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CURSO

Restauração Ecológica e
Sistemas Agroflorestais
GUI A B Á S I CO
M Ó D ULO 3
Planejamento de Sistemas
Agroflorestais com
Frutíferas Nativas
Dr. José Ribamar Gusmão Araujo
Dr. Ernesto Gomez Cardozo
Dra. Ariadne Enes Rocha
Dr. Guillaume Xavier Rousseau
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ser remixada, adaptada e servir para criação de obras derivadas, desde que com fins não comerciais, que seja atribuído
crédito ao autor e que as obras derivadas sejam licenciadas sob a mesma licença.

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO - UEMA

Reitor Professores Conteudistas


Gustavo Pereira da Costa Dr. José Ribamar Gusmão Araujo
Dr. Ernesto Gomez Cardozo
Vice-Reitor Dra. Ariadne Enes Rocha
Walter Canales Sant´ana Dr. Guillaume Xavier Rousseau

Pró-Reitor de Extensão e Assuntos Estudantis Designers de Linguagem


Paulo Henrique Aragão Catunda Aurileia Cabral Cantanhede
Lucirene Ferreira Lopes
Núcleo de Tecnologias para Educação
Ilka Márcia Ribeiro S. Serra - Coordenadora Geral Designers Pedagógicas
Erica Sousa Costa
Coordenação do Setor de Divisão de Design Lidiane Saraiva Ferreira Lima
Educacional
Cristiane Peixoto - Coord. Administrativa Projeto Gráfico
Danielle Martins Fernandes - Coord. Pedagógica Nayana Gatinho da Silva

Diagramação
Tonho Lemos Martins
CAPÍTULO 1 CAPÍTULO 2

Apresentação
Olá, cursista!

Neste módulo, apresentaremos com mais detalhes o planejamento e desenho de SAF’s com
fruteiras nativas tropicais de maior interesse para a agricultura familiar. Como se justifica a inserção de
frutíferas nativas enquanto componentes arbóreos nos SAFs em razão da possibilidade de uso múlti-
plo das espécies e pela obtenção de produtos nobres como as frutas. Será abordado também os tipos
de serviços ecossistêmicos que tomam parte nos SAFs e de que maneira esses benefícios afetam os
ecossistemas naturais, a vida das pessoas e da sociedade em geral.

Com isso, desejamos uma excelente leitura e que você possa aprofundar seus conhecimentos
sobre o assunto.

Bons estudos!

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CAPÍTULO 1 CAPÍTULO 2

Sumário
Módulo III - Planejamento de Sistemas Agroflorestais com Frutíferas Nativas... 5

Introdução............................................................................................................................................................................... 5
1 Frutíferas Nativas para SAF Biodiverso............................................................................................................. 9
1.1 Diversidade de Frutíferas nativas, características e potencial de utilização das principais
espécies.................................................................................................................................................................................... 9
1.2 Princípios e passos para o desenho/redesenho de agroecossistemas biodiversos ........................ 35
1.3 Uso e manejo das espécies............................................................................................................................................ 40
2 Serviços Ecossistêmicos dos Sistemas Agroflorestais ................................................................................ 44
2.1 Definição e Classificação ............................................................................................................................................... 44
2.2 Serviços ecossistêmicos providos pelos SAFs.................................................................................................... 46

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CAPÍTULO 1 CAPÍTULO 2

MÓDULO
Planejamento de Sistemas
01 Agroflorestais com Frutíferas Nativas

INTRODUÇÃO
OBJETIVOS
O Brasil possui um dos principais centros
Conhecer a diversidade de espécies de frutí- de diversidade genética de espécies frutíferas
feras nativas do Maranhão e da Amazônia, sua
inclusão em sistemas agroflorestais e potencial nativas e naturalizadas. Estima-se que 250 mil
de uso (social/alimentar) e esquemas de manejo; espécies de plantas já foram descritas em âm-
Entender os princípios e premissas que bito mundial e cerca de 60 mil espécies têm
norteiam o desenho e redesenho de agroe- origem no Brasil, o que corresponde a 22% do
cossistemas biodiversos, visando aproximar a
“imagem” com os ecossistemas naturais em
total, incluindo-se entre elas, aproximadamen-
termos de diversidade e funcionamento; te 500 espécies frutíferas, que em sua maioria
são pouco estudadas (ARAGÃO et al., 2002).
Entender a importância e impactos dos servi-
ços ecossistêmicos nos ecossistemas naturais,
nos agroecossistemas e na vida das pessoas. Em razão das condições climáticas favo-
ráveis e avanços no conhecimento científico e

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CAPÍTULO 1 CAPÍTULO 2

tecnológico, o Brasil se transformou no terceiro maior produtor mundial de frutas, respondendo por
aproximadamente 10% do volume total produzido, especialmente com frutas tropicais e subtropicais,
com uma área plantada de 2,8 milhões de hectares e com uma produção de 42,1 milhões de toneladas
ao ano (OECD/FAO, 2015). Mais recentemente, cresceu o extrativismo e cultivo de frutíferas nativas,
sendo destaque nas regiões norte e nordeste as culturas de açaí, cupuaçu, pupunha, bacuri, castanha
do Brasil, mangaba, pequi e murici.

As regiões Norte e Nordeste do país detêm uma série destas frutíferas de excelentes caracte-
rísticas comerciais e propriedades nutricionais, tornando importante o investimento de cultivos e pes-
quisas técnico-científicas nestas regiões. Ainda assim, muitas espécies são subaproveitadas e poucas
assumem lugar de destaque na mesa dos consumidores, como é o caso do bacuri (LEDERMAN et al.,
2000; MOURA et al., 2000).

Os Sistemas Agroflorestais (SAFs) são formas de uso ou manejo da terra, nos quais se combi-
nam espécies arbóreas (frutíferas e/ou madeireiras) e palmeiras com cultivos agrícolas e/ou criação
de animais, de forma simultânea ou em sequência temporal e que promovem benefícios econômicos,
ecológicos/ecossistêmicos e sociais (LOVISON et al., 2021). Estes agroecossistemas, normalmente bio-
diversos, possibilitam a recuperação de áreas degradadas, gerando benefícios para a fauna e flora lo-
cal, geram renda para as famílias agricultoras e promovem a interdisciplinaridade de conhecimentos
populares e científicos entre os indivíduos (MICHELS, 2022). As práticas de manejo sustentável listadas

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por Altieri e Nicholls (2003) como adubação verde, cobertura morta, compostagem e consórcio de
diferentes espécies, podem ser encontradas nesse sistema.

No Maranhão, especialmente na região Centro-Norte do estado (trópico úmido), os indicadores


sociais de pobreza e de problemas ambientais no campo ainda são elevados. A pressão sobre os re-
cursos naturais é crescente, enquanto o nível tecnológico e rentabilidade dos sistemas agrícolas não
consegue alterar essa realidade social, gerando um círculo de pobreza e degradação ambiental.

Na região Centro-Norte do Maranhão, bem como em áreas de Cerrado, onde predominam os


sistemas de agricultura familiar baseado na derrubada e queima da vegetação (FERRAZ JR., 2004;
MOURA et al., 2010), as frutíferas nativas, ao lado de espécies florestais, sofrem processo de erosão da
sua diversidade (ARAUJO et al., 2007), aliado aos frequentes desmatamentos e expansão da fronteira
agrícola com monoculturas.

Na assim chamada “Amazônia Maranhense”, com faixas de transição de cerrado e com predo-
minância de matas secundárias (capoeiras), ocorre grande diversidade de espécies de frutíferas na-
tivas, potencialmente importantes para os agricultores, os quais via de regra, realizam o extrativismo
de frutos para o autoconsumo e, secundariamente, para a comercialização de polpas. Nesse sentido,
são necessárias formas de proteger e conhecer as espécies frutíferas nativas e incentivar a explora-
ção sustentável.

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CAPÍTULO 1 CAPÍTULO 2

Por outro lado, como as diversas espécies frutíferas estão naturalmente associadas às outras
árvores e arbustos dos ecossistemas naturais, são passíveis de sofrer degradação, perdas e erosão
genética quando os ambientes naturais são atingidos por perturbações antrópicas recorrentes. As-
sim, muitos recursos valiosos são perdidos antes de serem conhecidos e racionalmente explorados.
Da mesma forma, muitas dessas espécies, por carências de pesquisas e geração de conhecimentos,
ainda não completaram o processo de domesticação que lhes permita recomendar a melhor forma
de uso e manejo.

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CAPÍTULO 1 CAPÍTULO 2

1 Frutíferas Nativas para SAF Biodiverso


1.1 Diversidade de Frutíferas nativas, características e potencial de utilização
das principais espécies

O Brasil abriga quase 19% da flora mundial, com notoriedade para as frutíferas nativas, que ocu-
pam lugar de destaque nos vários ecossistemas em que vegetam. As frutíferas nativas ocupam lugar
de destaque nos ecossistemas da Amazônia e região de transição, em função da comercialização dos
frutos, em muitos casos, com grande aceitação regional (VILLACHICA, 1996; LORENZI, 1998).

No entanto, muitas espécies importantes estão ameaçadas ou sob grande risco de extinção, face
ao forte antropismo, especialmente os desmatamentos frequentes, queimadas e expansão da fronteira
agrícola (CAVALCANTE, 2010). De uma forma geral, toda a biodiversidade é impactada pelas ativida-
des humanas fora do propósito da sustentabilidade ecológica, social e econômica.

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CAPÍTULO 1 CAPÍTULO 2

SAIBA MAIS
Acesse o link, a seguir, e veja algumas sugestões de vídeos/filmes que per-
mitirão a você, algumas reflexões sobre a preservação das florestas, incluin-
do os danos causados ao ar, à água, ao solo e à produção de alimentos.
Destacam-se os vídeos como: “Amazônia em chamas”, “Os sem florestas” e
“A lei da água”.Disponível em:

https://www.ung.br/noticias/4-filmes-que-te-fazem-refletir-sobre-
-preservacao-das-florestas

As inúmeras possibilidades de exploração, de forma sustentável dos recursos naturais e a ocu-


pação dos recursos humanos nas múltiplas atividades da fruticultura, como produção de polpa, do-
ces cristalizados, compotas, sucos, licores, vinhos e outras iguarias, possibilitando a geração de renda
e alimento, são factíveis (BETEMPS et al., 2013).

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CAPÍTULO 1 CAPÍTULO 2

O link abaixo exibe a publicação “Agroambientes de Transição entre o Trópico Úmido e o


Semiárido do Brasil”, do Programa de Pós-Graduação em Agroecologia, parceria com o IICA (2004).
O capítulo 8 aborda o tema “FRUTÍFERAS NATIVAS - OCORRÊNCIA E POTENCIAL DE UTILIZAÇÃO
NA AGRICULTURA FAMILIAR DO MARANHÃO” (ARAUJO et al., 2004). Sugere-se consultar.

https://repositorio.iica.int/bitstream/handle/11324/10382/BVE20067720p.
pdf?sequence=1&isAllowed=y

Espécies como Bacuri, Cacau, Cupuaçu, Açaí, Pequi, Mangaba, Murici e Cajá (Taperebá), entre
outras, são frutíferas nativas de importância alimentar, econômica e social que podem ser utilizadas em
combinações de cultivos em sistemas agroflorestais. Na sequência, discorremos sobre a importância
ecológica, econômica, social e alimentar dessas espécies.

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CAPÍTULO 1 CAPÍTULO 2

1.1.1 Bacuri

O bacurizeiro (Platonia insignis Mart.) Figura 1 - Árvore de bacurizeiro em área de


(Figura 1), pertencente à família Clusiaceae, conservação in situ da Comunidade Santa
Filomena, município de Santa Rita, MA
é uma espécie arbórea nativa da Amazônia,
sendo o seu provável centro de origem o
estado do Pará, espalhando-se aos estados
do Tocantins, Goiás, Mato Grosso, Piauí e
Maranhão (CAVALCANTE, 2010), que tem
o bacuri como fruto da espécie de enorme
importância econômica, social e ambiental nos
ecossistemas naturais do Norte e Nordeste
do Brasil. O gênero Platonia é monotipo, e na
Amazônia, a família está representada por 17
gêneros, e número de espécies superior a 50.

Fonte: Araujo (2021).

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CAPÍTULO 1 CAPÍTULO 2

O bacurizeiro quando componente da vegetação primária apresenta porte médio a grande,


geralmente, com altura entre 15 e 25m, podendo atingir, nos indivíduos mais desenvolvidos, altura
superior a 35m. Nessa situação ocupa o dossel superior da floresta e o diâmetro na altura do peito varia
entre 90 e 120cm, enquanto a copa apresenta diâmetro superior de 20m. O tronco é retilíneo, de forma
circular e com ramificações somente no seu terço terminal. A copa é aberta, com forma aproximada
de cone invertido. Quando propagado por enxertia, a arquitetura da planta é bastante diferente, em
decorrência de que os garfos ou gemas são retirados de ramos plagiotrópicos, pois a espécie apresenta
crescimento monopodial e, em função dessa característica somente a gema apical tem crescimento
ortotrópico.

O bacurizeiro é uma espécie de crescimento lento e o período de juvenilidade pode durar de 10


a 12 anos, quando as plantas são propagadas a partir de sementes (MORAES et al., 1994; CARVALHO
et al., 1998a; CARVALHO et al., 1998b).

O bacurizeiro é uma planta que se desenvolve em regiões de clima úmido e subúmido, assim
como em regiões de cerrado e cerradão. No caso do Maranhão, a ocorrência é maior nas áreas de
transição entre o Cerrado e a Amazônia. O desenvolvimento em ecossistemas totalmente diferentes, a
exemplo da floresta tropical úmida e do cerrado, confere ao bacurizeiro alta plasticidade de adaptação
e relativa diversidade genética (SOUZA et al., 2000; ARAUJO et al., 2004).

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CAPÍTULO 1 CAPÍTULO 2

Para as condições do Maranhão, Araujo et al. (2007) relatam que o bacurizeiro é a frutífera
de maior ocorrência natural nas diferentes regiões do Estado, apresentando elevado potencial
de exploração. Por não constituir ainda uma cultura comercialmente estabelecida, a produção
de frutos é decorrente, na quase totalidade, do extrativismo da floresta e em capoeiras sob
regeneração de brotações, não havendo informação de pomares com essa espécie. Os tratos
culturais praticamente não existem, sendo realizada apenas uma limpeza próxima das árvores
para facilitar a coleta dos frutos.

Villachica et al. (1996) relatam que em condições de cultivo, uma planta madura pode produzir
até 500 frutos. Em condições silvestres, existem casos isolados de plantas produzindo até 1.000
frutos. Na densidade de 100 plantas por hectare, a provável produção de frutos seria de 20 a 25 t.ha-
1, com 2,0 a 2,5 t de polpa e 5,0 a 6,2 t de sementes. No entanto, não há estudos sistemáticos com
coleta controlada de frutos, que possam expressar a produtividade e se há estabilidade produtiva ou
alternância de produção.

O fruto é uma baga volumosa, de tamanho e formato variáveis, com diâmetro variando entre
7 e 15cm e peso médio entre 350 e 400g, alguns podem alcançar até 900 a 1000g (CAVALCANTE,
2010; CARVALHO et al., 2003). Os frutos geralmente atingem o ponto de colheita em torno de 120 a
150 dias após a floração/frutificação, sendo normalmente coletados após sua queda natural.

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CAPÍTULO 1 CAPÍTULO 2

O bacurizeiro apresenta autoincompatibilidade esporofítica, flor hermafrodita e acentuada


alogamia, os insetos visitantes florais foram considerados pilhadores de pólen e néctar. Isso traz
implicações para o manejo racional do bacurizeiro, indicando que o manejo das plantas em condições
naturais seria vantajoso, considerando a efetiva presença dos polinizadores no ambiente e a necessária
diversidade de clones introduzidos na área.

Os dados da produção de frutos do bacuri no Maranhão e na Amazônia, em geral, são escassos


e não atualizados, presume-se que a totalidade da produção seja oriunda do extrativismo da floresta.
Segundo o IBGE (2018), a produção nacional de bacuri se concentra nas regiões Norte (33,43%) e
Nordeste (66,23%), sendo o Maranhão e o Pará os maiores produtores do fruto.

O fruto de bacuri é um dos mais populares e apreciados nos mercados e feiras de Belém/PA e
São Luís /MA, sendo utilizado para o consumo in natura e para o processamento de polpa, sorvetes
e derivados. Apesar da multiplicidade de uso, a polpa tem sido utilizada de forma econômica, assim
como a comercialização, informalmente em estradas e BR, de frutos in natura.

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CAPÍTULO 1 CAPÍTULO 2

SAIBA MAIS
No link abaixo você encontrará um importante estudo sobre o bacuri que
foi realizado no Maranhão, intitulado “CARACTERIZAÇÃO E MANEJO DE
BACURI (Platonia insignis Mart.) EM VEGETAÇÃO SECUNDÁRIA NO BIO-
MA AMAZÔNIA MARANHENSE” (Tese de doutorado de Larissa de Paula
Viana da Silva, PPG-Agroecologia/UEMA, 2020).

http://www.agroecologia.uema.br/?p=2189

1.1.2 Açaí

O açaizeiro Euterpe oleracea Mart. (Figura 2) pertence à ordem Arecales, família Arecaceae
(Palmae) e a subfamília Arecoidae (HENDERSON; GALEANO, 1996). O gênero possui 27 espécies,
das quais cinco são nativas do Brasil, dentre elas as espécies mais importantes são E. oleracea (açaí
do Pará ou juçara do Maranhão) e E. precatoria (açaí solteiro) (HENDERSON, 2000). A família possui

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CAPÍTULO 1 CAPÍTULO 2

3.400 espécies pertencentes a 236 gêneros, sendo que na região Amazônica se concentra a maior
diversidade de palmeiras com aproximadamente 250 espécies estudadas (LORENZI et al., 2010; apud
SANTOS, 2019).

Figura 2 - Açaizal nativo de Euterpe oleracea em zona litorânea do


município de Alcântara, MA

Fonte: Araujo (2017).

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CAPÍTULO 1 CAPÍTULO 2

O fruto do açaizeiro tem grande importância socioeconômica e cultural para a região da


Amazônia, fazendo parte da dieta alimentar da população diariamente, além de contribuir para a
renda das populações ribeirinhas (PALACIO, 2008; apud SANTOS, 2019).

O consumo do açaí durante as refeições como complemento ou prato principal é um hábito


comum e que está incorporado no dia a dia dos povos locais da Amazônia, justificando a necessidade
de elevar a produção desse produto (HOMMA, 2014). Seu consumo, no entanto, não se restringe
apenas aos moradores do norte brasileiro, mas se expandiu também pelo sul, nordeste e sudeste
brasileiro e está sendo exportado para países da Europa, Estados Unidos, Japão e China (POMPEU
et al., 2009). O açaí é considerado uma “superfruta”, em função da sua composição nutricional, rica
em fibras, lipídeos, fenóis, minerais, ácidos graxos e as antocianinas que podem estar relacionados à
prevenção de doenças cardiovasculares (PACHECOPALENCIA et al., 2011; YAMAGUCHI et al., 2015).

DICA DE VÍDEO
Clique no link e veja a entrevista realizada com o prof. Gusmão explicitando
a diferença entre açaí do Pará e a juçara do Maranhão.

https://globoplay.globo.com/v/11039283/

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CAPÍTULO 1 CAPÍTULO 2

1.1.3 Cupuaçu

O cupuaçuzeiro (Theobroma grandiflo- Figura 3 - Árvore e fruto de cupuaçu


rum (Willd ex. Spreng) Schumm.) (Figura 3) cultivado em quintal doméstico em São Luís
é uma espécie arbórea perene da família Mal-
vaceae, subfamília Byttnerioideae, tribo Theo-
bromae (CHAVES, 2022). Trata-se de uma es-
pécie frutíferas intimamente relacionada com
a tradição e cultura amazônica que remonta a
épocas pré-colombianas. Corrobora com essa
afirmativa a dispersão da espécie ao longo
das margens dos rios amazônicos, a partir de
seu suposto centro de origem, no Sul e Su-
deste Paraense e Noroeste Maranhense, pos-
sivelmente uma ação antrópica dos primeiros
habitantes da região, atraídos pelo aroma e
sabor da polpa de seu fruto, o cupuaçu (CHA-
VES, 2022).
Fonte: Araujo (2018).

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CAPÍTULO 1 CAPÍTULO 2

O cupuaçuzeiro é um exemplo de frutífera nativa que vem ganhando destaque. Desde meados
de 1980, a espécie é alvo do programa de melhoramento da Embrapa, que visa obter genótipos
produtivos e resistentes ao fungo Moniliophthora perniciosa Stahel & Phillips-Mora, agente etiológico
da vassoura-de-bruxa, de grande importância no gênero Theobroma (ALVES et al., 2020; PATROCÍNIO
et al., 2017; CHAVES, 2022). Alguns clones e cultivares foram lançados e recomendados aos produtores
desde então. Ao lado do açaizeiro, o cupuaçuzeiro é uma das frutíferas mais utilizadas em sistemas
biodiversos como SAFs e quintais agroflorestais ou home gardens.

O cupuaçuzeiro pode medir de 6 a 10 metros de altura, e quando não podadas, podem atingir de 15
a 20 metros. Possuem tronco marrom-escuro com fissuras, seguido de ramificações tricotômicas. Suas
folhas são de cor rosa e com pelos, mas quando maduras, apresentam-se verde. Suas flores crescem
pelos ramos, com pétalas que podem ser brancas ou vermelhas (SOUZA, 2007), são hermafroditas e
geneticamente são autoincompatíveis (COSTA, et al., 2022).

O fruto do cupuaçu é um dos mais relevantes, com grande importância socioeconômica e


cultural na região norte do Brasil, devido aos múltiplos usos da polpa e amêndoas (FRANKLIN &
NASCIMENTO, 2020). O cupuaçu caracteriza-se como uma baga drupácea, com casca lisa, coloração
verde recoberta por pelos castanhos, com dimensões que variam de 10 a 30cm de comprimento e
9 a 15 cm de diâmetro, pesando em média 1.200g e produzindo em torno de 30 sementes por fruto.
(VIEIRA et al., 2022).

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CAPÍTULO 1 CAPÍTULO 2

Os primeiros frutos ocorrem por volta dos quatro anos, tendo em média oito unidades. É apartir
dos oito anos que a produção aumenta para 25 a 40 frutos por planta; a floração ocorre no período
de seca na região amazônica, de julho a setembro, a frutificação na época das chuvas, de novembro a
maio, e o pico da safra de janeiro a março (SOUZA et al., 1996; COSTA, et al., 2022), ou de fevereiro a
abril (YUYAMA et al., 2013).

A polpa é a parte economicamente mais importante do cupuaçu, encontra-se de forma abundante


e sua cor pode ser branca, amarela ou creme; ela é ácida, com sabor e odor muito agradáveis (COSTA
et al., 2022). Na região Norte do Brasil, ela é usada para a confecção e comercialização de diversos
produtos como suco, creme, sorvetes, néctar, geleia, compota, doce, gelatina, pudim, biscoito, licor,
entre outros. Tal comercialização pode ser atribuída ao fato desse fruto possuir ótimas características
organolépticas, o que lhe confere potencial na agroindústria e também na indústria de alimentos.

1.1.4 Mangaba

A mangabeira Hancornia speciosa var. speciosa Gomes (Figura 4), pertence à família
Apocynaceae, compreende seis variedades botânicas de mangaba: H. speciosa var. speciosa, H.
speciosa var. maximiliani, H.speciosa var. cuyabensis, H. speciosa var. lundii, H. speciosa var. gardneri e
H. speciosa var. pubescens descrita por Monachino (1945). (GANGA et al., 2010).

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CAPÍTULO 1 CAPÍTULO 2

A mangabeira possui frutos do tipo baga, Figura 4 - Área natural de mangabeiras no


de tamanho, formato e cores variados, podendo município de Morros, MA
ser elipsoidais ou arredondados, com variações
de coloração amareladas ou esverdeadas,
com pigmentação vermelha ou sem, polpa
amarela adocicada (FRANCO et al., 2010). Suas
sementes são achatadas e discóides, com
coloração castanho-clara (LEDERMAN et al.,
2000). Segundo Barros et al. (2006) a extração
das sementes pode ser manual ou mecânica,
desde que sejam utilizados frutos sadios e
maduros, apresentando casca amarela ou Fonte: Silva (2014).

verde-amarelada, com manchas avermelhadas e


consistência macia ou mole, coletados logo depois da sua queda ao chão.

O fruto da mangabeira é constituído de polpa (77 %), casca (11 %) e semente (12 %). Apresenta teor
protéico (0,7g.100 g-1 de polpa) superior ao da maioria das espécies frutíferas e possui vitaminas A, B1,
B2 e C, além de ferro, fósforo e cálcio. Chama atenção o elevado teor de ferro (28mg.100 g-1 de polpa)
no fruto, fazendo com que a mangaba seja uma das frutas mais ricas neste nutriente, além de ser fonte
de ácido ascórbico. O valor energético, em cada 100 g de fruta, é de 43 calorias (SOARES et al., 2010).

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CAPÍTULO 1 CAPÍTULO 2

Segundo Rocha e Silva (2018), a região do Munim, especialmente o município de Morros, é a principal
área de ocorrência de mangaba no Maranhão e foi verificado que os frutos de mangaba tinham um diâmetro
médio entre 28,66mm e 37,31mm, com peso médio dos frutos variando entre 15,8 a 36,7g, o número de
sementes por fruto foi de 5,6 a 21 unidades e o peso médio por semente variou entre 1,69 a 5,85 gramas.
Enquanto Ganga et at. (2010) sob as fitofisionomias de cerradão, cerrado sentido restrito, campo sujo ou
campo rupestre, obtiveram frutos de mangaba com 3,73cm de comprimento e 3,40 cm de diâmetro, e peso
médio de 27,88g. Soares et al., (2010) determinaram a produção média estimada por planta é de 2,14kg.

No que diz respeito às exigências nutricionais da mangabeira Vieira Neto et al. (2002), afirmaram
que a mesma não é exigente em fertilidade, já que vegeta bem em solos pobres e ácidos. Seu sistema
radicular explora grande volume de solo, absorvendo água e nutrientes em camadas profundas do
perfil do solo.

No aspecto ecológico a persistência de populações de mangabeiras em paisagens fragmentadas


é dependente da manutenção da conectividade entre fragmentos, o que diminuiria o isolamento das
populações. Assim, quando considerados em conjunto, os fragmentos pequenos podem manter uma
parcela significativa da biodiversidade regional. A manutenção de pequenos fragmentos (menores
que 100 ha), embora não mantenham todas as espécies de uma região, podem servir como pontos
de parada ou alimentação para várias espécies da fauna, representando a heterogeneidade espacial
original da região e desempenhando papel fundamental na conexão entre fragmentos maiores e áreas
contínuas, contribuindo para o fluxo de genes entre populações (GANGA et al., 2010).

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CAPÍTULO 1 CAPÍTULO 2

O estado de Sergipe é considerado o maior produtor de mangaba do Brasil, com produção


girando em torno de 4,5 mil toneladas ao ano, onde 3.500 famílias vivem do cultivo extrativista da
mangaba num universo de 300 hectares plantados da cultura. Quase toda a produção é destinada
à agroindústria que adquire a fruta a um preço de R$ 1,20 o quilo (Empresa de Desenvolvimento
Agropecuário de Sergipe, 2009).

Embora a exploração de produtos na forma de extrativismo de coleta não tenha um reflexo


atuante no comércio em massa, estes circulam estritamente em mercados locais e regionais e, mesmo
assim, satisfazem às necessidades de subsistência de numerosos grupos na América Latina, além de
desempenhar papel vital no comércio local e na reprodução social de grupos em desvantagem como
mulheres e crianças (SHANLEY et al., 2002).

1.1.5 Murici

Na região Amazônica, é comum encontrar-se as espécies a Byrsonima crassifolia (L.) Kunth (Figura
5), denominado murici-do-campo, murici-da-praia e murici-da-restinga e Byrsonima verbascifolia (L.)
DC, conhecida popularmente por murici-do-cerrado e murici-de-folha-grande, em que estas espécies
são cultivadas tanto nos estados do Pará, Amapá e Roraima (DIAS, 2022).

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CAPÍTULO 1 CAPÍTULO 2

Figura 5 - Árvore de murici-da-praia na Comunidade


Iguaíba, município de Paço do Lumiar - MA

Fonte: Silva (2014).

O murici-da-praia ou murici verdadeiro pertence à família Malpighiaceae que possui


aproximadamente 71 gêneros e 1.250 espécies, que se distribuem em florestas tropicais, subtropicais e
savanas, onde estão localizadas 85% das espécies (ANICETO, 2017).

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CAPÍTULO 1 CAPÍTULO 2

No Brasil, o murici existe principalmente em Estados do Norte (Acre, Amazonas, Amapá, Pará,
Rondônia, Roraima, Tocantins) e do Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Sergipe, Maranhão, Paraíba,
Pernambuco, Piauí e Rio Grande do Norte), mas também nas demais regiões (ARAÚJO et al., 2018).

As árvores do murici apresentam altura de até 15m, com galhos tortuosos de coloração cinza e com
folhas até 20cm de comprimento, que podem mudar de cor na estação seca, de verde para amarelada
(ANICETO, 2017). A floração do murici ocorre durante todo o ano, em que a colheita manual é feita a
partir do início da senescência, a planta pode ser utilizada para recomposição de áreas degradadas e
arborização urbana, suas flores atraem diversos organismos, como formigas e abelhas, estimulando a
polinização e a dispersão de suas sementes.

Quando maduros, os frutos do murici são drupas, com mesocarpo fino e carnoso e apresentam
forma arredondada, ligeiramente achatada, com uma fina pele de coloração amarelo-alaranjado intenso,
a polpa suculenta exala um aroma peculiar de sabor exótico e agradável (SANTOS et al., 2018).

O consumo do fruto em forma de suco comumente utilizado pela população é uma maneira
saudável de associar a fruta como fonte primária de nutrientes e compostos funcionais, já que contém
ingredientes benéficos para a saúde humana e os sabores são bem aceitos (ANICETO, 2017). O consumo
in natura e na preparação de alimentos é atividade precípua com espécimes do gênero Byrsonima,
justificado pelo contínuo período de plantio, podendo gerar frutos durante todo o ano (SILVA, 2020).
O murici também se destaca por seu valor nutricional, pois pode contribuir para suprir as necessidades

Restauração Ecológica e Sistemas Agroflorestais | MÓDULO 3 26


CAPÍTULO 1 CAPÍTULO 2

nutricionais diárias, em especial a fibra dietética e a vitamina C, salientando que o fruto também contém
pró-vitamina A (SANTOS, 2018).

A planta produz entre 100 a 500 frutos por indivíduo, podendo chegar a uma quantidade maior.
Os frutos de murici possuem características físico-químicas atrativas para o mercado de frutas frescas
quanto para o de frutas processadas, uma vez que possuem alto conteúdo de sólidos totais, baixa
acidez e chegam a serem ricos em compostos bioativos (DIAS, 2022).

1.1.6 Pequi

O pequizeiro (Caryocar brasiliense Cambess.) (Figura 6) é uma espécie nativa do Cerrado


brasileiro, pertencente à família Caryocaraceae. O pequizeiro, na região de cerrado, compreende as
espécies Caryocar brasiliense Cambess., C. coriaceum Wittm., e C. cuneatum Wittm., sendo a primeira
de maior importância socioeconômica, ocorrendo nos estados de Goiás, Distrito Federal, Tocantins,
Mato Grosso, Minas Gerais, Pará e São Paulo (LOPES et al., 2010).

É uma árvore frutífera de médio porte, podendo atingir mais de 10 m de altura, caducifólia,
com folhas compostas por três folíolos recortados, recobertos por uma espessa cutícula, comum em
espécies xeromórficas. Os folíolos também apresentam tricomas ao longo das nervuras e da superfície

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CAPÍTULO 1 CAPÍTULO 2

abaxial (OLIVEIRA JR., 2022). Suas Figura 6 - Árvore de pequi no cerrado em pleno
florescimento
flores são grandes, actinomorfas,
hermafroditas, possuem coloração
branca amarelada e são reunidas em
cachos contendo até 30 flores. O
pequizeiro é uma espécie alógama,
na qual a polinização é realizada à
noite por morcegos (quiróptera),
e a frutificação ocorre a partir do
oitavo ano de desenvolvimento da
planta. Por ser alógama, o pequizeiro
apresenta uma ampla variabilidade
genética podendo assim apresentar
alto grau de variabilidade em suas
características morfológicas. Fonte: (MERLIN, R., 2018).

O fruto do pequizeiro é uma drupa, contendo geralmente de um a quatro caroços (putâmens),


com epicarpo coriáceo, carnoso de coloração verde-claro, mas de tom branco, amarelado ou
alaranjado quando maduro. Os putâmens possuem o endocarpo espinhoso, com dimensões entre

Restauração Ecológica e Sistemas Agroflorestais | MÓDULO 3 28


CAPÍTULO 1 CAPÍTULO 2

4-7cm de altura e 6-8cm de diâmetro, com massa média de 120g. O putâmen é uma unidade de
dispersão, composto pela semente, envolta por um endocarpo rígido e espinhoso e pelo mesocarpo
interno que recobre o endocarpo, sendo essa a parte comestível (LUZ et al., 2011; OLIVEIRA JR.,
2022).

Os frutos do pequizeiro são utilizados como fonte de renda para comunidades nativas e
extrativistas da região do Centro-Oeste do Brasil, e também no cerrado e baixo Parnaíba do Maranhão,
sendo necessários estudos que envolvam a conservação ou recuperação de áreas degradadas utilizadas
por essas populações (ROCHA et al., 2015).

Os frutos do pequizeiro são utilizados por populações como fonte de alimento ou podem ser
processados e, posteriormente, comercializados. Esses produtos, durante o período de colheita
(novembro a março), correspondem a uma importante fonte de renda para essas populações,
demonstrando assim sua importância social. Devido à alta demanda por frutos de espécies nativas
e a redução de suas populações em ambientes naturais, estudos envolvendo a propagação e
produção de mudas são essenciais na manutenção da viabilidade dessas espécies no futuro
(OLIVEIRA JR., 2022).

Restauração Ecológica e Sistemas Agroflorestais | MÓDULO 3 29


CAPÍTULO 1 CAPÍTULO 2

1.1.7 Cacau

O cacaueiro Theobroma cacao L. (Figura 7) é uma planta da família Malvaceae, originada na


região da Bacia Amazônica, o interesse em seu cultivo está relacionado ao aproveitamento de suas
sementes (amêndoas) para produção de manteiga de cacau e de chocolate (ALVES, 2002). Trazido
para a região Sul da Bahia durante o século XVIII, é uma das culturas agrícolas regionais de grande
marco econômico, político e social, sobretudo no
Figura 7 - Árvore de cacau no Pará em
período histórico do coronelismo (SENAR, 2018). frutificação

É uma planta perene de porte arbóreo,


podendo atingir alturas de 5 a 15m, dependendo
da forma e do seu cultivo (ARAÚJO et al., 2016).
Atualmente, com os diversos materiais genéticos
existentes, é possível programar um cronograma
de cultivo de forma a obter frutos durante todo
o ano.

O cacau está presente em todo o mundo.


De acordo com dados do The International Cocoa
Organization - ICCO (2020), para a safra 2019/20, Fonte: Venturieri (2022).

Restauração Ecológica e Sistemas Agroflorestais | MÓDULO 3 30


CAPÍTULO 1 CAPÍTULO 2

foram produzidas no mundo 4,7 milhões de toneladas de cacau. Esse valor é a soma da produção dos
principais países produtores de cacau, sendo eles: Costa do Marfim, Gana, Nigéria, Indonésia e Brasil.

De acordo com dados da FAOSTAT (2021), no Brasil, no ano de 2019, foi colhida uma área de 581
mil ha, com produção de 259 mil toneladas, obtendo-se uma produtividade calculada de 0,44 t/ha. Esses
são valores de produtividade bastante inferior a outras culturas agrícolas. Um dos fatores que ocasionam
esse baixo número está relacionado com a desuniformidade de plantio nos Estados produtores. Dentro
desse tópico, pode-se incluir: baixo número de plantas por hectare, problemas como falta de correção e
adubação do solo, falta de controle de pragas e doenças, plantios muito antigos, entre outros.

A Bahia é um dos maiores estados produtores de cacau do Brasil, concorrendo diretamente com
o Pará, atual líder da produção nacional. De acordo com o SENAR (2020), em 2019, a área cultivada
do Pará foi de 146.918 hectares, atingindo produção de 133.489 mil toneladas, equivalendo a 52% da
produção nacional.

O fruto do cacaueiro contém entre 30-40 sementes, as quais se encontram envoltas em uma polpa
mucilaginosa. De maneira geral, internamente os cotilédones das sementes apresentam tonalidade
violácea, característica conferida pelo conteúdo de antocianinas (WOLLGAST & ALKLAM, 2000).
Com o processamento, os cotilédones adquirem uma tonalidade marrom devido a inúmeras reações
bioquímicas, as quais são essenciais para a formação dos precursores do sabor e cor do chocolate.

Restauração Ecológica e Sistemas Agroflorestais | MÓDULO 3 31


CAPÍTULO 1 CAPÍTULO 2

A polpa que envolve as sementes é de tonalidade branca, composta por 10-15% de açúcares
(frutose, glicose e sacarose). Seu pH é baixo (3.3-4.0), principalmente em função do alto teor de
ácido cítrico e sua viscosidade é conferida pelo alto teor de pectina (FERRÃO, 2002; NIELSEN, 2006).
Embora a composição físico-química do cacau (teor de gordura, proteína, carboidrato, cor e pH) sejam
critérios frequentemente utilizados para avaliação da qualidade das amêndoas secas, o critério final de
qualidade é o sabor após o processamento. O sabor além de estar fortemente relacionado à variedade
é bastante influenciado pelas técnicas de pré-processamento; porém, o desenvolvimento potencial do
sabor depende principalmente dos processos de fermentação e secagem (FERRÃO, 2002).

SAIBA MAIS
No link abaixo você poderá acessar a pesquisa SUSTENTABILIDADE DOS
SISTEMAS AGROFLORESTAIS NO SUL DA BAHIA: UMA ANÁLISE DO CA-
CAUEIRO EM CABRUCA (Dissertação de mestrado de Núbia Aparecida
Pinto Coelho, UESC, 2015).

http://www.biblioteca.uesc.br/biblioteca/bdtd//201360258D.pdf

Restauração Ecológica e Sistemas Agroflorestais | MÓDULO 3 32


CAPÍTULO 1 CAPÍTULO 2

1.1.8 Cajá ou Taperebá

A cajazeira (Spondias mombin L.) (Figura 8) Figura 8 - Árvore de cajá (taperebá) cultivada
em pomar doméstico no município de São
pertence à família Anacardiaceae, sendo comum
Luís, MA
nas florestas úmidas do sul do México até o Peru;
é nativa da América tropical e distribuída no
território brasileiro (MORTON, 1987). Nos estados
de São Paulo e Minas Gerais essa frutífera é
conhecida como cajazeira miúda ou cajá pequeno,
no Nordeste e Norte como cajá-mirim ou taperebá,
na região Sul do Brasil é conhecida como cajazeira.
A ocorrência do cajá (taperebá) está concentrada
na região nordeste do país (PINTO et al., 2003).
A planta se desenvolve bem em clima quente e
úmido e resiste a longos períodos de seca, devido
ao acúmulo de fotoassimilados e reservas nutritivas
no caule e nas raízes. A predominância de cajazeira
ocorre principalmente nas regiões onde os solos
são profundos, férteis e ricos em matéria orgânica. Fonte: Araujo (2016).

Restauração Ecológica e Sistemas Agroflorestais | MÓDULO 3 33


CAPÍTULO 1 CAPÍTULO 2

A cajazeira é uma árvore de porte médio a elevado, com copa variando de 8 a 24m de diâmetro
A planta pode atingir uma altura de 20 a 30m, e possui o tronco com diâmetro entre 0,5 a 2,0m. As
folhas são dispostas em inflorescências do tipo panículas terminais piramidais com numerosas flores;
as árvores são usadas como sombreamento, planta ornamental e como fonte de alimentação para o
gado (EMBRAPA, 2009), além de uso em sistemas biodiversos como os SAFs e pomares domésticos.

O fruto apresenta tamanho de 3 a 6 cm de comprimento, a cor varia de amarelo a laranja, com


formato ovoide, casca lisa, sabor agridoce e polpa com coloração variando do amarelo ao laranja
(SANTANA, 2010). A polpa do cajá vem sendo exportada para diversas regiões brasileiras, sendo que a
sua comercialização é feita através de sucos e sorvetes (MOURA et al., 2011). Também apresenta caráter
nutritivo com um valor de vitamina A superior ao do caju, manga, goiaba e mamão; contém entre 21,8 a
70 calorias, em torno de 100 mg/100 g de polpa de vitamina C (variável de 11 a 166 mg/100 g de polpa)
e fibras em torno de 1,0 a 1,2 g/100 g de polpa. A cajazeira também é utilizada na medicina popular por
apresentar várias características farmacológicas, e utilizada nas indústrias de processamento de polpa,
devido ao seu sabor e aroma e rendimento de polpa acima de 60% (CASSIMIRO et al., 2009).

A produção comercial da cajazeira em média é cerca de 500 frutos por pé e se inicia entre
dois a quatro anos (propagação vegetativa), e no caso de sementes para propagação levam de oito
a dez anos para planta ter uma boa produção de frutos, e a colheita feita manualmente com os frutos
maduros caídos no chão.

Restauração Ecológica e Sistemas Agroflorestais | MÓDULO 3 34


CAPÍTULO 1 CAPÍTULO 2

No Maranhão, a cajazeira ocorre extensivamente nas diferentes regiões do estado e sua exploração
é predominantemente extrativa, realizada por pequenos produtores, sem controle da qualidade de
frutos e da polpa, que é muito valorizada no mercado. Não há evidências de pomares comerciais
voltados para elevada produtividade e boa qualidade dos frutos, e nem uso de clones e/ou cultivares
recomendados pela pesquisa, produzidos localmente ou introduzidos.

1.2 Princípios e passos para o desenho/redesenho de agroecossistemas biodiversos

Os agroecossistemas podem ser desenhados para alcançar características semelhantes às dos


ecossistemas naturais, levando em conta as seguintes características:

Aumentar diversidade de espécies;


Favorecer a ciclagem de nutrientes (sistema “fechado”);
Aumentar a heterogeneidade de habitats (propiciar a regulação de pragas e doenças);
Aumentar a estabilidade (resiliência) e manter a produtividade no tempo;
Reduzir o uso de insumos externos; ser adaptado localmente (fora da lógica tecnológica-mercadológica);
Resgatar, respeitar e conservar os saberes e culturas locais.

Restauração Ecológica e Sistemas Agroflorestais | MÓDULO 3 35


CAPÍTULO 1 CAPÍTULO 2

Ao se propor construir um novo sistema de produção deve-se basear num princípio geral: quan-
to mais um agroecossistema se parecer com o ecossistema natural da região biogeográfica em que se
encontra, em relação à sua estrutura e função, maior serão as condições desse agroecossistema ser sus-
tentável (FEIDEN, 2005). A busca de se projetar a “imagem” da natureza pode ser vista na figura abaixo.

Figura 9 - Diversidade de um agroecossistema e um fragmento florestal

Restauração Ecológica e Sistemas Agroflorestais | MÓDULO 3 36


CAPÍTULO 1 CAPÍTULO 2

Existem diferentes opções para diver- Figura 10 - Estratégias de diversificação de


sificar os sistemas de cultivo, os quais de- agroecossistemas modernos baseados em cultivos
anuais ou perenes
pendem das atuais monoculturas que serão
modificadas baseadas em componentes
anuais ou perenes, de acordo com a Figura
10, extraída de Altiere e Nicholls (2010).

Princípios ecológicos básicos para o


desenho de agroecossistemas diversifica-
dos e sustentáveis (REINJNTJES et al., 1992;
ALTIERE; NICHOLLS, 2010):

I. Aumentar as espécies de plantas e


a diversidade genética, no tempo (rotação)
e no espaço (policultivos, SAFs);

II. Aumentar a produção e reciclagem


Fonte: Altiere e Nicholls (2010).
de biomassa e otimizar a disponibilidade e
fluxo de nutrientes;

Restauração Ecológica e Sistemas Agroflorestais | MÓDULO 3 37


CAPÍTULO 1 CAPÍTULO 2

III. Assegurar condições do solo favoráveis para o crescimento das plantas (manejo da M.O e
aumento da atividade biológica);

IV. Minimizar as perdas devido o fluxo de radiação solar, água e ar, mediante o manejo do
microclima (cobertura viva e morta, quebra-ventos);

V. Aumentar as interações biológicas e os sinergismos entre os componentes da biodiversidade,


promovendo processos e serviços ecológicos/ambientais.

A partir desses princípios Feiden (2005) elenca alguns passos para a construção de um novo
sistema de produção agroecológico:

I. Planejar para reduzir a dependência de insumos comerciais (FBN, micorrizas, fosfatos natu-
rais, inseticidas/fungicidas biológicos e naturais);

II. Utilizar recursos renováveis e disponíveis no local (restos culturais, estercos, cinzas, resíduos
caseiros e agroindustriais limpos);

III. Priorizar a reciclagem de nutrientes (controle de erosão e lixiviação, uso de espécies recicla-
doras com sistema radicular profundo, adubos verdes, leguminosas arbóreas);

Restauração Ecológica e Sistemas Agroflorestais | MÓDULO 3 38


CAPÍTULO 1 CAPÍTULO 2

IV. Introduzir espécies que criem diversidade funcional no agroecossistema (FBN, recicladoras
de nutrientes, estimuladoras de predadores e parasitas de pragas, polinizadoras, estimuladoras de micor-
rizas, solubilizadores de fosfatos, promotoras de crescimento ...);

V. Desenhar sistemas que sejam adaptados às condições locais (aproveitar os microambientes


das unidades de produção e inserir espécies vegetais e animais adaptados);

VI. Manter a diversidade, a continuidade espacial e temporal da produção (estabilidade);

VII. Otimizar e até elevar os rendimentos, sem ultrapassar a capacidade produtiva do ecossistema
original (sustentabilidade); buscar a produtividade ótima do sistema como um todo, e não a produtivida-
de máxima de uma única cultura e/ou criação;

VIII. Resgatar e conservar a diversidade genética local (as espécies e cultivares tradicionais estão
adaptadas às condições ambientais e edáficas. Ex.: variedades crioulas, frutas nativas, hortaliças não con-
vencionais, PANCs, plantas medicinais...);

IX. Resgatar e conservar os conhecimentos e a cultura local (etnoconhecimento: conhecimen-


tos e experiências dos agricultores podem ser úteis aos pesquisadores na perspectiva de se construir
sistemas compartilhados e participativos). Estabelecer diálogo e parceria com os “agricultores-experi-
mentadores”.

Restauração Ecológica e Sistemas Agroflorestais | MÓDULO 3 39


CAPÍTULO 1 CAPÍTULO 2

1.3 Uso e manejo das espécies

“Agrofloresta” ou “Sistemas Agroflorestais (SAFs)” é um nome coletivo para todos os sistemas e


práticas do uso de terras, onde espécies perenes lenhosas são deliberadamente plantadas na mesma
unidade de manejo de terra com cultivos agrícolas e/ou animais, tanto em mistura espacial ou sequên-
cia temporal, com interações ecológicas e econômicas significativas entre os componentes lenhosos e
não lenhosos.” (TORQUEBIAU, 1990).

Os sistemas agroflorestais devem incluir, pelo menos, uma espécie florestal arbórea ou arbusti-
va. Essa espécie pode ser combinada com uma ou mais espécies agrícolas e ou animais. Nos sistemas
agroflorestais, a árvore desempenha várias funções. Uma dessas funções é a de produção, por exem-
plo, de frutas de madeira, de forragem, de adubo verde etc. Outro grupo de funções inclui os “servi-
ços” produzidos pelas árvores, como: proporcionar sombra para as plantas sensíveis à luz; controlar a
erosão; fixar nitrogênio da atmosfera, no caso das leguminosas; indicar os limites da propriedade como
cercas vivas, entre outros (MACEDO, 2007).

Primeiramente, tem-se a escolha das espécies frutíferas que irão compor o SAF biodiverso e
que depois serão manejadas, e para tal devem ser considerados os aspectos inerentes a cada espécie
(biologia, ecologia e fenologia), às condições ambientais, ao desenho do sistema agroflorestal (espa-

Restauração Ecológica e Sistemas Agroflorestais | MÓDULO 3 40


CAPÍTULO 1 CAPÍTULO 2

ços e arranjo das plantas), aos de ordem cultural (hábitos alimentares, materiais e crendices) e aos de
ordem econômica (mercado - comercialização e preço). As informações sobre biologia e ecologia das
espécies indicam as necessidades nutricionais, de temperatura, luz e água, sistemas radiculares, porte,
dando uma ideia da densidade de plantio e das associações possíveis.

Em segundo lugar, importa justificar o porquê da inclusão das frutíferas nativas em sistemas
biodiversos, como os SAFs?:

I. São plantas perenes e atuam como componente arbóreo no sistema;

II. Possibilidade de aproveitamento de recursos genéticos locais - frutíferas e outros grupos (re-
cursos da sociobiodiversidade);

III. Espécies adaptadas a sistemas de longa maturidade e duração, no caso das arbóreas e arbustivas;

IV. Garantia de alimentação a longo prazo e diversificação de produtos (segurança alimentar);

V. Meio de subsistência e comercialização de produtos (componente lucrativo);

VI. Suporte alimentar para avifauna local + serviços ecossistêmicos (estoque de carbono, produ-
ção de biomassa e reciclagem de nutrientes etc.).

Restauração Ecológica e Sistemas Agroflorestais | MÓDULO 3 41


CAPÍTULO 1 CAPÍTULO 2

Em terceiro lugar, deve-se dar atenção ao arranjo espacial. Há uma tendência em se plantar as
espécies nos SAFs em fileiras ou faixas, pois permite uma melhor ocupação da área e facilita a siste-
matização dos tratos culturais e da colheita. É possível estabelecer os SAFs a partir da introdução de
cultivos agrícolas ou animais em áreas de vegetação natural arbustiva ou do componente arbóreo em
sistemas agrícolas estabelecidos.

Para ilustrar e considerando o SAF com Frutíferas Nativas do NEAPO/Agroecologia/UEMA,


partiu-se de um bananal improdutivo, cultivado em monocultura, mas com o solo em bom estado de
conservação e em condições para estabelecimento de novas espécies e variedades. Foram estabele-
cidos três arranjos ou sequências de plantas nas fileiras principais, conforme demonstrado abaixo no
desenho da Figura 11:

Sequência 1: banana (remanescente do bananal), associada ao açaí (juçara) e cupuaçu, planta-


das no espaçamento de 5,0m. As bananeiras fornecem sombra inicial ao cupuaçu e ao açaí, além de
ofertarem cachos/frutos e biomassa de cobertura;

Sequência 2: bordão de velho, andiroba e gliricídia, mais pimenta-do-reino, plantadas no espaça-


mento de 6,0 m. Bordão de velho e andiroba, árvores florestais, serão utilizados como tutor vivo para
pimenta-do-reino; foram intercaladas duas plantas de gliricídia entre bordão e andiroba. Gliricídia é
planta adubadora e está sujeita a podas frequentes para produção de biomassa;

Restauração Ecológica e Sistemas Agroflorestais | MÓDULO 3 42


CAPÍTULO 1 CAPÍTULO 2

Sequência 3: cajá (taperebá), Figura 11 - Croqui do redesenho do SAF com Frutíferas


ingá facão, abiu e gliricídia, planta- Nativas/NEAPO
dos no espaçamento de 4,0 m. Mu-
das dos clones de cajá e gliricídia
foram obtidos de estacas. Foi inter-
calada uma planta de gliricídia entre
as frutíferas, com manejo de poda e
função semelhante à sequência 2.

Em todos os casos, são apli-


cados os tratos culturais específicos
de cada espécie de forma a oferecer
as melhores condições de estabele-
cimento, interações, sinergismos e
produção.

Fonte: Araujo (2021).

Restauração Ecológica e Sistemas Agroflorestais | MÓDULO 3 43


CAPÍTULO 1 CAPÍTULO 2

2 Serviços Ecossistêmicos dos Sistemas Agroflorestais


2.1 Definição e Classificação

De acordo com a Avaliação dos Ecossistemas do Milênio - MEA (2005), os serviços ecossistê-
micos ou serviços ambientais são benefícios que as pessoas obtêm dos ecossistemas naturais, os quais
são produzidos pelas interações dentro do ecossistema.

Esses serviços são classificados em quatro categorias (MEA, 2005):

I. serviços de provisão;

II. serviços de regulação;

III. serviços culturais;

IV. serviços de suporte.

A degradação ou perda desses serviços afeta o bem-estar humano, por meio da diminuição da
capacidade de fornecer as necessidades básicas como: alimento, saúde, segurança, relações sociais,
liberdade de escolha e ação, como ilustrado na Figura 12, a seguir.

Restauração Ecológica e Sistemas Agroflorestais | MÓDULO 3 44


CAPÍTULO 1 CAPÍTULO 2

Figura 12 - Relação entre os serviços Conforme a Figura 12, os serviços ecossistêmicos


ecossistêmicos e os determinantes do em cada categoria são compostos de:
bem-estar humano
Provisão – Relação com a matéria-prima utiliza-
da pelo homem como alimentos, água, madeira,
fibras, biocombustíveis e recursos genéticos;

Regulação – Relação com as condições am-


bientais que sustentam a humanidade como a
regulação climática, controle de pragas e do-
enças, polinização, controle da erosão e purifi-
cação da água;

Suporte – Relação com os processos naturais


necessários para que os outros serviços possam
existir como a formação do solo, ciclagem dos
materiais e nutrientes e produção de oxigênio;

Cultural – Relação com o turismo ecológico,


por exemplo, trazendo benefícios vinculados
Fonte: (MEA, 2005). ao lazer, educação, valores estéticos, inspira-
ção, espiritualidade e herança cultural.

Restauração Ecológica e Sistemas Agroflorestais | MÓDULO 3 45


CAPÍTULO 1 CAPÍTULO 2

2.2 Serviços Ecossistêmicos providos pelos SAFs

Os principais serviços ecossistêmicos fornecidos pelos sistemas agroflorestais são: oferta de


produtos de provisão, conservação da biodiversidade, conservação do solo e sequestro de carbono
(CARDOZO et al., 2022).

SAIBA MAIS
Para maiores detalhes e significados destes serviços sugere-se consultar o
link do artigo de Cardozo et al. (2022).

https://link.springer.com/article/10.1007/s10457-022-00754-7

Restauração Ecológica e Sistemas Agroflorestais | MÓDULO 3 46


CAPÍTULO 1 CAPÍTULO 2

Resumo
Neste material você pôde conhecer a diversidade de espécies de frutíferas nativas do Maranhão e da
Amazônia, suas características, potencial de utilização das principais espécies e de que forma elas são
trabalhadas em sistemas agroflorestais. Apresentamos os princípios que norteiam o desenho e rede-
senho de agroecossistemas biodiversos, a fim de que você entenda a importância e os impactos dos
serviços ecossistêmicos nos ecossistemas naturais, nos agroecossistemas e na vida das pessoas.

Restauração Ecológica e Sistemas Agroflorestais | MÓDULO 3 47


CAPÍTULO 1 CAPÍTULO 2

Referências
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Restauração Ecológica e Sistemas Agroflorestais | MÓDULO 3 48


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