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CASCAVEL - PR
2022
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ UNIOESTE
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE
CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS LICENCIATURA
CASCAVEL - PR
MARÇO DE 2022
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Resumo:
Estudos relacionados à biodiversidade vêm ganhando destaque em publicações científicas. A
Mata Atlântica é um ecossistema bastante complexo, compreendendo uma alta biodiversidade
que se encontra ameaçada, onde o principal motivo é a fragmentação. Dentre os insetos, a
ordem Lepidoptera é suscetível à fragmentação de habitats e, por isso, é considerada um bom
bioindicador. O presente projeto tem como objetivo identificar a diversidade de espécies de
Lepidoptera em área de plantio convencional, de borda e dentro da mata de um fragmento de
Mata Atlântica, no município de Santa Tereza do Oeste, PR, para verificar se há diferenças
entre os três ambientes de coleta. As coletas serão realizadas semanalmente, de março a maio
de 2022. Armadilhas com atrativo alimentar serão colocadas nas áreas, onde permanecerão
por 24 horas. Após esse período, os espécimes serão coletados e armazenados em envelopes
entomológicos, para posterior identificação que será realizada no laboratório. Será analisada a
diversidade de espécies coletadas nos diferentes tipos de ambientes, verificando a
interferência antrópica que advém em cada área explorada.
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO/
JUSTIFICATIVA .......................................................................................5
2. OBJETIVOS ..........................................................................................................................7
2.1. Objetivos
Gerais ............................................................................................................7
2.2. Objetivos
Específicos ....................................................................................................7
3. MATERIAIS E
MÉTODOS ..................................................................................................8
3.1. Área de
Estudo ...............................................................................................................8
3.2. Coleta de
Lepidópteros ................................................................................................10
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................12
5. CRONOGRAMA ................................................................................................................15
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1. INTRODUÇÃO/JUSTIFICATIVA
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Sem um conhecimento básico sobre quais organismos ocorrem em determinado
local, é impossível desenvolver qualquer plano de conservação (SANTOS, 2003), e este é
gerado através da realização de inventários de diversidade e posterior monitoramento. As
florestas brasileiras portam características particulares e apresentam importantes funções
econômicas, sociais e ambientais, como os recursos hídricos, equilíbrio climático e valores
culturais, porém a fragmentação de habitats está entre as maiores ameaças à conservação da
biodiversidade (IBGE, 2010).
A amplificação do uso da terra, que conduz o crescimento da população humana e
desenvolvimento das cidades, resulta na fragmentação dos habitats naturais com a criação de
fragmentos florestais de diferentes formas e tamanhos (FOWLER e VENTICINQUE, 1997).
Essas modificações podem resultar no isolamento de populações e extinção de espécies,
diminuindo a biodiversidade local em função de uma maior incidência de raios solares entre
os fragmentos e da perda de habitats (BIERREGAARD et al., 1992).
Os insetos representam quase 60% de todos os animais do planeta, mas são pouco
utilizados como espécies no tema conservação, mesmo considerados excelentes indicadores
biológicos (FREITAS et al. 2003). Determinados grupos de insetos, como as borboletas, são
importantes no acompanhamento ambiental, pois respondem a eventuais alterações
rapidamente, sendo essenciais para a conservação de áreas pequenas e habitats fragmentados
ou com história de ação antrópica (FREITAS et al. 2003).
No meio de toda fauna que ocorre na Mata Atlântica, a ordem Lepidoptera se destaca
pela vasta diversidade, visto que, embora seja encontrada em todo território brasileiro,
aproximadamente 70% habitam neste bioma (UEHARA-PRADO et al., 2004). Os
lepidópteros são conhecidos como as mariposas, com 87% da representatividade da ordem, e
as borboletas, que constitui cerca de 13% das espécies (BROWN JUNIOR; FREITAS, 1999;
TRIPLEHORN; JOHNSON, 2005).
Espécies de Lepidoptera são muito utilizadas como amostras ecológicas em inúmeros
estudos, sendo consideradas excelentes bioindicadores (UEHARA-PRADO et al., 2009) por
serem vulneráveis a alterações no ambiente, por apresentarem ciclos de vida curto, pela
identificação em qualquer período do ano e taxonomia bem conhecida (BROWN JUNIOR,
1991; FREITAS; FRANCINE; BROWN JUNIOR, 2006; MACHADO; DRUMMOND;
PAGLIA, 2008). Desse modo, levantamentos da ordem Lepidoptera em curtos períodos
geram inventários de espécies significativos para o entendimento do local, indicando
possíveis alterações no ambiente (ISERHARD et al., 2010). Visto que, fragmentos pequenos,
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apesar de terem sua relevância ecológica constantemente negligenciada, são capazes abrigar
uma ampla diversidade de lepidópteros, relevante de ser explorada e compreendida estudos de
manejo e conservação posteriores.
O desmatamento de florestas ocasiona a fragmentação da mata, antes contínua,
ampliando o surgimento de ilhas de matas isoladas umas das outras por algum outro tipo de
plantio comercial. Além do desaparecimento de espécies provocado pela destruição da mata,
podem ocorrer alterações nos fragmentos com o passar do tempo, em relação à composição de
sua fauna e flora e a diversidade, modificando os processos biológicos e as características do
solo e microclima (LOVEJOY, 1980).
Desta forma, o objetivo do presente trabalho será realizar um inventariamento de
borboletas, utilizando-as como indicador ambiental em três fisionomias vegetais em uma
propriedade rural. A hipótese testada sobre o tema baseia-se em detectar a diferença da
presença das borboletas em cada fisionomia vegetal, devido a presença de perturbações
antrópicas próximas ao local. Além disso, analisar a riqueza e abundância do grupo, a fim de
posteriormente realizar um diagnóstico ambiental sobre a qualidade do habitat.
2. OBJETIVOS
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3. MATERIAIS E MÉTODOS
Figura 1. Divisão política dos municípios do estado do Paraná. Fonte: Secretaria do Desenvolvimento
Urbano do Estado do Paraná, 2019.
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Figura 2. Propriedade rural em Santa Tereza do Oeste, onde os estudos serão conduzidos. (Imagem:
13/12/2019, fonte: Google Earth).
Figura 3 – Reserva legal em propriedade rural em Santa Tereza do Oeste (Imagem: 13/12/2019, fonte:
Google Earth).
Esse fragmento (Fig. 3) sofre interferência antrópica, pois é cercado de área cultivada
por sucessão de culturas entre soja, milho e trigo, sendo que são utilizados agrotóxicos para
controle convencional de plantas daninhas, fungos e insetos que são considerados pragas
agrícolas. Coletas também serão realizadas na área de lavoura e na região da borda da reserva
e da área cultivada.
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3.2. COLETA DE LEPIDÓPTEROS
As coletas serão realizadas semanalmente de março a maio de 2022, sendo que
permanecerão instaladas em campo as armadilhas por 24 h em cada coleta. Serão utilizadas 30
armadilhas em três unidades amostrais, sendo 10 na região de mata, 10 na região de borda e
10 na área de lavoura, com distanciamento entre as armadilhas de 10 metros.
Para a coleta de lepidópteros serão utilizadas armadilhas do tipo Van Someren-
Rydon (VSR) (Fig. 4), que consistem em um cilindro de tela fina com 90 cm de altura, sendo
fechado na extremidade superior e disposto em uma plataforma de madeira com 35 cm de
cada lado, com abertura de 5 cm para a entrada das borboletas (De Vries, 1987). As
borboletas entrarão pela abertura inferior para alimentarem-se da isca (banana amassada com
caldo de cana) colocada em pote plástico sobre a plataforma e, no momento de sair, ficarão
presas no interior do cilindro (Freitas et al. 2003).
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Após a coleta, os espécimes capturados serão colocados em envelopes entomológicos
numerados, que serão levados ao Laboratório de Zoologia, Unioeste - Campus Cascavel, para
posterior identificação e análise quantitativa.
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4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DE VRIES, P.J. 1987. The butterflies of Costa Rica and their natural history. Papilionidae,
Pieridae, Nymphalidae. Princeton University Press, Princeton, 327p.
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FREITAS, A.V.L., FRANCINI, R.B. & BROWN JUNIOR, K.S. 2003. Insetos como
indicadores ambientais. In Métodos de estudos em biologia e manejo da vida silvestre. (L.
Cullen Junior, R. Rudran & C. Valladares- Padua, eds.). Editora da UFPR, Curitiba, p.125-
151.
GOUDIE, A.; CUFF, D. J. (Eds.). Encyclopedia of global change: environmental change and
human society. Oxford: Oxford University Press, 2001. 1440 p.
LOVEJOY, T.E. Discontinuous wilderness: minimum areas for conservation. Parks 5 (2): 13-
5, 1980.
RIBEIRO, D.B., PRADO, P.I., BROWN JUNIOR, K.S. & FREITAS, A.V.L. 2008. Additive
partitioning of butterfly diversity in a fragmented landscape: importance of scale and
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implications for conservation. Diversity Distrib. 14(6):961-968.
<http://dx.doi.org/10.1111/j.1472- 4642.2008.00505.x>
TRIPLEHORN, C.; JOHNSON, N. Borror and Delong’s introduction to the study of insects.
7. ed. Belmont: Thomson Brooks; Cole, 2005. 864 p.
UEHARA-PRADO, M.; FREITAS, A. V. L.; FRANCINI, R. B.; BROWN JR, K. S. Guia das
borboletas frugívoras da Reserva Estadual do Morro Grande e região de Caucaia do Alto,
Cotia (São Paulo). Biota Neotropica, Campinas, v. 4, n. 1, p. 1-25, 2004.
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5. CRONOGRAMA:
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