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CURSO DE AGRONOMIA
PALMAS-TO
2023
PALMAS-TO
2023
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ERIVAN PEREIRA DE OLIVEIRA
Banca Examinadora
______________________________________________
Prof.ª Orientadora Drª. Conceição Aparecida Previero
Centro Universitário Luterano de Palmas
______________________________________________
Prof. Examinador Drª. Barbara dos Santos Esteves
Centro Universitário Luterano de Palmas
______________________________________________
Prof. Examinador: M.Sc. Benjamim Carvalho Lima Júnior
Centro Universitário Luterano de Palmas
AGRADECIMENTOS
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Gostaria de agradecer primeiramente a Deus pelas inúmeras bênçãos que
tem me concedido até aqui. Em segundo lugar minha família, respectivamente
minha mãe Rita Pereira de Oliveira. Agradeço à Prof.ª Orientadora Dr. ª Conceição
Aparecida Previero, que me acompanhou ao longo de todo o processo, fornecendo
orientações valiosas, compartilhando conhecimentos e experiências, e dedicando
seu tempo e atenção para garantir que eu pudesse aprender e crescer
profissionalmente.
Por fim, aos meus irmãos e minha filha Liz de Souza Oliveira, que me
incentivaram nos momentos difíceis e compreenderam a minha ausência enquanto
eu me dedicava à realização deste trabalho.
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RESUMO
OLIVEIRA, Erivan Pereira. Trabalho de Conclusão de Curso (TCC). 2023. 32p. Uso
de Estilosantes em Solos Arenosos. Centro Universitário Luterano de Palmas.
Curso Agronomia. Orientadora, Prof.ª Drª. Conceição Aparecida Previero.
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ABSTRACT
In the last two decades, agriculture has expanded in an extraordinary way in the
country. This expansion has led to the appreciation of the most noble lands, which
were previously occupied, generally, with extensive livestock farming. This course
conclusion work addresses the use of stylosanthes as a promising strategy to
improve the quality of sandy soils, aiming to promote more sustainable agricultural
practices. In Tocantins, due to the expansion of agriculture in the Cerrado, it led to
the occupation of areas where Quartz sands occur. Today, the state of Tocantins
forms a new agricultural frontier with a strong demand for opening new areas for
planting.
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LISTA DE FIGURAS
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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO_______________________________________________________________
2 PROBLEMA_________________________________________________________________
3 JUSTIFICATIVA______________________________________________________________
4 HIPÓTESES_________________________________________________________________
5 OBJETIVOS_________________________________________________________________
Objetivo geral_____________________________________________________________
Objetivos Específicos_______________________________________________________
6 REFERENCIAL TEÓRICO______________________________________________________
6.1.1 Caracterização morfológica, física e química dos solos________________________
6.1.2 Taxonomia dos solos___________________________________________________
6.1.3 Aptidão Agrícola dos Solos Arenosos______________________________________
6.1.4 Problemas, riscos e opções de uso de solos arenosos no Brasil_________________
6.1.5 Métodos e Técnicas de Introdução do Estilosantes___________________________
6.1.6 Promoção da Sustentabilidade Agrícola____________________________________
7 METODOLOGIA______________________________________________________________________
8 RESULTADOS E DISCUSSÃO__________________________________________________
8.1.1 Interferências com Outras Culturas e Manejo Integrado________________________
9 CONSIDERAÇÕES FINAIS_____________________________________________________
10 REFERÊNCIAS______________________________________________________________
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1 INTRODUÇÃO
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2 PROBLEMA
No Brasil, os solos arenosos são considerados ambientes muito frágeis,
independentemente do clima e da fertilidade natural. Nas últimas duas décadas, os
termos "solos frágeis" e "fragilidade do solo" têm sido cada vez mais usados para
descrever solos com textura superficial arenosa, que geralmente são mais
suscetíveis à erosão hídrica e/ou eólica do que os solos mais argilosos. Portanto, o
termo “solo frágil” geralmente se refere a situações de alto risco de manipulação do
solo.
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3 JUSTIFICATIVA
A questão da agricultura sustentável tem se destacado cada vez mais nas
discussões sobre o futuro da produção de alimentos. Um dos desafios que os
agricultores enfrentam é a gestão de solos arenosos, que são conhecidos por sua
baixa capacidade de retenção de nutrientes e água.
A necessidade de expansão da fronteira agrícola, calcada em perspectivas
favoráveis do mercado externo para comercialização de grãos e frutas, estimulou a
criação de programas especiais, visando à inclusão dos cerrados no processo
produtivo.
Este estudo tem como objetivo justificar a importância de se explorar o uso de
estilosantes em solos arenosos, considerando suas implicações na melhoria da
fertilidade do solo, na promoção da sustentabilidade agrícola, no valor forrageiro, na
redução da erosão do solo, na adaptação às mudanças climáticas e no avanço da
pesquisa agrícola.
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4 HIPÓTESES
● Análise detalhada das características físicas, químicas e biológicas dos solos
arenosos no estado do Tocantins permitirá identificar padrões distintos de
distribuição e comportamento desses solos;
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5 OBJETIVOS
Objetivo geral
● Mensurar a importância dos estudos para a capacidade produtiva do estado
com relação aos solos formados por áreas de areias Quartzosa.
Objetivos Específicos
● Avaliar o impacto do cultivo de estilosantes;
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6 REFERENCIAL TEÓRICO
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Moreira et al. (2019) destacam a relevância do Estilosantes como uma alternativa
para melhorar a qualidade do solo em áreas arenosas.
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especialmente importante em regiões onde a degradação do solo é uma
preocupação.
É importante destacar que essas leguminosas também desempenham um
papel crucial na melhoria da qualidade da matéria orgânica do solo em áreas
arenosas. A adição de matéria orgânica é fundamental para aumentar a capacidade
de retenção de água, melhorar a estrutura do solo e promover a atividade
microbiana benéfica. A decomposição das raízes e dos resíduos enriquece o solo
com compostos orgânicos, contribuindo para a sua fertilidade e sustentabilidade a
longo prazo (LOPES et al. 2019).
Outro aspecto relevante é a capacidade de reduzir a compactação do solo.
Solos arenosos podem ser suscetíveis à compactação devido ao tráfego de
máquinas e equipamentos agrícolas. A presença de raízes profundas ajuda a
quebrar a compactação, melhorando a infiltração de água e a aeração do solo
(MOREIRA et al. 2019)
A escolha da variedade de estilosantes e as práticas de manejo
desempenham um papel significativo no aproveitamento dessas potencialidades em
solos arenosos. Diferentes espécies e cultivares de podem apresentar
características específicas, como resistência a pragas e doenças, adaptação a
condições de seca ou maior capacidade de fixação de nitrogênio. Portanto, é
fundamental selecionar a variedade mais adequada com base nas condições locais
e nos objetivos de cultivo.
Sendo assim o estilosantes é uma leguminosa valiosa para a melhoria de
solos arenosos, oferecendo benefícios como fixação de nitrogênio, melhoria da
estrutura do solo, proteção contra a erosão, aumento da matéria orgânica e redução
da compactação. Com o manejo adequado, o estilosantes pode desempenhar um
papel fundamental na agricultura sustentável em regiões com solos arenosos.
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humanas. A textura do solo se refere à proporção de diferentes partículas, como
argila, silte e areia, que estão presentes em um determinado solo. Um solo é
considerado "arenoso" quando contém principalmente partículas de areia e areia
franca. (CENTENO, et. al. 2017)
A textura do solo refere-se à proporção das diferentes frações de partículas,
nomeadamente areia, silte e argila, presentes na massa do solo, sendo determinada
em laboratório. No campo, essa textura pode ser avaliada pelo tato, esfregando um
pouco de solo úmido entre os dedos. Os solos de textura arenosa, que incluem as
categorias de areia e areia franca, são caracterizados por conterem uma fração.
O mineral sólido composto principalmente de quartzo tem um teor de argila
inferior a 15%. Esses solos são vulneráveisà erosão, apresentam baixa capacidade
de troca de cátions (CTC) e dependem em grande parte da matéria orgânica
presente no solo. Além disso, têm pouca capacidade de retenção de fósforo (P) e
alta lixiviação de nutrientes, especialmente nitratos, devido à sua drenagem rápida.
Os poros nestes solos são relativamente grandes, resultando em baixa capacidade
de retenção de água, tanto em situações de alta como de baixa umidade. (BASSO;
KIANG, 2017)
Os solos arenosos possuem uma textura leve e podem ser classificados como
areia, areia franca ou franco-arenosa, com predominância de partículas com
tamanhos entre 0,05 mm e 2,00 mm. As principais classes de solos arenosos
incluem Argissolos, Latossolos, Planossolos, Neossolos (Quartzarênicos, Regolíticos
e Litólicos) e Cambissolos. O Neossolo Quartzarênico é a classe de solo arenoso
mais comum no Brasil, ocupando uma parcela significativa da área do país. Outros
solos arenosos importantes são os Latossolos com textura arenosa. (CASTRO;
HERNANI, 2015)
Esses solos arenosos abrangem aproximadamente 25% do território
brasileiro, com muitos deles encontrando-se em estado de manipulação,
principalmente nas áreas de fronteiras agrícolas tradicionais localizadas nos estados
do Maranhão, Tocantins, Piauí, Bahia, São Paulo, Goiás, Mato Grosso do Sul e
Mato Grosso. Além das pastagens no processo de manipulação, essas áreas
também são utilizadas para o cultivo de culturas como mandioca, milho, amendoim,
feijão, melancia e cana-de-açúcar, especialmente nos estados de São Paulo e
Paraná. (MACHADO, 2016)
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Solos de textura arenosa possuem características físicas que favorecem o
cultivo e o preparo mecânico, porém apresentados especificamente em termos de
propriedades químicas, com uma capacidade de retenção de nutrientes
relativamente baixa, ou seja, baixa Capacidade de Troca Catiônica (CTC). Outras
características dos solos arenosos incluem baixa capacidade de retenção de água,
baixa coesão, friabilidade quando secos ou molhados, aquecimento rápido quando
expostos ao sol, atividade biológica significativa, maior densidade aparente, menor
porosidade total, maior macroporosidade, boa aeração, baixa superfície específica
aparente, menor porosidade total, maior macroporosidade, boa aeração, baixa
superfície específica e estrutura frágil (ARAUJO; PEJON, 2018)
Historicamente, os solos arenosos foram considerados ambientes de baixa
produtividade e alto risco para a agricultura. Sousa e Lima (2023), argumentou que
solos arenosos, com menos de 18% de argila, eram a última opção para uma
agricultura sem supervisão devido à baixa retenção de água, alto potencial de
lixiviação de nutrientes básicos e risco elevado de manipulação em curto prazo. Ele
sugeriu que esses solos deveriam ser preservados com vegetação nativa.
Normalmente, texturas arenosas no horizonte A (especialmente quando há
mudança de textura abrupta) e a presença de cascatas são limitações leves para o
uso da terra. Solos com textura arenosa em todo o perfil são classificados como
limitações severas. Com base em suas características gerais, os solos arenosos
podem ser classificados nas classes II a IV do Grupo A (adequados para cultivos
anuais, cultivos perenes, pastagens, reflorestamento e vida silvestre) ou nas classes
V a VII do Grupo B (geralmente inadequados para cultivos intensivos, mas
adequados para pastagens, reflorestamento e vida silvestre), (CENTENO, et. al.
2017).
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Figura 2. Triângulo Textural Simplificado.
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disponibilidade de água para as culturas em condições de precipitações mal
distribuídas, muito comuns no Brasil. A textura arenosa confere-Lhes drenagem
excessiva e pequena capacidade de retenção de água, favorecendo a lixiviação de
nutrientes, especialmente o nitrogênio;
7. Excesso de água ou deficiência de oxigênio: não apresentam limitações
por excesso de água, mesmo ocorrendo em baixadas; 8. Suscetibilidade à erosão:
considerada a maior limitação desses solos, principalmente em relevo suave-
ondulado ou ondulado. O processo erosivo inicia-se quando esses solos são
desmatados ou utilizados pelo gado. Se ocorrem nas cabeceiras de vertentes ou
margeando os mananciais, a erosão tende a desenvolver voçorocas; 9.
Impedimentos à mecanização: a mecanização só é viável nas áreas de relevo plano,
devido à suscetibilidade à erosão. Deve restringir-se àquelas práticas de cultivo em
lavouras perenes, pastagens ou reflorestamento. Por serem de estrutura fraca esses
solos requerem operações mecanizadas com menos potência.
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temperaturas. No estado do Rio Grande do Sul, vastas extensões de solos
arenosos, com médias anuais de chuva entre 1.400 e 1.500 mm e escassas
incidentes durante o mês mais seco (aproximadamente 100 mm), enfrentam
atualmente o problema da desertificação. Esse destaque é mencionado pelo uso
excessivo dessas áreas para o cultivo de soja e pastagens ao longo de mais de
duas décadas (SPERA; REATTI; CORREIA; CUNHA,1998).
No estado do Paraná, a desertificação é predominantemente causada pela
erosão eólica, que é mais comum em solos de areias quartzosas e podzólico
vermelho-amarelo com textura arenosa/média. Isso ocorre devido à ausência de
agentes aglutinantes, como argila e matéria orgânica, fazendo com que as partículas
de areia fiquem soltas (CARVALHO, 1994).
A abundância agrícola dos solos arenosos é uma questão relevante para a
agricultura, pois esses solos são conhecidos por suas características particulares e
desafios. Segundo (Monteiro, 1995) os solos arenosos têm baixa capacidade de
retenção de água e nutrientes devido à sua textura e, portanto, geralmente são
considerados de baixa fertilidade natural. Isso pode afetar diretamente o rendimento
das culturas e a eficiência do uso de insumos agrícolas.
Conforme destacado por Corrêa (1997) a incorporação de matéria orgânica e
o uso de técnicas de manejo do solo adequadas podem ajudar a aumentar a
capacidade de retenção de água e nutrientes dos solos arenosos, tornando-os mais
propícios para a agricultura. A utilização de culturas de cobertura, por exemplo, pode
contribuir significativamente para a melhoria das propriedades físicas e químicas
desses solos (Oliveira et al., 1992).
É importante considerar as características específicas de diferentes regiões.
(Ramalho; Beek, 1995). A abundância agrícola dos solos arenosos pode variar
dependendo do clima, da topografia e de outras condições locais. Portanto, é
essencial realizar avaliações atualizadas da qualidade do solo em cada área para
determinar as melhores práticas de manejo e cultivo.
Outro aspecto relevante é a seleção adequada de culturas. De acordo com
(Ramalho; Beek, 1995). A escolha de culturas adaptadas aos solos arenosos pode
maximizar o potencial de produção agrícola. A pesquisa continua a buscar
variedades de plantas mais resistentes e eficientes em solos arenosos, o que possa
contribuir para aumentar a eficiência agrícola dessas terras.
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Neste sentido, a demanda agrícola dos solos arenosos é uma questão
complexa que envolve a adoção de práticas de manejo adequadas, a incorporação
de matéria orgânica e a seleção criteriosa de culturas. A compreensão das
características específicas do solo e das condições locais desempenha um papel
fundamental na melhoria da produtividade agrícola em áreas com solos arenosos.
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6.1.5 Métodos e Técnicas de Introdução do Estilosantes
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No estado de São Paulo, aproximadamente 40% das terras cultiváveis são
usadas para pastagens, abrangendo cerca de 7,8 milhões de hectares. No entanto,
cerca de 20% dessas pastagens, equivalente a 1,5 milhão de hectares, estão
atualmente ociosas, enquanto outras 60%, totalizando 4,6 milhões de hectares,
estão passando por diferentes níveis de degradação. Essa situação pode se agravar
sem a implementação de medidas corretivas. De acordo com o Levantamento
Censitário das Unidades de Produção Agropecuária (LUPA), parte dessas áreas de
pastagens foi convertida em cultivos como cana-de-açúcar, reflorestamento e
fruticultura perene, principalmente devido à busca por fontes alternativas de energia
e preocupações sanitárias relacionadas à citricultura. Isso resultou na ocupação de
áreas que normalmente não são consideradas adequadas para cultivos industriais,
conhecidas como marginais, o que tem desencorajado os investimentos por parte
dos pecuaristas tradicionais. Portanto, a promoção do manejo sustentável de solos
arenosos no Oeste paulista exige a implementação de ações para reverter a
degradação das pastagens e promover práticas agrícolas mais adequadas a essas
áreas.
No Brasil, antes da introdução das pastagens cultivadas na região dos
Cerrados, a taxa de lotação animal era de 0,3-0,4 animal por hectare, e os bovinos
só eram abatidos após 48 a 50 meses de criação. A partir do início da década de
1970, a introdução de espécies do gênero Brachiaria (anteriormente Urochloa),
principalmente a B. decumbens, foi bem-sucedida no bioma Cerrado, conhecido por
seus solos ácidos e baixa fertilidade natural. Isso permitiu que a taxa média de
lotação animal aumentasse para 0,9 a 1,0 animal por hectare, e o ganho de peso
dos animais também aumentou significativamente, chegando a ser de 2 a 3 vezes
maior. Esse aumento na produtividade impulsionou a indústria de pecuária de corte
no Brasil e expandiu consideravelmente as áreas de cultivo (MACEDO; ARAÚJO,
2012).
Sendo assim o uso de estilosantes, como o Santo Campo Grande, oferece
benefícios agro econômicos significativos, incluindo o aumento da produtividade das
culturas sucessoras, a redução na necessidade de fertilizantes nitrogenados e a
promoção da sustentabilidade agrícola. Essas vantagens não apenas beneficiam os
agricultores, tornando uma agricultura mais rentável e sustentável, mas também
reduzidas para a preservação do meio ambiente, tornando-o uma escolha valiosa
para a agricultura moderna.
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7 METODOLOGIA
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8 RESULTADOS E DISCUSSÃO
No Brasil, a introdução de espécies não nativas em diferentes de suas
origens tradicionais têm uma longa história que remonta ao período colonial. De
acordo com Dean (1991), podemos observar exemplos disso, como o cultivo do chá
no sudeste brasileiro, que foi a primeira tentativa bem-sucedida fora da China e do
Japão, e a introdução da cana caiena, que inicialmente envolveu resistência. Além
disso, o café, que se tornou o principal produto de exportação do império brasileiro,
não é uma planta nativa das Américas.
Essas espécies exóticas, uma vez adaptadas, são desenvolvidas para
diversificar e aumentar as fontes de alimentos disponíveis para a população
humana, eventualmente permitindo um aumento na densidade populacional. No
entanto, é importante ressaltar que essas espécies, bem como outras que foram
introduzidas posteriormente, também tiveram um impacto direto sobre os
ecossistemas, alterando-os e, em alguns casos, simplificando-os de maneira
significativa (DEAN, 1991).
Os estilosantes, especialmente a variedade Campo Grande, apresentam
capacidade de adaptação e sucesso em diversas regiões do Brasil, para além das
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áreas tradicionais de cultivo. Eles apresentam resultados positivos na melhoria da
qualidade do solo, mesmo em terrenos com baixa fertilidade. Isso tem contribuído
para o aumento da popularidade dessa espécie nos últimos anos. Portanto, é
fundamental realizar estudos sobre o comportamento de diversas espécies de
cobertura vegetal para adubação verde em sistemas de monocultivo, a fim de
escolher a opção mais adequada conforme a região e as necessidades específicas,
beneficiando as culturas comerciais, a produção de biomassa vegetal e o ciclo de
nutrientes no solo (CENTENO et. al., 2017)
Os estilosantes Campo Grande exibem características fisiológicas distintivas
e respondem de maneira previsível às condições climáticas em sua área de cultivo
no centro-oeste brasileiro. Além disso, tem um papel significativo nas interações do
ecossistema agrícola local. De acordo com informações da EMBRAPA Gado de
Corte (2007), esta cultivar, originária do cerrado, é recomendada para regiões
tropicais que recebem uma produtividade anual entre 700 mm e 1800 mm. Ela
prosperou especialmente em solos arenosos e bem drenados, sendo menos
adequada para áreas sujeitas a inundações frequentes e eventos de ocorrência.
No entanto, devido à resistência dos estilosantes Campo Grande às
condições climáticas adversas e solos pouco férteis, estudos no Brasil exploraram a
possibilidade de cultivá-lo em áreas fora de sua região de cultivo convencional. A
EMBRAPA converteu pesquisas e emitiu a Circular Técnica 55 (2010), com
diretrizes para introduzir o cultivo dos estilosantes Campo Grande em solos
arenosos do estado do Acre, que possui condições edafoclimáticas diferentes da
área tradicional de cultivo. Isso abriu uma perspectiva de expansão do cultivo para
novas regiões.
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de areia. Embora o milho cultivado após os estilosantes em monocultivo tenha
apresentado um desempenho superior, sua produtividade foi menor em comparação
com o milho cultivado após crotalária ou um coquetel de leguminosas (CASTRO et
al., 2014).
Na cidade de Janaúba, no norte do estado de Minas Gerais, os estilosantes
CV. Campo Grande foi testado em relação a outros adubos verdes com o objetivo de
avaliar sua capacidade de suprimir plantas. No entanto, neste experimento, os
estilosantes não conseguiram suprimir com sucesso as plantas presentes na área e,
na verdade, foram testadas na maior quantidade de biomassa de espécies invasoras
indesejadas em comparação com os outros tratamentos (MOURÃO, 2010).
Em Itapetininga, Bahia, Quoos et al. (2019) realizaram um experimento em
casa de vegetação para avaliar a produtividade e a nodulação dos estilosantes cv.
Campo Grande em resposta ao sombreamento e à adubação fosfatada. Os
resultados indicaram que ambos os fatores tiveram um impacto significativo no
desenvolvimento dos estilosantes. A planta prevê tolerância ao sombreamento,
podendo ser cultivada com até 30% de sombreamento.
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O manejo integrado em solos arenosos é uma abordagem crucial para a
agricultura sustentável, especialmente em regiões onde diferentes culturas e
práticas agrícolas interagem. Nesse contexto, a interação com outras culturas e
práticas agrícolas pode representar desafios e oportunidades significativas. O
referencial teórico a seguir explora as interferências com outras culturas e o manejo
integrado em solos arenosos.
Solos arenosos têm características específicas, como baixa capacidade de
retenção de água e nutrientes, o que pode afetar a produtividade das culturas.
Quando diferentes culturas são cultivadas em solos arenosos próximos umas das
outras, pode ocorrer competição por recursos essenciais, como água e nutrientes.
Essa competição pode levar à redução do rendimento e da qualidade das culturas, a
menos que sejam implementadas práticas de manejo adequadas.
A rotação de culturas, de acordo com Vilela Júnior, (2010) é uma estratégia
frequentemente utilizada no manejo integrado em solos arenosos. Essa prática pode
ajudar a minimizar as interferências entre culturas, pois culturas diferentes têm
necessidades diferentes de nutrientes e podem explorar diferentes camadas do solo.
Além disso, a rotação de culturas pode ajudar a quebrar o ciclo de pragas e
doenças, contribuindo para a saúde do solo e a sustentabilidade agrícola.
O manejo integrado em solos arenosos muitas vezes inclui a prática de
rotação de culturas. Essa estratégia pode ajudar a minimizar as interferências entre
culturas, pois culturas diferentes têm necessidades diferentes de nutrientes e podem
explorar diferentes camadas do solo. Além disso, a rotação de culturas pode ajudar
a quebrar o ciclo de pragas e doenças, contribuindo para a saúde do solo e a
sustentabilidade agrícola.
Culturas de cobertura são frequentemente utilizadas em solos arenosos
como parte do manejo integrado. Elas ajudam a proteger o solo da erosão,
melhoram sua estrutura, aumentam a matéria orgânica e podem absorver nutrientes
que seriam lavados pela chuva. Essas culturas também podem ser escolhidas de
forma a complementar as principais culturas, minimizando as interferências.
A gestão eficiente da água e dos nutrientes em solos arenosos é essencial
para reduzir as interferências entre culturas. A utilização de técnicas como a
irrigação controlada, a fertirrigação e a aplicação de fertilizantes de liberação lenta
pode ajudar a otimizar o uso desses recursos, reduzindo a competição entre as
culturas.
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O manejo integrado em solos arenosos é uma abordagem crucial para a
agricultura sustentável, especialmente em regiões onde diferentes culturas e
práticas agrícolas interagem. De acordo com Vilela Júnior, (2010) solos arenosos
apresentam características específicas, como baixa capacidade de retenção de
água e nutrientes, o que pode afetar a produtividade das culturas. Quando diferentes
culturas são cultivadas em solos arenosos próximos umas das outras, pode ocorrer
competição por recursos essenciais, como água e nutrientes. Essa competição pode
levar à redução do rendimento e da qualidade das culturas, a menos que sejam
implementadas práticas de manejo adequadas.
O manejo integrado em solos arenosos envolve a compreensão das
necessidades das culturas, a utilização de práticas como rotação de culturas e
culturas de cobertura, o uso eficiente de água e nutrientes, além do monitoramento
constante. Essa abordagem é essencial para minimizar as interferências entre
culturas e promover a produtividade e a sustentabilidade agrícola em solos
arenosos.
O uso de culturas de cobertura também é uma estratégia importante, como
ressaltado por Silva e Pereira (2020). Culturas de cobertura ajudam a proteger o
solo da erosão, melhoram sua estrutura, aumentam a matéria orgânica e podem
absorver nutrientes que seriam lavados pela chuva. Essas culturas podem ser
escolhidas de forma a complementar as principais culturas, minimizando as
interferências.
Neste sentido como destacado o manejo integrado em solos arenosos
envolve a compreensão das necessidades das culturas, a utilização de práticas
como rotação de culturas e culturas de cobertura, o uso eficiente de água e
nutrientes, além do monitoramento constante. Essa abordagem é essencial para
minimizar as interferências entre culturas e promover a produtividade e a
sustentabilidade agrícola em solos arenosos.
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9 CONSIDERAÇÕES FINAIS
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atividade microbiana, promovendo um ambiente mais propício para o
desenvolvimento das plantas. A fixação biológica de nitrogênio pelas raízes do
estilosantes demonstrou um incremento na disponibilidade desse nutriente para
outras culturas agrícolas subsequentes, fomentando assim a sustentabilidade e a
produtividade dos solos arenosos.
Ademais, a inclusão em sistemas de cultivo para solos arenosos apresenta
vantagens econômicas, reduzindo os custos com insumos externos, como
fertilizantes nitrogenados, e minimizando os gastos associados à correção de
problemas de erosão e degradação do solo. Este estudo destaca ainda a
importância de práticas agrícolas sustentáveis e a adoção de culturas de cobertura,
como o estilosantes, para promover a resiliência dos solos arenosos frente aos
desafios ambientais e climáticos.
Dessa forma, esta pesquisa contribui significativamente para o conhecimento
sobre o uso das leguminosas em solos arenosos, destacando suas vantagens e
ressaltando a importância de uma abordagem integrada e sustentável na agricultura.
10 REFERÊNCIAS
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https://www.alice.cnptia.embrapa.br/handle/doc/1022693. Acesso em: 14 dez. 2023.
OLIVEIRA, CAMARGO, M. N.". Classes Gerais de Solos do Brasil. [S. l.], 1992.
Disponível em: https://biblioteca.incaper.es.gov.br/busca?
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RAMBO, Kamyla Letícia. A rotação de culturas na conservação do solo. [S. l.], 2021.
Disponível em: https://www.scielo.br/j/pab/a/TrLZ3dTNSHs9NcsfphC9hMM/. Acesso em:
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HIRANO, C. Aptidão agrícola das terras do Estado de Tocantins. [S. l.], 1989. Disponível
em:https://www.embrapa.br/busca-de-publicacoes/-/publicacao/327947/aptidao-agricola-das-
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