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O sistema digestivo é constituído pelos órgãos do tubo digestivo e pelos órgãos anexos,
conforme indicado no esquema seguinte e ilustrado na figura em baixo.
Os processos químicos efetuam-se pela ação dos diferentes sucos digestivos, cujas enzimas
atuam sobre os alimentos. Dependem de estímulos do sistema neurohormonal.
A digestão dos alimentos inicia-se na boca, sendo esta constituída pelo lábio superior, lábio
inferior, úvula, língua, palato e amígdalas.
O alimento, através do processo físico da insalivação é envolvido, com o auxílio da língua e dos
dentes, pela saliva produzida pelas glândulas salivares.
Ocorrem transformações químicas, onde a amílase salivar (uma enzima que decompõe o
amido, um polissacarídeo), originando moléculas mais simples, como a maltose.
Ocorrem também transformações físicas por ação dos dentes e da língua, através do processo
de mastigação realizado pelos dentes.
Ocorre na criança
Decídua
(dentição de
leite) 20 dentes (10 em
cime e 10 em
baixo)
A dentição permanente é constituída por:
Glândulas
gástricas
Célula
principal
Célula
parietal
Célula
mucosa
O fígado está constituído por células, sendo as principais os hepatócitos. Estes têm como
funções:
A síntese de proteínas
A reserva de vitaminas
A reserva de glicogénio ou glicose
A transformação de lípidos e aminoácidos em glicose
A produção de ureia
A neutralização de substâncias tóxicas
A secreção da bílis que é produzida na vesícula biliar
Pâncreas: é uma glândula com função exócrina e endócrina.
A função exócrina caracteriza-se pela produção de materiais, seguida da sua libertação para o
meio externo ao corpo. Esses materiais são lançados para o canal pancreático, desaguando no
interior do duodeno.
A função endócrina caracteriza-se pela produção de materiais, seguida da sua libertação para o
meio interno do corpo. Esta função ocorre nas ilhotas de Langerhans, que consistem em
aglomerados de células essencialmente constituídos por:
É libertado secreções das vilosidades das cristas circulares. Essas secreções constituem o suco
intestinal, o qual atua principalmente no duodeno.
É no intestino delgado que ocorre a maior parte da absorção intestinal que consiste na
passagem dos nutrientes para os vasos sanguíneos e linfáticos.
É constituído por várias viscosidades intestinais, que por sua vez, cada viscosidade intestinal é
formada por diversos tipos de células e irrigada por uma rede de vasos sanguíneos que
rodeiam um vaso linfático central, também designado de quilífero.
Ao nível das viscosidades intestinais ocorre uma absorção seletiva de nutrientes.
Fezes: são constituídas por restos alimentares não digeridos, água, bactérias, células do
revestimento interno do intestino e muco.
Para proceder à evacuação das fezes é necessário relaxar voluntariamente o músculo externo.
Esta eliminação designa-se defecação.
Microbioma: consiste nos microrganismos que existem num determinado organismo, como o
ser humano, e os genes desse microrganismo. Inclui vírus e microrganismos como fungos,
protozoários e principalmente bactérias.
Microbiota: diz respeito apenas aos microrganismos presentes num ambiente específico.
Designa-se de microbiota intestinal quando está presente no intestino.
A microbiota intestinal pode ser alterada através do uso de prebióticos, probióticos e pós-
bióticos.
Prebióticos: consistem em partes dos alimentos não digeridos, como as fibras, que são usadas
para o crescimento ou outras atividades dos microrganismos da flora intestinal.
Pós-bióticos: são subprodutos que resultam do metabolismo dos probióticos e que possuem
propriedades que auxiliam na regulação do Microbioma intestinal, com benefícios para a saúde
do organismo.
Diarreia: é uma perturbação do sistema digestivo comum nas crianças, mas quando ocorre
continuamente exige vigilância médica.
Enzimas: são proteínas produzidas por diversos órgãos do sistema digestivo e que facilitam a
digestão.
A função das enzimas é quebrar as ligações químicas entre as moléculas que compõem os
alimentos, através de reações de hidrólise.
As enzimas podem ser afetadas por diversos fatores, como a temperatura e o pH do meio em
que atuam. Cada enzima tem um pH ótimo de funcionamento no corpo humano. O esquema a
seguir apresenta informação sobre as enzimas, o órgão e o substrato em que atuam e o
produto que originam.
As doenças que estão associadas ao sistema digestivo e à digestão são:
Sistema Circulatório
A função de circulação é realizada pelo sistema cardiovascular e pelo sistema linfático.
O coração é revestido por 2 camadas que no seu conjunto constituem um saco membranoso
designado pericárdio.
É formado por fibras musculares cardíacas, cilíndricas e finas, com células cardíacas alongadas.
Entre as células cardíacas existem discos intercalares.
Discos intercalares: são umas membranas que possuem uma resistência elétrica muito
pequena, o que permite que um impulso elétrico percorra velozmente as células musculares
cardíacas.
Artéria aorta: artéria que transporta o sangue proveniente do ventrículo esquerdo até ao resto
do corpo.
Artéria pulmonar: apesar deste vazo sanguíneo se designar artéria, não transporta sangue
arterial, mas sim sangue venoso. Trata-se de uma veia que transporta do sangue proveniente
do ventrículo direito até aos pulmões.
Aurícula direita: cavidade que recebe o sangue proveniente do corpo através da veia cava
superior e veia cava inferior.
Aurícula esquerda: cavidade que recebe o sangue proveniente dos pulmões através de quatro
veias pulmonares.
Vasos sanguíneos coronários: consistem em artérias coronárias, que transportam o sangue até
ao miocárdio, e em veias coronárias, que transportam o sangue do miocárdio até ao seio
coronário. O seio coronário é a principal veia do coração e abre-se na aurícula direita.
Veia cava superior: veia que transporta o sangue proveniente da cabeça, da parte superior do
tórax e dos membros superiores até ao coração.
Veia cava inferior: veia que transporta o sangue proveniente do abdómen e dos membros
inferiores até ao coração.
Veias pulmonares: consistem em quatro veias, duas provenientes do pulmão esquerdo e duas
do pulmão direito, que transportam o sangue até à aurícula esquerda.
Ventrículo direito: bombeia o sangue para a artéria pulmonar, em direção aos pulmões.
Ventrículo esquerdo: bombeia o sangue para a artéria aorta, em direção ao resto do corpo.
Cada uma das válvulas é constituída por secções designadas cúspides que abrem e fecham
conforme o sentido do fluxo de sangue.
Válvula aórtica: também se designa por válvula semilunar aórtica. Esta válvula, constituída por
três cúspides, controla o fluxo de sangue do ventrículo esquerdo para a artéria aorta.
Válvula pulmonar: também designada por válvula semilunar pulmonar. Esta válvula,
constituída por três cúspides, controla o fluxo de sangue do ventrículo direito para a artéria
pulmonar.
Válvula tricúspide: também designada por válvula auriculoventricular direita. Esta válvula,
constituída por três cúspides, controla o fluxo de sangue da aurícula direita para o ventrículo
direito.
Batimentos cardíacos: são despoletas por um sistema de condução cardíaco constituído por
estruturas que geram e transmitem impulsos elétricos no coração.
O impulso elétrico é gerado no nó sinusal ou nodo sinoatrial, que conduz o impulso elétrico
até às aurículas. O nodo sinoatrial também transmite o impulso elétrico ao nodo ou nó
atrioventricular, o qual, por sua vez, conduz o impulso elétrico até aos ventrículos.
Num primeiro momento, o nosso sinusal, sob influência do sistema nervoso autónomo ou de
hormonas, enviamos tinha estímulo elétrico pelos feixes internodais, estimulando a contração
da aurícula direita e da aurícula esquerda. Esse estímulo também atinge o nodo
atrioventricular.
Quando o estímulo elétrico chega ao nodo atrioventricular, é retardado para que as aurículas
possam contrair devidamente sem interferência da contração dos ventrículos. Após sofrer esse
atraso, o impulso elétrico é encaminhado para o ramo comum do feixe de His e depois para
dois ramos ramificados do feixe de His, cada um seguindo para o lado direito ou esquerdo do
coração.
A atividade elétrica do coração pode ser avaliada através de uma eletrocardiograma (ECG).
O sangue desloca-se no interior de vasos sanguíneos que podem ser de vários tipos: artérias,
arteríolas, capilares, vénulas e veias.
Artérias: são os vasos sanguíneos de maior calibre (com maior secção transversal) e paredes
mais espessas, porque no seu interior o sangue circula a pressões elevadas.
Quando as válvulas das veias são danificadas, o sangue pode retomar para trás, originando
dilatações que podem causar varizes.
Capilares: são os vasos sanguíneos mais finos do organismo porque são constituídos por uma
única camada de células.
Encontram-se mais próximos dos vasos arteriais designam-se capilares arteriais e os que se
localizam mais próximos dos vasos venosos designam-se capilares venosos. Os capilares
ramificam-se formando uma rede de capilares que está em contacto próximo com as células do
organismo, de modo a ocorrerem as trocas gasosas e de outras substâncias. Essa rede de
capilares contacta também com os vasos linfáticos.
Sangue: é constituído pelo plasma e por elementos celulares como os eritrócitos, os
leucócitos, os linfócitos e as plaquetas.
Plasma: é um líquido que contém água, gases, iões, nutrientes, enzimas, hormonas e outras
proteínas, assim como outras moléculas, como as hormonas não proteicas.
Estas células tem a capacidade de originarem diferentes tipos de células. Num primeiro
momento originam células mieloides e células linfoides.
Processo II: as células mieloides produzem células de grandes dimensões que originam
megacariócitos (células com grandes núcleos). Por sua vez, produzem fragmentos celulares,
correspondentes às plaquetas.
Processo III: as células mieloides dão origem aos diferentes leucócitos. As células mieloides
também se diferenciam em outras células que originam macrófagos.
Aterosclerose: pode ser provocada pela acumulação de gordura no interior das artérias,
formando uma placa rígida designada ateroma.
A determinada altura, uma artéria pode ficar bloqueada pela formação de um coágulo de
sangue (trombo), o que impede a sua passagem do sangue.
Angioplastia: através de uma artéria, é direcionado um cateter com um stent (rede metálica)
até ao local da artéria onde se localiza o ateroma.
Ataques cardíacos: também designados enfartes do miocárdio, podem ter várias causas, mas
uma delas resulta do bloqueio da passagem do sangue acusado por um coágulo. Nessa
situação, a passagem do oxigénio e dos nutrientes até ao músculo cardíaco é impedida, o que
causa morte do miocárdio.
As doenças associadas ao sistema cardiovascular são:
A leucemia – é uma doença oncológica que ocorre nas células estaminais da medula
óssea. Ocorre nas células linfoides que resultam das células estaminais da medula
óssea produzindo linfócitos anormais.
Sistema Linfático
O sistema linfático contribui para a circulação de um fluido no organismo designado linfa. É
essencialmente constituído pelas amígdalas, baço, gânglios linfáticos, vasos linfáticos e timo.
Amígdalas: localizam-se na boca e são agregados de nódulos linfáticos, formando uma barreira
contra microrganismos.
Baço: é um órgão responsável, essencialmente, pela filtração do sangue no corpo. Ocorre na
filtração de eritrócitos, leucócitos, linfócitos e plaquetas envelhecidas.
Vasos linfáticos: transportam a linfa, possuem válvulas que impedem o refluxo do fluido que
transportam, neste caso, a linfa.
No intestino existem vasos linfáticos especializados, designados quilíferos, para os quais são
enviadas parte das gorduras digeridas pelo organismo.
Timo: é responsável pela maturação de linfócitos T. esses linfócitos depois migram e são
armazenados no baço e nos gânglios linfáticos.
Linfa: é o fluido que é transportado no sistema linfático e é constituída, essencialmente, pelos
mesmos materiais que entram na composição do sangue, à exceção dos eritrócitos e das
plaquetas, embora em diferentes concentrações.
Circula em vasos linfáticos (linfa circulante) ou em espaço entre as células (linfa intersticial).
Linfa intersticial: distribui os nutrientes e transporta os gases para o sangue e deste para as
células.
Linfa circulante: é drenante para o sangue ao nível da veia subclávia esquerda, a qual contacta
com a veia jugular interna esquerda, e da veia subclávia direita, que contacta com a veia
jugular interna direita.
Sistema Imunitário
Imunologia: é a ciência que estuda o sistema imunitário (ou imunológico ou imune) na saúde e
na doença.
O sistema imunitário é constituído pelos órgãos linfoides primários designados medula óssea e
timo, e órgãos linfoides secundários, designados gânglios linfáticos, baço e amígdalas.
Agentes patogénicos: são os agentes que têm o potencial de causar doenças ao ser humano.
Sistema
Imunitário
Sistema Sistema
Imunitário Imunitário
Inato Adquirido
Imunidade inata: consiste num conjunto de processos que conferem proteção contra agentes
patogénicos, impedindo a entrada dos agressores ou distribuindo-os quando conseguem entrar
para o interior do organismo.
Glândulas salivares: constituem uma barreira química porque produzem saliva com lisozima.
Glândulas sudoríparas: constituem uma barreira química porque produzem suor, um composto
que auxilia a proteger a pele de microrganismos.
Pele: através das glândulas sebáceas, a pele também atua como uma barreira química porque
segrega lípidos tóxicos que matam microrganismos.
Pelos: localizam-se à superfície da pele e, por exemplo, no interior das narinas ou dos ouvidos,
ajudam a reter agentes invasores.
Secreções mucosas: são produzidas por células especializadas e constituem barreiras químicas
e físicas importantes. Essas células produzem um muco que envolve os microrganismos,
impedindo que entrem no tecido epitelial.
Células NK (natural killer): também contribuem para a imunidade inata, causando a lise
(destruição) de células infetadas através de mecanismos de citotoxicidade e facilitando desse
modo a eliminação do agente invasor.
Febre: são as toxinas produzidas pelos agentes patogénicos e certos compostos produzidos
pelos leucócitos que podem fazer aumentar a temperatura do corpo.
Caracteriza-se por desencadear respostas personalizadas para cada tipo de agente patogénico
e por ter um efeito de memória.
Efeito de memória: após uma primeira infeção pelo agente patogénico, quando ocorre outra
invasão pelo mesmo agente, o sistema imunitário é mais rápido a responder devido a este
efeito de memória.
Imunidade
Específica
Imunidade Imunidade
Humoral Celular
Se, mais tarde, o indivíduo voltar a ser exposto ao mesmo antigénio, ocorre uma resposta
imunitária secundária, mais rápida, intensa e prolongada que a primária. Nesse caso, as células
B de memória, que possuem uma grande longevidade, reconhecem o agente patogénico e
começam a produzir os anticorpos num tempo inferior ao da resposta primária, originando
uma resposta imunitária mais forte do que o primeiro contacto com esse agente.
Quando os agentes patogénicos invadem as células, entram em ação os linfócitos T, que
desencadeiam a imunidade celular.
Quando a infeção já está controlada, cabe também aos linfócitos T (supressores) libertar
substâncias que reduzem ou suprimem a reposta imunitária.