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PORPOSTA PARA

METODOLOGIA DE
INVENTARIO DE
FAUNA

O presente neste documento foi


elaborado pela bióloga Aline Felicia
Woitowicz, CRBio PR-130.132/07-D
como parte necessária para a execução
dos estudos ambientais em Arapongas
/PR

CURITIBA – PR
FEVEREIRO-2024
PORPOSTA PARA
METODOLOGIA DE
INVENTARIO DE
FAUNA

Sumário

1. INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 3
2. MATERIAL E MÉTODOS ....................................................................................... 4
2.1. LOCALIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO ......................................................................... 4
2.2. ÁREA DE AMOSTRAGEM ................................................................................................. 5
2.3. INVENTÁRIO DE PEQUENOS MAMÍFEROS NÃO-VOADORES ................................. 7
2.4. INVENTÁRIO DE QUIROPTEROFAUNA ........................................................................ 8
2.5. INVENTARIO DE AVIFAUNA............................................................................................ 9
2.6. INVENTARIO DE HERPETOFAUNA .............................................................................. 10
3. REFERÊNCIAS .....................................................................................................11
4. OBJETIVO ............................................................................................................14
4.1. Objetivos específicos ........................................................................................................... 14
5. METODOLOGIA....................................................................................................15
5.1. Área de abrangência ............................................................................................................ 15
6. EQUIPE TÉCNICA E EXECUÇÃO........................................................................15
7. AFUGENTAMENTO OU RESGATE BRANDO DA FAUNA ..................................16
7.1. ESTRATÉGIAS DE AFUGENTAMENTO E RESGATE .................................................. 17
7.2. CAPTURA E RESGATE ..................................................................................................... 17
7.3. PROCEDIMENTO DE MARCAÇÃO DOS ANIMAIS..................................................... 17
7.4. ÁREAS DE AFUGENTAMENTO E SOLTURA ............................................................... 17
7.5. ATIVIDADES PREPARATÓRIAS PARA O RESGATE DA FAUNA .............................. 18

CURITIBA – PR
FEVEREIRO-2024
1. INTRODUÇÃO
Mamíferos desempenham papéis vitais na estrutura e funcionamento dos ecossistemas,

participando em diversos níveis de teias alimentares, contribuindo no controle da herbivoria e

atuando como importantes dispersores de sementes de diversas espécies de plantas (Terborgh,

1988; Cuaron, 2000). São importantes nos sistemas florestais, atuando como presas e

predadores, havendo uma grande variação nas espécies em peso, habitat, hábitos alimentares,

locomoção e comportamento (Uchôa, 2006). No geral, são animais endotérmicos, possuem

glândulas mamárias e são, em maior ou menor grau, cobertos por pêlos (Sabino & Prado, 2003;

Kardong, 2016).

A Classe Mammalia está distribuída em várias partes da Terra, sendo reconhecidas no

mundo, atualmente, cerca de 6.495 espécies (Burgin et al., 2018). Do ponto de vista evolutivo,

constituem o grupo mais derivado de vertebrados (Sabino & Prado, 2003), contendo animais

não voadores de pequeno porte, isto é, que pesam menos de 1 kg, animais terrestres de médio

e grande porte e animais aquáticos (Larsen, 2016). Além disso, a Ordem Chiroptera,

representada pelos morcegos, é considerada como outro grande grupo de mamíferos, sendo a

segunda ordem da Classe Mammalia com maior riqueza de espécies no mundo, ficando atrás

apenas da Ordem Rodentia (Wilson & Reeder, 2005).

O Brasil, apontado como o país com a mais vasta biota continental do planeta (Brandon

et al., 2005), possui registros de 701 espécies de mamíferos, distribuídos em 242 Gêneros, 50

Famílias e 12 Ordens (Paglia et al., 2012). A maior parte dos mamíferos brasileiros está inserida

nas ordens Rodentia e Chiroptera (Paglia et al., 2012), sendo animais de pequeno porte e difíceis

de serem observados, devido aos hábitos que em sua maioria se iniciam ao começo da noite e

se recolhem ao amanhecer (Peracchi et al., 2006).

Dos biomas brasileiros, a Mata Atlântica é o segundo maior em diversidade de

mamíferos (Paglia et al., 2012), com registro de 321 espécies (Graipel et. al, 2017). É

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considerada um Hotspot de biodiversidade pelo fato de ser um dos biomas mais ameaçados do

Brasil e possuir, ao mesmo tempo, alto grau de endemismos e uma vasta biota correlacionada

com sua vegetação heterogênea e complexa (Myers et. al, 2000; Pardini et al. 2006).

Aproximadamente 90% da vegetação original da Mata Atlântica foi perdida, sendo distribuída,

atualmente, em mais de 245 mil fragmentos florestais (Ribeiro et al., 2009). O maior desses

fragmentos está localizado na Serra do Mar, principalmente nas zonas costeiras dos estados de

São Paulo e Paraná (Ribeiro et al., 2009), indicando, assim, a importância de pesquisas de fauna

e flora e programas de conservação nessa localidade.

Estudos sobre mamíferos foram realizados em alguns municípios do estado do Paraná

(e.g. Monteiro-Filho, 1999; Rocha-Mendes et al., 2005; Passos et al., 2006; Miranda et al.,

2008, Brocardo & Candido Junior, 2012). Entretanto, não há publicação de uma lista estadual

abrangendo todas as espécies da Classe Mammalia. Dessa forma, é necessária a realização de

mais pesquisas sobre inventários de mamíferos no Paraná devido ao grau de ameaça e a

importância ecológica do grupo (Pardini et al. 2003), além de que levantamentos de fauna são

fundamentais para o planejamento de conservação de habitats (Fisher, 1999).

Portanto, o objetivo do presente trabalho foi realizar um levantamento simples de

morcegos e mamíferos de pequeno porte na área do futuro empreendimento denominado

loteamento gaivotas.

2. MATERIAL E MÉTODOS
2.1. LOCALIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO
A localização em questão está no município de Arapongas, Paraná, e encontra-se a

aproximadamente 45 minutos de distância do Escritório Regional de Londrina (ERLON), cerca

de 46 minutos ao todo. O trajeto começa na Rua Brasil, prosseguindo diretamente para a

Avenida Juscelino Kubitschek, onde se faz uma rotatória e continua pela Avenida Higienópolis.

Depois, vira-se à esquerda na Rua Guararapes, faz-se outra esquerda na Rua Monte Castelo,

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segue-se à esquerda na Rua Humaitá, continuando até alcançar a Rua Prefeito Faria Lima. Na

rotatória seguinte, toma-se a esquerda para a Avenida Aniceto Espiga, prosseguindo pela

Rodovia Celso Garcia Cid (PR-445) à direita, e após um contorno, segue-se pela esquerda na

PR-369, continuando pela Rodovia Melo Peixoto. Ao alcançar a Rodovia Maracanã (PR-170),

prossegue-se até Arapongas, onde se vira à esquerda na Rua Acantiso, depois à direita na Rua

Quetzal, e finalmente à esquerda na Rua Batuquira.

2.2. ÁREA DE AMOSTRAGEM


A área possui dois pontos de supressão, sendo a área 1 com 0,59 (Figure 1) hectares e a

área 2 com 0,76 hectares (Figure 2), totalizando 1,35 hectares. Foram ainda delimitados os

pontos de amostragem, onde foram instaladas armadilhas fotográficas, armadilhas do tipo pit

fall, armadilhas de redes, pontos de escuta e pontos para busca ativa por vestígios (Figure 3).

Estes pontos foram definidos como sendo os mesmos locais onde haveria o corte da vegetação,

afim de utilizar a estrutura das próprias arvores como apoio para a instalação das armadilhas

Figure 1:Localização da Ponte entre os bairros Jardim Santo Antônio e Jardim Novo Horizonte
(ÁREA 1)

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Figure 2:Localização da Ponte entre os bairros Jardim Santo Antônio e Conj. Habitacional
Ulysses Guimarães (ÁREA 2).

Figure 3: Localização dos pontos de amostragem

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2.3. INVENTÁRIO DE PEQUENOS MAMÍFEROS NÃO-VOADORES
Pequenos mamíferos serão amostrados com a utilização de armadilhas não letais do

tipo folder (Sherman®). Em cada dia de amostragem serão utilizadas 30 armadilhas dispostas

no solo e no sub-bosque em uma transecção acompanhando a borda da floresta, com

espaçamento de cinco metros entre armadilhas.

As armadilhas devem ser revisadas uma vez ao dia, sempre no amanhecer diminuindo

as chances de exposição dos animais capturados ao calor do sol, bem como, permitindo a rápida

manipulação e soltura de espécimes que tenham enfrentado noites frias e chuvosas. Como isca,

será utilizada a mistura de banana, amendoim, sardinha, farinha de milho e óleo de fígado de

bacalhau.

Os espécimes capturados serão manuseados, marcados e soltos de acordo com as

recomendações do Animal Care and Use Commitee of the American Society of

Mammalogists (Sikes et al. 2011).

Cada espécime receberá a seguinte rotina:

Remoção da armadilha e transferência para saco de algodão;

Contenção física manual;

Sexagem;

Aferição da massa corpórea;

Mensuração do comprimento da orelha, pé, cauda e comprimento cabeça – corpo;

Aplicação de brinco metálico numerado;

Soltura no local da captura.

A identificação dos roedores seguiu os critérios apresentados por Bonvicino et al.

(2008).

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2.4. INVENTÁRIO DE QUIROPTEROFAUNA
O inventário de morcegos será realizado a partir de capturas com auxílio de redes de

neblina (mist nets). Irão ser conduzidas duas noites de amostragem com duração de cinco horas

após o pôr do sol. Em cada noite será possível utilizar seis redes de 6 x 2,5m, posicionadas em

trilhas pré-existentes. As redes serão dispostas em diferentes alturas em relação ao solo, de

acordo com as características do local de amostragem. As redes serão revisadas em intervalos

de 30 minutos para remoção dos espécimes capturados.

Os espécimes capturados serão acondicionados, individualmente, em sacos de algodão

e levados ao laboratório de campo para posterior triagem. A triagem dos exemplares se realizara

de acordo com a rotina apresentada por Bernardi & Passos (2012), como segue:

1. Mensuração do comprimento do antebraço direito, com auxílio de paquímetro

com aproximação para 0,5 mm;

2. Aferição da massa corpórea, com auxílio de dinamômetro com precisão de 1 g;

3. Identificação, ao mais baixo nível taxonômico possível, considerando espécie

como táxon terminal;

4. Sexagem, macho ou fêmea, a partir da observação do dimorfismo sexual primário;

5. Determinação etária, adulto ou imaturo, a partir do exame do grau de ossificação

das epífises das falanges do terceiro, quarto e quinto dígitos, coloração e textura da pelagem e

desgaste dentário;

6. Condição reprodutiva, para fêmeas, a partir de apalpação abdominal, verificação

do volume abdominal, mamas intumescidas e desprovidas de pelos no entorno secretando

leite sob leve pressão ou mamas não intumescidas, mas desprovidas de pelos no entorno;

7. Marcação com anilhas numeradas e liberação.

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2.5. INVENTARIO DE AVIFAUNA
Será utilizada a técnica de Transecções Lineares é ideal para estudos a pé ou com

veículos terrestres, onde são anotadas as aves observadas. O método de ponto de escuta também

será utilizado, onde o pesquisador identifica aves através dos seus cantos em uma área

delimitada. A técnica de Play-back será útil também, consistindo em reprodução dos sons

gravados, é será usada para atrair e identificar espécies. Serão instaladas redes de neblina

estrategicamente posicionadas em áreas de baixa visibilidade, como locais sombreados ou

próximos a arbustos, aumentando a probabilidade de captura das aves, e após a captura será

feito a anilhagem, que envolve fixar uma anilha metálica no tarso da ave, utilizando alicates

especiais adaptados ao tamanho da anilha.

Os espécimes capturados serão acondicionados, individualmente, em sacos de algodão

e levados ao laboratório de campo para posterior triagem. A triagem dos exemplares se realizara

de acordo com a rotina apresentada por Bernardi & Passos (2012), como segue:

1. Mensuração do comprimento do antebraço direito, com auxílio de paquímetro com

aproximação para 0,5 mm;

2. Aferição da massa corpórea, com auxílio de dinamômetro com precisão de 1 g;

3. Identificação, ao mais baixo nível taxonômico possível, considerando espécie como

táxon terminal;

4. Sexagem, macho ou fêmea, a partir da observação do dimorfismo sexual primário;

5. Determinação etária, adulto ou imaturo, a partir do exame do grau de ossificação

das epífises das falanges do terceiro, quarto e quinto dígitos, coloração e textura da pelagem e

desgaste dentário;

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2.6. INVENTARIO DE HERPETOFAUNA
A herpetofauna será amostrada de forma sistemática por meio de procura limitada por

tempo durante deslocamentos lentos dentro de cada um dos pontos amostrais, buscando

indivíduos em troncos caídos, touceiras, serapilheira e vegetação. A procura de espécimes por

meio de caminhadas ocorrerá durante períodos de tempo previamente limitados.

O registro dos indivíduos e espécies será feito também a partir de encontros ocasionais

durante deslocamentos entre os pontos de amostragem. A armadilha de interceptação e queda ,

sera utilizadas com a finalidade de aumentar o esforço amostral e a probabilidade de registrar

espécies de difícil detecção. Este método consistiu de baldes plásticos de 20 litros enterrados

com as aberturas superiores interligadas por uma cerca-guia , dispostos em “y”, distanciados

em 5 m um do outro (CECHIN e MARTINS, 2000). Os baldes permanecerão abertos por três

dias, totalizando esforço amostral de 12 recipientes/dia. será utilizado como identificações das

espécies de anfíbios anuros vocalizações por meio de gravações. Estas metodologias foram

aplicadas em inventários da herpetofauna nos mais variados biomas brasileiros (e.g., Amazônia:

MARTINS e OLIVEIRA, 1998; Cerrado: STRÜSSMANN, 2000; Caatinga: JUNCÁ et al.,

2005; Campos sulinos: OUTEIRAL, 2006).

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3. REFERÊNCIAS
Bernardi, I. P., & Passos, F. C. (2012). Estrutura de comunidade de Morcego em
relictos de floresta estacional decidual no Sul do Brasil. Mastozoología neotropical,
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Bonvicino, C. R., Oliveira, J. A., & D’Andrea, P. S. (2008). Guia dos roedores do
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Reserva Natural Salto Morato, Guaraqueçaba, Paraná, Brasil. Cadernos da
Biodiversidade, 4(2), 19-28.

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Secção II- RESGATE E AFUGENTAMENTO DE FAUNA

4. OBJETIVO
O processo de resgate e afugentamento de fauna tem como objetivo, a prevenção e a

mitigação de acidentes envolvendo a fauna silvestre por meio de ações de afugentamento e

salvamento de espécimes em situação de risco durante as atividades de supressão de

vegetação, a fim de minimizar o impacto causado pela perda e fragmentação de habitats,

decorrentes do desmatamento das áreas e promover a conservação das espécies, atendendo as

legislações pertinentes.

4.1. Objetivos específicos


Afugentar a fauna silvestre por meio de métodos passivos não invasivos;

Identificar, durante as atividades de resgate e afugentamento, ninhos e tocas de

mamíferos, aves e, eventualmente, de outros vertebrados terrestres durante o período

reprodutivo;

Resgatar o maior número possível de espécimes afetados pelas atividades das obras;

Translocar os espécimes aptos e sadios, para as áreas do entorno com fisionomias

similares aos habitats afetados;

Capturar animais feridos em decorrência das atividades da supressão da vegetação e

encaminhá-los a uma clínica veterinária do litoral, para fins de tratamento e relocação, quando

possível;

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5. METODOLOGIA
5.1. Área de abrangência

O presente plano de resgate e afugentamento de fauna está voltado à herpetofauna,

avifauna e pequenos mamíferos terrestres, sendo que o plano estabelece um resgate e

afugentamento voltado especialmente para as espécies presentes em Arapongas.

6. EQUIPE TÉCNICA E EXECUÇÃO

O Resgate e Afugentamento da fauna deverá ser realizado por uma equipe técnica

especializada, composta por 1 biólogos e 1 veterinário, e pela equipe de execução, formada

por 1 gerente de operações e 3 auxiliares.

Tabela 1:composição da equipe técnica e auxiliares.

Formação Nome Função Conselho/CPF


Bióloga Amanda Barbosa Auxiliar CRBio PR-
Santos 130.132/07-D
Sem Aline Felicia Responsável técnica CRBio PR-
formação Woitowicz 130.161/07-D
Sem José carlos Silva Auxiliar 034.577.628-30
formação
Sem Paulo Rodrigues Auxiliar 425.688.549-87
formação
Sem Aroldo aparecido Auxiliar 329.460.868-36
formação de moraes

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7. AFUGENTAMENTO OU RESGATE BRANDO DA FAUNA

Esta atividade objetiva afugentar passivamente a fauna com maior capacidade de

deslocamento para as áreas no entorno, antes das atividades de supressão de vegetação, sem a

necessidade de capturas.

O Afugentamento ou Resgate Brando da Fauna Silvestre consistirá na “varredura” de

áreas pré-determinadas onde haverá supressão da vegetação e intervenção direta pela obra,

com o objetivo de localizar e afugentar a fauna existente no local.

A vistoria prévia da área consiste na procura de animais em atividade ou em repouso

(normalmente abrigos como tocas, embaixo de troncos, rochas, ninhos e ninhegos, entre

outros).

Após a vistoria prévia, a equipe segue numa mesma direção, emitindo ruídos

estridentes e verificando a efetividade do afugentamento de aves, mamíferos e demais

vertebrados terrestres.

O maquinário e as motosserras serão ligadas nesse período de tempo com vistas a

melhorar o afugentamento através do ruído alto.

Será seguida a premissa de que a captura e o manuseio de animais apenas serão feitos

em último caso, quando comprovada a impossibilidade destes se deslocarem por seus próprios

meios ou quando as áreas seguras para o deslocamento destes animais estejam a uma grande

distância ou que seja necessário atravessar alguma rua. No caso de visualização de algum

animal, as atividades de supressão deverão ser interrompidas e esforços deverão ser feitos de

modo a possibilitar que ele se desloque para outro local, sendo esta avaliação feita caso a

caso.

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7.1. ESTRATÉGIAS DE AFUGENTAMENTO E RESGATE
Durante o afugentamento os animais serão direcionados para as áreas desejadas,

através do uso de barreiras feitas com sombrite, para evitar que os animais se desloquem para

a rua ou para o mar. Nos locais aonde não há possibilidade de afugentamento para outra área,

o local será cercado com o sombrite e todos os animais, que necessitem de resgate, serão

translocados.

7.2. CAPTURA E RESGATE


Durante o desmatamento é realizado o acompanhamento integral da equipe de resgate,

que deverá orientar sobre as capturas de animais que não conseguirem deslocar-se por conta

própria para áreas seguras ou que estiverem feridos. Caso a equipe visualize pequenos

animais, como lagartos, anfíbios, ou roedores, os mesmos deverão ser capturados e mantidos

em caixas de transporte ventiladas e umidificadas até que possam ser soltos em áreas

próximas não afetadas. A equipe deve estar equipada com um conjunto de instrumentos

específicos à captura e contenção física da fauna.

7.3. PROCEDIMENTO DE MARCAÇÃO DOS ANIMAIS


Será feita a marcação de acordo com a resolução 487, de 15 de maio de

2018.

Tabela 2:marcações que serão usadas em cada grupo de animais.

Grupo Tipo de marcação


Mastofauna Brincos
Avifauna Anilhas
Herpetofauna Corte de escamas ventrais

7.4. ÁREAS DE AFUGENTAMENTO E SOLTURA


Durante os trabalhos de supressão de vegetação a fauna afugentada e/ou resgatada

deverá ser conduzida às áreas vegetadas do entorno do local do empreendimento.

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Essas áreas possuem a vegetação sendo uma continuidade daquelas que serão

suprimidos, proporcionando boas condições para o desenvolvimento da fauna translocada, além

de também fazerem parte do home range de algumas espécies, o que ajuda a diminuir o impacto

do afugentamento.

Os animais que necessitarem de translocamento serão direcionados para áreas pré-

determinadas para cada grupo.

7.5. ATIVIDADES PREPARATÓRIAS PARA O RESGATE DA FAUNA


Será realizada palestra voltada aos trabalhadores da obra sobre a presença da fauna

silvestre e seu adequado manejo;

Será ser realizado treinamento com as equipes que trabalharão na supressão da

vegetação abordando os seguintes tópicos:

-Instruções a respeito das instalações das barreiras;

-Instruções sobre afugentamento dos animais;

-Instruções de como serão realizadas as coletas e o que fazer caso um animal seja

avistado;

-Instrução sobre procedimento para coleta de animais mortos;

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