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Ciências Naturais

9º Ano

Ficha informativa Nº 2

Organismo humano
Aluno: em equilíbrio
____________________________________________ Nº _____ Turma: ______
Compreender a importância do sistema digestivo para o equilíbrio do organismo humano

Nutrição
• A nutrição é o processo pelo qual os nutrientes essenciais são utilizados pelas células do
organismo.
• A digestão, a absorção, o transporte e o metabolismo celular são etapas da nutrição.
• A digestão, principal função do sistema digestivo, consiste no desdobramento de grandes
moléculas de nutrientes orgânicos nos seus constituintes mais simples, capazes de serem
absorvidos.
• A absorção e o transporte são os meios através dos quais os nutrientes mais simples passam
para o sangue e para a linfa.
• Transporte - Os nutrientes chegam às células pela corrente sanguínea.
• O metabolismo celular é o conjunto de reações químicas que ocorrem nas células do
organismo e inclui o anabolismo e o catabolismo.

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• O anabolismo é o processo em que as pequenas moléculas se combinam para formar outras
de maior dimensão. As vias anabólicas constroem novas moléculas, que vão compor estruturas
celulares, a partir dos produtos de catabolismo, usando energia.
• O catabolismo é o processo em que as grandes moléculas são desdobradas em moléculas
menores. As vias catabólicas envolvem o desdobramento dos nutrientes em moléculas simples
utilizáveis pelas células. Neste processo, a energia é armazenada no ATP para utilização
posterior ou libertada como calor. Ex.: digestão

Funções do sistema digestivo

As funções do sistema digestivo são: ingestão, mastigação, propulsão, mistura, secreção,


digestão, absorção e eliminação ou defecação.
• Ingestão: introdução de alimentos na boca com destino ao estômago. Ocorre na boca.
• Mastigação: trituração dos alimentos pelos dentes para facilitar a ação das enzimas digestivas,
misturando-os com a saliva – secreção das glândulas salivares que contém uma enzima. Após
a mastigação e insalivação, forma-se o bolo alimentar – produto da digestão na boca.
• Propulsão: movimento dos alimentos ao longo do tubo digestivo.
• Mistura: movimentos do tubo digestivo que misturam os alimentos com as secreções
digestivas.
• Secreção - Material produzido pelas glândulas digestivas: água, enzimas (boca, estômago,
pâncreas e intestino) e bílis (fígado).
• Digestão - Desdobramento dos nutrientes dos alimentos nos seus componentes mais simples:
prótidos em aminoácidos, glícidos em açúcares simples (maltose, glicose) e lípidos em ácidos
gordos e glicerol.
• Absorção: Passagem dos aminoácidos, glicose, ácidos gordos e glicerol, água, minerais e
vitaminas para o sangue e para a linfa.
• Defecação: processo que remove do organismo os resíduos da digestão ou fezes.

Constituição do sistema digestivo

• O sistema digestivo é constituído pelo tubo digestivo e pelas glândulas anexas.

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• Os órgãos do tubo digestivo e as
glândulas anexas têm diferentes
funções que estão inter-relacionadas.
• As glândulas anexas segregam
fluidos que são lançados em alguns
órgãos do tubo digestivo, contribuindo
para a digestão.
• O tubo digestivo é formado por boca,
faringe, esófago, estômago, intestino
delgado, intestino grosso e ânus.
• As glândulas anexas segregam
fluidos que são lançados em alguns
órgãos do tubo digestivo, contribuindo
para a digestão.
• As glândulas anexas incluem as
glândulas salivares, o fígado e o
pâncreas.

Etapas da digestão
1. Digestão na boca

Na boca ocorrem transformações físicas por ação dos dentes e da língua – mastigação - e
transformações químicas por ação da amílase salivar – insalivação.

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Mastigação – processo em que os dentes trituram os alimentos e fazem a mistura com a saliva –
secreção das glândulas salivares.
A saliva possui amílase salivar – enzima digestiva que inicia a decomposição dos glícidos.
Após a mastigação e insalivação forma-se o bolo alimentar – produto da digestão na boca.
Após a deglutição, o bolo alimentar passa da cavidade oral, pela faringe, para o esófago.
O bolo alimentar desce até ao estômago com a ajuda dos movimentos peristálticos.
Durante este percurso, a amílase salivar continua a atuar sobre o amido. O bolo alimentar ao chegar
ao cárdia, provoca a abertura deste permitindo que a massa alimentar entre no estômago.

2. Digestão no estômago

A ação conjunta dos movimentos peristálticos de mistura e das transformações químicas –


atuação do suco gástrico – transforma o bolo alimentar em quimo.
Os movimentos peristálticos do estômago misturam o bolo alimentar com as secreções gástricas.
O suco gástrico contém muco, enzimas digestivas e ácido clorídrico e é produzido pelas glândulas
gástricas, situadas na superfície interna do estômago.
Composição do suco gástrico:
- pepsina (enzima) - atua sobre as proteínas desdobrando-as em poli péptidos.
- lípase gástrica (enzima) – atua sobre os lípidos desdobrando-os em ácidos gordos e glicerol.
- ácido clorídrico – contribui para que o pH seja favorável á atuação da pepsina; inativa a amílase
salivar; destrói bactérias.
- muco – lubrifica e protege a parede do estômago da ação do ácido clorídrico e da pepsina.

Durante a digestão gástrica, a pepsina – enzima que decompõe as proteínas em meio ácido -
transforma o bolo alimentar em quimo – produto da digestão no estômago.

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3. Digestão no intestino delgado
O quimo passa em jatos intermitentes através do piloro, entrando para o duodeno, a porção inicial
do intestino delgado.

 Duodeno – ação física


A bílis neutraliza a acidez do quimo e emulsiona os lípidos, facilitando a ação das lípases –
ação física.
O quimo é misturado pelos movimentos peristálticos.
 Duodeno – ação química – os sucos pancreático e intestinal contêm várias enzimas que
vão atuar sobre as moléculas complexas que ainda estão intactas e sobre aquelas que
resultaram já da digestão parcial experimentada na boca ou no estômago.
A amílase, a tripsina e a lípase pancreáticas iniciam a transformação do quimo no
duodeno.
A superfície interna do intestino também produz enzimas – maltase, sacarase, lípase,
lactase e peptidase – e secreções lubrificantes que protegem a parede intestinal da acidez do
quimo e da ação das próprias enzimas digestivas.
 Suco pancreático – produzido no pâncreas e lançado no duodeno, através do canal
pancreático. Contém varias enzimas: protéases, amílase pancreática e lípase
pancreática.

A amílase pancreática decompõe o amido em maltose.


A lípase pancreática decompõe os lípidos (glicerídeos) em ácidos gordos e glicerol.
A tripsina pancreática decompõe os polipéptidos em péptidos.

 Suco intestinal – produzido pelo intestino; contém as seguintes enzimas: lactase,


maltase, sacarase, peptídases e lípase intestinal.

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A maltase intestinal decompõe a maltose em monossacáridos (glicose).
A lípase intestinal decompõe os lípidos (glicerídeos) em ácidos gordos e glicerol.
As peptídases intestinais decompõem os péptidos em aminoácidos.
A lactase transforma a lactose em glicose e galactose.
A sacarase transforma a sacarose em glicose.

4. Absorção no intestino delgado


A eficácia da absorção intestinal é maximizada devido a:
 intestino delgado apresenta uma extensa superfície de absorção (cerca de 300 m 2) que
resulta da existência de:

Válvulas coniventes Vilosidades intestinais Microvilosidades

• Existência de apenas uma camada


de células na superfície das
vilosidades intestinais
• Elevada irrigação sanguínea
As válvulas coniventes, vilosidades e
microvilosidades permitem uma maior área
de absorção – passagem das pequenas
moléculas dos nutrientes para os capilares
sanguíneos e quilíferos.

5. Intestino grosso
O intestino grosso é composto pelo cego, cólon, reto e ânus.

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Durante a permanência no cólon, o quimo, que
contém as substâncias não absorvidas, transforma-se
em fezes.
A absorção de água e de sais para os capilares
sanguíneos bem como a ação intensiva de
microrganismos estão envolvidas na formação das
fezes que ficam armazenadas até serem eliminadas
na defecação.
As fezes expelidas pelo tubo digestivo são constituídas por água, substâncias sólidas não
digeridas, microrganismos e células epiteliais descamadas.

• A última função do sistema digestivo ocorre no cólon por ação de microrganismos comensais
que habitam o intestino – microbiota humana.
• A microbiota é constituída por fungos, bactérias e protozoários.
• Ocupam o trato gastrointestinal – estômago, intestino delgado e intestino grosso -, estando
mais concentrados no intestino grosso.

• Estima-se que 400 a 1000 espécies de microrganismos


compõem a microbiota, contribuindo para a saúde e o bem-
estar do indivíduo.
• A maioria das bactérias intestinais reside na parte inferior do
trato gastrointestinal, uma vez que o trato superior apresenta
níveis elevados de acidez, bílis e secreções pancreáticas, que
são tóxicas para a maioria dos microrganismos.
No sistema digestivo, o microbiota é responsável pela:
• degradação de componentes não digeríveis da dieta;
• produção de alguns ácidos gordos;
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• proteção da superfície intestinal contra agentes patogénicos;
• síntese de vitaminas – no intestino grosso, bactérias como Escherichia coli são responsáveis
pela produção de várias vitaminas, como a biotina, o ácido fólico, as vitaminas do complexo B
(biotina e ácido fólico) e a vitamina K.

A microbiota contribui para a melhoria no funcionamento do sistema imunitário: os


microrganismos comensais previnem a colonização do intestino por microrganismos
patogénicos através da competição pelos locais de fixação e pelos nutrientes e, também,
através da produção e secreção de agentes antimicrobianos.

Doenças do sistema digestivo

As doenças do sistema digestivo são muito variadas e de sintomatologia muito diversa, mas,
geralmente, estão associadas ao mau funcionamento do sistema digestivo ou a estilos de vida
pouco saudáveis.
• A parotidite é a inflamação das parótidas – um dos pares de glândulas salivares. O tipo mais
comum de parotidite viral é a papeira. Os sintomas são febre alta, mal-estar, dor de garganta e
edema em ambos os lados da face. A vacina para a parotidite faz parte do Programa Nacional
de Vacinação.
• Úlceras duodenais - as pessoas sujeitas a níveis de ansiedade elevados e prolongados são
as mais suscetíveis a desenvolver úlcera duodenal. Apresentam, muitas vezes, níveis
de secreção gástrica elevados, implicando a entrada de um quimo extremamente ácido no
duodeno. Uma úlcera pode perfurar (causar um orifício no estômago ou no duodeno),
provocando uma peritonite, que tem de ser corrigida cirurgicamente.
• O cancro do pâncreas pode obstruir os canais pancreático e colédoco, causando icterícia.
Pode não ser detetado até o tumor atingir dimensões consideráveis, podendo tornar-se tão
grande que cause a obstrução da região pilórica.

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• As hemorroidas são o ingurgitamento ou inflamação das veias hemorroidárias que irrigam o
canal anal. As hemorroidas causam dor, prurido e hemorragia à volta do ânus. O tratamento
inclui o aumento do volume do bolo fecal através da ingestão de fibras. Em situações extremas
pode ser necessário recorrer à cirurgia.

Medidas que contribuem para o bom funcionamento do sistema digestivo

 Evitar o consumo de alimentos processados.


 Consumir alimentos frescos, ricos em fibras (frutas e legumes) - prática de alimentação
equilibrada, rica em fibras e água.
 Não fumar e consumir bebidas alcooólicas de forma moderada.
 Praticar exercício físico regularmente.

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