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Cana-de-açúcar

(Saccharum officinarum)

Discente: Caroline Beal Montiel


Docente: Dr. Reginaldo Ferreira
Santos
Introdução
• Introduzida nas Américas pela segunda
expedição de Cristóvão Colombo em 1943;

• Brasil em 1502, por Martim Afonso de


Souza;

• Registro na alfândega de Lisboa de


entrada de açúcar brasileiro nos anos de
1520 e 1526.
Introdução
• De início sua transformação se deu em
açúcar e hoje também em álcool carburante;

• Brasil maior produtor mundial de cana-de-


açúcar pelo aumento da demanda de etanol;

• As grandes áreas de cultivo e condições de


solo e clima que são favoráveis;
Introdução

• Safra de 2016/2017 a produção estimada


em 657,2 milhões de toneladas com uma
área colhida de 9.049,2 mil hectares
(Conab, 2017);

• Além da produção do açúcar e do álcool;

• Cachaça, rapadura e açúcar mascavo, e


também na alimentação de ruminantes e
monogástricos;
Botânica
• Vegetal do Reino Plantae;
• Divisão Magnoliophyta;
• Classe Liliopsida;
• Ordem Cyperales;
• Família Poaceae,
• Gênero Saccharum;
• Espécies: Saccharum officinarum, S.
spontaneum; S. robustum; S. officinarum;
S. barberi; S. sinense
Botânica
• Planta tipo colmo cilíndrico, ereto e
fibroso, com nós e internódios;
• Altura de 1 a 5 m;
• Folha uma lâmina e uma bainha
envolvendo o colmo;
• Sistema radicular pode atingir até 5 m de
profundidade;
• Maturação da base para o ápice do colmo;
Estádios Fenológicos
Tabela 1. Duração do ciclo da cana-de-açúcar em função do
planejamento da época de plantio.
Fig. 1- Aparecimento de raízes Fig. 2- Inflorescência
Cultivo
• Solos brasileiros normalmente apresentam:
– Característica ácida;
– Baixa saturação de cátions básicos (Ca, Mg
e K)

A falta de cátions e teores de alumínio trocável


se tornam prejudiciais ao crescimento radicular
e todo o desenvolvimento da planta;
Cultivo
• Correção da acidez com:

 Calagem
Gera a correção da acidez e conseqüente
redução;

 Gessagem
Não neutraliza a acidez do solo, mas reduz a
saturação de alumínio e aumenta a saturação
de bases da subsuperfície;
Cultivo
• Em São Paulo, áreas que apresentavam
baixa fertilidade e acidez elevada, tendo
uma quantidade de pH menor que 4,4 e
teores de Ca de 6 mmolc.dm-3 e Mg de 1
mmolc.dm-3. O aumento da produção na
cana-planta foi de 8 t.ha-1 em uma área e
na outra área se teve acréscimo de 13. ha
Cultivo

• Latossolo Amarelo coeso distrófico de textura


argilosa/ muito argilosa, com doses;

• 1,1; 2,3; 3,5; 4,6 e 6,9 t.ha-1 ;

• O gesso favoreceu o aumento dos teores de


cálcio trocável e os valores de saturação por
bases, a partir da quantidade de 4,6 t/ha-1, e
também a redução do alumínio trocável na
camada de 0,6-0,8 m.
Sistema de Plantio Direto
• Não há revolvimento do solo;

• Manutenção de cobertura permanente;

• Rotação de culturas;
Sistema de Plantio Direto
• O SPD da cana sobre leguminosas;

• Aumenta o teor de N e K nas folhas;

• Apresenta 43% de K a mais nas folhas;

• N e K são principais limitantes da


produtividade em plantio convencional
Sistema de Plantio Direto
• Apresenta 27, 32 e 37% superior em diâmetro
e produtividade de colmos;

• Feijão de porco e mucuna preta proporcionam


26% a mais de N para a cana;

• A cana em SPD sobre leguminosas é mais


produtiva comparada ao plantio convencional;
Plantadeira de cana-de-açúcar
Adubação
• Cana-de-açúcar em estadio de terceira
soqueira;
• Maiores produtividades foram com a aplicação
de
– 100 kg.ha-1 de N;
– 100 kg.ha-1 de K2O ;
– 100 kg.ha-1 de P2O5;

Com aumento de 53,9% na produtividade


Adubação
• Redução ou retirada total dos nutrientes N-P-
K da adubação tem-se redução no peso
médio dos colmos, refletindo na produção
final;

• Adubação N é complementada com a


adubação K , aumento de produtividade
76,2% em relação a testemunha, e maior que
50% quando comparado com produtividade
que só recebeu adubo nitrogenado;
Adubação
• A aplicação de fósforo mostra um aumento
na produção de colmos nas parcelas que
receberam o fósforo em cobertura
incorporado lateralmente á linha de cana;

• Adubação potássica obteve resultados na


produtividade de colmos e de açúcar até a
dose em torno de 160 kg ha-1, acima disso
ocorreu um declínio na produtividade;
Inoculação
• 5 estirpes de bactérias diazotróficas
endofíticas;

• Polímeros carboximetilcelulose e amido a


60% e 40% como veículos de inoculação;

• Aumento da produtividade de colmos e massa


de matéria seca aos 11 meses após o plantio;

• Não diferindo do tratamento com nitrogênio;


Inoculação
• Variedade RB72454 não apresenta
resposta ao nitrogênio e nem a
inoculação;

• Variedade RB867515 , mais exigente à


fertilidade, respondeu a inoculação com
incremento de desenvolvimento e
produtividade similar, à aplicação de 120
kg há-1 de N na cultura;
Pragas

Broca da Cana (Diatraea Saccharalis)


Cigarrinha das raízes (Mahanarva
Fimbriolata)
Besouro da raíz (Migdolus fryanus)
Bicudo da cana-de-açúcar
(Sphenophorus levis)
Cupim (Heterotermes tenuis)
Broca Gigante da cana (Telchin licus)
Lagarta Elasmo (Elasmopalpus
lignosellus)
Doenças

Mosaico da cana-de-
açúcar (Vírus)
Carvão causado pelo fungo Sporisorium scitamineum (sin. Ustilago
scitaminea)
Ferrugem causada pelo
Fungo (Puccinia melanocephala)
Mancha parda causada pelo Fungo (Cercospora longipes)
Podridão do abacaxi causado pelo Fungo (Ceratocystis paradoxa)
Podridão vermelha causado pelo Fungo (Colletotrichum falcatum)
Nematóides

Meloidogyne javanica – “Sinais de galhas”


Colheita
• Pode influenciar na:

– Produção e longevidade da cultura;


– Nos atributos físicos, químicos e biológicos;
– No meio ambiente;
– Na saúde pública;
Colheita
• Cana queimada
Eliminação da matéria seca e aumento
da concentração de CO2 na atmosfera, sendo
um agravante do efeito estufa e reduzindo o
teor de matéria orgânica do solo.

Por isso tem-se cada vez mais presente a


colheita mecanizada na produção do Brasil.
Colheita
• Cana crua com incorporação da
palhada

Maior produção de colmos, elevados


teores de matéria orgânica, melhor
estabilidade de agregados, da
macroporosidade e do teor de água,
menores valores de resistência do solo à
penetação e densidade;
Colhedora de cana-de-açúcar
Etanol
• Brasil é líder na produção e eficiência do
setor sucroalcooleiro;
• O Programa Nacional do Álcool, de 1975,
melhorias genéticas e criação de
sementes adaptadas;
• Melhorias tecnológicas nas usinas e
destilarias, desenvolvimentos na indústria
automobilística;
Etanol

• A produção de etanol se manteve acima


de 27,80 bilhões de litros;

• Para a produção de etanol hidratado o


total foi de 16,73 bilhões de litros, redução
de 13,1% ou 2,5 bilhões de litros,
resultado do menor consumo deste
combustível.
Etanol
• Produção de bioetanol;

• Pela fermentação do mosto obtido pelo


caldo de cana e pelo melaço;

• Rendimentos industriais maiores que 90%


têm sido observados por várias destilarias
brasileiras, gerando sucesso da produção
de bioetanol no país.
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