Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Restauração Ecológica e
Sistemas Agroflorestais
GUI A B Á S I CO
M Ó D ULO 3
Planejamento de Sistemas
Agroflorestais com
Frutíferas Nativas
Dr. José Ribamar Gusmão Araujo
Dr. Ernesto Gomez Cardozo
Dra. Ariadne Enes Rocha
Dr. Guillaume Xavier Rousseau
Os materiais produzidos para os cursos ofertados na Plataforma Eskada e intermediados pelo UEMAnet/UEMA são
licenciados nos termos da Licença Creative Commons – Atribuição – Não Comercial – Compartilhada, podendo a obra
ser remixada, adaptada e servir para criação de obras derivadas, desde que com fins não comerciais, que seja atribuído
crédito ao autor e que as obras derivadas sejam licenciadas sob a mesma licença.
Diagramação
Tonho Lemos Martins
CAPÍTULO 1 CAPÍTULO 2
Apresentação
Olá, cursista!
Neste módulo, apresentaremos com mais detalhes o planejamento e desenho de SAF’s com
fruteiras nativas tropicais de maior interesse para a agricultura familiar. Como se justifica a inserção de
frutíferas nativas enquanto componentes arbóreos nos SAFs em razão da possibilidade de uso múlti-
plo das espécies e pela obtenção de produtos nobres como as frutas. Será abordado também os tipos
de serviços ecossistêmicos que tomam parte nos SAFs e de que maneira esses benefícios afetam os
ecossistemas naturais, a vida das pessoas e da sociedade em geral.
Com isso, desejamos uma excelente leitura e que você possa aprofundar seus conhecimentos
sobre o assunto.
Bons estudos!
Sumário
Módulo III - Planejamento de Sistemas Agroflorestais com Frutíferas Nativas... 5
Introdução............................................................................................................................................................................... 5
1 Frutíferas Nativas para SAF Biodiverso............................................................................................................. 9
1.1 Diversidade de Frutíferas nativas, características e potencial de utilização das principais
espécies.................................................................................................................................................................................... 9
1.2 Princípios e passos para o desenho/redesenho de agroecossistemas biodiversos ........................ 35
1.3 Uso e manejo das espécies............................................................................................................................................ 40
2 Serviços Ecossistêmicos dos Sistemas Agroflorestais ................................................................................ 44
2.1 Definição e Classificação ............................................................................................................................................... 44
2.2 Serviços ecossistêmicos providos pelos SAFs.................................................................................................... 46
MÓDULO
Planejamento de Sistemas
01 Agroflorestais com Frutíferas Nativas
INTRODUÇÃO
OBJETIVOS
O Brasil possui um dos principais centros
Conhecer a diversidade de espécies de frutí- de diversidade genética de espécies frutíferas
feras nativas do Maranhão e da Amazônia, sua
inclusão em sistemas agroflorestais e potencial nativas e naturalizadas. Estima-se que 250 mil
de uso (social/alimentar) e esquemas de manejo; espécies de plantas já foram descritas em âm-
Entender os princípios e premissas que bito mundial e cerca de 60 mil espécies têm
norteiam o desenho e redesenho de agroe- origem no Brasil, o que corresponde a 22% do
cossistemas biodiversos, visando aproximar a
“imagem” com os ecossistemas naturais em
total, incluindo-se entre elas, aproximadamen-
termos de diversidade e funcionamento; te 500 espécies frutíferas, que em sua maioria
são pouco estudadas (ARAGÃO et al., 2002).
Entender a importância e impactos dos servi-
ços ecossistêmicos nos ecossistemas naturais,
nos agroecossistemas e na vida das pessoas. Em razão das condições climáticas favo-
ráveis e avanços no conhecimento científico e
tecnológico, o Brasil se transformou no terceiro maior produtor mundial de frutas, respondendo por
aproximadamente 10% do volume total produzido, especialmente com frutas tropicais e subtropicais,
com uma área plantada de 2,8 milhões de hectares e com uma produção de 42,1 milhões de toneladas
ao ano (OECD/FAO, 2015). Mais recentemente, cresceu o extrativismo e cultivo de frutíferas nativas,
sendo destaque nas regiões norte e nordeste as culturas de açaí, cupuaçu, pupunha, bacuri, castanha
do Brasil, mangaba, pequi e murici.
As regiões Norte e Nordeste do país detêm uma série destas frutíferas de excelentes caracte-
rísticas comerciais e propriedades nutricionais, tornando importante o investimento de cultivos e pes-
quisas técnico-científicas nestas regiões. Ainda assim, muitas espécies são subaproveitadas e poucas
assumem lugar de destaque na mesa dos consumidores, como é o caso do bacuri (LEDERMAN et al.,
2000; MOURA et al., 2000).
Os Sistemas Agroflorestais (SAFs) são formas de uso ou manejo da terra, nos quais se combi-
nam espécies arbóreas (frutíferas e/ou madeireiras) e palmeiras com cultivos agrícolas e/ou criação
de animais, de forma simultânea ou em sequência temporal e que promovem benefícios econômicos,
ecológicos/ecossistêmicos e sociais (LOVISON et al., 2021). Estes agroecossistemas, normalmente bio-
diversos, possibilitam a recuperação de áreas degradadas, gerando benefícios para a fauna e flora lo-
cal, geram renda para as famílias agricultoras e promovem a interdisciplinaridade de conhecimentos
populares e científicos entre os indivíduos (MICHELS, 2022). As práticas de manejo sustentável listadas
por Altieri e Nicholls (2003) como adubação verde, cobertura morta, compostagem e consórcio de
diferentes espécies, podem ser encontradas nesse sistema.
Na assim chamada “Amazônia Maranhense”, com faixas de transição de cerrado e com predo-
minância de matas secundárias (capoeiras), ocorre grande diversidade de espécies de frutíferas na-
tivas, potencialmente importantes para os agricultores, os quais via de regra, realizam o extrativismo
de frutos para o autoconsumo e, secundariamente, para a comercialização de polpas. Nesse sentido,
são necessárias formas de proteger e conhecer as espécies frutíferas nativas e incentivar a explora-
ção sustentável.
Por outro lado, como as diversas espécies frutíferas estão naturalmente associadas às outras
árvores e arbustos dos ecossistemas naturais, são passíveis de sofrer degradação, perdas e erosão
genética quando os ambientes naturais são atingidos por perturbações antrópicas recorrentes. As-
sim, muitos recursos valiosos são perdidos antes de serem conhecidos e racionalmente explorados.
Da mesma forma, muitas dessas espécies, por carências de pesquisas e geração de conhecimentos,
ainda não completaram o processo de domesticação que lhes permita recomendar a melhor forma
de uso e manejo.
O Brasil abriga quase 19% da flora mundial, com notoriedade para as frutíferas nativas, que ocu-
pam lugar de destaque nos vários ecossistemas em que vegetam. As frutíferas nativas ocupam lugar
de destaque nos ecossistemas da Amazônia e região de transição, em função da comercialização dos
frutos, em muitos casos, com grande aceitação regional (VILLACHICA, 1996; LORENZI, 1998).
No entanto, muitas espécies importantes estão ameaçadas ou sob grande risco de extinção, face
ao forte antropismo, especialmente os desmatamentos frequentes, queimadas e expansão da fronteira
agrícola (CAVALCANTE, 2010). De uma forma geral, toda a biodiversidade é impactada pelas ativida-
des humanas fora do propósito da sustentabilidade ecológica, social e econômica.
SAIBA MAIS
Acesse o link, a seguir, e veja algumas sugestões de vídeos/filmes que per-
mitirão a você, algumas reflexões sobre a preservação das florestas, incluin-
do os danos causados ao ar, à água, ao solo e à produção de alimentos.
Destacam-se os vídeos como: “Amazônia em chamas”, “Os sem florestas” e
“A lei da água”.Disponível em:
https://www.ung.br/noticias/4-filmes-que-te-fazem-refletir-sobre-
-preservacao-das-florestas
https://repositorio.iica.int/bitstream/handle/11324/10382/BVE20067720p.
pdf?sequence=1&isAllowed=y
Espécies como Bacuri, Cacau, Cupuaçu, Açaí, Pequi, Mangaba, Murici e Cajá (Taperebá), entre
outras, são frutíferas nativas de importância alimentar, econômica e social que podem ser utilizadas em
combinações de cultivos em sistemas agroflorestais. Na sequência, discorremos sobre a importância
ecológica, econômica, social e alimentar dessas espécies.
1.1.1 Bacuri
O bacurizeiro é uma planta que se desenvolve em regiões de clima úmido e subúmido, assim
como em regiões de cerrado e cerradão. No caso do Maranhão, a ocorrência é maior nas áreas de
transição entre o Cerrado e a Amazônia. O desenvolvimento em ecossistemas totalmente diferentes, a
exemplo da floresta tropical úmida e do cerrado, confere ao bacurizeiro alta plasticidade de adaptação
e relativa diversidade genética (SOUZA et al., 2000; ARAUJO et al., 2004).
Para as condições do Maranhão, Araujo et al. (2007) relatam que o bacurizeiro é a frutífera
de maior ocorrência natural nas diferentes regiões do Estado, apresentando elevado potencial
de exploração. Por não constituir ainda uma cultura comercialmente estabelecida, a produção
de frutos é decorrente, na quase totalidade, do extrativismo da floresta e em capoeiras sob
regeneração de brotações, não havendo informação de pomares com essa espécie. Os tratos
culturais praticamente não existem, sendo realizada apenas uma limpeza próxima das árvores
para facilitar a coleta dos frutos.
Villachica et al. (1996) relatam que em condições de cultivo, uma planta madura pode produzir
até 500 frutos. Em condições silvestres, existem casos isolados de plantas produzindo até 1.000
frutos. Na densidade de 100 plantas por hectare, a provável produção de frutos seria de 20 a 25 t.ha-
1, com 2,0 a 2,5 t de polpa e 5,0 a 6,2 t de sementes. No entanto, não há estudos sistemáticos com
coleta controlada de frutos, que possam expressar a produtividade e se há estabilidade produtiva ou
alternância de produção.
O fruto é uma baga volumosa, de tamanho e formato variáveis, com diâmetro variando entre
7 e 15cm e peso médio entre 350 e 400g, alguns podem alcançar até 900 a 1000g (CAVALCANTE,
2010; CARVALHO et al., 2003). Os frutos geralmente atingem o ponto de colheita em torno de 120 a
150 dias após a floração/frutificação, sendo normalmente coletados após sua queda natural.
O fruto de bacuri é um dos mais populares e apreciados nos mercados e feiras de Belém/PA e
São Luís /MA, sendo utilizado para o consumo in natura e para o processamento de polpa, sorvetes
e derivados. Apesar da multiplicidade de uso, a polpa tem sido utilizada de forma econômica, assim
como a comercialização, informalmente em estradas e BR, de frutos in natura.
SAIBA MAIS
No link abaixo você encontrará um importante estudo sobre o bacuri que
foi realizado no Maranhão, intitulado “CARACTERIZAÇÃO E MANEJO DE
BACURI (Platonia insignis Mart.) EM VEGETAÇÃO SECUNDÁRIA NO BIO-
MA AMAZÔNIA MARANHENSE” (Tese de doutorado de Larissa de Paula
Viana da Silva, PPG-Agroecologia/UEMA, 2020).
http://www.agroecologia.uema.br/?p=2189
1.1.2 Açaí
O açaizeiro Euterpe oleracea Mart. (Figura 2) pertence à ordem Arecales, família Arecaceae
(Palmae) e a subfamília Arecoidae (HENDERSON; GALEANO, 1996). O gênero possui 27 espécies,
das quais cinco são nativas do Brasil, dentre elas as espécies mais importantes são E. oleracea (açaí
do Pará ou juçara do Maranhão) e E. precatoria (açaí solteiro) (HENDERSON, 2000). A família possui
3.400 espécies pertencentes a 236 gêneros, sendo que na região Amazônica se concentra a maior
diversidade de palmeiras com aproximadamente 250 espécies estudadas (LORENZI et al., 2010; apud
SANTOS, 2019).
DICA DE VÍDEO
Clique no link e veja a entrevista realizada com o prof. Gusmão explicitando
a diferença entre açaí do Pará e a juçara do Maranhão.
https://globoplay.globo.com/v/11039283/
1.1.3 Cupuaçu
O cupuaçuzeiro é um exemplo de frutífera nativa que vem ganhando destaque. Desde meados
de 1980, a espécie é alvo do programa de melhoramento da Embrapa, que visa obter genótipos
produtivos e resistentes ao fungo Moniliophthora perniciosa Stahel & Phillips-Mora, agente etiológico
da vassoura-de-bruxa, de grande importância no gênero Theobroma (ALVES et al., 2020; PATROCÍNIO
et al., 2017; CHAVES, 2022). Alguns clones e cultivares foram lançados e recomendados aos produtores
desde então. Ao lado do açaizeiro, o cupuaçuzeiro é uma das frutíferas mais utilizadas em sistemas
biodiversos como SAFs e quintais agroflorestais ou home gardens.
O cupuaçuzeiro pode medir de 6 a 10 metros de altura, e quando não podadas, podem atingir de 15
a 20 metros. Possuem tronco marrom-escuro com fissuras, seguido de ramificações tricotômicas. Suas
folhas são de cor rosa e com pelos, mas quando maduras, apresentam-se verde. Suas flores crescem
pelos ramos, com pétalas que podem ser brancas ou vermelhas (SOUZA, 2007), são hermafroditas e
geneticamente são autoincompatíveis (COSTA, et al., 2022).
Os primeiros frutos ocorrem por volta dos quatro anos, tendo em média oito unidades. É apartir
dos oito anos que a produção aumenta para 25 a 40 frutos por planta; a floração ocorre no período
de seca na região amazônica, de julho a setembro, a frutificação na época das chuvas, de novembro a
maio, e o pico da safra de janeiro a março (SOUZA et al., 1996; COSTA, et al., 2022), ou de fevereiro a
abril (YUYAMA et al., 2013).
1.1.4 Mangaba
A mangabeira Hancornia speciosa var. speciosa Gomes (Figura 4), pertence à família
Apocynaceae, compreende seis variedades botânicas de mangaba: H. speciosa var. speciosa, H.
speciosa var. maximiliani, H.speciosa var. cuyabensis, H. speciosa var. lundii, H. speciosa var. gardneri e
H. speciosa var. pubescens descrita por Monachino (1945). (GANGA et al., 2010).
O fruto da mangabeira é constituído de polpa (77 %), casca (11 %) e semente (12 %). Apresenta teor
protéico (0,7g.100 g-1 de polpa) superior ao da maioria das espécies frutíferas e possui vitaminas A, B1,
B2 e C, além de ferro, fósforo e cálcio. Chama atenção o elevado teor de ferro (28mg.100 g-1 de polpa)
no fruto, fazendo com que a mangaba seja uma das frutas mais ricas neste nutriente, além de ser fonte
de ácido ascórbico. O valor energético, em cada 100 g de fruta, é de 43 calorias (SOARES et al., 2010).
Segundo Rocha e Silva (2018), a região do Munim, especialmente o município de Morros, é a principal
área de ocorrência de mangaba no Maranhão e foi verificado que os frutos de mangaba tinham um diâmetro
médio entre 28,66mm e 37,31mm, com peso médio dos frutos variando entre 15,8 a 36,7g, o número de
sementes por fruto foi de 5,6 a 21 unidades e o peso médio por semente variou entre 1,69 a 5,85 gramas.
Enquanto Ganga et at. (2010) sob as fitofisionomias de cerradão, cerrado sentido restrito, campo sujo ou
campo rupestre, obtiveram frutos de mangaba com 3,73cm de comprimento e 3,40 cm de diâmetro, e peso
médio de 27,88g. Soares et al., (2010) determinaram a produção média estimada por planta é de 2,14kg.
No que diz respeito às exigências nutricionais da mangabeira Vieira Neto et al. (2002), afirmaram
que a mesma não é exigente em fertilidade, já que vegeta bem em solos pobres e ácidos. Seu sistema
radicular explora grande volume de solo, absorvendo água e nutrientes em camadas profundas do
perfil do solo.
1.1.5 Murici
Na região Amazônica, é comum encontrar-se as espécies a Byrsonima crassifolia (L.) Kunth (Figura
5), denominado murici-do-campo, murici-da-praia e murici-da-restinga e Byrsonima verbascifolia (L.)
DC, conhecida popularmente por murici-do-cerrado e murici-de-folha-grande, em que estas espécies
são cultivadas tanto nos estados do Pará, Amapá e Roraima (DIAS, 2022).
No Brasil, o murici existe principalmente em Estados do Norte (Acre, Amazonas, Amapá, Pará,
Rondônia, Roraima, Tocantins) e do Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Sergipe, Maranhão, Paraíba,
Pernambuco, Piauí e Rio Grande do Norte), mas também nas demais regiões (ARAÚJO et al., 2018).
As árvores do murici apresentam altura de até 15m, com galhos tortuosos de coloração cinza e com
folhas até 20cm de comprimento, que podem mudar de cor na estação seca, de verde para amarelada
(ANICETO, 2017). A floração do murici ocorre durante todo o ano, em que a colheita manual é feita a
partir do início da senescência, a planta pode ser utilizada para recomposição de áreas degradadas e
arborização urbana, suas flores atraem diversos organismos, como formigas e abelhas, estimulando a
polinização e a dispersão de suas sementes.
Quando maduros, os frutos do murici são drupas, com mesocarpo fino e carnoso e apresentam
forma arredondada, ligeiramente achatada, com uma fina pele de coloração amarelo-alaranjado intenso,
a polpa suculenta exala um aroma peculiar de sabor exótico e agradável (SANTOS et al., 2018).
O consumo do fruto em forma de suco comumente utilizado pela população é uma maneira
saudável de associar a fruta como fonte primária de nutrientes e compostos funcionais, já que contém
ingredientes benéficos para a saúde humana e os sabores são bem aceitos (ANICETO, 2017). O consumo
in natura e na preparação de alimentos é atividade precípua com espécimes do gênero Byrsonima,
justificado pelo contínuo período de plantio, podendo gerar frutos durante todo o ano (SILVA, 2020).
O murici também se destaca por seu valor nutricional, pois pode contribuir para suprir as necessidades
nutricionais diárias, em especial a fibra dietética e a vitamina C, salientando que o fruto também contém
pró-vitamina A (SANTOS, 2018).
A planta produz entre 100 a 500 frutos por indivíduo, podendo chegar a uma quantidade maior.
Os frutos de murici possuem características físico-químicas atrativas para o mercado de frutas frescas
quanto para o de frutas processadas, uma vez que possuem alto conteúdo de sólidos totais, baixa
acidez e chegam a serem ricos em compostos bioativos (DIAS, 2022).
1.1.6 Pequi
É uma árvore frutífera de médio porte, podendo atingir mais de 10 m de altura, caducifólia,
com folhas compostas por três folíolos recortados, recobertos por uma espessa cutícula, comum em
espécies xeromórficas. Os folíolos também apresentam tricomas ao longo das nervuras e da superfície
abaxial (OLIVEIRA JR., 2022). Suas Figura 6 - Árvore de pequi no cerrado em pleno
florescimento
flores são grandes, actinomorfas,
hermafroditas, possuem coloração
branca amarelada e são reunidas em
cachos contendo até 30 flores. O
pequizeiro é uma espécie alógama,
na qual a polinização é realizada à
noite por morcegos (quiróptera),
e a frutificação ocorre a partir do
oitavo ano de desenvolvimento da
planta. Por ser alógama, o pequizeiro
apresenta uma ampla variabilidade
genética podendo assim apresentar
alto grau de variabilidade em suas
características morfológicas. Fonte: (MERLIN, R., 2018).
4-7cm de altura e 6-8cm de diâmetro, com massa média de 120g. O putâmen é uma unidade de
dispersão, composto pela semente, envolta por um endocarpo rígido e espinhoso e pelo mesocarpo
interno que recobre o endocarpo, sendo essa a parte comestível (LUZ et al., 2011; OLIVEIRA JR.,
2022).
Os frutos do pequizeiro são utilizados como fonte de renda para comunidades nativas e
extrativistas da região do Centro-Oeste do Brasil, e também no cerrado e baixo Parnaíba do Maranhão,
sendo necessários estudos que envolvam a conservação ou recuperação de áreas degradadas utilizadas
por essas populações (ROCHA et al., 2015).
Os frutos do pequizeiro são utilizados por populações como fonte de alimento ou podem ser
processados e, posteriormente, comercializados. Esses produtos, durante o período de colheita
(novembro a março), correspondem a uma importante fonte de renda para essas populações,
demonstrando assim sua importância social. Devido à alta demanda por frutos de espécies nativas
e a redução de suas populações em ambientes naturais, estudos envolvendo a propagação e
produção de mudas são essenciais na manutenção da viabilidade dessas espécies no futuro
(OLIVEIRA JR., 2022).
1.1.7 Cacau
foram produzidas no mundo 4,7 milhões de toneladas de cacau. Esse valor é a soma da produção dos
principais países produtores de cacau, sendo eles: Costa do Marfim, Gana, Nigéria, Indonésia e Brasil.
De acordo com dados da FAOSTAT (2021), no Brasil, no ano de 2019, foi colhida uma área de 581
mil ha, com produção de 259 mil toneladas, obtendo-se uma produtividade calculada de 0,44 t/ha. Esses
são valores de produtividade bastante inferior a outras culturas agrícolas. Um dos fatores que ocasionam
esse baixo número está relacionado com a desuniformidade de plantio nos Estados produtores. Dentro
desse tópico, pode-se incluir: baixo número de plantas por hectare, problemas como falta de correção e
adubação do solo, falta de controle de pragas e doenças, plantios muito antigos, entre outros.
A Bahia é um dos maiores estados produtores de cacau do Brasil, concorrendo diretamente com
o Pará, atual líder da produção nacional. De acordo com o SENAR (2020), em 2019, a área cultivada
do Pará foi de 146.918 hectares, atingindo produção de 133.489 mil toneladas, equivalendo a 52% da
produção nacional.
O fruto do cacaueiro contém entre 30-40 sementes, as quais se encontram envoltas em uma polpa
mucilaginosa. De maneira geral, internamente os cotilédones das sementes apresentam tonalidade
violácea, característica conferida pelo conteúdo de antocianinas (WOLLGAST & ALKLAM, 2000).
Com o processamento, os cotilédones adquirem uma tonalidade marrom devido a inúmeras reações
bioquímicas, as quais são essenciais para a formação dos precursores do sabor e cor do chocolate.
A polpa que envolve as sementes é de tonalidade branca, composta por 10-15% de açúcares
(frutose, glicose e sacarose). Seu pH é baixo (3.3-4.0), principalmente em função do alto teor de
ácido cítrico e sua viscosidade é conferida pelo alto teor de pectina (FERRÃO, 2002; NIELSEN, 2006).
Embora a composição físico-química do cacau (teor de gordura, proteína, carboidrato, cor e pH) sejam
critérios frequentemente utilizados para avaliação da qualidade das amêndoas secas, o critério final de
qualidade é o sabor após o processamento. O sabor além de estar fortemente relacionado à variedade
é bastante influenciado pelas técnicas de pré-processamento; porém, o desenvolvimento potencial do
sabor depende principalmente dos processos de fermentação e secagem (FERRÃO, 2002).
SAIBA MAIS
No link abaixo você poderá acessar a pesquisa SUSTENTABILIDADE DOS
SISTEMAS AGROFLORESTAIS NO SUL DA BAHIA: UMA ANÁLISE DO CA-
CAUEIRO EM CABRUCA (Dissertação de mestrado de Núbia Aparecida
Pinto Coelho, UESC, 2015).
http://www.biblioteca.uesc.br/biblioteca/bdtd//201360258D.pdf
A cajazeira (Spondias mombin L.) (Figura 8) Figura 8 - Árvore de cajá (taperebá) cultivada
em pomar doméstico no município de São
pertence à família Anacardiaceae, sendo comum
Luís, MA
nas florestas úmidas do sul do México até o Peru;
é nativa da América tropical e distribuída no
território brasileiro (MORTON, 1987). Nos estados
de São Paulo e Minas Gerais essa frutífera é
conhecida como cajazeira miúda ou cajá pequeno,
no Nordeste e Norte como cajá-mirim ou taperebá,
na região Sul do Brasil é conhecida como cajazeira.
A ocorrência do cajá (taperebá) está concentrada
na região nordeste do país (PINTO et al., 2003).
A planta se desenvolve bem em clima quente e
úmido e resiste a longos períodos de seca, devido
ao acúmulo de fotoassimilados e reservas nutritivas
no caule e nas raízes. A predominância de cajazeira
ocorre principalmente nas regiões onde os solos
são profundos, férteis e ricos em matéria orgânica. Fonte: Araujo (2016).
A cajazeira é uma árvore de porte médio a elevado, com copa variando de 8 a 24m de diâmetro
A planta pode atingir uma altura de 20 a 30m, e possui o tronco com diâmetro entre 0,5 a 2,0m. As
folhas são dispostas em inflorescências do tipo panículas terminais piramidais com numerosas flores;
as árvores são usadas como sombreamento, planta ornamental e como fonte de alimentação para o
gado (EMBRAPA, 2009), além de uso em sistemas biodiversos como os SAFs e pomares domésticos.
A produção comercial da cajazeira em média é cerca de 500 frutos por pé e se inicia entre
dois a quatro anos (propagação vegetativa), e no caso de sementes para propagação levam de oito
a dez anos para planta ter uma boa produção de frutos, e a colheita feita manualmente com os frutos
maduros caídos no chão.
No Maranhão, a cajazeira ocorre extensivamente nas diferentes regiões do estado e sua exploração
é predominantemente extrativa, realizada por pequenos produtores, sem controle da qualidade de
frutos e da polpa, que é muito valorizada no mercado. Não há evidências de pomares comerciais
voltados para elevada produtividade e boa qualidade dos frutos, e nem uso de clones e/ou cultivares
recomendados pela pesquisa, produzidos localmente ou introduzidos.
Ao se propor construir um novo sistema de produção deve-se basear num princípio geral: quan-
to mais um agroecossistema se parecer com o ecossistema natural da região biogeográfica em que se
encontra, em relação à sua estrutura e função, maior serão as condições desse agroecossistema ser sus-
tentável (FEIDEN, 2005). A busca de se projetar a “imagem” da natureza pode ser vista na figura abaixo.
III. Assegurar condições do solo favoráveis para o crescimento das plantas (manejo da M.O e
aumento da atividade biológica);
IV. Minimizar as perdas devido o fluxo de radiação solar, água e ar, mediante o manejo do
microclima (cobertura viva e morta, quebra-ventos);
A partir desses princípios Feiden (2005) elenca alguns passos para a construção de um novo
sistema de produção agroecológico:
I. Planejar para reduzir a dependência de insumos comerciais (FBN, micorrizas, fosfatos natu-
rais, inseticidas/fungicidas biológicos e naturais);
II. Utilizar recursos renováveis e disponíveis no local (restos culturais, estercos, cinzas, resíduos
caseiros e agroindustriais limpos);
III. Priorizar a reciclagem de nutrientes (controle de erosão e lixiviação, uso de espécies recicla-
doras com sistema radicular profundo, adubos verdes, leguminosas arbóreas);
IV. Introduzir espécies que criem diversidade funcional no agroecossistema (FBN, recicladoras
de nutrientes, estimuladoras de predadores e parasitas de pragas, polinizadoras, estimuladoras de micor-
rizas, solubilizadores de fosfatos, promotoras de crescimento ...);
VII. Otimizar e até elevar os rendimentos, sem ultrapassar a capacidade produtiva do ecossistema
original (sustentabilidade); buscar a produtividade ótima do sistema como um todo, e não a produtivida-
de máxima de uma única cultura e/ou criação;
VIII. Resgatar e conservar a diversidade genética local (as espécies e cultivares tradicionais estão
adaptadas às condições ambientais e edáficas. Ex.: variedades crioulas, frutas nativas, hortaliças não con-
vencionais, PANCs, plantas medicinais...);
Os sistemas agroflorestais devem incluir, pelo menos, uma espécie florestal arbórea ou arbusti-
va. Essa espécie pode ser combinada com uma ou mais espécies agrícolas e ou animais. Nos sistemas
agroflorestais, a árvore desempenha várias funções. Uma dessas funções é a de produção, por exem-
plo, de frutas de madeira, de forragem, de adubo verde etc. Outro grupo de funções inclui os “servi-
ços” produzidos pelas árvores, como: proporcionar sombra para as plantas sensíveis à luz; controlar a
erosão; fixar nitrogênio da atmosfera, no caso das leguminosas; indicar os limites da propriedade como
cercas vivas, entre outros (MACEDO, 2007).
Primeiramente, tem-se a escolha das espécies frutíferas que irão compor o SAF biodiverso e
que depois serão manejadas, e para tal devem ser considerados os aspectos inerentes a cada espécie
(biologia, ecologia e fenologia), às condições ambientais, ao desenho do sistema agroflorestal (espa-
ços e arranjo das plantas), aos de ordem cultural (hábitos alimentares, materiais e crendices) e aos de
ordem econômica (mercado - comercialização e preço). As informações sobre biologia e ecologia das
espécies indicam as necessidades nutricionais, de temperatura, luz e água, sistemas radiculares, porte,
dando uma ideia da densidade de plantio e das associações possíveis.
Em segundo lugar, importa justificar o porquê da inclusão das frutíferas nativas em sistemas
biodiversos, como os SAFs?:
II. Possibilidade de aproveitamento de recursos genéticos locais - frutíferas e outros grupos (re-
cursos da sociobiodiversidade);
III. Espécies adaptadas a sistemas de longa maturidade e duração, no caso das arbóreas e arbustivas;
VI. Suporte alimentar para avifauna local + serviços ecossistêmicos (estoque de carbono, produ-
ção de biomassa e reciclagem de nutrientes etc.).
Em terceiro lugar, deve-se dar atenção ao arranjo espacial. Há uma tendência em se plantar as
espécies nos SAFs em fileiras ou faixas, pois permite uma melhor ocupação da área e facilita a siste-
matização dos tratos culturais e da colheita. É possível estabelecer os SAFs a partir da introdução de
cultivos agrícolas ou animais em áreas de vegetação natural arbustiva ou do componente arbóreo em
sistemas agrícolas estabelecidos.
De acordo com a Avaliação dos Ecossistemas do Milênio - MEA (2005), os serviços ecossistê-
micos ou serviços ambientais são benefícios que as pessoas obtêm dos ecossistemas naturais, os quais
são produzidos pelas interações dentro do ecossistema.
I. serviços de provisão;
A degradação ou perda desses serviços afeta o bem-estar humano, por meio da diminuição da
capacidade de fornecer as necessidades básicas como: alimento, saúde, segurança, relações sociais,
liberdade de escolha e ação, como ilustrado na Figura 12, a seguir.
SAIBA MAIS
Para maiores detalhes e significados destes serviços sugere-se consultar o
link do artigo de Cardozo et al. (2022).
https://link.springer.com/article/10.1007/s10457-022-00754-7
Resumo
Neste material você pôde conhecer a diversidade de espécies de frutíferas nativas do Maranhão e da
Amazônia, suas características, potencial de utilização das principais espécies e de que forma elas são
trabalhadas em sistemas agroflorestais. Apresentamos os princípios que norteiam o desenho e rede-
senho de agroecossistemas biodiversos, a fim de que você entenda a importância e os impactos dos
serviços ecossistêmicos nos ecossistemas naturais, nos agroecossistemas e na vida das pessoas.
Referências
ALTIERI, M.A., NICHOLLS, C.I. Diseños agroecologicos para incrementar la biodiversidad de entomo-
fauna benefica en agroecosistemas. Medellín: SOCLA, 2010. 80p.
ANICETO, A. Desenvolvimento e caracterização físico-química e sensorial de bebidas à base de
murici e Taperebá. 2017. 107 f. Dissertação (Mestrado em Alimentos e Nutrição) – Centro de Ciências
Biológicas e da Saúde, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2017.
ALVES, S.A.M. Epidemiologia da vassoura de bruxa (Crinipellis perniciosa (STAHEL) SINGER) em
cacaueiros enxertados em Uruçuca, Ba. 2002. Dissertação (Mestrado em Agronomia). Universidade
de São Paulo. Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”. Piracicaba – SP, 2002.
ALTIERI, M.; NICHOLLS, C.. Agroecologia: resgatando a agricultura orgânica apartir de um modelo in-
dustrial de produção e distribuição. Ciência & Ambiente, Santa Maria, v. 14, n. 27, p. 141-152, jul. /dez. 2003.
ALVES, R. M.; SEBBENN, A. M.; ARTERO, A. S.; CLEMENT, C.; FIGUEIRA, A. High levels of genetic diver-
gence and inbreeding in populations of cupuassu (Theobroma grandiflorum). Tree Genetics & Geno-
mes, v. 3, n. 4, p. 289–298, 2007.
AZEVEDO, H.S. Estudo da diversidade genética de populações naturais de açaizeiro (Euterpre pre-
catória Mart.). 2019. Tese (Doutorado em e Biodiversidade e Biotecnologia) – Fundação Osvaldo Cruz,
Porto Velho - RO, 2019.
ARAGÃO, W.M. et al. Recursos genéticos de fruteiras nativas e naturalizadas potenciais dos tabuleiros
costeiros e da baixada litorânea nordestinos. In: VIEIRA NETO, R. D. (org.). Frutíferas potenciais para
os tabuleiros costeiros e baixadas litorâneas. Aracaju: Embrapa Tabuleiros Costeiros, 2002. p.10-20.
ARAUJO, J.R.G.; CARVALHO, J.E.U.; MARTINS, M.R. Porta-enxertos para o bacurizeiro: Situação e Pers-
pectivas. In: Bacuri: Agrobiodiversidade. 1.ed. São Luís: Instituto Interamericano de Cooperação para a
Agricultura. 2007. p.47-63.
ARAÚJO, R.R. et al. Espécies alimentícias nativas da região Nordeste: Byrsonima crassifolia e B. verbas-
cifolia. In: CORADIN, L.; CAMILLO, J.; PAREYN, F. G. C. (orgs.). Espécies nativas da flora brasileira de
valor econômico atual ou potencial: plantas para o futuro: região Nordeste. 1. ed. Brasília: Ministério
do Meio Ambiente, 2018. p. 137-146.
BOUIZ, C.P.S.; BRAGA, L.G.S.; RAMOS.A. Manejo da irrigaão em cacaueiros na região sul da Bahia. Bra-
zilian Journal of Development. Curitiba, v.8, n.4, p. 22820-22877, apr., 2022.
CASSIMIRO, C.M.; MACÊDO, L.S.; MENINO, I.B. Avaliação de acessos de cajazeiras (Spondias mombim
L) do banco ativo de germoplasma da Emepa, PB. Tecnologia e Ciência Agropecuária, João Pessoa,
v.3, n.3, p.01-06, set. 2009.
CARVALHO, J.E.U. O pomar do silvestre. In: SILVA, S. Frutas da Amazônia Brasileira. 1. ed. São Paulo:
Metalivros, 2011. 280 p.
COPOTTI, M. V. Microbiota do cacau: fungos e microtoxinas do cacau ao chocolate. 2009. Tese (dou-
torado em Tecnologia de Alimentos). Universidade Estadual de Campinas.Campinas - SP. 2009.
FERRAZ JÚNIOR, A.S.L. O cultivo em aléias como alternativa para a produção de alimentos na agri-
cultura familiar do trópico úmido. In: MOURA, E.G. (Ed.). Agroambientes de transição: entre o trópico
úmido e o semi-árido do Brasil. Atributos; alterações; uso na produção familiar. São Luís: Universidade
Estadual do Maranhão, 2004. 312 p.
GANGA, R. M. D., FERREIRA, G. A., CHAVES, L. J. et al. .Caracterização de frutos e árvores de popula-
ções naturais de Hancornia speciosa Gomes do cerrado. Revista Brasileira Fruticultura, Jaboticabal
- SP, v. 32, n. 1, p. 101-113. março 2010.
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 2018. Censo agropecuário 2017.450. Disponível
em: http://www.ibge.gov.br. Acesso em: 31 ago. 2022.
INTERNATIONAL COCOA OF ORGANIZATION. Summary of revised forecasts and estimates. Acesso
em: 16 fev. 2021. Disponível em: August 2020 Quarterly Bulletin of Cocoa Statistics - International Cocoa
Organization (icco.org)
LEDERMAN, I.E.; SILVA JÚNIOR, J.F.; BEZERRA, J.E.F.; ESPÍNDOLA, A.C.M. Mangaba (Hancornia spe-
ciosa Gomes). Jaboticabal: Funep, 2000. 35 p.
LIMA, J. P. et al. Climacteric pattern of mangaba fruit (Hancornia speciosa Gomes) andits 454 respon-
ses to temperature. Scientia Horticulturae, v. 59, n. 9, p. 1-5, 2015.
LOVISON, J.; GEHRKE, L.D.; VIEIRA, M. Proposta de implantação de um sistema silvipastoril no municí-
pio de restinga seca. 13º SIEPE: Salão Internacional de ensino, pesquisa e extensão, v. 13, n. 1, 2021.
LUZ, G. R. et al. Caracterização física de frutos e putâmens e taxa de ataque por Carmenta sp. a pequi-
zeiros (Caryocar brasiliense Camb.) no norte de Minas Gerais. Revista Brasileira de Fruticultura, v. 33,
n. 3, p. 746-756, 2011.
MACÊDO, J.L.V. Cultivo de fruteiras em sistemas agroflorestais. In: I Encontro de Frutas Nativas do
Norte e Nordeste do Brasil. São Luís: UEMA, 2007. 29p.
MARTIM, S. R. Características físico-químicas e atividade da peroxidase e polifenoloxidase em ge-
nótipos de cupuaçu (Theobroma grandiflorum Willd ex-Spreng Schum) submetidos ao congela-
mento. 2013. [Dissertação, Universidade Federal do Amazonas].
MEA, Millenium Ecossystem Assessment. Ecosystems and Human Well-being: A Framework for As-
sessment. New York: Island Press, 948p, 2005.
MENEZES, A.J. E. A. Do Extrativismo à Domesticação: o Caso dos Bacurizeiros (Platonia insignis
Mart.) do Nordeste Paraense e da Ilha do Marajó. Pelotas, 2010.-196f. il. Tese (Doutorado em Sistemas
de Produção Agrícola Familiar) – Universidade Federal de Pelotas.
MENEZES, A. J. E. A. de et al. A comercialização do fruto de bacuri pela agricultura familiar no nordeste
paraense e Ilha de Marajó, no Pará. In: VI SOBER Nordeste. Petrolina, 2011.
MICHELS, E. T. P. Implantação de um sistema agroflorestam em Frederico Westhalen. Monografia
(Engenharia Florestal). Universidade Federal de Santa Maria, Frederico Westphalen, RS. 2022. Disponí-
vel: https://repositorio.ufsm.br/bitstream/handle/1/26004/Michels_Edilen_Tamar_Popsin_2022_TCC.
pdf?sequence=1. Acesso em: 2 set. 2022.
MORTON, J. Yellow mombin. In: MORTON, J. Fruits of warm climates. Miami, 1987. p. 245-248.
MORAES, V.H.F.; MÜLLER, C. H.; SOUZA, A. G. C.; ANTÔNIO, I. C. Native fruits pecies of economic po-
tential from the brazilian Amazon. AngewandteBotanik, Hamburg, v.68, p.47-52, 1994.
MOURA, E.G.; ARAUJO, J.R.G; MONROE, P. H. M; NASCIMENTO, I.O; ALANA C. F. AGUIAR, A.C.F. Patents
on periphery of the Amazon rainforest. RecentPatentsonFood, Nutrition & Agriculture, v.1, p.142-148,
2010.
MOURA, C. L. A. ; PINTO,G. A. S, FIGUEIREDO, R. W, Processamento e Utilização da Polpa de Cajá
(Spondias mombin L.), REVISTA B.CEPPA, Curitiba, v. 29, n. 2, jul./dez. 2011. 243p.
MOURA, C. H. (org.); ALVES, R. E.; FIGUEIRA, H. A. C. Caracterização de frutas nativas da América
Latina. Série Frutas Nativas. Jaboticabal: UNESP/ SBF, 2000. 66p.
NOGUEIRA, D. H. Qualidade e potencial de utilização de frutos de genótipos de 474 carnaubeira
(Copernicia prunifera) oriundos do estado do Ceará. 2009. 111f. Tese 475 (Doutorado em Agronomia)
– Universidade Federal da Paraíba. 2009.
OECD/FAO – Food and Agriculture Organization of the United Nations. OECD-FAO Agricultural
Outlook 2015-2024. 143p. OECD Publishing, Paris, 2015.
PINTO, G. C. P. Recursos genéticos de fruteiras nativas na região Nordeste do Brasil. In: Simpósio Na-
cional de Recursos Genéticos de Fruteiras Nativas, 1., 1992, Cruz das Almas. Anais... Cruz das Almas:
EMBRAPA-CNPMF, 1993. p. 81-83.
PINTO, W. da S.; DANTAS, A. C. V. L.; FONSECA, A. A. O.; LEDO, C. A. da S.; JESUS, S. C. de.; CALAFAN-
GE, P. L. P.; ANDRADE, E. M. Caracterização física, físico-química e química de frutos de genótipos de
cajazeiras. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v.38, n.9, p.1059-1066, set. 2003.
REIJNTJES, C.B., HAVERKORT, A., WATERS-BAYER. Farming for the future: an introduction to low-ex-
ternal-input and sustainable agriclture. MacMillan Press Ltd., London, 1992.
ROCHA, A. E., SILVA, L. P. V. Mangaba maranhense: “coisa boa de comer”. São Luís: Editora UEMA,
2018. 76p.
ROCHA, L. B. et al. Gallic acid as the major antioxidant in pequi (Caryocar brasiliense Camb.) fruit peel.
Revista Brasileira de Plantas Medicinais, v. 17, n. 4, p. 592-598, 2015.
SANTANA, F. F. Caracterização de genótipos de cajazeiras. Jaboticabal: Universidade Estadual Pau-
lista, 2010. (Tese - Doutorado em Agronomia).
SANTOS, R. F. Caracterização de seleçõs de bacurizeiro (Platonia insignis Mart) e manejo de bro-
tações naturais por sobre-enxertia. São Luís, 2018. 57p. Dissertação. (Mestrado em Agroecologia).
Universidade Estadual do Maranhão, 2018.
SENAR – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural. Dia do cacau: Pará é o maior produtor do país. Co-
nheça os benefícios do fruto. 2020. Disponível em: https://www.cnabrasil.org.br/noticias/26-de-marco-
-dia-do-cacau-para-e-o-maior produtor-do-pais-conheca-os-beneficios-do-fruto.
SHANLEY, P.; LUZ, L.; SWINGLAND, I. A frágil promessa de um mercado distante: um levantamento
sobre o comércio de produtos florestais não-madeireiros em Belém. Belém: CIFOR, 2002. 24p. (mi-
meografado). Original: Shanley, P.; Luz, L.; Swingland, I. The faint promisse of a distant market: a survey
of Belém’s trade in non-timber forest products. Biodiversity and Conservation, 11:615-636, 2002.
SILVA, R.A.; SOUZA, G.; LEMOS, L.S.L.; LOPES, U.V.; PATROCÍNIO, N.G R.; ALVES, R.M.; MARCELLINO,
L.H.; CLEMENT, D.; MICHELI, F.; GRAMACHO, K.P. Genome size, cytogenetic data and transferability of
EST-SSRs markers in wild and cultivated species of the genus Theobroma L. (Byttnerioideae, Malvace-
ae). PLOS ONE, v.12, n. 2, p. e0170799, 2017.
SILVA, A.B.C.; MARQUES, E.L.S.; REZENDE, R.LP. A fermentação do cacau e o uso de inóculos levedu-
riformes. Brazilian Journal of Desenopment. Curitiba, v.8, n.4, p.26456-26471, apr., 2022.
SOARES, F. P., PAIVA, R. NOGUEIRA, R. C. et al.. Cultura da mangabeira. Boletim Agropecuário - n.º67.
Lavras/MG: p. 1-12. Disponível em: www.editora.ufla.br/BolTecnico/pdf/bol_67.pdf. Acesso em: 2 de set.
2022.
SOUZA, A. G. C. (2007). Boas práticas agrícolas da cultura do cupuaçuzeiro. [Cartilha] Manaus: Embra-
pa Amazônia Ocidental. Disponível em: https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/CPAA-2009-
09/18684/1/Livro_BPA.pdf. Acesso em: 2 set. 2022.
SOUZA, B. N. O. et al. Diversidade e uso das plantas cultivada na comunidade Cinturão 500 colina ver-
de, Cuiabá - Mt, Brasil. Revista Biodiversidade, v. 14, n. 3, p. 84-93, 2015.
SOUZA, V. A. B.; ARAÚJO, E.C.E.; VASCONCELOS, L.F.L.; ALVES, R.E. Bacurizeiro (Platoniainsignis-
Mart.). Jaboticabal: Funep, 2000. 72p. (Série Frutas Nativas, 11).
TORQUEBIAU, E. Introduction to the concepts of agroforestry. ICRAF: Kenya. 121p. 1990. (ICRAF,
Working Paper, 59).
VILLACHICA, H.;CARVALHO, J. E.U.; MÜLLER, C.H.; DIAZ, C.S.;ALMANZA,M. Frutales y hortalizas pro-
missorios de la Amazonia. Lima: Tratado de CooperaccionAmazonica. Secretaria Pro-tempore, 1996,
367p. (TCA – SPT, 044).
ZUGAIB, A.C.C; BARRETO, R.C.S. et al. Fatores que influenciam a oferta e demanda do cacau no mer-
cado internacional. Agrotrópica, Ilhéus, v. 27, n.1, p. 67 - 78. Jan./abr. 2015.