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Ciências e Tecnologias

Ano Letivo 2020/2021

Disciplina: Química
Turma: 12ºD

BIOETANOL

Professor:
João Pedro Camoez
Alunos:
Ana Rita Matos Nº4
Daniela Oliveira Nº10
Fátima Lopes Nº18
Miguel Silva Nº21
Santarém, março de 2021
Introdução
Bioetanol - Álcool etílico de origem vegetal que, no estado puro ou
misturado com gasolina, é utilizado como biocombustível.
(Infopédia, Dicionários Porto Editora)

O que é? Figura 1 - Fórmula de estrutura


do bioetanol.

O bioetanol é um biocombustível, isto é, é um combustível cuja produção resulta da


fermentação de plantas ricas em açúcares e amido como o milho, a cana-de-açúcar e a
beterraba. O Brasil, país conhecido pela sua produção de cana-de-açúcar, foi, por isso,
o primeiro país, a nível mundial, a começar a utilizar em larga escala o bioetanol.

Figura 2 - Cana-de-açúcar.

Maiores produtores a nível mundial (valores em toneladas)

 10º Espanha (1.840.000)

 9º Holanda (2.099.000)

 8º Tailândia (2.119.000)

 7º Argentina (2.726.000)

 6º França (2.727.000)

 5º China (3.099.000)

 4º Alemanha (3.445.000)

 3º Indonésia (4.849.000)

 2º Brasil (21.375.000)

 1º Estados Unidos da América (38.088.000)

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Para que serve?
Este biocombustível é utilizado, principalmente, como uma alternativa aos
combustíveis fosseis, sendo das alternativas que assume maior importância pelo facto
de ser capaz de substituir o gasóleo sem que seja necessário adaptar os automóveis.

Figura 3 – Bioetanol.

Será uma alternativa viável no futuro?


As crescentes preocupações acerca da diminuição da disponibilidade dos combustíveis
fósseis, juntamente com os problemas ambientais resultantes da sua
exploração, produção e utilização, têm estimulado a investigação
científica de forma a desenvolver e melhorar a síntese de
biocombustíveis a partir de recursos renováveis. As investigações
atualmente em curso têm em conta as vantagens e desvantagens de
cada biocombustível e têm como objetivo entender em quais alternativas
se deve investir, no futuro, para que a utilização destes recursos seja equilibrada.
Figura 4 - Bioetanol como alternativa
verde.
Vantagens do bioetanol:

 É um recurso renovável, uma vez que é obtido através da destilação de


resíduos vegetais e de uma fermentação controlada;

 A sua produção apenas emite H20 e CO2, sendo as taxas de emissão bastante
reduzidas comparativamente à gasolina;

 Possui uma ótima performance quando usado como antidetonante, ou seja,


como aditivo à gasolina;

 É biodegradável e solúvel em água.

Desvantagens do bioetanol:

 É menos eficiente em termos energéticos;

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 A sua produção é baseada, maioritariamente, em culturas intensivas que
exigem um elevado consumo de água;

 A sua obtenção leva à libertação de gases como o óxido de azoto que têm
efeito de estufa, pelo que contribuem para o aquecimento global;

 A sua utilização implica um maior desgaste dos metais com que contacta do
que acontece com a gasolina;

 Conduz à perda da diversidade biológica e de habitats naturais, efeitos da


desflorestação;

 Implica a ocupação de áreas que estavam destinadas a culturas alimentares;

 Provoca um aumento da pressão sobre os preços de determinados bens


alimentares que, em último caso, pode resultar numa crise alimentar.

Figura 5 - Efeito de Estufa.


O
bioetanol de algas como uma alternativa promissora
A procura de recursos limpos que permitem assegurar as necessidades energéticas
futuras constitui um dos maiores desafios da atualidade. As algas apresentam um
potencial elevado para a produção de biocombustíveis, em particular o bioetanol, uma
vez que têm a capacidade de duplicar a sua biomassa várias vezes por dia e de
produzir, pelo menos, 15 vezes mais por hectare do que as culturas concorrentes.
Entre as espécies que se apresentam como as mais promissoras para a produção de
etanol contam-se fundamentalmente macroalgas, nomeadamente: Sargassum,
Glacilaria, Prymnesium parvum e Euglena gracilis.
O processo de produção de etanol a partir das algas baseia-se, principalmente, na
fermentação dos açúcares, e engloba várias etapas:

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Figura 6 - Processo de obtenção de bioetanol.

1ª - Crescimento das algas em meio de aquacultura.

2ª - Colheita das algas, de modo a obter uma reserva


de biomassa.

3ª - Início da decomposição (para que ocorra rutura das


paredes celulares e libertação dos polissacarídeos -
amido).

4ª - Sacarificação do amido.
Figura 7 - Biomassa das algas.

5ª - Fermentação da biomassa em decomposição (os microrganismos utilizados são,


normalmente, as leveduras da cerveja, Saccharomyces cerevisiae e Saccharomyces
uvarum, ou bactérias geneticamente modificadas.

6ª - Separação do etanol formado da restante solução que resultou da fermentação


alcoólica.

Durante as últimas décadas, extensas coleções de algas têm vindo a ser criadas em
diversos países, sendo a coleção de algas de água doce da Universidade de Coimbra
um dos maiores repositórios do mundo, com mais de 4000 estirpes e 1000 espécies.

A situação nacional
Figura 8 - Fermentação Alcoólica.
Para produzir bioetanol utilizam-se derivados da fermentação de culturas ricas em
açúcar e em amido, e em Portugal as culturas mais optadas são, normalmente, a dos
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cereais (cevada, milho, trigo, centeio e sorgo) e dos tubérculos (beterraba, sacarina e
batata).
Tabela 1 – Potencial de produção de bioetanol.

Beterraba

O mercado português, à semelhança do europeu, é caracterizado por possuir um


elevado número de veículos a gasóleo (29% do consumo é em gasolina e 62% em
gasóleo), pelo que existe uma procura significativamente maior de biodiesel em
detrimento da procura por bioetanol.

Existe, no entanto, uma startup portuguesa, a Stex, cuja faturação rondou os 500 mil
euros em 2020, e que pretende construir, nos próximos dois anos, uma das maiores
biorrefinarias da Europa (a primeira da Península Ibérica) e, desta forma, aumentar o
volume de negócios para seis milhões de euros.

Com capitais 100% portugueses, a Stex foi constituída em 2019, 4 anos após ter
começado a desenvolver a sua tecnologia no Brasil, sendo que foi no campus do
Lumiar do Laboratório Nacional de Engenharia e Geologia (LNEG), em Lisboa, que foi
instalada a unidade piloto que os seus fundadores mantinham do
outro lado do Atlântico. A decisão
de se mudarem do Brasil para a
Europa é justificada pelos
fundadores pelo facto de aqui
existir “legislação madura para a
transição energética e para uma
sociedade neutra em carbono até
2050”.
Figura 9 - Sede portuguesa da Stex.
“A questão é que não há
produtores deste tipo de
biocombustíveis em Portugal e, na Europa, a produção é incipiente”, refere a Stex,
explicando que “ao contrário do que acontece nas soluções maioritariamente
adotadas, não parte de açúcares (Brasil) ou hidratos de carbono (Europa e EUA). Trata-
se de um biocombustível avançado, uma vez que é feito a partir de matéria celulósica
residual e não compete com a produção de alimentos”.

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Figura 10 - Produção de milho para obter bioetanol.

Considerações finais
Os biocombustíveis, como o bioetanol, são apontados como uma das soluções de curto
prazo em termos da redução das emissões de GEE (Gases de Efeito Estufa) nos meios
de transporte. Não obstante, é importante ter em consideração que, em Portugal, são
quase uma novidade, ainda que, internacionalmente, já sejam reconhecidos como
sendo fontes de energia natural, limpa, renovável, sustentável e mais democrática do
que os pesados combustíveis fósseis.

Para além disso, os biocombustíveis obtidos a partir de algas representam, claramente,


uma alternativa promissora para o futuro. Contudo, o grande desafio atual prende-se
com a necessidade de reduzir os custos de produção para que esta fonte energética se
torne economicamente viável relativamente aos combustíveis tradicionais.

Figura 11 - Lareira de bioetanol.

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