Você está na página 1de 5

Características

Mata Atlântica é um bioma de floresta tropical rico em biodiversidade e também ameaçado pelo ser huma-
no. Apresenta grande variedade de espécies animais e vegetais, sendo algumas dessas endêmicas. As árvores
de grande porte formam um microclima na mata, produzindo sombra e umidade. Presença de árvores de mé-
dio e grande porte que formam uma floresta densa e fechada. É a segunda maior floresta em extensão do Bra-
sil, constituída de planaltos e serras. Sua área abrange a costa leste, sudeste e sul do Brasil e, além disso, uma
parte do Paraguai e da Argentina.

As florestas que compõem a Mata Atlântica são:


• Floresta Ombrófila Densa
• Floresta Ombrófila Aberta
• Floresta Ombrófila Mista
• Floresta Estacional Decidual
• Floresta Estacional Semidecidual
Também agrega os seguintes ecossistemas:
• Mangues
• Restingas
• Campos de Altitude

Localização:

A Mata Atlântica abrange a costa leste, nordeste, sudeste e sul do Brasil, leste do Paraguai e a província de
Misiones, na Argentina. Seus processos ecológicos evoluíram a partir do Eoceno, quando os continentes já es-
tavam relativamente dispostos como estão hoje. A região é ocupada por seres humanos há mais de 10 000
anos. A partir da colonização europeia, e principalmente, no século XX, a Mata Atlântica passou por intenso
desmatamento, restando menos de 20% da cobertura vegetal original.

Mapa da ecorregião da Mata Atlântica definida pelo WWF. A linha mais escura representa os limites dessa
ecorregião. Imagem de satélite da NASA. É por isso que, atualmente, a vegetação corresponde a apenas 7%
da mata original, com árvores de médio e grande porte, constituindo uma floresta densa e fechada .
Fatores físico-químicos da Mata Atlântica
A Mata Atlântica é um bioma brasileiro extremamente diverso e caracterizado por uma grande variedade de
fatores físicos e químicos (luminosidade , pluviometria etc). Aqui estão alguns dos principais fatores físicos e
químicos que influenciam esse ecossistema:

Luminosidade: A luminosidade é um fator crucial para o crescimento das plantas na Mata Atlântica. Devido
à densa cobertura vegetal, a quantidade de luz que atinge o solo é limitada, resultando em diferentes níveis de
luminosidade em diferentes partes da floresta. Essa variação de luminosidade influencia a distribuição das es-
pécies vegetais e a ecologia das comunidades que vivem no bioma.

Pluviometria: A Mata Atlântica é conhecida por ser uma região com alta pluviosidade, com chuvas bem dis-
tribuídas ao longo do ano. A precipitação média anual varia de acordo com a localização geográfica, mas ge-
ralmente está entre 1.500 e 3.000 mm. A quantidade de chuva influencia diretamente a disponibilidade de
água para as plantas e animais, bem como a dinâmica dos rios e riachos na região.

Temperatura: A temperatura na Mata Atlântica é geralmente amena, variando entre 18°C e 24°C. No entan-
to, existem variações regionais devido à influência de diferentes fatores, como latitude, altitude e proximida-
de do oceano. A temperatura afeta o metabolismo das plantas e animais, a decomposição da matéria orgânica
e outros processos biológicos.

Solo: A composição química e física do solo desempenha um papel importante na saúde e diversidade da Ma-
ta Atlântica. A região apresenta uma variedade de tipos de solo, incluindo solos argilosos, arenosos e latosso-
los. A fertilidade do solo é influenciada pela quantidade de nutrientes disponíveis, como nitrogênio, fósforo e
potássio. A estrutura do solo também desempenha um papel crucial na retenção de água e na estabilidade das
árvores.

Altitude e relevo: A Mata Atlântica abrange uma grande variedade de altitudes e relevos, desde áreas costei-
ras planas até regiões montanhosas. A variação na altitude e no relevo afeta a temperatura, a umidade e a ex-
posição à luz solar. Também influencia a formação de microclimas e a distribuição de espécies ao longo da
paisagem.

Umidade do ar: A umidade do ar é alta na Mata Atlântica, devido à combinação da proximidade do oceano,
da alta pluviosidade e da vegetação exuberante. A umidade afeta a transpiração das plantas, a evaporação
da água do solo e a formação de nuvens e nevoeiros."
Espécies - Fauna e Flora
A Mata Atlântica é um dos biomas mais biodiversos do mundo, abrigando uma enorme variedade de espécies
vegetais e animais. Algumas espécies encontradas nesse bioma:

Espécies Vegetais:

Araucária (Araucaria angustifolia)


Palmito-Juçara (Euterpe edulis)
Jequitibá (Cariniana spp.)
Pau-Brasil (Caesalpinia echinata)
Ipê (Tabebuia spp.)
Bromélias (Família Bromeliaceae)
Orquídeas (Família Orchidaceae)
Samambaias (Várias espécies)
Canela-preta (Nectandra lanceolata)
Jacarandá (Dalbergia nigra)

Orquídea Bromélias Vegetação diversa


Espécies Animais:

Mico-Leão-Dourado (Leontopithecus rosalia)


Muriqui (Brachyteles arachnoides)
Onça-Pintada (Panthera onca)
Puma (Puma concolor)
Tucano-de-bico-verde (Ramphastos dicolorus)
Pica-Pau-de-cara-amarela (Celeus flavescens)
Perereca-de-focinho-pontudo (Ischnocnema spp.)
Borboleta-Morpho (Morpho spp.)
Papagaio-de-peito-roxo (Amazona vinacea)
Capivara (Hydrochoerus hydrochaeris)

Mico leão dourado Capivara Vegetação diversa

Essa é apenas uma pequena amostra da diversidade de espécies presentes na Mata Atlântica.
Espécies ameaçadas
Vale ressaltar que muitas dessas espécies estão ameaçadas de extinção devido à degradação do habitat e à
fragmentação da floresta causada pela atividade humana. A preservação desse bioma é fundamental para a
conservação da rica biodiversidade que ele abriga. do Sul. A lista das espécies ameaçadas de extinção, publi-
cada pelo Ibama em 1989, já trazia dados impressionantes: Das 202 espécies de animais consideradas oficial-
mente ameaçadas de extinção no Brasil, 171 eram da Mata Atlântica. A nova lista, publicada pelo Ministério
do Meio Ambiente em maio de 2003, traz dados ainda mais alarmantes: O total de espécies ameaçadas, inclu-
indo peixes e invertebrados aquáticos, subiu para 633, sendo que sete constam como extintas na natureza. Se-
gundo levantamento da Conservação Internacional, a maior parte das espécies da nova lista publicada pelo
Ministério do Meio Ambiente habita a Mata Atlântica. Do total de 265 espécies de vertebrados ameaçados,
185 ocorrem nesse bioma (69,8%), sendo 100 (37,7%) deles endêmicos. Das 160 aves da relação, 118
(73,7%) ocorrem nesse bioma, sendo 49 endêmicas. Entre os anfíbios, as 16 espécies indicadas como ameaça-
das são consideradas endêmicas da Mata Atlântica. Das 69 espécies de mamíferos ameaçados, 38 ocorrem
nesse bioma (55%), sendo 25 endêmicas, como muriqui, também conhecido como mono-carvoeiro (Brachyte-
les arachnoides), o maior primata do continente americano e o maior mamífero endêmico do território brasi-
leiro.Entre as 20 espécies de répteis ameaçadas, 13 ocorrem na Mata Atlântica (65%), sendo 10 endêmicas, a
maioria com ocorrência restrita aos ambientes de restinga, um dos mais pressionados pela expansão urbana.
Estão nessa categoria espécies como a lagartixa-da-areia (Liolaemus lutzae), a jibóia-de-Cropan (Corallus
cropanii) e a tartaruga-de-couro (Dermochelys coriacea).A verdade é que, em um país onde a biodiversidade
é pouco conhecida como o Brasil, há espécies que podem ter sido extintas antes mesmos de serem cataloga-
das pelos cientistas e outras que, ao serem descobertas, entram imediatamente para a trágica lista das ameaça-
das de extinção. São os casos, por exemplo, do mico-leão-da-cara-preta (Leontopithecus caissara) e do pássa-
ro bicudinho-do-brejo (Stytalopus acutirostris), ambos recentemente encontrados por pesquisadores no litoral
paranaense, a menos de 200 quilômetros da cidade de São Paulo, a maior metrópole da América.
Desmatamento: o bioma mais ameaçado do mundo
Grande parte da vegetação da Mata Atlântica foi destruída devido à exploração intensiva e desordenada da
floresta. O pau-brasil foi o principal alvo de extração e exportação dos exploradores que colonizaram a região
e hoje está quase extinto. O primeiro contrato comercial para a exploração do pau-brasil foi feito em 1502, o
que levou o Brasil a ser conhecido como "terra brasilis", ligando o nome do país à exploração dessa madeira,
avermelhada como brasa.
Outras madeiras de valor também foram exploradas até a extinção, como por exemplo a tapinhioã, sucupira,
canela, canjarana, jacarandá, araribá, pequi, jenipaparana, peroba, urucana e vinhático. Os relatos antigos fa-
lam de uma floresta densa aparentemente intocada, apesar de habitada por vários povos indígenas com popu-
lações numerosas.
No Nordeste brasileiro a extinção foi quase total, o que agravou as condições de sobrevivência da população,
causando fome, miséria e êxodo. Na Região Sudeste, foi a cultura do café a principal responsável pela des-
truição em massa da vegetação nativa. Mas na Região Sul, a exploração predatória da Mata Atlântica devas-
tou o ecossistema da Floresta das Araucárias devido ao valor comercial da madeira pinho extraída da pinhei-
ro-do-paraná.
Além da exploração predatória dos recursos federais, houve também um significativo comércio de exportação
de couros e peles de animais. Hoje, praticamente 90% da Mata Atlântica em toda a extensão territorial brasi-
leira está destruída. Seu ritmo de desmatamento é 2,5 vezes superior ao encontrado na Amazônia no mesmo
período.

Você também pode gostar