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15/12/2011
1. INTRODUÇÃO
1.1.CULTIVO DA CANA-DE-AÇÚCAR
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Bioprocessos utilizando a sacarose do caldo de cana de açúcar como substrato 2011
1.2.CARACTERÍSTICAS DA MATÉRIA-PRIMA
A composição química da cana de açúcar é muito variável em função de diversos
fatores, como condições climáticas, propriedades físicas, químicas e microbiológicas do solo,
tipo de cultivo, variedade, entre outros. Hidrogênio, oxigênio e carbono são responsáveis por
cerca de 99% da composição da cana em todos os tipos e espécies. O colmo, parte principal da
cana, possui em média 75% de água e 25% de compostos orgânicos.
As frações mais utilizadas da cana são a fibra e o caldo, sendo o último a grande
matéria prima para fabricação de açúcar e álcool. As fibras podem ser utilizadas para diversos
fins em outros ramos da indústria, e agora estão sendo intensificados os estudos com etanol
de segunda geração gerado a partir de bagaço de cana.
O caldo, parte utilizada nas fermentações realizadas no laboratório, pode ser definido
como uma solução impura de sacarose, glicose e frutose. Possui 82% de água e o restante de
sólidos solúveis ou Brix, sendo estes agrupados em açúcares orgânicos, não açúcares e
compostos inorgânicos.
Os açúcares são representados pela sacarose, glicose e frutose. A sacarose, como o
componente mais importante, tem um valor médio de 14%, enquanto os demais, dependendo
do estado de maturação, 0,2 e 0,4%, respectivamente para a frutose e glicose. Os açúcares
redutores – glicose e frutose – quando em teores elevados, além da presença de outras
substâncias indesejáveis ao processamento, mostram um estágio pouco adiantado de
maturação da cana. No entanto, em cana madura, os açúcares redutores contribuem, embora
com uma pequena porcentagem, para o aumento do teor de açúcar total. Os compostos
orgânicos não açúcares são constituídos de substâncias nitrogenadas (como proteínas e
aminoácidos) e ácidos orgânicos. As substâncias inorgânicas, representadas pelas cinzas, têm
como componentes principais: sílica, fósforo, cálcio, sódio, magnésio, enxofre, ferro e
alumínio.
Entre as vantagens do uso da cana como matéria-prima, em relação a outras fontes,
como o milho, podemos citar alguns fatores como tempo de processamento, produtividade e
custo. Por ter um açúcar simples (sacarose) como base, a cana tem um tempo de processo
muito menor já que pula uma etapa do processo, além de não precisar gastar nada com a
hidrólise do amido, o que é um grande problema para as outras fontes por ter alto custo,
tendo em vista que em grande parte dos casos essa hidrolise é enzimática. A cana consegue
produzir entre 7 e 8 mil litros de etanol por hectare, enquanto o milho, por exemplo, produz
apenas 3,5 mil litros. O custo do litro do álcool de cana é estimado em R$ 0,90, enquanto que
o álcool de milho tem um preço de R$ 1,10. Todos esses fatores mostram que a cana possui
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um potencial muito grande como matéria-prima para processos fermentativos, e que ainda
existe muito a ser estudado para que todo seu potencial seja aproveitado.
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molecular. Assim, engenharia genética vem sendo empregada para inserção de genes que
possibilitem a produção de diversos produtos de interesse por esse organismo.
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o meio fermentado uma concentração de 7 a 10% de etanol. Cabe ressaltar que devido a
exotermia da reação, é necessário que os fermentadores sejam providos com sistemas de
resfriamento, de forma a manter a temperatura ótima de fermentação (aproximadamente
32ºC).
O mosto fermentado é então centrifugado, de forma a remover as células (as quais
podem ser reaproveitadas numa batelada posterior). O meio fermentado livre de células é
encaminhado para sessão de recuperação do etanol. Esta ocorre em três etapas de destilação,
denominadas: destilação, retificação e desidratação. Na primeira, uma corrente rica em etano
(cerca de 40 a 50%) e retirada no topo da coluna, sendo a corrente de fundo denominada
vinhaça. Essa corrente rica em etanol é encaminhada à etapa de retificação, onde se obtém o
azeótropo água-etanol (96% de etanol). Para obtenção do etanol anidro (99,7%), é necessário
o emprego de destilação azeotrópica na etapa de desidratação. A substância utilizada para
quebrar o azeótropo normalmente é o ciclo-hexano.
2. MATERIAIS E MÉTODOS
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tratamentos aplicados. Depois desse período foi realizada filtração à vácuo do caldo decantado
para a remoção dos sólidos mais finos. O processo foi conduzido em dois frascos de kitassato,
conectados a duas bombas, utilizando-se funil de buchner e papel de filtro. Durante o
manuseio do erlenmeyer para passar o caldo de cana no funil ocorreu uma leve ressuspensão
dos sólidos e precisou-se centrifugar o caldo para acelerar a filtração.
2.2.QUANTIFICAÇÃO DE CÉLULAS
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2.3.3. PROCEDIMENTO
Hidrólise ácida:
Em um tubo de ensaio adicionou-se 1 ml da amostra e 1ml de HCl 2N. Posteriormente
a solução foi aquecida a 70°C por 10 minutos em banho. Por fim realizou-se o resfriamento e
neutralizou-se a solução com 3 ml de NaOH 1N. Transferiu-se o material para um balão
volumétrico e diluiu-se até completar o volume 500 ml.
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2.3.4. RESULTADOS
f(x) = 2.58415584415584 x
0.4 R² = 0.9998679273118
0.3
0.2
0.1
0.0
0.0 0.1 0.1 0.2 0.2 0.3
Concentração de glicose [g/L]
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2.4.2.
1
5
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o Abrir válvula 2;
o Fechar válvula 2.
____________________________________________________________________________
2º Passo Limpeza e aquecimento do equipamento
Abrir válvula 3.
Fechar válvula 3.
Ligar a resistência
Colocar um bécher de 100 mL no coletor de destilado 5. Este bécher será usado como
descarte.
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Aguardar o descarte da água residual até que vapor fluente esteja passando pela
válvula 1 (é possível verificar a passagem de vapor fluente pela percepção de ruído
característico).
Fechar válvula 1.
_____________________________________________________________________________
3º Passo Destilação da amostra
______________
OBS: Caso não seja utilizado 10 mL de meio, deve-se utilizar um fator de correção para o
cálculo do percentual de álcool (% v/v) no meio:
V coletado (mL )
f CORRE ÇÃ O=
V meio (mL)
Onde V coletado é o volume de destilado coletado após a destilação e V meio é o volume de meio
adicionado ao reservatório 4.
______________
Verificar se as válvulas 1 e 2 estão devidamente fechadas.
o Abrir válvula 3;
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o Fechar válvula 3.
______________
OBS: A partir de agora foi iniciada a destilação do meio fermentado. Esta operação é em
batelada e utiliza vapor de arraste (gerado pelo balão caldeira) para aquecer o meio. O
componente mais volátil (no caso, álcool) é continuamente vaporizado e vai sendo separado
do meio fermentado, que se mantém no estado líquido. Pode-se assumir que todo o álcool
existente na alíquota de 10 mL de meio fermentado é vaporizado.
______________
____________________________________________________________________________
______________
OBS: Quando estão sendo efetuadas destilações de várias amostras consecutivamente, o nível
do balão caldeira 6 vai diminuindo e este deve ser preenchido com H 2O destilada. Para isto,
devem ser seguidos os seguintes procedimentos:
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Abrir válvula 2;
Preencher 6 com H2O destilada. Atentar para não ultrapassar o nível máximo do balão;
Fechar válvula 2.
____________________________________________________________________________
Desligar a resistência.
2.5.2. EXECUÇÃO
2.6.CONDIÇÕES DE PROCESSO
Inicialmente foi preparado 3000 mL de meio para batelada simples com caldo de cana
clarificado que tem a seguinte composição: sacarose (20g/L), KH 2PO4 (1 g/L), (NH4)2SO4 (4 g/L),
NaCl (1 g/L) e extrato levedura (2 g/L), e ajustou-se o pH do meio para 7,0. Após faz-se a
esterilização a 0,5 atm por 15 min de 2.800 mL do meio em erlenmeyer de 6 L e 200 mL de
meio em erlenmeyer de 500 mL.
No dia anterior do início do processo fez-se a ativação do inóculo suspendendo
20g(peso úmido) de levedura em 200 mL de meio estéril e incubar a 28°C e 100 rpm em
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Inicialmente foi preparado 2000 mL de meio para batelada simples inicial com caldo de
cana clarificado que tem a seguinte composição: sacarose (20g/L), KH 2PO4 (1 g/L), (NH4)2SO4 (4
g/L), NaCl (1 g/L) e extrato levedura (2 g/L), e ajustou-se o pH do meio para 7,0. Após fez-se a
esterilização a 0,5 atm por 15 min de 1.800 mL do meio em erlenmeyer de 4 L e 200 mL de
meio em erlenmeyer de 500 mL.
Preparou-se também 1100 mL de meio concentrado para adição em tempos
determinados com a seguinte composição: sacarose (200g/L), KH 2PO4 (10 g/L), (NH4)2SO4 (40
g/L), NaCl (10 g/L) e extrato levedura (20 g/L), e ajustou-se o pH do meio para 7,0. Fez-se
também a esterilização a 0,5 atm por 15 min do meio sendo o mesmo distribuído em
erlenmeyers de 500 mL com os seguintes volumes: 230, 250, 280 e 310 mL; e em erlenmeyer
de 100 mL o meio restante.
No dia anterior do início do processo fez-se a ativação do inóculo suspendendo
20g(peso úmido) de levedura em 200 mL de meio estéril e incubar a 28°C e 100 rpm em
shaker. No Biorreator Newbrunswik, colocou-se 1800 mL de meio estéril, adiciona-se a
suspensão de células e ajustou-se as condições do processo para 1vvm e 400 rpm.
Inicialmente foi preparado 3000 mL de meio para batelada simples com caldo de cana
clarificado que tem a seguinte composição: sacarose (150g/L), KH 2PO4 (1 g/L), MgSO4.7H2O(0,7
g/L), NaCl (1 g/L) e extrato levedura (1 g/L), espumante(1 gota/L) e justou-se o pH do meio
para 4,5(ajuste com H2SO4 concentrado). Após fez-se a esterilização a 0,5 atm por 15 min de
2.500 mL do meio em erlenmeyer de 4 L e 500 mL de meio em erlenmeyer de 1000 mL.
No dia anterior do início do processo fez-se a ativação do inóculo suspendendo
300g(peso úmido) de levedura em 500 mL de meio estéril e incubar a 28°C e 100 rpm em
shaker. No Biorreator Newbrunswik, colocou-se 2500 mL de meio estéril, adicionou-se a
suspensão de células e ajustou-se as condições do processo para 400 rpm e sem aeração.
2. RESULTADOS E DISCUSSÕES
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2.1.PROCESSOS AERÓBIOS
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Cinética do bioprocesso
20.0 Concentração de células (X)
Substrato [g/L]
16.0
Concentração [g/L]
12.0
8.0
4.0
0.0
0.0 1.0 2.0 3.0 4.0 5.0 6.0 7.0 8.0 9.0
Tempo de cultivo (h)
A fase de latência que corresponde ao período de adaptação das células não foi
observada no experimento, uma vez que o meio de cultivo foi similar ao utilizado no preparo
do inoculo, as células não passaram pela fase de adaptação. Na fase de transição ocorre o
início da reprodução havendo um aumento gradual do crescimento, já no fim desta fase toda a
população começa a se dividir em um intervalo regular médio de tempo. A fase Log foi
observada no período de 0,6 a 6 horas. Nesta fase a curva apresentou uma inclinação
acentuada, atribuída a fatores e condições favoráveis ao metabolismo, onde a formação de
unidades funcionais celulares é máxima. O consumo de substrato também é máximo nesta
fase, pois visa suprir as necessidades celulares para a divisão e multiplicação.
3.0
0.8
0.0
0.0 0.5 1.0 1.5 2.0 2.5 3.0 3.5 4.0 4.5 5.0
Tempo de cultivo (h)
Figura 2 Cálculo de µX. Relação de massa seca e tempo de cultivo na região linear de crescimento
exponencial.
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Abaixo segue o gráfico da cinética da batelada alimentada obtida através dos dados
experimentais.
20.0
15.0
Concentração de células
Substrato
10.0
5.0
0.0
0.0 1.0 2.0 3.0 4.0 5.0 6.0 7.0 8.0 9.0
Figura 3 Cinética de crescimento celular. Este gráfico representa a cinética de crescimento celular inicial
em batelada simples.
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Ln X x Tempo (h)
3
2.5 f(x) = 0.197283977848991 x + 1.95653866743885
2
X
L
n
1.5
1
0.5
0
0.00 0.50 1.00 1.50 2.00 2.50 3.00 3.50 4.00 4.50 5.00
Figura 4 Cálculo de µX. Relação de massa seca e tempo de cultivo na região linear de crescimento
exponencial para a fase de batelada simples.
25.0
Substrato x Tempo
20.0
15.0
bst
(g/
Su
L)
ra
to
10.0
5.0
0.0
0.0 5.0 10.0 15.0 20.0 25.0 30.0 35.0 40.0 45.0 50.0 55.0
Tempo (h)
Figura 4 Cinética de consumo do substrato para as etapas em batelada alimentada.
2.2.PROCESSO ANAERÓBIO
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Fermentação alcóolica
160.0 Concentração de células (X)
100.0
80.0
60.0
40.0
20.0
0.0
0.0 1.0 2.0 3.0 4.0 5.0 6.0 7.0 8.0
Tempo de fermentação (h)
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4.7
f(x) = 0.307404588386253 x + 4.02380347383368
4.6 R² = 0.998736594351848
4.5
Ln X
4.4
4.3
4.2
1.0 1.2 1.4 1.6 1.8 2.0 2.2
Tempo de fermentação (horas)
( 32,55−0,00 ) g de etanol
Y P/ S = =0 , 21
− ( 0,46−154,99 ) g de glicose
Y P / S 0,21 g de etanol
Y P/ X = = =0,95
Y X / S 0,22 g de c é lulas
( Y P/ S ) processo
Ef=
( Y P / S )te ó rico
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Glicose →2 Etanol+2 C O2
180 g→ ( 2 ∙ 46 g ) + ( 2∙ 44 g )
Finalmente:
0,21
Ef= ∙ 100=41 %
0,511
32,55 g/ L g
Produtividade= =4,85
6,70 h L∙h
3. CONCLUSÃO
Escrever uma pequena conclusão, ressaltando o que foi aprendido durante o curso, os
pontos fortes e fracos dos experimentos e o que pôde ser observado, de forma geral.
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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