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Conservação de

forragem
Prof. MSc Samuel J F Lima
Introdução

 É uma prática fundamental quando


se adota o manejo intensivo das
pastagens
 Manutenção da oferta de forragem
de alta qualidade durante todo o
ano
 Permite aumentar a eficiência da
utilização das pastagens
 Têm como objetivo fundamental
aproveitar os excessos do período
chuvoso e armazena-los para a época
crítica, mantendo as suas qualidades
nutritivas
 Vedação
 Ensilagem
 Fenação
 Pré secagem
Ensilagem
A forragem é fermentada anaerobiamente
por bactérias produtoras de ácido lático
presentes na forragem
 Silagem: Forragem fresca conservada mediante processo de fermentação

 Ensilagem: Processo de produção de silagem

 Silo: Local para o armazenamento de silagem


Silagem
Ensilagem
Silo
❑ Silagem é o produto resultante de um processo de fermentação microbiana;

❑ Prática mais antiga para conservar alimentos para alimentação animal;

❑ Principal forma de conservação de volumoso;

❑ O processo de ensilagem não melhora a qualidade do alimento, mas visa


manter a qualidade do material original (VAN SOEST, 1994).
Alimentos que podem ser utilizados

 Milho
 Sorgo
 Capim Elefante
 Capins Panicums
 Aveia
 Polpa Cítrica (Marques, 2015)
Benefícios

 Maior manutenção de animais por área;

 Manutenção ou maximização da produção em períodos de escassez de


alimentos;

 Armazenamento de grande quantidade de alimentos em pequeno espaço e por


longos períodos;

 Alto valor nutritivo e boa aceitação;

 Ideal para animais confinados ou estabulados;


Processo de
ensilagem
 Colheita
-Tamanho de partícula
- Ponto ideal
 Enchimento
- Agilidade
 COMPACTAÇÃO***
- Máxima
 VEDAÇÃO***
- Máxima
 Processos fermentativos
Colheita
Enchimento
Compactação
Vedação
Processos fermentativos

 O principal objetivo do processo de ensilagem é alcançar valores de pH


suficientes para inibir o crescimento de microrganismos indesejáveis e a
atividade do catabolismo enzimático da planta ensilada (Ferreira, 2010)
 Quantidades adequadas de substrato fermentescível,
 Poder tampão relativamente reduzido
 Conteúdo de matéria seca acima de 300 g/kg MS (McDonald et al. 1991).

 Compactação máxima e higiênica


 Fecho hermético
 Fermentação lática
Microorganismos desejáveis

 Bactérias lácticas (Reduzem pH e inibem microorganismos indesejáveis)


» Lactobacillus sp, Pediococcus sp, Streptococcus sp
-Convertem açúcar em ácido lático
 Bactérias amilolíticas (enzima amilase)
» Bacteroides amylophilus :
-Utiliza amido, mas é incapaz de utilizar glicose ou outros monossacarídeos;

» Streptococus bovis e Selenomonas ruminantium :


-Fermentam amido e açúcares solúveis produzindo acetato (Russel, 1988).

» Ruminobacte ramylophilus e Prevotella ruminicola:


-Fermentam amido, dextrinas, frutosanas e glicoses.
-Taxa de crescimento alta e podem utilizar amônia, aminoácidos e peptídeos
para a síntese de suas proteínas (Arcuri et al. 2006)
Bactérias acidoláticas

❑ Homofermentativas: reduz mais rápido pH, menor proteólise e maior


concentração de ácido lático, menor teores de ácido acético e butírico,
menor teor de etanol e maior recuperação de energia e matéria seca
(Zopollatto et al. 2009).
-Lactobacillus plantarum, Enterococcus faecium e Pediococcus spp.

❑ Heterofermentativas: produz acido acético que inibem fungos, reduz pH,


CO2 e etanol.
-Lactobacillus buchneri, Pediococus cerevisiae, Propionibacterium shermani e
Propionibacterium acidipropionici
Microorganismos indesejáveis

 Enterobactérias (competem por açúcar e degradam proteínas )


 Clostrídios
-Dimiminui valor nutricional
-Produz aminas biogênicas neurodegenerativas (Miranda, 2006)
- Alta concentração de ácido butírico, alto pH (>5) e alta concentração de
amônia (Pahlow, 1991)
- Aumento de Tº (Santos et al. 2008)
- Diminui consumo (Coelho, 2002 e Zanine et al. 2010)
 Respiração residual durante o enchimento do silo e imediatamente após a sua
vedação;
 Tipo de fermentação no interior do silo;
 Produção de efluente;
 Fermentação secundária durante o período de armazenagem e a deterioração
aeróbica durante a retirada de forragem do silo.

Valores superiores a 40%

(McDonald et al. 1991)


Fases da ensilagem

 Fase aeróbica
 Fase fermentativa
 Fase estável
 Fase de utilização ou abertura
Fase aeróbica

 Do corte até à extinção de oxigénio na biomassa a ensilar;


 Ocorre o consumo de açúcares e oxigénio dando origem a CO2, H2O e calor;
 A extinção de O2 promove o desenvolvimento de condições anaeróbias;
 Substituição das bactérias e fungos aeróbicas por anaeróbicos;
Fase fermentativa

 Inicia-se desde o inicio da fase de anaerobiose;


 Fermentação dos açucares por bactérias acido lácticas;
 Reduzindo o pH (4,5 a 5,0)
Fase estável

 Após a fermentação láctica, verifica-se uma fase estável;


 Ocorrem uma vez que as condições de anaerobiose esteja estável;
 Qualidade garantida por boa estanquicidade e isolamento do silo;
 Algum problema causa deterioração aeróbia, perda de valor nutritivo e o risco
de desenvolvimento de microrganismos;
Fase de utilização e abertura

 O contato com o ar inicia-se o desenvolvimento de fungos e bactérias


latentes;
 Perda de valor nutritivo do alimento;
 Aumento de temperatura e pH;
Falhas no processo

 Tamanho das partículas ensiladas;


 Compactação;
 Prolongamento da fase devido a falha do fechamento hermético;

CONSEQUÊNCIAS:

 Esgotamento dos açucares solúveis;


 Redução de acido láctico;
 Limitando a redução do pH;
 Aumento da produção de calor;
Riscos

 Micotoxinas

- São principalmente metabolitos secundários produzidos por fungos;

- Desenvolvem-se em matérias primas sob algumas condições de temperatura


e umidade, como a má conservação de forragens;

- Os principais fungos responsáveis: Fusarium, Aspergillus e Penicillium;


Efeitos

 AÇÃO SOBRE O RÚMEN: diminuição da digestão de alimentos;


 AÇÃO SOBRE O FÍGADO: toxicidade;
 DIMINUIÇÃO DAS PERFORMANCES DE REPRODUÇÃO: Casos de abortos precoces
e infertilidade;
 IMUNOSSUPRESSÃO: aumento de casos de diarreia, mastite e problemas
respiratórios;
 Queda da ingestão de alimentos e consequentemente da produção
Conclusão

 O processo de ensilagem é de grande valia na pecuária como forma de


armazenamento de alimento para entre safras.
 Desde que feito corretamente proporciona reservas de alimento por longos
períodos.
 Se houver falhas durante o processo o alimento perde qualidade, podendo ser
inutilizado em alguns casos, acarretando em prejuízo.
 Dependendo da falha a silagem pode ser fonte de patógenos, causando perdas
na produção e reprodução dos animais.
Referências
 ARCURI, P.B.; LOPES, F.C.F; CARNEIRO, C.C. Microbiologia do rúmen. In: Berchielli, T.T.P.; PIRES, A. V.; OLIVEIRA, S. G. (Ed.). Nutrição de Ruminantes. Jaboticabal: Ed. Funep, Microbiologia do
rúmen, p.111-151, 2006.

 CHUNJIAN, L.; BOLSEN, B.E.; FUNG, D.Y.C. Epiphytic lactic acid bacteria succession during the pre-ensiling periods of alfafa and maize. Journal of Applied Bacteriology. v. 73,
p. 375-387, 1992

 COELHO, R. M. Efeitos da concentração de matéria seca e do uso de inoculante bacteriano-enzimático, na silagem de Tifton 85 (Cynodon spp.), sobre a digestão de nutrientes,
parâmetros ruminais e comportamento ingestivo em novilhos de corte em crescimento. Piracicaba-SP, 2002, p.143. Dissertação (Mestrado) – Escola Superior de Agricultura Luiz
de Queiroz, 2002.

 FERREIRA, D.J. Streptococcus bovis isolado do rúmen como aditivo para silagem de capim-elefante. Viçosa, MG: UFV, 2010. p.67. Dissertação (Mestrado em Zootecnia) -
Universidade Federal de Viçosa, 2010.

 FONTENELI,R.S; SANTOS,H.P; MACHADO,J.R.A. Milho e Sorgo. EMBRAPA, 2011.

 MARQUES K. O. C. Silagem de milho com níveis de polpa cítrica desidratada e in natura. –. Dissertação (Mestrado) – Instituto Federal Goiano – Câmpus Rio Verde. Rio Verde-GO,
Brasil. – 2015.

 McDONALD, P.; HENDERSON, A.R.; HERON, S.J.E. The biochemistry of silage. 2.ed. Mallow: Chalcombe Publications, p.340, 1991.

 MIRANDA, D.C.L. Perdas de matéria seca em silagem de canade-açúcar tratada com aditivos químicos e microbiológicos. Lavras, MG: UFL, 2006. p.87. Dissertação (Mestrado em Zootecnia) -
Universidade Federal de Lavras, 2006.

 PAHLOW, G. Role of microflora in forage conservation. In: PAHLOW, G.; HONING, H. Forage Conservation Towards 2000. Braunschweing Germany: Landbauforschung Völkenrode, p.26, 1991.

 PENTEADO, D.C.S.; SANTOS, E.M.; CARVALHO, G.G.P.; OLIVEIRA, J.S.; ZANINE, A.M.; PEREIRA, O.G.; FERREIRA, C.L.L.F. Inoculação com Lactobacillus plantarum da microbiota
em silagem de capim-mombaça. Archivos de Zootecnia, Universidad de Córdoba – España, v.56, n.214, p.191-202, 2007.

 RUSSEL, J.B. Ecology of rumen microorganisms: energy use. In: DOBSON, A.; DOBSON, M. Aspect of digestive physiology in ruminants. Ithaca: Comstock Publ. Assoc., p.74-98.
1988.

 VAN SOEST, P.J. Nutritional ecology of the ruminant. 2ed. Ithaca, New York: Cornell University Press, 1994, 476p.

 ZANINE, A.M.; SANTOS, E.M.; DÓREA, J.R.R.; DANTAS, P.A.S.; SILVA, T.C.; PEREIRA, O.G. Evaluation of elephant grass silage with the addition of cassava scrapings. Revista
Brasileira de Zootecnia. v.39, n.12, p.2611-2616, 2010.

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