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Luiz Antonio Sgarabotto

Relatório de Conclusão de Estágio Curricular

Sorriso MT
2023
Luiz Antonio Sgarabotto

Relatório de Conclusão de Estágio Curricular

Relatório de Estágio Supervisionado


apresentado ao Instituto Federal de
Educação, Ciência e Tecnologia de Mato
Grosso - Campus Sorriso como requisito
parcial para obtenção do grau Técnico em
Alimentos Integrado ao Ensino Médio, sobe
a orientação do Prof. Me. Josemar Pedro
Lorenzetti

IFMT– Sorriso
2023

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AGRADECIMENTOS

Quero expressar minha sincera gratidão a todos que tornaram possível a realização
deste estágio, que se constituiu um período de aprendizado de valor inestimável em
minha jornada acadêmica e profissional.

Em primeiro lugar, gostaria de agradecer à Safras biocombustíveis, por me


proporcionar a oportunidade de vivenciar a realidade do mercado de trabalho e
aplicar os conhecimentos teóricos que adquiri ao longo do curso.

Foi uma experiência enriquecedora, na qual pude aprender com profissionais


competentes.

Meus sinceros agradecimentos ao meu orientador de estágio, Professor Josemar,


pela orientação, suporte e valiosos conselhos.

Por fim, quero agradecer à minha família e amigos, que me apoiaram em todas as
etapas desta jornada. Seu incentivo e encorajamento foram essenciais para que eu
pudesse aproveitar ao máximo essa experiência.

-Este estágio deixará marcas profundas em minha vida profissional, e sou grato por
ter tido a oportunidade de participar dessa incrível jornada.

Muito obrigado a todos que contribuíram para o meu crescimento e desenvolvimento


durante esse período!

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Relatório de Estágio

Dados do estagiário

Nome: Luiz Antonio Sgarabotto


Curso: Técnico em Alimentos
Carga horária: 180 Horas

Período do estágio
Início: 01/03/2023 Término: 15/07/2023
Jornada de trabalho: 9 horas semanais
Total de horas: 180 horas

Dados do local de estágio


Empresa: Safras indústria e comércio biocombustível - LTDA
Supervisor: Jane da Silva Lima
CNPJ: 25.242.466/0001-24

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.................................................................................................5

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1. INTRODUÇÃO

A produção de álcool de milho é uma prática comum em muitas partes do


mundo, incluindo o Brasil. O milho é uma matéria-prima versátil que pode ser
transformada em uma variedade de produtos, inclusive o etanol, um tipo de álcool
usado como combustível.
O processo começa com a colheita do milho, que é então transportado para a
usina. Na usina, o milho é moído em um pó fino, que é então misturado com água
para criar uma pasta. Esta pasta é aquecida e fermentada para transformar o amido
do milho em açúcares simples.
Uma vez que os açúcares são formados, eles são fermentados por leveduras
que produzem álcool e dióxido de carbono. Este processo é conhecido como
fermentação alcoólica. O produto resultante é então destilado para aumentar a
concentração de álcool.
A destilação produz um líquido chamado vinhaça, que contém cerca de 10%
de álcool. Este líquido é então destilado novamente para aumentar a concentração
de álcool para cerca de 95%. produto final é desidratado para remover qualquer
água restante, resultando em etanol anidro, que pode ser usado como combustível.
A produção de álcool de milho é um processo sustentável que contribui para a
economia local e ajuda a reduzir a dependência dos combustíveis fósseis. Além
disso, o subproduto da produção de etanol, conhecido como DDGS (grãos secos
destilados com solúveis), pode ser usado como alimento para animais, tornando o
processo ainda mais eficiente.
Neste trabalho apresentaremos o processo de produção de álcool na
empresa Safras Indústria e Comércio Biocombustível – LTDA e as experiências do
estágio neste local.

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2. OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

O objetivo geral do estágio foi adquirir experiência na área de Alimentos, nos


processos de produção industrial, colocando em prática o que foi aprendido ao
longo do curso Técnico em Alimentos, desenvolvendo habilidades e competências
profissionais relevantes para a área.

2.2 Objetivos específicos

● Compreender e o processo de produção de etanol de milho;

● Experienciar as análises feitas em laboratório;

● Acompanhar o processo de fermentação e destilação;

● Desenvolver a habilidade de trabalhar em equipe;

● Vivenciar a rotina em uma usina de etanol.

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3. CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA
O estágio foi realizado na empresa Safras Indústria e Comércio de
Biocombustíveis LTDA como demonstra na (figura 1). Esta empresa possui um
ponto comercial estrategicamente situado na BR 163, especificamente no KM 784,
em meio à paisagem rural da região de Sorriso, Mato Grosso. A Safras é uma
empresa de médio porte que desempenha um papel fundamental na região,
oferecendo uma ampla gama de serviços relacionados ao abastecimento de etanol.
Figura 1: Foto da usina

Fonte: https://www.revistanoticiamt.com.br/notícias/agronegócio/grupo-safras

Além da produção de etanol, a empresa adota uma abordagem sustentável


ao reutilizar subprodutos provenientes do processo de fabricação do etanol, como o
DDG (Grãos Secos do Destilador) e o WDG (Grãos Úmidos do Destilador), na
criação de rações de alta qualidade para animais.
Nesse contexto, a Safras desempenha um papel integral na promoção da
sustentabilidade, ao oferecer alternativas ecologicamente corretas no setor de
combustíveis, enquanto também apoia o desenvolvimento da agricultura e pecuária
na região. O meu estágio nesta empresa foi uma oportunidade valiosa para obter
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uma compreensão mais profunda dessas operações multifacetadas e das
contribuições significativas que a Safras oferece para a comunidade local.

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4. OS PROCESSOS DA PRODUÇÃO DE ETANOL A PARTIR DO
MILHO

A transformação do milho em etanol é um processo meticuloso que envolve


várias etapas fundamentais. Cada uma dessas etapas é crucial para converter essa
matéria-prima comum em um biocombustível de alto valor. Este processo não
apenas maximiza o uso do milho, mas também contribui significativamente para a
produção de energia renovável.
Esses processos-chave, que vão desde a moagem do milho até a destilação
do etanol, são cuidadosamente orquestrados para garantir a eficiência e a qualidade
do etanol produzido. Através desses processos, o milho, um recurso amplamente
disponível, é transformado em um biocombustível valioso, com o potencial de reduzir
nossa dependência dos combustíveis fósseis. Esses processos são fundamentais
para a eficiência e qualidade do etanol produzido. Vamos detalhar cada um deles:
1. Moagem: O milho é submetido ao processo de moagem, onde é
desmembrado em seus componentes básicos, como amido, proteína e fibras.
Isso torna o milho mais suscetível aos processos subsequentes, como o
cozimento.
2. Hidrólise: A farinha de milho resultante da moagem é então submetida à
hidrólise, um processo em que as moléculas de amido são quebradas em
açúcares simples. Isso é alcançado com a ajuda de enzimas e ácidos. A
hidrólise é crucial para disponibilizar os açúcares necessários para a próxima
etapa.
3. Fermentação: Os açúcares gerados na hidrólise são fermentados por
leveduras. Durante esse processo, as leveduras convertem os açúcares em
álcool etílico (etanol) e dióxido de carbono. Essa reação ocorre na ausência
de oxigênio, um processo anaeróbico.
4. Destilação: Após a fermentação, o líquido resultante passa por um processo
de destilação. A destilação separa os diferentes componentes com base em

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suas diferenças de temperatura, permitindo a separação do etanol de outros
componentes.
5. Desidratação: O etanol obtido na destilação pode conter água. Para obter
etanol anidro, é necessário submetê-lo a um processo de desidratação, que
remove a água restante.
A seguir apresentamos um fluxograma desse processo:
Figura 2: Fluxograma de produção

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Fonte: imagem do autor

4.1 A INDÚSTRIA DE ETANOL DE MILHO

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Durante o estágio, tive a oportunidade de observar de perto a operação da
Usina Safra, que impressiona com sua capacidade de armazenamento de até um
milhão de litros de etanol. A produção média, mantendo um ritmo constante, atinge
cerca de 4.700 litros por hora, uma cifra que sublinha a eficiência da usina. Esses
números representam não apenas uma demonstração da robustez do processo,
mas também uma contribuição significativa para os setores de biocombustíveis e
energia renovável.
A primeira matéria-prima a ser analisada é o milho, e é essencial que ele
esteja dentro dos parâmetros corretos em relação a fatores como umidade, massa
seca e, principalmente, o teor de amido, que desempenha um papel crucial na
produção. Para realizar essas análises, utilizamos um equipamento conhecido como
NIR (Espectroscopia no Infravermelho Próximo, na sigla em inglês), um sistema de
análise que utiliza radiações eletromagnéticas na faixa do infravermelho próximo
para identificar e quantificar as propriedades químicas e físicas dos materiais. O NIR
é uma ferramenta fundamental para garantir a qualidade e consistência dos
ingredientes utilizados no processo de produção.
Figura 3: Sistema de análises, analisador de matérias primas

Fonte: https://omg-brasil.com/producto/nir-da-7250/

A umidade adequada do milho desempenha um papel fundamental na


qualidade do processo de produção. Idealmente, o grão de milho deve conter entre
12 e 13% de umidade. Para garantir que esse padrão seja mantido, é necessário
realizar análises periódicas. Após concluir a análise, os resultados precisam ser

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cuidadosamente registrados em um caderno de anotações, o que contribui para o
controle rigoroso da qualidade.
Uma vez que o milho tenha sido submetido à análise e tenha sido
devidamente verificado, ele é encaminhado para a próxima etapa do processo. O
milho é descarregado na moega, um receptáculo de armazenamento temporário que
ajuda a gerenciar o fluxo de grãos. Em seguida, o milho é transportado para o silo
por meio de um elevador de grãos, conforme exemplificado na imagem abaixo.
Esse processo de transporte garante que o milho devidamente analisado seja
armazenado com segurança, preservando suas qualidades e condições ideais até
ser utilizado no processo de produção.

Figura 4: Moega e elevador de grão

Fonte: https://www.norimaq.com.br/silos-e-elevadores/

O milho fica armazenado no silo até ser encaminhado para a moagem. O,


moinho fica embaixo do silo para controlar a quantidade de milho que decai sobre o
moedor para que as partículas de milho não sejam desproporcionais, facilitando os
próximos processos. Enquanto o milho e moído e feito análise de granulometria.
A granulometria é um processo analítico que visa determinar a distribuição de
tamanhos de partículas de um material sólido, isso ajuda para que as partículas da
farinha de milho não sejam de padrão diferente.
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O processo de moagem é um ponto que pode impactar na eficiência do
processo. Conforme o estudo de Naidu et al (2007), onde foi testado diferentes
partículas de grão nas granulometrias no processo de moagem para a obtenção de
etanol de milho. As partículas foram testadas nos tamanhos de 0,5, 2, 3, 4 e 5 mm.
O tamanho que obteve melhor rendimento foi a de 0,5 mm, garantindo maior
quantidade de sólidos solúveis. Nas (figuras 5 e figura 6), pode-se observar o
equipamento de granulometria e também os diferentes tipos de partículas de grão
moído.

Figura 5: Mesa vibratória de granulometria

Fonte: https://www.splabor.com.br

Figura 6: Peneiras com amostra de farinha de milho moído

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Fonte: https://www.embrapa.br/

Figura 7: Moedor de milho

Fonte: imagem do autor

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O processo de transformação do milho em etanol é uma sequência de etapas
cuidadosamente controladas, onde a precisão é fundamental para obter o máximo
rendimento. Uma das etapas mais cruciais é a hidrólise feita por enzimas
(MONTEIRO; SILVA, 2009), que ocorre após a moagem do milho é realizada em um
misturador. Nesse ponto, a farinha de milho é combinada com alfa-amilase,
substância que atua sobre a farinha de milho convertendo seu amido em açúcares
fermentescíveis.
A Alfa-amilase atua rompendo as ligações (α1-4), formando oligossacarídeos.
Para que este processo ocorra a temperatura deve ficar entre 62 e 70°C. A alfa-
amilase ocorre no processo de liquefação e quando ela entra em ativação, a
temperatura deve se manter nessa faixa, pois se houver elevação de temperatura
pode causar formação de pelotas e perda de rendimento. Para que o amido seja
totalmente convertido em glicose há um conjunto de enzimas agindo
simultaneamente.
A complexidade desse processo não para por aí. Enquanto a alfa-amilase
inicia o trabalho de hidrólise, a glucoamilase entra em cena durante a mistura. A
glucoamilase entra no processo de sacarificação outra enzima fundamental, que
desempenha um papel complementar ao catalisar a quebra das ligações
oligossacarídeos em glicose. Em outras palavras, ela desempenha a parte do
processo que a alfa-amilase não concluiu. Essa cooperação entre diferentes
enzimas é essencial para garantir a transformação eficiente dos olissacarídeos do
milho em açúcares simples, um passo vital para a subsequente fermentação e
produção de etanol.
A importância dessa combinação de enzimas e o rigoroso controle de
temperatura e pH são essenciais para otimizar o rendimento do processo de
produção de etanol a partir do milho. Qualquer desvio nesses parâmetros pode
resultar em perdas econômicas consideráveis e, portanto, destaca a precisão e a
complexidade envolvidas na produção deste biocombustível.
Para facilitarmos o entendimento vamos supor que o milho fosse uma folha
sulfite A4. Suponhamos que uma tesoura específica consegue cortar essa folha em
4 partes iguais. É exatamente esse trabalho que a alfa-amilase faz. Já glucoamilase
seria como uma outra ferramenta, que corta essas partes em pedaços menores

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ainda. Esses pedaços corresponderiam às glicoses, que são base da produção do
álcool.
Logo após a mistura de farinha de milho com enzima e água vai para os
tanques de cozimento e liquefação, o objetivo dessa etapa e dar ação para as
enzimas. Para isso deve-se manter parâmetros como PH entre 5 e 5,8 e uma
temperatura de 80 até 86°C, bem como a agitação constante da farinha de milho e,
assim, acompanhar a taxa de conversão de amido para glicose.
Por fim, é necessário analisar os parâmetros como Brix° e pH.

Figura 7: PHmetro e refratômetro de bancada

Fonte: https://lutech.com.br/produto/phmetro-de-bancada-digimeddm22/

Em seguida é necessário preparar o fermento, com a adição de levedura em


água para ativar e fazer o consumo de amido no mosto. As leveduras são os
microrganismos mais importantes na obtenção de etanol por via fermentativa. A
fermentação alcoólica acontece no interior dos microrganismos. Essas leveduras
são responsáveis em converter açúcares fermentescíveis como a glicose, sacarose,
manose, rafinose e malto triose em etanol. Dentre essas leveduras, a
Saccharomyces cerevisiae destaca-se como a espécie mais explorada
comercialmente na produção de etanol (CINELLI, 2012).
A levedura Saccharomyces cerevisiae e a mais utilizada por vários aspectos
como:

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(I) alta velocidade fermentativa; (II) facilidade de multiplicação e obtenção; (III)
grande formação de produtos nutritivos; (IV) resistência a meios ácidos; (v) elevada
conversão de açúcares em etanol (SANTOS, 2010).
-Para o mosto receber o fermento ele deve estar nos seus devidos padrões, como
temperatura, pH são os mais importantes, antes do mosto ser levado para a dorna
ele passa pelo trocador de calor, após passar pelo trocador de calor ele levado para
as dornas e agitado com as leveduras até atingir o volume desejável, e necessário
acompanhar o PH, brix°, acidez e análises microbiológicas.

Figura 8: Dorna de armazenagem do mosto para fermentação

Fonte: imagem do autor

O processo de fermentação, no qual o mosto e o fermento interagem, se


estende por aproximadamente 40 horas. Nesse período, é crucial adicionar um
bactericida para evitar a morte prematura das leveduras. Em alguns casos, esse
período pode se estender, caso as leveduras não tenham completado a conversão
total do açúcar em álcool. Após essas 40 horas, é possível observar a queda do teor

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de brix° e dos sólidos, sinalizando que as leveduras cumpriram sua missão de
transformar todo o açúcar em etanol.
Posteriormente, o mosto fermentado é encaminhado para o processo de
destilação, que visa separar os sólidos do líquido. Após essa etapa, o álcool
resultante deve ser desidratado até atingir uma concentração de 92,5 ANP (Álcool
Neutro Puro).
Uma vez que o etanol esteja pronto para ser comercializado, o mosto passa
por um processo de centrifugação, que resulta na separação de dois produtos: o
DDG (Distiller's Dried Grains with Solubles em português: Grãos Secos do Destilador
com Solúveis) e o WDG (Wet Distiller's Grains em português: Grãos Úmidos do
Destilador), assim:

● O DDG é o mosto que passou por um processo de secagem até atingir a

umidade desejada, que geralmente fica em torno de 12 a 13%. Se a umidade


não estiver na faixa adequada, há o risco de crescimento microbiológico e
fungos. O DDGS pode ser armazenado por até 30 dias com segurança.

● Por outro lado, o WDG é um mosto que não passou pelo processo de

secagem, sendo submetido apenas à centrifugação para a remoção da água.


Como resultado, ele mantém uma umidade mais elevada, na faixa de 65 a
66% de água. Isso o torna adequado para armazenamento por um período
mais curto, geralmente entre 3 e 4 dias, devido à sua alta quantidade de
água.

Desta forma o processo de transformação do milho e álcool e subprodutos é


concluída.

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5. RELATO DO ESTÁGIO

No decorrer do meu estágio, fui envolvido em diversas atividades que


ocorriam no laboratório. Para que você possa compreender melhor, vou descrever
em detalhes a rotina que eu seguia durante essa experiência enriquecedora.
Uma das peculiaridades do meu estágio era a localização do laboratório. Ele
não estava situado em uma área urbana, mas sim em uma zona rural, a
aproximadamente 25 quilômetros da cidade. O trajeto até o local era desafiador,
demandando cerca de 30 minutos para ser percorrido. Essa jornada envolvia um
deslocamento relativamente longo, e eu não era o único a passar por ela. Havia
outro turno de colegas que realizava a troca de expediente no local, o que tornava
essa viagem parte integrante da nossa rotina.
Ao chegarmos na empresa, uma das primeiras medidas de segurança que
eram obrigatórias para todos, exceto para aqueles que atuavam diretamente no
laboratório, era o uso de capacetes de segurança. Essa prática visava garantir a
segurança de todos os colaboradores e prevenir acidentes durante o trabalho. O
capacete se tornou um item essencial que, além de cumprir regulamentações de
segurança, refletia o compromisso da empresa com o bem-estar de seus
funcionários.
Esse era o cenário inicial da minha rotina durante o estágio, no qual a
preparação e a atenção aos detalhes eram essenciais antes de adentrar o
laboratório. Conforme descrevo as etapas seguintes, você terá uma visão mais
completa da variedade de atividades e responsabilidades que vivenciei ao longo
desse período.

5.1 - O laboratório

Após a chegada ao laboratório, uma série de procedimentos eram seguido


visando garantir um ambiente de trabalho seguro e eficiente. Inicialmente, os
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membros da equipe eram orientados a vestir jalecos e luvas, uma prática essencial
que visava prevenir qualquer contato direto com produtos químicos, assegurando a
integridade da pele e evitando potenciais riscos à saúde. A obrigatoriedade do uso
do capacete, no entanto, estava condicionada à necessidade de deslocamento para
fora do laboratório, uma medida sensata, considerando que durante o meu estágio,
a minha atuação se restringia a esse espaço controlado.
Uma das tarefas cruciais que se desdobravam no início de cada turno era a
calibração dos equipamentos de medição. Equipamentos de vital importância, como
o pHmetro, condutivímetro e densímetro, eram submetidos a esse procedimento
meticuloso a cada troca de turno. A calibração se revestia de grande relevância,
uma vez que sua finalidade principal era garantir a exatidão e precisão das
medições realizadas. Quando se constata uma incompatibilidade entre as soluções
utilizadas nos aparelhos e as especificações requeridas, era necessário proceder à
troca das soluções, assegurando, desse modo, a confiabilidade das análises.
Uma vez concluída a calibração, outra etapa crucial no processo se iniciava.
Os resultados precisos de cada medição eram cuidadosamente registrados em um
caderno de anotações. Esses registros detalhados serviam como documentação
oficial das operações e constituíam uma referência valiosa para posteriores análises
e tomadas de decisões. Posteriormente, esses dados eram submetidos à
digitalização e inseridos no sistema de informações da empresa, garantindo a
integridade e a acessibilidade das informações para fins de análise, monitoramento
e documentação.
No entanto, a jornada de trabalho não se limitava a essas tarefas iniciais.
Após a conclusão das etapas preparatórias, entrávamos na fase de aguardar a
chegada das amostras a serem analisadas. O laboratório se dedicava a uma ampla
gama de análises, e as amostras recebidas abrangiam uma variedade de materiais,
incluindo milho, farinha de milho, mosto, xarope e vinhaça grossa.

5.3 – As análises
O processo de análise laboratorial iniciava-se com a avaliação da primeira
amostra, que era a vinhaça grossa. Essa amostra era cuidadosamente

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acondicionada em frascos de 14 ml e então submetida à centrífuga de laboratório
como demonstra na (figura 9), um equipamento capaz de efetuar a separação do
líquido do sólido como mostra na imagem a seguir.

Figura 9: Centrifuga de separação de líquido e sólido

Fonte: https://www.medicalexpo.com/pt/prod/fanem-ltda/product-68474-436231

Enquanto a centrífuga estava em funcionamento, nos dedicávamos a outras


tarefas de análise, tais como a determinação do teor de açúcar (expresso em graus
Brix°) e a medição da massa seca. A massa seca e feita por uma balança de
precisão que determina os sólidos solúveis

Figura 10: Balança de precisão

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Fonte:https://www.balancasnorte.com/loja/balancaslaboratorio/analiticas/balanca-de-precisao

Vale ressaltar que, durante esse período, o laboratório se mantinha em


constante movimento, já que cada amostra demandava análises específicas e
utilização de equipamentos diferentes. Um dos processos cruciais envolvia a análise
do teor de açúcar (Brix°) nas amostras, uma informação fundamental para a etapa
subsequente de adição do fermento, que desempenharia um papel crucial na
propagação das leveduras.

Figura 11: refratômetro de bancada

Fonte: https://www.anton-paar.com/br-pt/produtos/grupo/refratometro

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Logo após a conclusão das análises mencionadas anteriormente, novas
amostras referentes a DDG e WDG eram submetidas a avaliação. Para a
determinação da umidade dessas amostras, utilizávamos o espectroscópio de
infravermelho próximo (NIR), um instrumento altamente preciso. Caso os resultados
apontassem que a umidade das amostras estava fora dos padrões estabelecidos,
que variavam entre 10% e 12%, era imperativo informar imediatamente a equipe
responsável pelo secador, a fim de que medidas fossem tomadas para ajustar as
condições e manter as amostras dentro das especificações de umidade requeridas.
Isso ilustra a importância da precisão e do acompanhamento rigoroso em cada
etapa do processo analítico, garantindo a qualidade e consistência dos produtos e
matérias-primas utilizados na produção.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

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REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

https://bioquimicabrasil.com/2019/07/20/producao-de-etanol-a-partir-de-milho-
conceitos-e-operacao/

MONTEIRO, Valdirene Neves; SILVA, Roberto do Nascimento. Aplicações


industriais da biotecnologia enzimática. Revista Processos Químicos, v. 3, n. 5, p. 9-
23, 2009.

NAIDU, K., SINGH, V., JOHNSTON, D.B., RAUSCH, K.D., TUMBLESON, M.E.
Effects of Ground Corn Particle Size on Ethanol Yield and Thin Stillage Soluble
Solids. Cereal Chemestry. v.84, n.1, p. 6-9. 2007.

CINELLI, Bernardo Alves. Produção de etanol a partir da fermentação simultânea à


hidrólise do amido granular de resíduo agroindustrial. Dissertação. Rio de Janeiro -
RJ, 2012.

SANTOS, Fernando. Cana-de-açúcar: bioenergia, açúcar e álcool: tecnologia e


perspectivas. Viçosa, MG. c. 15, p. 401-437, 2010

https://repositorio.ifes.edu.br/handle/123456789/992.

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ANEXO

- Ficha de avaliação do estágio pelo Supervisor

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