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Biocombustíveis
Raquel Antunes
DPMU – DMP
Inês Cristóvão Silva
Examinadoras de Patentes Cluster das Energias Renováveis
Novembro de 2011
Índice
1. Introdução………………………….……………………...……………………3
2. Os Biocombustíveis……………………………………….…………………..5
2.1. O que são biocombustíveis obtidos a partir de microorganismos?..6
2.1.1. Hidrogénio………………………… …………………………………7
2.1.2. Metano (Biogás)…….………………...……………………………….8
2.1.3. Etanol……………………………………………………...……….……9
3. Microorganismos geneticamente modificados……………….…………..10
3.1. Exemplo 1…………………………………………………….…………10
3.2. Exemplo 2……………………………………………………….………12
3.3. Exemplo 3……………………………………………………………….12
3.4. Exemplo 4……………………………………………………………….14
4. Células de combustível microbianas (MFCs).………………………….…15
4.1. Constituição e funcionamento de uma MFC…………………….…..16
4.2. Processos metabólicos nas MFCs……………………..…………….18
4.3. Mecanismos de transporte de electrões nas MFCs………….…….20
4.4. Parâmetros que condicionam o desempenho das MFCs…..……..22
4.5. Optimização das MFCs…………………...…………………………...23
4.6. Células solares microbianas (MSCs)………………………………...24
4.7. Perspectivas futuras das células de combustível microbianas…...27
5. Diagnóstico tecnológico na área dos biocombustíveis obtidos a partir de
microorganismos……………………………………………..……………....29
6. Panorama nacional na área dos biocombustíveis obtidos a partir de
microorganismos……………………………………………..……………....34
7. Considerações finais…………………………...…………………………....35
8. Bibliografia…………………………….………………………………………36
2
1. Introdução
3
Contra um cenário de subida dos preços do petróleo, o esgotamento dos
recursos, a instabilidade política em países produtores e os desafios
ambientais, além da eficiência e uso inteligente, unicamente a biomassa
apresenta o potencial de substituir a fonte energética primordial de uma
civilização com uma elevada demanda de combustíveis. Nesta perspectiva, a
aposta no uso de microrganismos para melhorar a produção de
biocombustíveis apresenta-se como uma realidade cada vez mais significativa
e em franco desenvolvimento. Ainda que actualmente os únicos
biocombustíveis produzidos em grande escala sejam o etanol e o biodiesel,
diferentes classes de moléculas possuem propriedades desejáveis para este
fim e algumas são passíveis de produção por via microbiana. Outras, embora
não sejam normalmente sintetizadas por microrganismos podem vir a sê-lo
através do recurso a ferramentas biotecnológicas.
4
2. Os Biocombustíveis
5
2.1 O que são biocombustíveis obtidos a partir de
microorganismos?
6
monoalquilo de áidos gordos obtido de óleos vegetais) na produção das ditas
energias limpas.
2.1.1 Hidrogénio
7
Apesar de carros que usem células de combustível serem tecnicamente
viáveis, a Volkswagen anunciou que os carros a hidrogénio não terão um papel
relevante no mercado até 2020.
8
na Alemanha, sobre a temática da deprivação nutricional do solo por utilização
excessiva de monoculturas. No entanto, uma rotatividade adequada de culturas
poderá minimizar estes efeitos.
Uma vez que esta é uma área em crescimento, são espectáveis
desenvolvimentos tecnológicos para aumentar a eficiência de produção de
biogás. Actualmente, cerca de 70% da matéria orgânica presente na biomassa
é transformada em CH4 e CO2. Para que esta percentagem aumente é
necessário que a fase de hidrólise seja melhorada. A separação dos processos
para hidrólise e para acetogénese/ metanogénese permite a aplicação de
diferentes condições óptimas para as duas fases, tais como o ajustamento da
temperatura e pH. Para além dos tradicionais processos mesófilos, os
processos termófilos têm vindo a ser utilizados mais frequentemente para
acelerar as reacções e particularmente para optimizar a hidrólise da biomassa.
2.1.3 Etanol
9
A fermentação biológica de etanol a partir de melaço é uma tecnologia já
considerada madura, enquanto que a utilização de substratos não-alimentares,
como os resíduos celulósicos, é um processo em desenvolvimento.
10
barreira económica para a produção de biocombustíveis. Esta tecnologia é
assim potencialmente mais eficiente e menos dispendiosa.
Usando a cianobactéria Synechoccus elongatus, estes investigadores
aumentaram, geneticamente, a quantidade da enzima RuBisCo, que fixa o
dióxido de carbono. Seguidamente, foram introduzidos genes de outros
microorganismos para originar uma estirpe que use dióxido de carbono e luz
solar para produzir o gás isobutiraldeído.
11
3.2. Liu e tal. (2011)
12
biomassa vegetal. Depois de adicionarem algumas outras sequências de
aminoácidos que induzem a secreção dessas enzimas, estas sequências foram
importadas para o DNA de E. coli. Numa segunda fase, e segundo explica o
líder da equipa Jay Keasling “Incorporámos genes que permitem produzir
ésteres de biodiesel de ácidos gordos e etanol”, conseguindo com isto que as
bactérias fabricassem biocombustível passível ser directamente usado.
Adicionalmente, o biocombustível produzido é excretado pelas bactérias,
migrando para a superfície do recipiente onde decorre o processo pelo que não
é preciso recorrer à destilação nem a qualquer outro tipo de purificação, nem é
necessário romper as células para o obter, como acontece na produção de
biocombustível a partir de algas. Com este método é possível produzir
hidrocarbonetos com mais de 12 átomos de carbono, que são componentes do
gasóleo, ou do combustível de aviões, mas não é ainda possível produzir os
hidrocarbonetos de cadeias mais curtas - com por exemplo com 8 átomos de
carbono - que constituem a gasolina.
13
3.4. Bond-Watts et al. (2011)
Figura 4 – via metabólica pela qual a glicose é transformada em n-butanol. A via, tomada a
partir de Clostridium e inserida em E. coli, é composta por 5 enzimas que convertem a acetil-
CoA, um produto do metabolismo da glicose, em n-butanol.
14
n-butanol, praticamente o mesmo que Clostridium. Ao todo, foram inseridos
genes de Clostridium acetobutylicum, Treponema denticola and Ralstonia
eutrophus em E. coli.
15
4.1 Constituição e funcionamento de uma MFC:
16
Os microorganismos da câmara anódica oxidam os substratos orgânicos
com os quais a câmara é alimentada, gerando electrões e protões durante o
processo, e dióxido de carbono como um produto de oxidação. No entanto, não
há emissão de carbono, porque o dióxido de carbono na biomassa renovável
originalmente vem da atmosfera no processo de fotossíntese.
Ao contrário da combustão directa, os electrões são absorvidos pelo
ânodo e são transportados para o cátodo através de um
circuito externo. Depois de atravessar uma PEM ou uma ponte salina, os
protões entram na câmara catódica onde se combinam com
oxigénio para formar água (Reddy et al., 2010). De um modo geral a reacção
na célula microbiana consiste na decomposição do substrato a dióxido de
carbono e água, com a concomitante produção de electricidade como by-
product.
17
Tabela I – Componentes de uma MFC (adaptado de Reddy et al., 2010)
18
tendo em conta o potencial do ânodo: mecanismo oxidativo de elevado
potencial redox; mecanismo oxidativo de potencial redox médio a baixo e
fermentação, pelo que os organismos utilizados em MFCs variam desde
anaeróbios e anaeróbios facultativos até anaeróbios estritos (Rabaey e
Verstraete, 2005).
Em potenciais elevados, as bactérias podem usar a cadeia respiratória
do metabolismo oxidativo, sendo os electrões e protões transportados através
da NADH desidrogenase, ubiquinona, coenzima Q ou citocromo (Rabaey e
Verstraete, 2005). Processos que usam a fosforilação oxidativa têm sido
usados regularmente em MFCs, com eficiências energéticas até 65%, usando
consórcios bacterianos com Pseudomonas aeruginosa, Enterococcus faecium
e Rhodoferax ferrireducens (Rabaey e Verstraete, 2005). No caso do potencial
do ânodo diminuir, na presença de aceitadores de electrões alternativos tal
como o sulfato, os electrões irão depositar-se nesses componentes. Se não
houver nenhum aceitador alternativo de electrões a fermentação será o
processo principal quando o potencial do ânodo permanece baixo. Diversos
organismos são conhecidos como geradores de produtos de fermentação,
nomeadamente do género Clostridium, Alcaligenes e Enterococcus (Rabaey e
Verstraete, 2005).
Uma MFC, operada a baixa resistência externa, irá gerar inicialmente
baixa corrente durante o crescimento da biomassa, tendo portanto um elevado
potencial anódico, o que resulta na selecção de microorganismos aeróbios
facultativos e anaeróbios. Com o crescimento da cultura o turnover metabólico
e, consequentemente, a corrente, irão aumentar. Um moderadamente elevado
potencial do ânodo irá então favorecer anaeróbios facultativos. Contudo, o uso
de anaeróbios estritos será ainda impedido pelo potencial redox do ânodo e
possivelmente pela intrusão de oxigénio através da membrana (Rabaey e
Verstraete, 2005).
Por sua vez, quando uma elevada resistência é usada, o potencial do
ânodo será baixo, mesmo a baixos níveis de corrente, o que levará à selecção
de anaeróbios facultativos e anaeróbios estritos, limitando as possibilidades na
selecção do consórcio bacteriano (Rabaey e Verstraete, 2005). A tabela II
19
apresenta alguns exemplos das espécies e consórcios mais comummente
utilizados em MFCs, respectivos substractos e performance associada.
20
bioreactor microbiano é mantido separado da célula de combustível (Fig
6d).
ii) Num segundo tipo de configuração a fermentação microbiológica decorre
directamente no compartimento anódico da célula de combustível (Fig 6c).
iii) Num outro tipo de configuração são utilizados mediadores da
transferência de electrões entre o sistema biocatalisador e o eléctrodo. As
moléculas mediadoras aceitam electrões da cadeia transportadora de
electrões do microorganismo e transportam-nos até ao ânodo da célula de
combustível (Fig. 6b). Os mediadores do transporte mais utilizados
incluem a tionina, benzilviologenio, 2.6-diclorofenolindofenol, 2-hidroxi-1,4-
naftoquinona e diversas fenazinas, fenotiazinas, fenoxoazinas, vermelho
neutro, entre outros (Reddy et al., 2010).
iv) Num quarto tipo de configuração são usadas bactérias redutoras de
metais que possuem citocromos na membrana exterior, pelo que têm a
capacidade de comunicar electricamente com a superfície do eléctrodo,
sem necessidade de um mediador electrónico (Fig. 6a).
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Figura 6 – Exemplo de células de combustível microbianas cuja produção de energia eléctrica
ocorre através de diferentes mecanismos de transferência de electrões para o ânodo. a) Célula
de combustível indirecta. b) Célula de combustível com um mediador do transporte de
electrões. c) Oxidação da glucose a dióxido de carbono com transferência directa de electrões
para a superfície do eléctrodo. d) MFC com duas câmaras distintas .
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ii) Sobrepotenciais no ânodo: geralmente o potencial de circuito aberto de uma
MFC é da ordem de 750 mV. Os principais parâmetros que influenciam o
sobrepotencial são a superfície do eléctrodo, as características
electroquímicas do eléctrodo, o potencial do eléctrodo, e a cinética
juntamente com o mecanismo de transferência de electrões e a corrente da
MFC.
iii) Sobrepotenciais no cátodo: à semelhança das perdas observadas no
ânodo, o cátodo pode apresentar significativas perdas de potencial. Embora
sejam usados mediadores para contrariar esse efeito, para que um cátodo
seja sustentável deverá ser um exposto ao ar.
iv) Desempenho da membrana de troca de protões: a maioria dos estudos tem
aplicado membranas Nafion (Dupont), no entanto o melhor resultado foi
obtido usando uma membrana Ultrex (Membranes Internacional).
v) Resistência interna do MFC: Este factor é dependente tanto da resistência
do electrólito entre os eléctrodos como da resistência da membrana (Nafion
tem a menor resistência). Para uma operação optimizada, o ânodo e o
cátodo devem estar tão próximos quanto possível. Por sua vez, também a
migração de protões influencia significativamente resistência, pelo que uma
agitação adequada pode minimizar essas perdas.
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melhorados para o ânodo, impregnando-os com catalisadores químicos. Por
exemplo, Parque e Zeikus utilizaram eléctrodos de caolin modificados com
manganês, tendo conseguido potências até 788 mW/m2 (Gupta et al., 2011).
Por sua vez, o aumento da superfície específica do ânodo permitirá uma menor
densidade de corrente (que por sua vez diminui a sobrepotencial de activação)
e uma superfície maior do biofilme. No entanto, a dimensão deverá ser
compatível com o consórcio bacteriano, uma vez que pequenos poros podem
ficar entupidos rapidamente por bactérias, diminuindo a superfície activa do
eléctrodo.
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Figura 7 – Modelo de uma célula solar microbiana, incluindo os princípios básicos do seu
funcionamento (adaptado de Strik et al., 2011). (a) Fotossíntese (6CO2+6H2O→C6H12O6+6O2).
(b) Transporte de material orgânica para o compartimento do ânodo. (c) Oxidação anódica da
matéria orgânica por bactérias electroquimicamente activas (e.g.
− + −
C6H12O6+12H2O→6HCO3 +30H +24e ). (d) Redução do oxigénio a água no cátodo
+ −
(6O2+24H +24e →12H2O).
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As MSCs podem, em alternativa, usar fotobioreactores para captar
energia solar via microorganismos fotossintéticos, nomeadamente microalgas
(fig. 8). Os fotobiorreatores com algas podem aproveitar radiação
fotossinteticamente activa com uma eficiência fotossintética de 15% (Strik et
al., 2011).
Figura 8 – Esquema representativo de um sistema fechado para uma MSC (adaptado de Strik
et al., 2011). (a) A fotossíntese é levada a cabo pelas microalgas no fotobioreactor. (b)
Produção de biogás a partir de matéria orgânica, e transporte deste do bioreactor até ao
digestor. (c) No ânodo, a matéria orgânica remanescente, transportada do digestor para o
ânodo, é oxidada por bactérias electroquimicamente activas. (d) No cátodo ocorre redução do
oxigénio a água.
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reacções fotossintéticas quer as reacções electroquímicas são levadas a cabo
por populações de microorganismos mantidas em crescimento contínuo, o que
torna o sistema auto-reparador, com uma longa durabilidade e baixos custos de
manutenção (Strik et al., 2011). Outra vantagem do uso de microorganismos é
que não há necessidade de utilização de catalisadores, geralmente tóxicos ou
dispendiosos, o que permite a integração destes sistemas em ambientes
naturais sem risco de contaminação. Uma vantagem igualmente importante diz
respeito ao facto das MSCs usarem matéria orgânica como intermediário
energético entre a componente fotossintética e electroquímica do sistema, pelo
que a matéria orgânica acumulada na MSC permite a geração de electricidade
mesmo no escuro. Além disso, sistemas integrados podem permitir o
tratamento de águas residuais como forma de fornecimento adicional de
matéria orgânica às células, o que constitui um valor acrescido em termos
ambientais para esta tecnologia (Strik et al., 2011). Contudo, apesar das
vantagens associadas a esta tecnologia, as MSCs precisam ainda de se tornar
competitivas relativamente a outros sistemas renováveis.
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tipo de bactéria do consórcio poderá fornecer mediadores de electrões que são
utilizados por um outro tipo de bactéria para o transporte de electrões de forma
mais eficiente para o ânodo. È, portanto, concebível que, num futuro próximo,
um consórcio microbiano optimizado permita operar uma MFC sem mediadores
externos.
A MFC tem vindo a evoluir de forma a tornar-se uma tecnologia simples,
robusta e cada vez mais atractiva. No campo do tratamento de águas residuais
uma aplicação a curto-prazo pode ser prevista a preços concorrenciais.
Contudo, para aumentar a potência no sentido de responder às necessidades
estáveis de um reactor, diversos melhoramentos tecnológicos são ainda
necessários. Não obstante, mantendo-se o aumento do conhecimento sobre as
vias bioquímicas, o avanço da tecnologia electroquímica e a redução dos
custos dos eléctrodos, as MFCs afiguram-se como a nova tecnologia de base
para a conversão de matéria orgânica em electricidade nos próximos anos.
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5. Diagnóstico tecnológico na área dos
biocombustíveis obtidos a partir de
microorganismos
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Como se pode constatar pela observação do gráfico da figura 9, a
NOVOZYMES AS parece ser o principal requerente nesta área, seguido da
LS9 INC e da Universidade da Califórnia. A grande fracção [unspecified]
corresponde a pedidos de patente em que há identificação apenas dos
inventores e não dos requerentes, nomeadamente pedidos americanos. Esta
fracção é composta por um total de 24 inventores, não havendo nenhuma
figura que se destaque claramente das restantes. De um modo geral, parecem
ser as empresas e não o meio académico que mais apostam no patenteamento
no domínio dos biocombustíveos obtidos a partir de microorganismos.
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INC surge mais pontualmente. Por sua vez, a LS9 INC afigura-se como a
empresa com maior representatividade nos últimos 4 anos, conjuntamente com
a Universidade da Califórnia, cujos pedidos de patente surgiram
fundamentalmente a partir de 2008.
Figura 11 – Número de publicações, por país, no período de 2001 a 2011 (dados extraídos a
18-10-2011).
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Figura 12 – Evolução do número de publicações de patentes no período entre 2001 e 2011, de
acordo com a via de protecção (WO – via internacional; EP – via europeia; US – Estados
Unidos da América; CN – China; DE – Alemanha; FR – França; JP – Japão; KR – Coreia; RU –
Rússia; IN - India) (dados extraídos a 18-10-2011).
32
Figura 13 – Evolução do número de publicações no período de 2001 a 2011 (dados extraídos a
18-10-2011).
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6. Panorama nacional dos biocombustíveis
obtidos a partir de microorganismos
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7. Considerações Finais
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8. Bibliografia
Gupta, G., Sikarwar, B., Vasudevan, V., Boopathi, M., Kumar, O., Singh, B.
e Vijayaraghavan, R. (2011) Microbial fuel cell technology: a review on
electricity generation. Journal of cell and tissue research, 11(1): 2631-2654.
Reddy, L.V., Kumar, S.P. e Wee, Y-J (2010) Microbial fuel cells (MFCs) – a
novel source of energy for new millennium in Méndez-Vilas, A. (Ed.) Current
Research, Technology and Education Toipcs in Applied Microbiology and
Microbial Biotechnology, pagina 956-964.
36
Strik, D., Timmers, R., Helder, M., Steinbusch, K., Hamelers, H. E Buisman,
C. (2011) Microbial solar cells: applying photosynthetic and
electrochemically active organisms. Trends in Biotechnology, 29(1): 41-49.
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