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Em 1985 as áreas de vegetação nativa ocupavam 61,3%

do Pampa em 2021 essa participação foi de 43,2%, quase


o mesmo das áreas de agricultura, que já ocupam 41,6%
do bioma.

Houve uma perda de 29% de vegetação nativa apenas


entre 1985 e 2021, sendo acentuada nas últimas duas
décadas.

E a perda de vegetação do Pampa, em associação com a


pecuária excessiva contribui para liberação de CO2 e
metano na atmosfera promovendo mudanças climáticas,
outro fator fortemente associado ao risco aumentado de
emergência e á disseminação de doenças infecciosas.
As atividades econômicas desenvolvidas na região do
Pampa, ou seja, a agricultura e pecuária, marcadas pela
expansão das pastagens e dos campos de cultivo.

Nos últimos 36 anos, o Pampa perdeu 2,5 milhões de


hectares de vegetação nativa, que responde por menos da
metade (46,1%) do território.
Formações campestres ocupavam 46,2% do território em
1985. Em 2020, eram apenas 32,6%. Nesse período, a
agricultura ganhou mais de 1,9 milhões de hectares de
área do Pampa
Mais degradado que Cerrado e Amazônia, Pampa é o
bioma menos protegido do país

Apesar de negligenciados, os pampas apresentam a maior


biodiversidade de plantas por metro quadrado entre os
ecossistemas brasileiros. Menos da metade da vegetação
nativa está preservada.

A biodiversidade brasileira manifesta-se de diversas


formas. A mais conhecida é a das amplas florestas
tropicais, com altas árvores e rios de quilômetros de
largura.

Já outras formas de biodiversidade são mais sutis, suaves,


às vezes até difíceis de serem percebidas, apesar de ricas
em espécies. É o caso dos campos sulinos, no Pampa, o
segundo menor bioma do Brasil. Localizado no estado
do Rio Grande do Sul, ele ocupa apenas 2% do território
nacional. Os pampas, como também são chamados,
estendem-se ainda por outros países da América do Sul,
sobretudo Uruguai e Argentina.

Caso se contabilize a biodiversidade total do bioma, o


Pampa está atrás dos maiores ecossistemas brasileiros –
Mata Atlântica, Amazônia, Cerrado e Caatinga. Porém,
levando-se em conta o número de plantas encontradas
por metro quadrado, o Pampa é o bioma que apresenta a
maior diversidade. Foi o que pesquisadores da
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
concluíram ao encontrar 57 espécies diferentes de
plantas em 1 m² de campo nativo. Em segundo lugar, vem
o Cerrado, com 35 espécies vegetais por metro quadrado.

“Embora a gente possa pensar no campo como algo que


talvez não tenha tanta riqueza, até por já conviver com a
atividade pastoril há 300 anos, os pesquisadores são
uníssonos em destacar que, apesar da atividade antrópica,
é uma área que mantém alto nível de biodiversidade
quando bem manejada”, analisa Annelise Monteiro
Steigleder, Promotora de Justiça de Defesa do Meio
Ambiente de Porto Alegre.

Apesar disso, a conservação do bioma não tem sido


prioridade para as autoridades. Monitoramento do
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostra
que somente 47,3% da vegetação nativa está preservada.
Dados do Inpe apontam também para aumento no
número de queimadas nos oito primeiros meses deste ano
em comparação com o mesmo período de 2018, saltando
de 593 para 981 focos de incêndio, um crescimento de
65%. É o maior índice desde 2009.

Ademais, recentemente, o ministro do meio ambiente,


Ricardo Salles, indicou a produtora rural Maira Santos de
Souza como chefe do Parque Lagoa do Peixe, maior
reserva federal do bioma. A atitude do ministério foi
contestada pela Associação Nacional dos Servidores
Ambientais, que se preocupa com a fragilização da
política ambiental. Souza foi indicada pelo deputado
Alceu Moreira, membro da Frente Parlamentar da
Agropecuária, conhecida como ‘bancada ruralista’.

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