potencial de salinidade e necessidade de parcelamento das adubações potássicas.
Um valor de t menor que 2,5 meq/100 c é baixo, segundo o PROFERT – MG sendo
indicativo de solo arenoso, com baixo teor de matéria orgânica e, mesmo se mais
argiloso, com predomínio de argilas de baixa atividade. Com esta condição se for feita
uma adubação pesada poderá ocorrer perdas de cátions por lixiviação e elevada
salinidade para as sementes ou plântulas.

31
É necessário atentar-se que na definição da CTC efetiva aparece um cátion de
caráter ácido - alumínio -, que, além de não ser essencial, é tóxico às plantas, e, três
cátions de caráter básico - cálcio, magnésio e potássio, que são essenciais às plantas.
Portanto, deve ser considerado distintamente, o que é feito com base nos dois
conceitos a seguir:
Soma de bases - representada pela letra "S”. Como o próprio nome indica,
reflete a soma de cálcio, magnésio e potássio trocáveis. Não é um parâmetro muito
importante, por englobar três bases e, por conseguinte, não dar uma ideia dos valores
absolutos de cada uma delas. Para cada uma das bases, além dos teores absolutos,
pode-se calcular a fração da CTC efetiva ocupada por cada uma, da seguinte forma:

% Ca = Ca+2 x 100 t
% Mg = Mg+2 x 100 t
% K = K+ x 100 t

Generalizando, para uma condição ideal de suprimento das bases, a


percentagem de saturação de Ca, Mg e K deve ser de 60 - 80, 10 - 20 e 5 – 10 %,
respectivamente.
Muitas vezes o solo não será cultivado em seu PH natural, dado a necessidade
da calagem, então, sua CTC será alterada, de forma que a determinação da
percentagem de saturação de bases da CTC efetiva ou da percentagem de saturação
de cada uma das bases, em relação a CTC efetiva, perdem o significado.
Percentagem de saturação de alumínio - representada pela lera “m”.
Expressando a fração da CTC efetiva que é ocupada por alumínio trocável.

m % = Al+3 x 100 t

Ao se fazer a interpretação de resultados da análise química de um dado solo,


um dos pontos mais importantes é avaliar o teor de alumínio trocável, pois acima de,
1,0 neq Al+3/100 c, é o teor considerado elevado pelo PROFERT-MG e será
prejudicial ao crescimento da maioria das espécies vegetais. Entretanto, considerando
a variação da CTC entre os solos, o parâmetro que melhor expressa o potencial
fitotóxico do alumínio é justamente o valor "m". Diversos trabalhos mostram que para

32
uma saturação de alumínio acima de 60% há um grande aumento na atividade de
alumínio em solução e nestas condições, para a grande maioria das espécies
vegetais, o crescimento das raízes é praticamente paralisado.
Os conceitos discutidos até aqui estão relacionados com a CTC do solo em seu
pH natural ou com as condições prevalentes no solo em seu pH natural. Contudo,
sabe-se que muitas vezes o solo não será cultivado na sua condição natural de PH.
Por isso, os dois conceitos a seguir aplicam-se para urna condição de PH ideal para
cultivo do solo.
CTC potencial - representada pela letra "T". Reflete a capacidade do solo em
reter cátions a pH 7,0. Portanto, é também conhecida por CTC a PH 7,0. Sob o ponto
de vista prático, é o valor da CTC de um solo, caso a calagem deste solo fosse feita
para elevar o PH a 7,0. Partindo-se de um solo ácido, a elevação do PH para 7,0
promove a neutralização de cátions H+ que se encontram em ligações covalentes
como oxigênio de colóides orgânicos e de óxidos de ferro e de alumínio. Com isto, são
desenvolvidas cargas negativas que existiam apenas em potencial.
Na análise química do solo, obtém-se o valor de T a partir da extração de H+ +
Al+3 com solução salina tamponada a PH 7,0. O valor de T pode ser calculado por:

T (meq/100 c) = S + H+ + AI+3 ou,


T = t + H+

Por fim, deve-se destacar que o ganho em CTC pela neutralização de H+


adsorvidos será tanto maior quanto mais baixo for o pH natural do solo e quanto maior
for o teor de matéria orgânica e de óxidos de ferro e de alumínio do solo. Os colóides
orgânicos são os principais responsáveis por tal ganho.
Percentagem de saturação de bases da CTC a PH 7,0 - este parâmetro é
representado por "V". Reflete quantos por cento da CTC a PH 7,0 estão ocupados
pelas bases existentes no solo. O valor de V será dado por:

V%= S x 100

33
Supondo-se a elevação do PH do solo para 7,0, sem aumento no teor das
bases. Ca, Mg e K, a percentagem de saturação de bases no complexo de troca será
reduzida, pois há aumento da CTC com o aumento de pH - a CTC passa de t para T.

Fonte: escolakids.uol.com.br

Logo, a nível de manejo da fertilidade do solo, o aumento do pH do solo tem de


ser feito com corretivos que adicionem bases ao solo, de forma a elevar também a
saturação de bases, uma das razões do uso de calcário, pois, além de elevar o PH do
solo, este corretivo adicionará cálcio e magnésio ao solo. Dessa forma, a percentagem
de saturação de bases é um parâmetro muito usado para recomendação de calagem.

2.13 Os Organismos do Solo

Tem-se reconhecido o papel dos microrganismos em alterar a disponibilidade


de nutrientes no solo, porém, no estudo da fertilidade do solo, é preciso considerar o
papel da fase biológica. Os microrganismos em geral desempenham papel
fundamental na decomposição da matéria orgânica e, consequentemente na liberação
de nutrientes para a solução do solo. Ainda, é preciso lembrar que, além de aumentar
à disponibilidade dos nutrientes, os microrganismos podem promover imobilização de
nitrogênio inorgânico.
Alguns fungos infectam raízes de plantas, com mútuo benefício, a associação
de raízes com micorrizas promove acentuado aumento na disponibilidade de

34
nutrientes, notadamente de fósforo. E as bactérias também apresentam grande
importância na nutrição das plantas. A exemplo, participam de várias transformações
do nitrogênio, alterando de forma significativa sua disponibilidade, do enxofre e de
micronutrientes. É necessário desatacar de formar específica o fato de que algumas
bactérias fixam o nitrogênio do ar do solo, em simbiose ou não com raízes de plantas
liberando-o para as plantas em forma mineral.
Os microrganismos apresentam uma importância direta na disponibilidade de
nutrientes. Porém, não se deve negligenciar o papel dos organismos superiores -
cupins, formigas, minhocas, vegetais e o próprio homem. As minhocas, por exemplo,
além de produzirem uns húmus de excelente qualidade, promovem uma melhoria da
estrutura do solo. Inclusive, os canais formados promovem uma maior troca gasosa
entre a atmosfera e camadas mais profundas do solo, de grande importância no
processo de aeração do solo.

3 NUTRIÇÃO DE PLANTAS

Fonte: inseticidanatural.com

As plantas crescem e se desenvolvem absorvendo água e elementos minerais


do solo e dióxido de carbono (CO2) através das folhas. Uma série de elementos
minerais são individualmente necessários pois o crescimento e o desenvolvimento
somente ocorrerão se todos estão adequadamente disponíveis, e serão modificados
ou cessarão se algum deles não for adequadamente suprido.

35
O fator limitante ou deficiente muitas vezes pode ser a água, a luz solar ou até
mesmo o CO2, porém o mais frequentemente será um dos elementos minerais obtidos
do solo. Estes elementos podem ser facilmente fornecidos através da aplicação de
fertilizantes. Às vezes solos levemente deficientes em alguns nutrientes são almejados
para o plantio de tabaco, pois podem ser corrigidos e a aplicação de fertilizantes pode
ser controlada, evitando um crescimento vegetativo exagerado, pois este nem sempre
é desejado. Por isso é importante uma adubação equilibrada que contemple os
requerimentos da planta e que permita que o produtor tenha uma boa produção e
qualidade, gerando os melhores rendimentos. Mas, para isso é importante saber qual
a função dos nutrientes e suas interações com outros elementos minerais, bem como
a identificação dos sintomas de deficiência ou excesso destes nas plantas.

4 DOENÇAS NUTRICIONAIS

Fonte: iracemafontes.wordpress.com

As doenças nutricionais das plantas podem ser causadas tanto pela falta ou
pelo excesso de certos nutrientes no solo. Embora nitrogênio, fósforo e potássio sejam
os principais nutrientes em fertilizantes, outros elementos como magnésio, cálcio,
boro, enxofre, manganês, zinco, cobre e ferro também são essenciais à produção de
tabaco. Os Boro, zinco, cobre e ferro são requeridos somente em pequenas
quantidades e por isso são chamados de micronutrientes. A diferença entre
macronutrientes e micronutrientes é baseada somente na quantidade requerida pela

36
planta e não pela sua importância. Os macros são requeridos em quantidades
relativamente altas, com respostas proximamente ligadas com as quantidades
disponíveis, dentro de uma longa escala de quantidade. Os micronutrientes são
requeridos em quantias muito pequenas, mas a sua falta pode causar a morte ou baixa
performance. Nitrogênio (N), fósforo (P) e potássio (K) são os três mais importantes
macronutrientes.
Os nutrientes cálcio e enxofre estão presentes na planta em razoável
quantidade e também são considerados macronutrientes, mas sua importância é
encoberta ou pelo fato de raramente serem deficientes ou são aplicados em
quantidades suficientes nos compostos usados para suprir nitrogênio, fósforo e
potássio. O magnésio, que também é requerido em boas quantidades, também deve
ser aplicado de forma específica.
O conteúdo específico de um determinado elemento no tecido foliar não
necessariamente reflete a necessidade da planta nestas quantias; o fenômeno do
consumo de luxo pode anular estas conclusões. A absorção mineral em excesso
dentro de requerimentos nutricionais determinados e específicos pode ser uma
indesejável ocorrência, como pode ser visto no caso do cloro. Muitas vezes é uma
interação entre vários elementos ao invés de quantidades absolutas de um deles que
é mais importante.

5 FUNÇÕES DOS NUTRIENTES

5.1 Macronutrientes

Fonte: hidroponiaemportugal.blogs.sapo.pt

37
5.1.1 Nitrogênio (N):
O nitrogênio é essencial para a formação das proteínas, substâncias que fazem
parte dos tecidos vegetais. As proteínas são indispensáveis à vida das plantas e dos
animais. O nitrogênio faz parte, ainda, de compostos do metabolismo, como a clorofila
e os alcalóides, bem como de muitos hormônios, enzimas e vitaminas. No
tabaco, por exemplo, é essencial para o crescimento das plantas e folhas, sendo
importante no processo de fotossíntese, o que contribui diretamente na produção, pois
de forma individual é o nutriente mais importante e o elemento que mais influencia o
desenvolvimento da planta de tabaco. O nitrogênio faz parte da molécula de nicotina
e influi na sua produção, formando em torno de 13% deste composto, que é o mais
importante e característico componente da folha de tabaco.

5.1.2 Fósforo (P):


O fósforo age na respiração e na produção de energia; divisão das células,
intensificando-a; entra na composição de algumas substâncias de reserva, como os
albuminóides e o amido; dá força e rigidez aos caules dos cereais; facilita a floração;
aumenta a frutificação; apressa a maturação; intensifica a resistência das plantas às
moléstias; contribui para o desenvolvimento do sistema radicular e para a saúde geral
da planta. O fósforo contribui para uma produção maior e melhor.
Sua importância ainda, está atrelada a sua participação ativa em grande parte
das reações bioquímicas, da fotossíntese, respiração, síntese de proteínas e glicídios,
atuando no equilíbrio entre amido e açúcares. Como nutriente é fator de crescimento
e precocidade, ativador inicial que em geral tende a encurtar a fase vegetativa
(participa em todas as reações energéticas do metabolismo). Acelera a maturação das
folhas de tabaco, que está relacionada com um aumento de carboidratos (açúcares).

5.1.3 Potássio (K):


Com o potássio as plantas elaboram os açúcares e o amido. Ele é indispensável
para a formação e o amadurecimento dos frutos; aumenta a rigidez dos tecidos e a
resistência das plantas às pragas e moléstias; favorece o desenvolvimento do sistema

38
radicular. Deve ser fornecido numa relação adequada com o nitrogênio para garantir
um perfeito equilíbrio entre o crescimento, produção e qualidade.
Ele é responsável pela diminuição do dano causado pelas geadas, por ser um
solvente mais ativo dentro da célula, diminuindo o ponto de congelamento da solução
celular. O potássio também promove a formação de proteínas e, como cátion, o K
acompanha o nitrato desde as raízes até a folha, onde é reduzido a amônio para ser
incorporado ao aminoácido. Depois disto, o K retorna às raízes junto com o malato.
Considerado elemento importante para aumentar a tolerância a doenças
fúngicas e para melhorar sua resistência contra o estresse hídrico, atuando na
abertura e fechamento dos estômatos, resultando isto numa melhor regulação dos
processos fisiológicos como a transpiração. Existe uma correlação entre o seu nível
no mesófilo foliar e a utilização da energia e radiação solar, otimizando a fixação de
CO2 e, além disso, melhora a conversão de energia luminosa em energia química em
condições de baixa luminosidade.

5.1.4 Cálcio (Ca):

Fonte: br.123rf.com

O cálcio em baixas concentrações vai estimular a absorção de outros íons. Ele


é indispensável para manter a estrutura e o funcionamento normal das membranas,
particularmente da plasmalema. Tem influência predominante no equilíbrio entre a
acidez e a alcalinidade do meio e da seiva. O cálcio é um dos principais constituintes
inorgânicos do tabaco, sendo o segundo mais absorvido, ficando somente atrás do
potássio. Componente estrutural da parede celular, mais precisamente da lamela

39
média e relacionado diretamente aos acontecimentos envolvidos na divisão e
elongação celular. Ainda presente na planta na forma de sais insolúveis de ácidos
orgânicos sendo importante na estabilidade dos cromossomos.
Apesar de não fazer parte da membrana celular, sua função na permeabilidade,
transporte e manutenção da integridade é concreto. Regula a permeabilidade
diferencial, pois, frente a uma provisão insuficiente, as membranas perderão
efetividade como barreiras para a livre difusão de íons (entrada e saída) e na
seletividade. Vai atuar na neutralização dos ácidos orgânicos (formação de sais),
regula a pressão osmótica e o PH celular, está vinculado a funções de sistemas
enzimáticos específicos e sua presença se reconhece na ativação de substâncias
reguladoras do crescimento e desenvolvimento.

5.1.5 Magnésio (Mg):

Fonte: sigasuadieta.com.br

O magnésio entra na composição da clorofila, da protoclorofila, da pectina e


fitina. Por ser um componente da clorofila ele tem grande importância na fotossíntese
e influencia no metabolismo dos hidratos de carbono. Encontrado ionizado (livre),
combinado a ânions de ácidos orgânicos (malato), como constituinte da parede celular
(juntamente com o Ca ao qual está muito vinculado), relacionado a muitos processos
metabólicos e formando parte de moléculas essenciais como a clorofila, de maneira
que está diretamente relacionado com a fotossíntese (se o seu abastecimento não é

40
adequado esta atividade perde capacidade e eficiência). Com sua ajuda se ativam
completamente enzimas comprometidas com o metabolismo dos hidratos de carbono
e a síntese proteica.

5.1.6 Enxofre (S):


O enxofre se apresenta associado ao nitrogênio na composição das proteínas.
Encontra-se livre (atuando especialmente na regulação osmótica celular e equilíbrio
iônico) e, igualmente ao NO3-, deve reduzir-se antes de incorporar-se a moléculas
orgânicas.
A redução assimilatória requer energia e por isso depende da fotossíntese. É
um Componente essencial de aminoácidos como a cisteína, cistina e metionina,
participa da formação de proteínas e metabólitos-chave do metabolismo orgânico
(tiaminas, biotina, etc.). Desempenhando funções na atividade respiratória e
compostos redox. Favorece a formação de cloroplastos que são fundamentais no
metabolismo de lipídeos.

5.2 Micronutrientes:

5.2.1 Boro (B):

Fonte: coral.ufsm.br

As funções do Boro estão relacionadas com as de cálcio. É encontrado,


sobretudo, nos brotos novos em franco desenvolvimento, nas flores e no floema. É

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particularmente necessário onde as células estão se multiplicando. De extraordinária
importância na germinação do grão de pólen, na formação das flores, frutos e raízes,
no movimento da seiva e na absorção dos cátions. Importante ainda sobre o
metabolismo dos ácidos nucléicos, pois sua deficiência interrompe o desenvolvimento
e a maturação das células. E tem sido comprovado que o boro participa da síntese de
bases nitrogenadas como a uracila.
O boro intervém no mecanismo das auxinas. Foi demonstrado que o dano que
o alumínio provoca dentro da planta num solo ácido resulta de uma deficiência
induzida de boro, o que pode ser corrigido pela aplicação de boro durante a fase de
crescimento. Isto se deve à semelhança do ácido bórico (H3BO3) com a forma que o
alumínio assume dentro da planta depois que nela penetra (Al (OH)3). Os tecidos que
sofrem da deficiência de boro apresentam uma clara acumulação de AIA (ácido indol
acético), que inibe o crescimento.

5.2.2 Cloro (Cl):

Fonte: pt.fhotos.org

O coloro tem função relacionada com a fotossíntese, participando da fotólise da


água. Este ânion está estreitamente relacionado com a osmo-regulação (regulação
osmótica). A sua facilidade em mover-se através das membranas, combinado com
sua baixa reatividade bioquímica, são particularidades que o habilitam a fazer esta

42
função. Junto com outros solutos (particularmente o K+) diminuem o potencial
osmótico intracelular, regulando a hidratação e a turgência celular, condição que
adquire importância na resposta da planta frente a um estresse hídrico temporário.
Relacionado também a outros aspectos dependentes da turgência celular,
como a atividade estomática. O cloro é reconhecido como um micronutriente essencial
e existem evidências consideráveis que ocorrem efeitos benéficos com a presença de
pequenas quantidades de cloro nos fertilizantes. Pequenas quantidades aplicadas (23
a 34 Kg/ha) são benéficas ao crescimento e a um possível incremento na qualidade.
Em folhas curadas a influência favorável do Cl tem sido atribuída ao melhoramento da
relação de água na folha e a diminuição de danos causados por seca.
Por outro lado, existem muito mais problemas pelo excesso de cloro do que por
deficiência, pois a absorção excessiva de cloro reduz a qualidade, atrasa a maturação
e afeta a combustibilidade, acreditando-se que o efeito do Cl na queima é devido ao
aumento de substâncias higroscópicas na folha.

5.2.3 Cobre (Cu):

https://thiagoorganico.com/

O cobre é essencial para as plantas, em processos de oxidação e redução. É


ativador de várias enzimas dentro da planta. Apesar da exigência em pequenas
quantidades é necessário para a produção e desenvolvimento saudável do tabaco,
desempenhando um papel em que não pode ser substituído, contribuindo na saúde
integral da planta e regulando sua imunidade natural.

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Ainda é um componente vital de sistemas enzimáticos com funções
metabólicas na fotossíntese, respiração, lignificação (lignina é o elemento estrutural
que mais ostenta resistência ao ataque de microorganismos), metabolismo do fenol e
nitrogênio e na regulação de auxinas, que afetam a elongação celular.

5.2.4 Ferro (Fe):

Fonte: alunosonline.uol.com.br

O Ferro é essencial para a formação da clorofila, embora não faça parte dela,
da absorção de nitrogênio e processos enzimáticos. Participa de vários processos
enzimáticos vinculados a processos de oxiredução, na respiração, fotossíntese,
redução de nitratos e sulfatos entre outros. Incluído em proteínas de Fe-S, em enzimas
respiratórias como peroxidase, catalase, ferrodoxina e citocromo-oxidase, e em
citocromos, a maior parte do Fe ativo se localiza nos cloroplastos. A sua deficiência
na planta dificulta a capacidade fotoquímica e a síntese de clorofila.

5.2.5 Manganês (Mn):

Assim como o ferro, o manganês também é necessário para a formação da


clorofila, para a redução de nitratos e para a respiração. Em alguns processos
metabólicos, ele age como catalisador. Participa da formação do ácido ascórbico
(Vitamina C). Envolvido em sistemas enzimáticos, desempenha uma função relevante
na fotossíntese (com funções específicas em reações intermediárias na quebra da
água, liberando O², H+ e doando elétrons).

44
Controla vários sistemas de oxirredução, é componente de enzimas e ativador
de descarboxilases e desidrogenases do ciclo do ácido tricarboxílico.

Ativa a respiração das raízes, reduz a nervuras das folhas, melhora a


elasticidade da lâmina e promove a formação de cinzas claras, assim como uma
fumaça também mais clara.

5.2.6 Molibdênio (Mo):

Fonte: ofertasagricolas.com.br

O Molibdênio participa da bioquímica da absorção e do transporte e fixação de


nitrogênio. Faz parte da enzima nitrato redutase e nitrogenase. Ao atuar como um íon
ativador do nitrato redutase, seu principal papel está relacionado com a redução do
nitrato (N-NO3).

5.2.7 Zinco (Zn):

O zinco tua no crescimento das plantas devido sua participação na formação


do ácido indol acético (AIA). É reconhecido como indispensável para a síntese do
triptofano, que é o precursor do AIA. Também é identificado em numerosas enzimas
que atuam na respiração e outros processos enzimáticos vinculados ao metabolismo
de carboidratos e proteínas. Está envolvido na transformação de hidratos de carbono
e no consumo de açúcares que proporciona energia para a síntese de clorofila, ainda
na fosforilação da glicose e, através dela, na produção de amido. Cumpre um
importante papel na regulação da expressão genética (duplicação de DNA) e na
formação e maturação da semente.

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