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Fortunato Instituto de Pesquisa e Estudo - FIPE

Igor Bittencourt Garcia

BIOMAS BRASILEIROS

Salvador - BA
2023
Fortunato Instituto de Pesquisa e Estudo - FIPE

Igor Bittencourt Garcia

BIOMAS BRASILEIROS

Salvador - BA
2023
O trabalho fala sobre todos os 6 biomas
brasileiros, suas características gerais e
específicas, desequilíbrios ambientais
daquele bioma, juntamente com sua
estratégia de mitigação, para que
possamos ter ciência da abrangência e
funcionalidade de nossa fauna e flora
originária, para que assim possamos
preservá-la e defendê-la.

Orientador(a): Prof. Laina Santiagos

Resumo
Todos os biomas brasileiros são de suma importância, para a nossa sobrevivência,
porém devidos a fatores econômicos desregulados ou o simples fato de não ter
recebido a sua devida importância, ela vem sendo devastado, seja por desmatamento,
queimadas, efeito estufa, entre diversos outros tipos de desequilíbrios ambientais.
Diante da atual situação desses biomas foi preciso criar estratégias de mitigação para a
preservação do meio ambiente, para que ele não entre em colapso.
Sumário

1 - Introdução
2 - Biomas
2.1 - Amazônia
2.2 - Mata Atlântica
2.3 - Cerrado
2.4 - Caatinga
2.5 - Pampa
2.6 - Pantanal
3 - Perguntas e respostas
4 -Referências
1 - Introdução

Bioma é um conjunto de vida vegetal e animal, constituído pelo agrupamento


de tipos de vegetação que são próximos e que podem ser identificados em nível
regional, com condições de geologia e clima semelhantes e que, historicamente,
sofreram os mesmos processos de formação da paisagem, resultando em uma
diversidade de flora e fauna própria.

2 - Biomas

● Amazônia;
● Mata Atlântica;
● Cerrado;
● Caatinga;
● Pampa;
● Pantanal.

2.1 - Amazônia

A Amazônia ocupa cerca de 600 milhões de hectares, cobrindo nove países,


sendo mais da metade no território brasileiro. Em território nacional constitui a
Amazônia Legal, que inclui os estados do Pará, Amazonas, Roraima, Amapá,
Rondônia, Acre e parte dos estados do Maranhão, Mato Grosso e Tocantins.

Ela corresponde a 53% das florestas tropicais ainda existentes. Por isso, a sua
conservação é debatida em âmbito internacional, em virtude de sua dimensão e
importância ecológica.

É na região amazônica que se encontra a maior bacia hidrográfica do mundo,


tendo como principal rio o Amazonas, o maior rio do mundo em extensão e volume de
água.
Outros rios grandes, médios e pequenos atravessam essa região. Estima-se que
cerca de 20% das águas doces do planeta circulam na bacia Amazônica.

Os 5.015.067,749 quilômetros quadrados da Amazônia brasileira abriga uma


enorme biodiversidade. Cientistas já classificaram cerca de 40.000 espécies vegetais,
3.000 peixes, 1.000 aves, 450 mamíferos, 400 anfíbios, 400 répteis e quase 130.000
invertebrados, e estima-se que ainda há várias espécies desconhecidas.

A Amazônia não está presente na lista dos hotspots, pois, apesar de ser
extraordinariamente rica em biodiversidade, ela não se enquadra no segundo requisito,
ou seja, não apresenta (ainda) alto grau de ameaça. A Mata Atlântica, por exemplo, é
um bioma brasileiro profundamente afetado pela ocupação humana.

A diversidade de espécies endêmicas da Amazônia é tão grande que muitas ainda


sequer foram descobertas, principalmente no que diz respeito às plantas e insetos. Veja
abaixo uma lista das principais espécies endêmicas da região:

● Anta (Uma anta terrestre);


● Arara Vermelha (Ara chloropterus);
● Ariranha (Pteronura brasiliensis);
● Bota cor-de-rosa (Inia geoffrensis);
● coró-coró (Mesembrinis cayennensis);
● Garça-real (Pilherodius pileatus);
● Gavião-real (Harpia harpyja);
● Jacaré-açu (Melanosuchus niger);
● Jacaretinga (jacaré crocodilo);
● Jararaca-Cinza (Bothrops taeniata);
● Macaco-aranha-de-cara-branca (Ateles marginatus);
● borboleta-atlas (Attacus atlas);
● Onça-pintada (panthera onca);
● Pavãozinho do Pará (Eurypyga Helias);
● Peixe-boi-da-amazônia (Trichechus inunguis);
● sucos verdes (eunectos do rato);
● suçuarana (Puma é a mesma cor);
● Motorista (Lachesis Tempo).

Desmatamento e queimadas são uma tríade fatalmente conectada. A floresta


Amazônica está sendo desmatada com uma intensidade superior a das taxas
observadas nos últimos anos, além de ter sido atingida por diversas queimadas
provocadas pela ação humana, criando um círculo de destruição florestal.

A fragmentação de habitats pelo desmatamento é um dos principais agentes da


degradação antrópica na Amazônia Legal. Por isso, diagnósticos que busquem
identificar áreas prioritárias e propor estratégias de mitigação são essenciais para
garantir a preservação da maior floresta tropical do mundo. Nesse cenário, destacam-
se os programas baseados no Pagamento por Serviços Ambientais (PSA). O objetivo
deste trabalho é compreender a dinâmica do desmatamento na Amazônia Legal para
propor estratégias de valoração ambiental que compatibilize atividades econômicas
com variáveis ambientais. Para tanto, inicialmente foi realizada uma análise histórica
do comportamento dos focos de calor na Amazônia brasileira no período de 2000 a
2020, que resultou no fato de que 76% dos registros afetam os estados do Pará, Mato
Grosso e Rondônia, ocorridos principalmente entre 2000 e 2010. Além disso, os dados
refletem a sazonalidade, em que os focos se concentram no período seco, ou seja, entre
agosto e novembro. Com isso, é possível verificar que a região com maior incidência
de queimadas corresponde ao arco do desmatamento, ambiente no qual políticas
públicas e estratégias de monitoramento devem ser mais efetivas, a fim de controlar o
processo antrópico de expansão da agropecuária. Fronteira, já que a maioria dos
incêndios registrados é de origem antrópica. Diante de tais constatações, foi realizada
uma análise comparativa entre a área queimada da Amazônia Legal e a Província de
Alberta no Canadá, ambas as regiões que registram os maiores números de incêndios
no mundo. Para tanto, foi utilizado um modelo estatístico de regressão polinomial
linear combinado com um modelo estocástico de volatilidade baseado em dados de
área queimada, ambos fornecidos pelos órgãos ambientais competentes. Os resultados
demonstraram a influência das variáveis meteorológicas no tamanho das áreas
queimadas, uma vez que os maiores registros correspondem aos períodos de estiagem
em ambas as regiões. Também, que políticas públicas de monitoramento e
regulamentação das atividades são fundamentais, pois condicionam uma resposta
rápida a partir do cadastramento dos focos de calor, o que favorece um controle efetivo
aliado a impactos ambientais menos severos. A partir do entendimento da influência
de variáveis naturais e antrópicas, foi feita uma comparação entre dois métodos
multicritério OWA e WLC em cinco cenários diferentes para a identificação de áreas
prioritárias da Amazônia legal, verificando que o estado de Mato Grosso é o que
abrange a maior extensão territorial das áreas prioritárias. Além disso, concluiu-se que
ambas são ferramentas acessíveis para o planejamento ambiental, e a escolha entre elas
dependerá da experiência do planejador e do objetivo do trabalho. Com base nessa
identificação, foi proposto um modelo de valoração ambiental para a Bacia Nascentes
do Rio Xingu com base nos cálculos do custo de oportunidade do Valor Presente
Líquido (VPL). Como resultado, constatou-se que para preservar e recuperar áreas
classificadas como prioritárias pelo método proposto, são necessários R $12,495
bilhões, dos quais R $4,67 bilhões são destinados à aplicação de PSA em áreas de alta
prioridade e muito alto. Dessa forma, os dados demonstram que a identificação de
áreas prioritárias favorece o processo de planejamento, fornecendo dados valiosos para
a destinação de recursos e preservação ambiental.

2.2 - Mata Atlântica

A Mata Atlântica se estende ao longo de 17 estados brasileiros: Rio Grande do


Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro,
Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia, Alagoas, Sergipe, Paraíba, Pernambuco, Rio
Grande do Norte, Ceará e Piauí.
A Mata Atlântica abriga milhares de animais e plantas: são mais de 15 mil
espécies de plantas e mais de 2 mil espécies de animais vertebrados, sem contar os
insetos e outros animais invertebrados.

Mais de 60% dos animais ameaçados de extinção no Brasil ocorrem na área da


Mata Atlântica, considerada um Hotspot mundial: uma das áreas mais ricas em
biodiversidade e mais ameaçadas do planeta.

Por sua importância, essa floresta foi decretada Reserva da Biosfera pela Unesco
e Patrimônio Nacional, na Constituição Federal de 1988.

Na Mata Atlântica, que representa 0,8% da superfície terrestre do planeta, estão


mais de 5% das espécies de vertebrados do mundo. São mais de 2 mil espécies de
animais vertebrados (sem contar insetos e outros animais invertebrados).

Sua flora também é exuberante: são estimadas mais de 15.700 espécies vegetais no
bioma, cerca de 5% da flora mundial.

Só pra termos uma ideia, a biodiversidade da Mata Atlântica é maior do que a da


Europa, o que explica por que a região é uma das mais importantes do planeta.

A Mata Atlântica abriga:

● Mais de 15.700 espécies de plantas, sendo 8 mil endêmicas;


● 2.208 espécies de vertebrados registrados pela ciência;
● 298 espécies de mamíferos;
● 992 espécies de aves;
● 200 de répteis;
● 370 de anfíbios;
● 350 espécies de peixes
Das 633 espécies de animais ameaçadas de extinção no Brasil, mais de 60%
ocorrem na Mata Atlântica.

Segundo o Instituto Brasileiro de Florestas, das espécies de vertebrados que vivem


na Mata Atlântica, pelo menos 700 são endêmicas, ou seja, só ocorrem nesta floresta.

É o caso, por exemplo, do mico-leão-da-cara-preta, primata encontrado somente na


ilha de Superagui (PR) e nas matas do Vale do Ribeira (SP).

Grande parte da vegetação da Mata Atlântica foi destruída devido à exploração


intensiva e desordenada da floresta. O pau-brasil foi o principal alvo de extração e
exportação dos exploradores que colonizaram a região e hoje está quase extinta.

O Brasil assumiu o compromisso internacional de restaurar 12 milhões de hectares


até 2030. Deste total, 5,17 milhões devem ser na Mata Atlântica, o que representa uma
área de cerca de 5% desse bioma. De acordo com a Lei de Proteção da Vegetação
Nativa (LPVN) Brasileira, de 2012, os proprietários de terras localizadas nesse bioma
devem manter uma área equivalente a 20% do tamanho da sua propriedade com
vegetação nativa. Esta reserva pode ser dentro da propriedade ou por meio de
compensação em propriedades de terceiros localizadas no mesmo estado ou bioma.

A abordagem inovadora – desenvolvida pelo Instituto Internacional para


Sustentabilidade (IIS) – identifica as áreas prioritárias para recuperação na Mata
Atlântica, considerando o melhor custo-benefício envolvendo esses fatores. Baseada
em Programação Linear (PL), a ferramenta desenvolveu um conjunto de cenários
possíveis de recuperação florestal em escala nacional na Mata Atlântica brasileira,
com pelo menos 30% melhor desempenho do que o software convencionalmente
usado. O PL também pode ser mais personalizado, permitindo a incorporação de
outros aspectos de restauração relevantes para contextos socioecológicos específicos.
2.3 - Cerrado

O bioma Cerrado é encontrado na parte mais central do País, incluindo os estados


de Goiás, Tocantins, Maranhão, Piauí, Bahia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul,
Minas Gerais, São Paulo e Distrito Federal. Mas com esse tamanho todo (mais de 200
milhões de campos de futebol!), ele está presente também em pequenas porções dos
estados do Paraná, no sul do Brasil, e de Rondônia, na região Norte.

Lá, onde o bioma Amazônia é predominante, a gente ainda encontra áreas enormes
de vegetação típica de Cerrado, nos estados do Amapá, Roraima, Amazonas e Pará. O
Cerrado é a savana tropical mais rica do mundo, pois nele há cerca de 5% de toda a
diversidade do planeta. O Cerrado abriga 30% dos diversos seres vivos identificados
no nosso país.

O Cerrado é a savana tropical mais rica do mundo, pois nele há cerca de 5% de


toda a diversidade do planeta. O Cerrado abriga 30% dos diversos seres vivos
identificados no nosso país.

Em cada bioma, a gente encontra uma flora e uma fauna típicas, que, juntas,
compõem a diversidade de plantas e a diversidade de animais nativos da região coberta
por aquele bioma.

Agora vamos ver alguns números de espécies de cada grupo que os estudiosos já
registraram, até o momento, para o bioma Cerrado.

São conhecidas aproximadamente 14.777 espécies:

● 158 espécies de serpentes;


● 74 de lagartos;
● 30 de cobras-cegas;
● 209 de anfíbios (como sapos, pererecas, rãs, etc);
● 800 de peixes;
● 856 de aves;
● 251 de mamíferos;
● mais de 1.000 espécies de borboletas;
● cerca de 10 mil de mariposas;
● 300 de formigas;
● 139 de vespas;
● 820 de abelhas;
● 140 gêneros de cupins.

Sobre a diversidade vegetal do bioma Cerrado, os cientistas sabem que sua flora é
composta por 12.385 espécies de plantas. E 4.400 delas são endêmicas. Essa palavra é
um pouco diferente, mas o significado é simples: endêmicas são as plantas que
nasceram numa região e que são restritas a essa região. Como exemplo, o pequi, pau-
terra, barbatimão, ipê, capim-dourado, arnica-do-cerrado, canela-de-ema.

Nós podemos encontrar três formações vegetacionais no Cerrado: a primeira é a


Florestal, que se subdivide em Mata Ciliar, Mata de Galeria, Mata Seca e Cerradão. A
segunda é a Savânica, e suas subdivisões são Cerrado Sentido Restrito, Parque de
Cerrado, Palmeiral e Vereda. E a terceira formação vegetacional que existe nesse
bioma é a Campestre, na qual a gente tem o Campo Limpo, o Campo Sujo e o Campo
Rupestre.

O Cerrado é uma das regiões de maior biodiversidade do mundo, e estima-se que


possua mais de 6 mil espécies de árvores e 800 espécies de aves (MMA, 2002).
Acredita-se que mais de 40% das espécies de plantas lenhosas e 50% das abelhas
sejam endêmicas. Ao lado da Mata Atlântica, é considerado um dos hotspots mundiais,
ou seja, um dos biomas mais ricos e ameaçados do mundo (MMA, 2002).

De acordo com a Rede Cerrado, organização especializada na região, o número


de animais endêmicos no bioma é grande, totalizando 3,4% das aves, 11% dos
mamíferos, 20% dos répteis e 30% dos anfíbios.

Entre os animais, estão o Beija-Flor-de-Gravata-Verde (Augastes scutatus), a


Gralha do Cerrado (Cyanocorax cristatellus), Rato-de-Espinho (Carterodon sulcidens),
Rolinha-do-Planalto (Columbina Cyanopis) e Morceguinho-Do-Cerrado
(Lonchophylla Dekeyseri).

As principais adaptações das plantas nativas às condições físicas do cerrado


são: o sistema subterrâneo desenvolvido desde o estádio de plântula, com raízes que
atingem grandes profundidades no solo em busca de água; caules subterrâneos com
função de reserva (xilopódio) e com gemas que permitem a rebrota das plantas após a
estiagem e as queimadas; translocação de fotoassimilados para o sistema subterrâneo
nos períodos de seca; caules aéreos muito espessos e com acúmulo de cortiça para
proteção contra o fogo; folhas com estômatos abaxiais, cutícula espessa e com
pilosidades, minimizando perdas de água para a atmosfera; resposta de crescimento
sob baixas concentrações de nutrientes e pH ácido; acúmulo foliar de alumínio; e
ajustamento osmótico das raízes, possibilitando a entrada de água nos meses secos e a
continuidade da transpiração e da fotossíntese (Scariot et al., 2005).

As duas principais ameaças à biodiversidade do Cerrado estão relacionadas a


duas atividades econômicas: a monocultura intensiva de grãos e a pecuária extensiva
de baixa tecnologia. O uso de técnicas de aproveitamento intensivo dos solos tem
provocado, há anos, o esgotamento dos recursos locais.

Com uma das mais ricas flora e fauna entre as savanas mundiais, e alto grau de
endemismo, o Cerrado não possui uma legislação específica para orientar a utilização
e a proteção de sua vegetação nativa. Tampouco possui status constitucional de
patrimônio nacional, a exemplo de outros biomas, cuja utilização deve, então, ser
realizada dentro de condições que assegurem a preservação do meio ambiente,
inclusive, quanto ao uso dos recursos naturais. O Cerrado tem um papel essencial para
a conservação da biodiversidade e regulação do clima mundial. No entanto, até 2011,
sua cobertura de vegetação original havia sido desmatada em 45,4%, segundo dados
do Ministério do Meio Ambiente. A expansão de áreas de pastagem para pecuária, o
cultivo de soja e outras commodities agrícolas, os desmatamentos para produção de
carvão vegetal nativo e os incêndios e queimadas irregulares de causa antrópica são os
principais vetores da degradação do Cerrado. Para diminuir a perda de biodiversidade,
protegendo ecossistemas, espécies e a diversidade genética, e contribuir para a
mitigação das mudanças climáticas, o Plano Estratégico de Biodiversidade para o
período de 2011 a 2020, estabelecido durante a 10ª Conferência das Partes da
Convenção sobre Diversidade Biológica (COP-10), realizada na cidade de Nagoya,
Província de Aichi, no Japão, dentre outras metas, previu que pelo menos 17% de
áreas terrestres e de águas continentais de especial importância para a biodiversidade e
serviços ecossistêmicos devem estar protegidas até 2020. Essas áreas, ecologicamente
representativas, devem ser geridas de maneira efetiva e equitativa, sendo
satisfatoriamente interligadas e integradas em escala de paisagens mais amplas por
outras medidas espaciais de conservação. No caso do Cerrado, contudo, estes esforços
para sua conservação ainda estão abaixo dos objetivos definidos pelas Metas de Aichi
da Biodiversidade. Atualmente, apenas 3,2% do Cerrado se encontra em unidades de
conservação de proteção integral, e outros 5,5% estão em áreas de uso sustentável. Os
maiores remanescentes de vegetação nativa não convertida em agricultura mecanizada
de larga escala do Cerrado (67%, de acordo com o Mapbiomas) estão na região
conhecida como Matopiba, que compreende as áreas do bioma dos estados do
Maranhão, Tocantins, Piauí e da Bahia. A maior parte desses remanescentes encontra-
se em territórios tradicionais, propriedades particulares ou em terras devolutas, áreas,
muitas vezes, sem qualquer tipo de proteção ambiental legal.

2.4 - Caatinga

Caatinga é a vegetação que predomina no Nordeste do Brasil e está inserida no


contexto do clima semiárido. Os índios, primeiros habitantes da região, a chamavam
assim porque na estação seca, a maioria das plantas perde as folhas, prevalecendo na
paisagem a aparência clara e esbranquiçada dos troncos das árvores. Daí o nome
Caatinga (caa: mata e tinga: branca) que significa “mata ou floresta branca” no tupi.
Porém, no período chuvoso a paisagem muda de esbranquiçada para variados tons de
verde.
A área da Caatinga é de 844.453 Km² (IBGE, 2004) e a totalidade de seus limites
encontra-se dentro do território brasileiro, ou seja, seu patrimônio biológico não é
encontrado em nenhuma outra região do mundo. Abrange os estados do Piauí, Ceará,
Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia, Maranhão e
também a faixa norte de Minas Gerais. Faz limite com outros três biomas do país, a
Amazônia, a Mata Atlântica e o Cerrado. De todos os estados em que ocorre a
Caatinga, o Ceará é o que possui maior parte do seu território formado por esse bioma.

Rico em biodiversidade, de acordo Flora do Brasil (2021), o bioma abriga 4.963


espécies de plantas, sendo que deste total 827 espécies (17% do total de espécies que
se encontram no bioma) são conhecidos o estado de conservação e 30,1% destas
encontram-se sob alguma categoria de ameaça de extinção.

Sua fauna é surpreendente, diversa e singular, composta por aproximadamente


1.307 espécies animais, dentre as quais 327 são endêmicas.

Há cerca de 1.000 espécies vegetais no bioma, dentre as quais 318 são endêmicas,
e onde se destacam plantas como cactos (mandacaru, xique-xique e facheiro),
bromélias e leguminosas (catingueiras, juremas e angicos). Árvores que armazenam
água, como a barriguda e o umbuzeiro, também fazem parte dessa rica flora.

Os animais da Caatinga possuem uma grande capacidade de adaptação, visto que


a dificuldade de encontrar comida e água nesse bioma é notória. Além disso, a
presença de elevadas temperaturas levaram as espécies de animais a criarem
mecanismos e estratégias de sobrevivência. Um exemplo é o movimento migratório
das aves da região, que voam para regiões mais úmidas no período de estiagem.

A fauna da Caatinga possui grande diversidade, com espécies encontradas apenas


neste bioma. Muitos animais desenvolveram habilidades para sobreviver a grandes
estiagens, como mudança para hábitos noturnos, aceleração da reprodução durante o
período chuvoso, migrações sazonais e capacidade de dormência durante a seca.
A Caatinga é um ambiente altamente susceptível à desertificação, processo
caracterizado pela perda progressiva da cobertura vegetal, causada por ações
antrópicas, como desmatamento e desflorestamento, associadas a intervenções
naturais. Segundo dados do MMA, já foi desmatada cerca de 46% da sua área total.

Medidas de mitigação como o manejo correto do solo, a redução de emissão de


metano em ruminantes, o manejo florestal da Caatinga, a integração lavoura-pecuária-
floresta e a produção e uso de biocombustíveis podem reduzir a emissão dos gases do
efeito estufa. Medidas de adaptação como uso do melhoramento genético, a captação
da água de chuva, adoção de novos sistemas produtivos, aproveitamento do potencial
produtivo das plantas da Caatinga poderão contribuir para minimizar os efeitos das
mudanças climáticas.

2.5 - Pampa

O Pampa está restrito ao estado do Rio Grande do Sul, onde ocupa uma área de
176.496 km² (IBGE, 2004). Isto corresponde a 63% do território estadual e a 2,07% do
território brasileiro. As paisagens naturais do Pampa são variadas, de serras a
planícies, de morros rupestres a coxilhas.

Por ser um conjunto de ecossistemas muito antigos, o Pampa apresenta flora e

fauna próprias e grande biodiversidade, ainda não completamente descrita pela

ciência. Estimativas indicam valores em torno de 3000 espécies de plantas, com

notável diversidade de gramíneas, são mais de 450 espécies (capim-forquilha, grama-

tapete, flechilhas, barbas-de-bode, cabelos de-porco, dentre outras). Nas áreas de

campo natural, também se destacam as espécies de compostas e de leguminosas (150

espécies) como a babosa-do-campo, o amendoim-nativo e o trevo-nativo. Nas áreas de

afloramentos rochosos podem ser encontradas muitas espécies de cactáceas. Entre as

várias espécies vegetais típicas do Pampa vale destacar o Algarrobo (Prosopis


algarobilla) e o Inhanduvá (Acacia farnesiana) arbusto cujos remanescentes podem ser

encontrados apenas no Parque Estadual do Espinilho, no município de Barra do

Quaraí.

A fauna é expressiva, com quase 500 espécies de aves, dentre elas a ema (Rhea

americana), o perdigão (Rynchotus rufescens), a perdiz (Nothura maculosa), o quer-

quero (Vanellus chilensis), o caminheiro-de-espora (Anthus correndera), o joão-de-

barro (Furnarius rufus), o sabiá-do-campo (Mimus saturninus) e o pica-pau do campo

(Colaptes campestris). Também ocorrem mais de 100 espécies de mamíferos

terrestres, incluindo o veado-campeiro (Ozotoceros bezoarticus), o graxaim

(Pseudalopex gymnocercus), o zorrilho (Conepatus chinga), o furão (Galictis cuja), o

tatu-mulita (Dasypus hybridus), o preá (Cavia aperea) e várias espécies de tuco-tucos

(Ctenomys sp). O Pampa abriga um ecossistema muito rico, com muitas espécies

endêmicas tais como: Tuco-tuco (Ctenomys flamarioni), o beija-flor-de-barba-azul

(Heliomaster furcifer); o sapinho-de-barriga-vermelha (Melanophryniscus atroluteus)

e algumas ameaçadas de extinção tais como: o veado campeiro (Ozotoceros

bezoarticus), o cervo-do-pantanal (Blastocerus dichotomus), o caboclinho-de-barriga-

verde (Sporophila hypoxantha) e o picapauzinho-chorão (Picoides mixtus) (Brasil,

2003).

A característica fisionômica das áreas abertas é determinada pela grande cobertura

das espécies de Gramíneas. Elas apresentam uma série de estratégias associadas, que

as colocam em vantagem sobre as demais espécies vegetais, bem como a sua

adaptação a distúrbios como o pastejo e o fogo.

Entre as Asteráceas, apesar de mais numerosas do que as Gramíneas, a grande

maioria de suas espécies ocorrem isoladamente. Elas apresentam frutos envoltos por

estruturas adaptadas à dispersão pelo vento, facilitando o transporte de suas sementes a

longas distâncias.
Muitas espécies de outras famílias se desenvolvem nos campos, como as

leguminosas, predominantes em ambientes secos, pois muitas delas apresentam

estruturas subterrâneas desenvolvidas, os xilopódios, os quais garantem a sua

sobrevivência quando em ambiente e/ou períodos de stress hídrico.

A ameaça do bioma pampa vem da monocultura da pecuária, da monocultura de

árvores exóticas (eucaliptos, pinus e acácias) e também da expansão da fronteira

agrícola, monocultura de frutíferas, lavouras de batatas, cenouras e cebolas,

características do uso intensivo de agrotóxicos, comprometendo a paisagem, a cultura,

os mananciais hídricos e a biodiversidade do pampa gaúcho.

O responsável pelo projeto e professor da Universidade Federal do Rio Grande do

Sul (UFRGS), Gerhard Overbeck, aponta que o Pampa pode conviver com a atividade

agrícola, desde que, de forma adequada. Uma das formas de se conservar o Pampa é o

investimento em pecuária extensiva e de intensidade intermediária. Diferente das

florestas, os ecossistemas campestres do Pampa precisam de manejo para que se

mantenham resguardados.

2.6 - Pantanal

O Pantanal é uma das maiores extensões úmidas contínuas do planeta e está

localizado no centro da América do Sul, na bacia hidrográfica do Alto Paraguai. Sua

área é de 138.183 km², com 65% de seu território no estado de Mato Grosso do Sul e

35% no Mato Grosso.

Conhecido mundialmente por suas belezas naturais, o Pantanal desempenha


um papel de destaque na conservação da biodiversidade da América do Sul. O bioma
é a maior planície alagável do planeta e mais de 3.500 espécies de plantas e animais já
foram identificadas no território, segundo o Ministério do Meio Ambiente (MMA).
O bioma é tão importante que foi tombado como Patrimônio Natural da
Humanidade, pela Constituição de 1988 e, nos anos 2000, ganhou o título de
"Reserva da Biosfera", da Unesco. Além disso, com o objetivo de impulsionar a
preservação da fauna e flora do ecossistema, o dia 12 de novembro foi instituído pelo
Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), em 2008, como o Dia do Pantanal.
A data também homenageia o professor e ambientalista Francisco Anselmo de
Barros, que dedicou-se durante 30 anos à luta pela preservação do bioma.

Exemplos de espécies endêmicas:

● Onça-pintada (Panthera onca) ...


● Tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla) ...
● Cervo-do-pantanal (Blastocerus dichotomus) ...
● Anta (Tapirus terrestris) ...
● Capivara (Hydrochoerus hydrochaeris) ...
● Ema (Rhea americana) ...
● Ariranha (Pteronura brasiliensis) ...
● Sucuri-amarela (Eunectes notaeus)

A planície inundável do Pantanal faz parte de um sistema complexo que,


periodicamente, se conecta por meio de drenagem com rios e outros corpos d 'água,
induzindo a vegetação a transição frequente entre as fases aquática e terrestre. Essa
alternância sazonal promove alterações estruturais e funcionais no ecossistema do
Pantanal, definindo a distribuição espacial e temporal da flora local cujas adaptações
morfológicas, anatômicas e fisiológicas são peculiares.

Durante o período de águas baixas há acúmulo de biomassa seca em


quantidade, que pode tornar algumas áreas altamente inflamáveis.

Nas últimas três décadas, o Pantanal vem sofrendo agressões pelo homem,
praticadas não somente na planície, mas principalmente nos planaltos adjacentes.
Atualmente, os impactos ambientais e socioeconômicos no Pantanal são muito
evidentes, decorrentes da inexistência de um planejamento ambiental que garanta a
sustentabilidade dos recursos naturais desse importante bioma.

A expansão desordenada e rápida da agropecuária, com a utilização de pesadas


cargas de agroquímicos, a exploração de diamantes e de ouro nos planaltos, com
utilização intensiva de mercúrio, são responsáveis por profundas transformações
regionais. Algumas delas vêm sendo avaliadas pela Embrapa Pantanal, como a
contaminação de peixes e jacarés por mercúrio e diagnóstico dos principais pesticidas.

A remoção da vegetação nativa nos planaltos para implementação de lavouras e


de pastagens, sem considerar a aptidão das terras, e a adoção de práticas de manejo e
conservação de solo, além da destruição de habitats, são fatores que aceleraram os
processos erosivos nas bordas do Pantanal. A consequência imediata tem sido o
assoreamento dos rios na planície, o que tem intensificado as inundações - com sérios
prejuízos à fauna, flora e economia do Pantanal.

O assoreamento do rio Taquari constitui, hoje, o principal problema do


Pantanal e de Mato Grosso do Sul, com inundações quase permanentes de uma área
aproximada de 11.000 km² nas sub-regiões da Nhecolândia e Paiaguás. A pecuária,
principal atividade econômica da região, tem sido drasticamente afetada.

A Embrapa Pantanal, preocupada com esse quadro de degradação ambiental da


bacia do rio Taquari, vem desenvolvendo desde 1994 vários estudos que buscam
entender e quantificar as relações de causa e efeito que ocorrem nos planaltos e que se
refletem no Pantanal. Podemos destacar nesses estudos para a bacia do alto Taquari
(BAT) o uso do solo, a avaliação e o mapeamento do potencial das perdas de solo, a
evolução da erosividade das chuvas e a utilização de pesticidas na BAT.

A estratégia de mitigação consiste em realizar ações de apoio aos


empreendimentos da região com a difusão de boas práticas de produção na economia
criativa, na economia da biodiversidade e educação ambiental. Dentre as atividades
previstas estão a capacitação de produtores rurais da região, com foco na gestão e
produção sustentável, e a qualificação de empreendimentos das principais cadeias
produtivas, aprimorando suas técnicas e ações de mercado.

3 - Perguntas e respostas

● Qual bioma mais degradado? Porquê?

Mata Atlântica, pois a sua degradação começa no período da “descoberta do


Brasil”, até os dias atuais.

● Qual a relação da Floresta Amazônica com a regulação do clima no Brasil?

A floresta amazônica é fundamental para impedir o avanço das mudanças


climáticas. Seus rios respondem por quase um quinto da água doce que deságua nos
oceanos, e a umidade de parte da Bacia Amazônica atinge e regula o clima de países
como a Argentina e Uruguai
4 -Referências

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