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arvores; as ventosas nas pontas dos dedos, para melhor aderéncia nas folhas

animais trepadores, as
Iisas (em alguns
batráquios), etc. Dentre os
de
preguças
adaptaçào àvida arboe
ótimo exemplo
(Bradypus tnidatylus) constituem avi-fauna: araras, papagaos, tucanos, ete.
Riquíssima é, também, aí a dotados de voO pesado e cur
coloração rica e variada, sendo
dos ostentando terricolas, apresentam outras f
Jáos que vivem ao nível do solo, os
como a anta (1apirns terrestnis), o queixada (Taya
mas de adaptação. Alguns cuneiforme, longo e robusto. ron
pecar) e o caititu (Pecari tacajn), têm corpo
tornam-se trepadores ageis, como .
pendo caminho com facilidade. Outros
onças (Panthera onca).
se repetem en
Embora com algumas variantes, os mesmos exemploS
quase todas as áreas florestais brasileiras. Nas da tloresta equatorial, entretan.
esse a.
to, a variedade e a abundância das espécies såo muito maiores, fato
caracteriza a fauna das áreas tropicais. Além disso, na Amazônia, em virtude de
sua imensa rede hidrográfica, émuito rica a fauna aela ligada: pirarucu (Arabaima
uiga), peixe-boi (Trinchecns imnguis), jacarés (gêneros Meanosncbus, Jacantinga e
Caiman), poraquê ou peixe elétrico (Eetrphoras elkctricns), capivara (Hidrnchoers
ydrochoeris), o maior roedor conhecido, tartarugas de diversos generos, são al.
guns dos animais que aí se encontram, sem esquecer as terriveis piranhas
(Pygoentras pirgya), existentes em alguns grandes rios.
Nas áreas nào florestais, ou seja, nas regiðes abertas, condiçoes
ambientais bem diversas, nåo só quanto à iluminaçào e temperatura, como
quanto à circulação e, conseqüentemente àproteçào, favorecem o apareci
mento de outro tipo de fauna. Numerosos animais têm aí vida subterrånea,
conseguindo assim proteger-se contra as grandes variaçòes de temperatura e
de escassês de água. Conseguem escapar também a seus
caso, por exemplo, dos tatus e de vários répteis. perseguidores. 0
Muitos insetos, também, como formigas e
cupins, que nas tiores
habitam tanto nas árvores quanto no chão, agqui instalam suas colonias sob0
solo, denotando sua presença pelos característicos
consumidor, otamanduá (Myrmecophaga tridactyla), montículos. Seu habitua
naturalmente acha-se
também sempre presente.
Agrande velocidade que sào
tica dos animais das regioes abertas. capazes
de desenvolver, outra caracte
Os
abrigo; os carnívoros, para assegurar seu pacificos (coelhos, lebres) para bi
bém, as grandes aves alimento, Nessas áreas aparecem.
corredoras, das quais as mais comuns Scicmi
Fitogeografia Principais relacionamentos

Titogeoratia éadenominaçào dada ao ramo da Biogeografia qle e


da a orngem, expansào, distribuiça0, associaçào e evolução
superficie da Terra. das plantas
Para designar esse ramo0 da Biogeografia sào também
empregadas
denominaçòes da Geobotänica, Geografia Botânica e Geografia das Pla. as
variando a preferencia conforme os países. A primeira mais adotad,
Suiça e pelos adeptos da nomenclatura de Huguet de Villar. Já os frane
empregam tanto Geografia Botânica quanto Geografia das Plantas, hatemi
porém, na bibliografia atual, a tendencia a preferir lFitogeogratia. Quanto
anglo-saxÖes utilizam, de preferência, Geografia das Plantas. Isto para só f
reterencia àqueles que, mais especificamente, têm se ocupado do
Há assunto
autores que pretendem restringiro sentido do termo
reduzindo-o a uma diviso da Geobotânica e significando apenas o
da distribuição geográfica das
plantas.
Fitogeografia
estud
nào se pode entender um estudo de Representam porém, minoria, pos
áreas, por exemplo, sem que sejam
analisadas as causas dessa distribuiçào, das relaçòes das plantas com o meo
a forma de sua evoluçào, de
adaptaço, etc. Assim sendo, o sentido dada i
Fitogeografia tem de ser amplo.
Da própria definiç§o, e tendo em vista a
desde logo se pode perceber que sào complexidade de seu estuda,
muitas as ciências com as quais
Fitogeografia se acha relacionada.
E, ao mesmo tempo, uma
tende a estabelecer as relaçòes ciencia geográfica e biológica. Geográfica, pos
entre as comunidades
fatos geográficos: morfológicos, vegetais e os grandes
pedológicos, atividades humanas, etc, procu
rando sempre cartogratá-los. Deseja,
fenómenos distribuídos na superficie daportanto, conseguir uma síntese desses
VIva, representada pelas plantas, constituiTerra,
um
salientando sempre que apant
caracteristicas do meio. indicador bastante sensível ds
Etambém uma
ciencia
Vivos como sao as plantas, Biológica, pois faz. dos organismos, de seres
o objeto de seu estudo.
Procurando visualizar um pouco melhor os
da principais
litogeogratia, toi organizado o presente esquema, sem relacionamen
buição haja na distt
apresentada
menor importância. nenhunma ordem de preferència ou que
que malorou
indique
40
Z o o ga
a o
fgi s

Agricultura
Meteorologie|
Ecologia Pecudrio

Cl(Bettnica)
imatelegie Cartografie

FITOGEOSRAFIA [Geoqratia)
Silviculturd

[Fieoga) imic0

Farmácia
Edafelogio

Pedologia
Relevo HidPalinologia
rografia
Paleobotânica
Me dicina

Principais relacionamentos da Fitogeogratia.

Evidentemente a Geografia ai figura, acrescida da observaçào de que,


entre os estudos de
para esta ciencia, a Fitogeografia funciona como um elo
acham
Geografia Fisica e de Geografia Humana, já que as atividades humanas
sua maior parte, na dependncia das possibilidades oferecidas pelo
sc. em
primordial fator.
meio, representando a vegetação o
através da Ecologia, pelas ati
I:ssa mesma dependencia se desenvolve
que seus estudos propiciam: agricultura, fruticultura, silvicultura. A
vidades trabalhos é, sem dúrida, a
suporte a esses
Ciencia que vai fornecer o grande dos solos que, por sua vez,
Idafologia, parte da Pedologia, ou seja, o estudo
Fisiologia.
nao pode prescindir da Química e da
problemas referentes à água, tator de extrema importància para a
Os pela
épossível, serào abordados
Vegetaça), jáque sem ela a vida nào superticie da Terra, e pela
as águas existentes na
Hidrografia, quanto tenomenos atmostericos que
Meteoroogia e pela Climatologia, quanto aos
nevoeiros, etC., propicm o suplemento de
através de chuvas, orvallhos,
agua nccessárioàvida.
essencil da Fitogeogratia, vem recebendo uma
A Botánica, parte Medicina, tendo em vista o grande desen
da
atençao cada vez maior por parte emprego de plantas no tratamento de
o
volvimento da Fitoterapia, ou seja logicamente, nas atividades tarmacêuticas.
diversas doenças, o que se reflete,
Como nao podia deixar de ser, Fitogeografia e Zoogeogratia, acham
Intimamente relacionadas, já que os animais dependem, em tudo, de seu an
biente: nele encontram abrigo e das plantas retiranm o seu alimento,
Muitas vezes, porém, para que se possa compreender determinado.
tatos da atualidades é preciso que se conheça como eses tatos evoluiram. as
modificaçòes apresentadas através dos tempos, etc. Sera na Paleontologa e
na Palinologia que serào encontradas as devidas explicaçòes. Os estudos
polinicos, objetivo da Palinologia, sào de extremo interesse.
Finalmente, sendo indispensável a qualquer trabalho de Fitogeograa
que haja a perfeita localização do fato estudado, será na Cartogratia que se
vai encontrar esse complemento tào necessário.
Muitos outros relacionamentos, com as mais variadas ciencias, poderiam
ser apontados, pois a Fitogeografia abrange um domínio muito complexo, onde
facilmente se pode reconhecer diferentes direçoes, diferentes aspectos, sejam
cles interdependentes ou complementares.
Histórico dos estudos de Biogeograia

Alexander von HMBOLDT (1769-1859) éconsiderado o fundador da


fitogeografia. DepoiS de sua viagem à América do Sul (Andes), Caribe, México
escreveu "Essai sur la Géographie des Plantes (1805). Abandonando o método
descritivo até entào adotado, passou abuscar as relações que regem apresença
das especies nas respectivas areas. Mais duas obras suas sâo também funda
mentais: "Quadros da Natureza" e "Cosmos" (nas quais procura explicar
1unidade essencial de todos Os fenômenos naturais e suas leis). Pela primeira
vez, assinalou a similitude existente entre a superposição dos andares (*) de
regetaçào nas montanhas e a disposiçào das faixas de vegetação que se suce
existente entre
dem do equador para os pólos. Demonstrou, ainda, a correlação isotermas (*). Fez
olimite de ocorrência de determinadas plantas com certas
referència àforma dos animais segundo a altitude.
com características
Houve, écerto, alguns trabalhos anteriores, mas
que viajou à
essencialmente descritivas como, por exemplo, o de LINNEU, Noruega) e
Finlândia, fronteira comn a
Laponia (extremo Norte da Suécia,
escreveu a "Flora Lapponica" (1737).
grande desenvolvimento, devendo
No século XIX a fitogeografia teve
citados: DE CANDOLLE (A.) com a sua "Géographie botanique
ser considerada clássica. A escola éa mes
raisonnée" (1855) obra, sem dúvida,
fenômenos naturais:
Humboldt, ou seja, a busca de leis inerentes as
ma de
seu trabalho "Die vegetation der Erde nach
GRIESEBACH (A.) que, em
Anordnung" (1872) esplica pelas relaçoes climáticas mui
ihrer klimatischen se deve o conceito de formação ().
plantas. A ele
tos dos problemas das (E.) em Ecology of Plants", iniciou o
Alguns anos depois WARMING
Este livro aborda o estudo da vegetação do
aspecto moderno da ecologia. fatores mesológicos. Com SCHIMPER
com os
mundo segundo suas relaçòes (1898) as comunidades vegetais sào ainda
(A.F:W), três anos mais tarde mesológicos.
estreitamente relacionadas aos fatores SCHIMPER
nais
XIX nào poderíamos deixar de citar
No fim do séculoPflanzengeographie Grundlage"
auf Physiologischer
(:\.) quc em sua obra referentes à matéria. E considerado o
numerosOs tópicOs
(106) abordou
criador de fitogeografia ecológica. Schimper, de grande valor, versando
Warming e diferentes
São duas obras, as de maneira semelhante, mas aplicando
sobre as mesmas questòes de
43
Para Warming era Ecolopi
nomes à disciplina que as compreende.
Um destacava, dentre os fatores
Para Schimper, itogeografia (*).
a radiaçào solar (Warming), outro a ambi
carencia de agua (Schimper),
assim. com enfoques ecológicos. Ambos, portanto,
acentuando a e nta
Amboss
cia dos valores edáficos, mencionando
campo. Esboçaram, assim, uma divisão
como
do mundo segundo as
importàn.n
exemplo a mata-galeria
() vegetais. formações
No trabalho de Schimper sào clássicas as comparaçòes entre
form
vegetais distantes, assinalando as semelhanças, por exemplo, entre OSações
() dos Andes na América do Sul, e as formações vegetais em idènticasparamos
al
des no monte Kilimandjaro, na Arica.
Já no século XX surge, a preocupação com as comunidades (") base A
fitossociologia ("). Destacou-se, ento, BRAUN-BLANQUET () com sua
"Sociologia vegetal", onde so estudadas as estruturas das formaçòes ven
Por outro lado, WEAVER J.E.) e CLEMENTS (:E), (1938) dão preferène.
àEcologia Vegetal, tendëncia essa já bem manifestada pelo próprio título
sua obra Plant Ecolog".
d.
No Brasil, iniciaram-se os estudos
também sob a influencia das ideis
de Humboldt. Seus precursores foram todos botanicos, sobretudo no sécul,
XVIII, com a atuação de Alexandre Rodrigues
Ferreira e Frei Mariano d
Conceiço Veloso, entre último autor da "Flora Fluminensis".
Na segunda década do século XIX
estrangeiros, destacando-se Auguste de podem ser citados muitos viajantes
ao interior do Brasil" e
SPIXe SAINT-HILAIRE, com suas Viagens
40 volumes, valiosa MARTIUS, este com a Flora Brasiliensis", em
contribuição para a nossa botânica. Também é de sua au
toria a obra "Viagem pelo Brasil".
Podem ser citados ainda Peter W.
na regiào de Lagoa Santa (MG) e LUND (1825-1880) em seus estudos
pioneiro dos estudos sobre o cerrado. Eugen
WARMING, outro dinamarques
Na segunda metade do
Ernesto ULE, com estudos na século XIX temos Joào Barbosa Rodrigues
Amazônia e no Itatiaia, entre outroS.
Em sua grande maioria, todos
plantas, os
aum dos
setores da trabalhos referiam-se
estudod
a0
trabalhos, mais recentes, biogeografia,
animais, como é o caso abrangeram
portanto. Excepcionalmente alguns
de Marion I.ambos s setores: tanto plantas Anm
quant

Geography" (1936) e de
Pierre NEWBIGIN em "Plant and
Biogeography, ecological perspectDANSEREAU
na
ive". (1957) com 1
Sendo tào diversificados os campos de interesse com os quais se acha
relacionada a Biogeogratia, nâo éde admirar que excelentes trabalhos tenham
sido escritos por especialistas os mais diversos como, para só citar alguns con
remporâneos, DANSEREAU (P) ecologista; TROLL(C) geógrafo; GAUSSEN
H) e SCHNELL (R.) botânicos, etc.
Índice xerotérmico

No TEMA referente aos diagramas ombrotérmicos (1) foi


maneira pela qual, ao estudar o ritmo
simultâneo da temperatura e expldasicadapre- a
cipitaçòcs no decorrer do ano, é possível conhecer o período seco de
estaçào. Estará indicado, entào, o "mês seco. cada
Isso, porém, nào ésuficiente para trabalhos de fitogeografia, Há
resse, também, em saber o número de "dias" secos, jà que nesse períodainte-
meses secOs, podem ocorrer alguns dias de chuva, de orvalho ou de nes.
Eliminando, por meio de novas correçòes, a influência desses fenômenc
que vamos chegar a saber o número de "dias" biologicamente secos, ou se
o indice xerotérmico.
Para estabelecer esses índices procede-se da seguinte maneira: tracad.
odiagrama ombrotérmico ("), foram indicados os meses secos da estacãoe
estudo.
Decada mês seco serão subtraídos os dias de chuva, meio dia de orvalh
e outro tanto de nevoeiro, multiplicando-se o resultado final por um coeficiente
correspondente àumidade relativa. O resultado, já que se excluiu todae qual
quer umidade, será o dia biologicamente seco.
Como exemplo, e para maior clareza, vamos mostrar, detalhadamente.
como éfeito esse cálculo.
Tomou-se para essa demonstração a estação de Vassouras, no Estado
do Rio de Janciro. Traçado o diagrama ombrotérmico (),
foram três os meses
indicados como secos: junho, julho e agosto. Nas tabelas de dados
meteorológicos teremos os valores relativos ao número de dias de chuva, d
orvalho, de nevoeiro e as percentagens de umidade
relativa.

Chuvas Orvalho Umidade Relativa


N° de dias Nevoeiro
N° de dias N° de dias
Junho 19
Julho 81.2

Agosto 3 78,1
13
3 74,5

46
Sabendo-se que: Coeficiente K
p-n"de dias secos |H menor do que 40%....K=1
o -n° de dias de orvalho Cntre 40 e 60...K = 0,9
IN-n° de dias de nevociro H Cntre 60 e 80...K = 0,8
M-n° de dias de nm¿s Cntre 80 e 90..K= 0,7
C-n° de dias de chuva |H maior do que 90%..K = 0,6
H -umidade relativa
K-cocficiente relacionado aH
X- índice xerotémico

aplica-se entào, para cada mès, afórmula: P=M-C+ (O+N)


2

Junho...3.0-|6+ (19+6) =30 - 18,5 = 11,5 (12)


2
Julho...3.1 -|4 + (18+3) = 31 - 14,5 = 16,5 (16)
2
Agosto...31 - |6 + (13+3) = 31 -[14]= 17 (17)
2 (45)

obtendo-se o número de dias secos. Falta ainda extrair o resto da umi


dade, induzindo a correçào referente àumidade relativa (PXK)
Junho...12 X 0,7 = 8,4 (8)

Julho...16 X 0,8 = 12,8 (13)


Agosto...17 X 0,8 = 13,6 (14)
(35)

Oíndice xerotérmico dessa estaço, ou seja, o número de dias


biológicamente secos, duranteo período dos três meses secos é de 35. Te
mos ass1m que, a deficiência de umidade vai ocorrer, na realidade, em pou
co mais de um mes.
Aimportância do índice xerotérmico para o estabelecimento de classi
ticaçòes biocimáticas é, portanto, grande pois, embora em várias estaçoes
POSSa ocorrer o mesmo número de meses secos, dependendo dos valores do
as condiçoes para a vida das
Indice NCrotérmico de cada uma,
bem diterentes. estabelecimento
plantas Seray
Embora nào scja possível restringir o dessas
Caçòcs apenas a esse elemento, os resultados obtidos pelas que
BAGNOULS (E) e GAUSSEN
c
(H.),seguiram
las it.
esse
criterio, estabclecido por foram
em diterentes partes do mundo,
inclusive no Brasil, como se
acha comprorzbons
do pelo trabalho de GALV¢O (1967).
Migrações

Leea é a denominação dada aos


deslocamentos de seres vivos na su
perficie da Terra. Existem diversos tipos de nigraçào, pos diferentes são os
OCasionam.
motivos que as
O tipo mats simples eo "normal". Quando uma animal procria, seus
albotes, depois de crescidos e capazes de conseguir opróprio alimento, tém a
tendencia de se afastar de seus progenitores, estabelecendo o seu proprio
território. Haverá, assim, a ampliaçào da regiào ocupada por essa especie.
Houve. portanto, um pequena migraçào.
Nesse tipo de migraçào, as trajetórias efetuadas pelos animais são pouco
nítidas e as viagens bem curtas.
Um segundo tipo de migraçào éa chamada "acidental", que resulta de
animais,
1Im cataclismo, de uma ocorrência inesperada, fazendo com que os
subitamente, necessitem de se desocar, quase sempre para fugir ao perigo.
fuga do litoral
Recentemente houve o caso do tsunami, na Asia, quando a
geral.
para o interior, buscando áreas mais elevadas, foi correntes marinhas,
acidental por
Pode ocorrer, também, pelo transporte
vento. Esse tipo de migração nàoédos mais importantes.
pelo "esporádico"e ocorre quando há um
Um terceiro tipoé denominado
espécie. E, porém, um tipo raro e, logicamente,
superpovoamento pela
bom exemplo de animais responsáveis por esse fenômeno,
imprevisível. Como Reproduzindo-se com muita rapidez, e em
gafanhotos.
temos os lemingues e os recursos de uma determinada área, já por eles
grande quantidade, esgotados os de novos espaços ainda
deslocar, àprocura
consumidos, são obrigados a se tornam-se presas fáceis para falcòes,
grandes grupos,
intactos. Avançando em quase sempre, em completo desas
migraçào termina,
raposas e doninhas. Essa número de sobreviventes.
ue, pois COStuma
ser pequeno o
gafanhotosé conhecidodesde a mais remota
de
exemplo das nuvensdevastação areas
O que promovem nas lavouras das
antiguidade, sendo notória a
que conseguem invadir. apresenta o maior interesse para a
"periódica" é a que anualmente, havendo
A imigração repetir-se
assim chamada pelo fato de Algumas espécies, entretanto,
00geografia. E ponto de origem.vida.
animal ao
sempre o regresso do apenas um
vez na
realizam essa viagem circular
\pesar de vários animais cfetuarem migraçoes periódicas:
Ibatraqutos, eNes (0 salmào que sobre os rios para desovar), as insetos
ctenadas pelas aves é que despertam maior repercussåo.
Scgundo as estaçoes do ano, em busca de melhores
condiçoes migraçoes
c, conscquentemente dos necessários reccursos alimentares, várias
ambientas
aves per-
correm extensos itinerários, deslocando-se mesmo de um hemisfério para
Exemplos interessantes so: o do maçarico do Taiti que,
Alasca, em um só vÔO, vai até o Taiti.
out
residindo
no
ro.
Um dos mais longos trajetos, entretanto, éfeito pela gaivina do Ári.
Nos longos dias de verào do Artico aí faz oseu ninho. No outono parte
o sul. Atravessao Atlântico norte e, voando ao longo das costas ociden para
da Europa e da Africa, vai se até as suas regioes mais
aí o verào antártico, regressando em seguida.
meridionais. Aprovei
Outro exemplo, o das tarâmbolas douradas, diz
América do Sul. Provenientes do Alasca, sobrevoam primeiro respeito às áeas d.
o
noroeste para sudeste até a costa do Labrador. Daí em vôo direto,Canadá d.
Argentina, o Uruguai e sudeste do Brasil, onde permanecem durante oatingem .
Em março regressam, mas agora inverno
sentido de SE para NO, percorrendo sobrevoando, quase sempre, terra firme, em
uma rota
haviam seguido na vinda. Atravessam a Américabem mais a oeste daquela aue
do Sul, o golfo do MéiCo
seguem o vale do Mississipi e, passando pelo Canadá,
Essa faixa éa preferida pelas aves voltam ao Alasca.
possivel, ao longo de todo o percurso, para o seu deslocamento pois, é
Aproximadamente são cerca de 12.000 kmencontrar alimento com fartura.
de distância entre os dois
tos extremos de seu vÙo. pon
O recordista, porém, dos
trinta-réis do Artico. Procriandomigradores de longo
nas altas latitudes docurs0, parece ser o
daí parte no inverno, hemisfério Norte,
mo o Indico, voando até a distribuindo-sesobre o Atlântico, o Pacífico, e, mes
regiào antártica. Aí
e escura noite da
regi£o ártica, permanece durante a longa
Muitas outras aves efetuamregressando quando esta termina.
partedas vezes, migraçòes periódicas embora, na maior
albrangendo
plo, muitos desses menores distâncias. Nos trópicos, por exen
lhes sâo adversas. deslocamentos s·o efctuados durante as estacöes que
Em virtude da
que se disposiçào geográfica
extende no sentido dos
continentes, na Ameit
dos
meridianos, possível distinguir as
migratórias, dividindo-as em faixas, é
enquanto que na Europa e
ISSO n£o acontece, Os deslocamentos s£o feitos em grandes frentes, quase
todas enn direçào à África, sobretudo para suas regioes tropicais.
I'm fenòmeno, qe ainda hoje nào se encontra totalmente explicado,
maneira pela qual as aves se oIentam para efetuar as suas migraçóes.
Para alguns ornitologos, a orientação diurna scria dada pelo sol, e
Aurante a note, as estrelas parecem servir de ponto de referència. Para
outros, esse misteriOs0 sentido de orientaçào cstaria localizado nos ca
nals do ouvido interno do animal, etc. Na verdade, até hoje, ainda no se
conscguiu formular uma explicaçào satisfatória para esse extraordinário
fenömeno da orientação apresentado pelas aves migratótias.
Nào s£o sO as aves, entretanto, que migram. Muitos animais também o
tazem. como eO casO doS mamiferos, mas, como se deslocam por terra, seus
rrajetos såo obrigatortamente mais curtos, nào chamando tanto a atenção.
No hemisterio norte, renas, caribus e alces, deslocam-se na primavera
e no verào para pastar os liquens, musgos e ervas da tundra (").
Nas regÖeS quentes, muitos animais migram todos os anos para tugir
a0s problenmas da estaçào seca, sobretudo mamiferos e aves, à semelhança do
que tazem os do norte para escapar do frio.
Na Africa, grandes mamíferos, como elefantes, zebras, antílopes, reu
nidos em grandes manadas, deslocam-se à procura de alimentos, quando nas
áreas que habitavam, as pastagens tornaram-se ressequidas e inabitáveis.
Essa migraçào constitui um fato muto importante quando se trata, por
exemplo, de estabelecer os limites, na demarcação de Parques ou Reservas.
Se a delimitação feita nào incluir as áreas alcançadas durante as migraçòes,
os animais correrào o risco de, circulando em setores não protegidos, serem
caçados ou capturados.
Uma aplicaçào prática do estudo das migrações, das aves principal
mente, seria a possibilidade do combate a determinadas doenças que possam
ser transmitidas por meio desses animais.

51
prnde nteresse Pata o Basil. logo apis sua chegada à
I824,toramcditados:

UsNellesdes Brésiliens. 70 pl; Grimberg, Paris


Plantas
des plantes les plus remarquables du Brésil et du Paraguay:
Hstre
leurs descriptions et les dissertations sur leurs rapports,
ctc. 340pp.
leurs tIsages,
Hora Brasiliac 3 volumes (com Adrien Jussieu e Jacques
Cambessedes).

.
portanto, reconhecer
tonaturalistas
que, foi a partir dos estudos desses très
es Humboldt, Martius e Saint-Hilaire, que a
atia no
Brasiltevesuas bases consolidadas. Embora o1° (Humbold)
aha riajado pelo Brasil, nem sequer tenha escrito sobre o pais,
gtande influenciador
se critérios expostOs em seus trabalhos, foi o
os dois.
utos outros estudiosos, é certo, vieram enriquecer com seus tra-
:conhecimentos referentes a esse importante ramo da
ciência
. Fsses estudos, embora emn sua maioria digamn respeito a áreas
ou focalizam aspectos particulares do seu
de nosso território,
ento regetal, nào poderiam ficar esquecidos pois, foi graças aos
foram se tor
aue importantes caracter1sticas de nossa vegetação
onhecidas.
egào de Lag Minas Gerais, foi alvo dos estudos de Peter
ao Brasil em 1825, para lá se mudou alguns
Lund qy
A0 até morrer (em 1880). LDurante três anos
amarqus, Eugenius Warming, cuja obra La
dialmente conhecida. Em seus estudos detalhados
atming, lançou os fundamentos da Ecologia Vegetal.
srdar a influencia das continuas queimadas sobre o reves
regt£o e as moditicaçòes que nele as mesmas acarretam.
da metade do século XIX, podemos destacar, especialmente,
Rodnigues e Ernesto Ule. O primeiro, diretor do Jardim Botânico
-Janeiro durante quase vinte anos, em seus "Relatórios", publicados
eirtes às viagens que realizou, a partir de 1871, a vános vales de
Precursores dos estudos fitogeográficos no Brosil

| fitogeografia no Brasil, ou melhor, os estudos sobre a vevet,.


inico do seet
chcatados do ponto de vista geográico, datam somente do
NIN quando, com os trabalhos de Alexandre de Humbolkdt surgiu, nào vo
geograta botinica, (
aqut, como no mundo inteiro, o moderno conceto de
fase
propro Humboldt compreendeu claramente a importänca dessa nova
tclizes da minha vid,
quando afirmou: "Incluo cntre as circunståncias mais
de que, na época em que as minhas vistas se achavam especialmente
o fato abranger, ao
voltadas para a bot£nica, minhas pesquisas tenham podido
uma nova cienea
mesmo tempo, os clemcntos essenciais de
estreitamente ligada à botinica,
: certo que, estando a fitogeografa
deixam de ter importincia para cla vários dos estudos e observaçoes que
nào
especialmente nos seculos VIl, com
Jà havian sido teitos anteriormente,
brasileircOs Alesandre
Piso e Marcgrave c, XVIl, com a atuaçào de dois último, au
Rodrigucs F'erreira e Irei José Mariano da Conceicào Veloso este
tor da "Flora Fluminensis".
plëiade de
Na segunda década do século XIN tivemos no Brasil uma
contribuiçào que
ilustres viajantes estrangeiros, dentre os quais, pela valiosa trabalhos
hoje, aos nossos
suas observaçoes trouseram, e ainda trazem até
fitogeogriicos, destacam- se Auguste de Saint- Hilaire, Johan Baptist von Spis
c Carl Fricdich Phillipp von Mlartius. Este ültimo é o responsável pela
monu
a
mental obra -"lora Brasiliensis"- em 40 volumes, que constitui até hoje,
O memorável trabalho,
mais valiosa documentaçào sobre a nossa bot£nica.
principais resultados
"Viagem pelo Brasil", éo que condensa, entretanto, os
pesquisas de Spix e Martius, enquanto que de sua parte, legou-nos Saint
das Demorando-se seis anos
Hilaire, uma série de "Viagens ao Interior do Brasil".
pesquisador e
entre nós, Saint-Hilaire, graças às excepcionais qualidades de
observador que possuia, produziu obras de um valor tal, que sua consulta e
indispensável a qualquer trabalho geogrifico atual que focalize áreas por cle
percorndas. Suas anotaçòes, sempre de grande precisào, reteriam-se, no tOcan
caracteristicas
te à vegetaçào, nào so à compos1ção tloristica como, tambem, às
tisionömicas e ecológicas, Além das "Viagens publicou Saint-Hilaire vários
tros trabalhos de grande interesse para o Brasil. Logo após sua chegada à
Franca. cm 1824, toram edtados:

1. Plantas usuelles des Brésiliens. 70 pl; Grimberg, Paris


2. Histoire des plantes les plus remarquables du Brésil et du Paraguay:
comprenant leurs descriptions et les dissertations sur leurs rapports,
leurs usages, ctc. 340pp.
3. Flora Brasiliac 3 volumes (com Adrien Jussieu e Jacques
Cambessedes).

lusto . portanto, reconhecer que, foi a partir dos estudos desses trés
eminentes naturalistas Humboldt, Martius e Saint-Hilaire, que a
fitogeografia no Brasil teve suas bases consolidadas. Embora o 1° (Humbold)
nunca tenha viajado pelo Brasil, nem sequer tenha escrito sobre o pais,
pelas idéias e critérios expostos em seus trabalhos, foio grande influenciador
dos outros dois.
Muitos outros estudiosOs, é certo, vieram enriquecer com seus tra
balhos os conhecimentos referentes a esse importante ramo da ciència
geográfica. Esses estudos, embora em sua maioria digam respeito a áreas
restritas de nosso território, ou focalizam aspectos particulares do seu
revestimento vegetal, não poderiam ficar esquecidos pois, foi graças aos
mesmos, que importantes caracteristicas de nossa vegetaçào foram se tor
nando conhecidas
Aregao de Lagoa Santa, em Minas Gerais, foi alvo dos estudos de Peter
Wilhelm Iund que, tendo chegado ao Brasil em 1825, para li se mudou alguns
anos mais tarde, ai permanecendo até morrer (em 1880). Durante tres anos
com cle conviveu um outro dinamarqus, Eugenius Warming, cuja obra - "La
goa Santa" tornou-se mundialmente conhecida. Em scus estudos detalhados
da flora dessa regio, Warming, lançou os fundamentos da Ecologia Vegetal.
Ambos prOcuram abordar a influencia das continuas queimadas sobre o reves
timento vegetal da regiäo e as modificaçöes que nele as mesmas acarretam.
Na segunda metade do seculo XIX, podemos destacar, especialmente,
Joao Bartosa Roxirigues e Ernesto Ule. Oprimeiro, diretor do Jardim Botanico
do Rio de Janeiro durante quase vinte anos, em seus "Relatórios", publicados
em 1875, e reterentes às viagens que realizou, a partir de 1871, a vánios vales de
Ts amazinicos, legou-nos valiosos subsidios ao conhecimento daquela regào
De imesto Cle salientanos especialmente osestudos referentes à vegetaçao da

57
sobre a flora de altitude do maciço do Itatiáia
Amazônia, além de observaçòes botânica feita na Serra do Itatiáia.
uma excurso
contidas no "Relatório de flora: as regioes das matas e
os campos
temos a síntese A
De 1884 Geografia Física do Brasil).
J.E.Wappaeus (A
existente na obra de a chegada de Malme e Lindmann, valiosas
Em fins do século XIX, com
destacando-se dos trabalhos de Malme aquele em
pesquisas foram iniciadas, Mato Grosso (Die cerrado bäume
von
cerrados de
quc estuda as árvores dos enmbora tenha igualmente analisado, em
Mato Grosso"). Quanto a Lindmann,
vegetação matogrossense, o seu principal trabalho
companhia de Malme, a Neste, apesar de focalizar, de um modo
Grande do Sul".
"A Vegetaçao do Rio do Estado, dedica particular atençào
de vegetação
geral, os diferentes tipos características e principais diferenciações,
ao problema dos campos: suas
para os mesmos.
procurando estabelecer uma classificaçào Hermann von Ihering, entào
coube a um alemo,
A partir de 1894 trabalhos importantes proble
diretor do Museu Paulista, abordar em seus
vegetaçào, como "A distribuição de campos e matas no
mas ligados à nossa
matas".
Brasil" e a "Devastação e conservação das vários são os estudiosos de
vinte,
Nas primeiras décadas do século
1901 chegou a nosso
cujos nomnes poderíamos destacar. En
nossa vegetação,
Wettstein que, em suas excursoes no Brasil, dedicou uma
país o austríaco vegetal
especial atençào ao estado de São Paulo. Estudando o revestimento
quatro grandes
deste estado classificou-o, segundo um critério ecológico, em
pluvial sub-tropical, o das
grupos: o da floresta tropical pluvial, o da floresta disso, com as formaçòes
savanas eo das montanhas altas. Ocupou-se, além
jundú
litorâneas, descrevendo tanto a vegetaçào característica das restingas - o
de
como a dos mangues. A flora das altas montanhas foi, igualmente, alvo
ele
seus estudos, especialmente o da região do Itatiáia, bem como foram por
abordados, também, problemas referentes aos cerrados. Em Engebnisse der
botanischen Expedition der Kaiserlichen Akademie der Wissenschaften nach
Süd-brasilien" (1901), que publicou em colaboração com Schiffner, e em
"Vegetationbilder aus Sübbrasilien" acham-se reunidos os resultados princi
pais de suas pesquisas realizadas no Brasil.
Alberto Löfgren e Philipp von Luetzelburg merecem especial mençào
quando nos referimos aos estudos sobre a vegetação do Brasil. Do primeiro,
sueco de nascimento, já se disse que o que ele "fez pela botânica brasileira
no pode ser facilmente resumido, Grande foi, também, sua contribuição à
1RRI (Máno Guimaraes) bot£nica no Brasil" em As Ciencias no Brasil, II, pág. 177.

54
10Ssa titogeogratia. Ocupou-se, de preferencia, Com assuntos relativOs ao
estado de Sâo Paulo, como bem o documentam alguns de seus numerosos
trabalhos ("CContribuiçào para o conhecimento da flora paulista" "Ensaio
Para uma distribuiçào dos vegetais nos diversos grupos florísticos do Estado
p Paulo", etc.) e a fundaçào do Jardim Botánico da Cantarcira (atual
Horto Florestal). Em 1898 manifestou, mesmo, o desejo de estabelecer um
rro permanente de cstudos dos problemas relativos à vegetaço paulista.
Lötgren, porém, nào deSCurou de outras regiðes de nosso país como,
poreexemplo,,do Nordeste. Quando aserviço da Inspetoria ederal de Obras
anrra as Secas, publicou as suas conhecidas "Notas Botånicas" sobre o
Ceará, bem Como o "Mapa Botanico do Estado do Ceará", além de ter

hordado, varias vezes, questòes referentes às florestas do Nordeste.


As traduçòes para o portugues dos trabalhos de Warming (sobre a
Ig904 Santa) e de Lindmann (relativo àvegetação do RioGrande do Sul)
cscritos, respectivamente, em dinamarquês e sueco, foram obras do mais
alto valor, pois colocaram ao nosso alcance dois consagrados estudos sobre
a vegetaçào brasileira.
Philipp von Luetzelburg, botânico e fitogeógrafo alemão, foi o substi
ruro de Löfgren na Inspetoria de Obras Contra as Secas. De seus trabalhos e
pesquisas resultou a obra, em três volumes, "Estudo Botânico do Nordeste"
onde foi tentada, pela primeira vez, a classificação científica das caatingas.
Alguns outros estados, fora os nordestinos, foram por ele visitados, tais como
Espirito Santo, Rio de Janeiro, Paranáe Goiás, embora os estudos neles rea
izados tenham sido mais superficiais.
A semelhança de Löfgren, Luetzelburg preocupou-se, também, com
o problema do reflorestamento no Nordeste, daí originando-se um de seus
trabalhos - Dados básicos para o reflorestamento do Nordeste brasileiro"
Da maior significaçào para os estudos que estamos abordando, são os
trabalhos realizados pro Luiz Filipe Gonzaga de Campos. No setor específico
da fitogeografia, um apenas bastaria para consagrá-lo. "Trata-se do Mapa
Florestal do Brasil', tendo por fm principal oferecer uma base aos primeiros
estudos para a criaçaão das reservas florestais. Datado de 1912, esse mapa é
hoje clássico entre os geógrafos, além do mais, porque o longo texto explicativo
encerra descriçòes das formações vegetais típicas e fornece lineamentos es
sEnciais das mais importantes paisagens fitogeográficas.

KEIRA (José Verissimo da Costa) A peovrafa no Brasil" cm As Ciências no Brasil, 1, pág. 373.

55
Ainda nesse período nào poderíamos deixar de citar a: C. Hoehn
cuja série de trabalhos intitulada "Observacòes gerais e contribuiçòes ao e
tudo da flora e fitofisionomia do Brasil'" constitui importante tonte parao
conhecimento de algumas regiòes do estado de São Paulo e de obras: Mana
GrosSo"
fitofisionômico do Brasil'" ea "Fitofisiononia do Estado de Mato
Geográfica e
Dignos de nota sâo, também, os trabalhos de Comissão de 1889
publicados
Geológica do Estado de S£o Paulo, cujos relatórios, de Gustavo
como, por exemplo, as
1915, encerram valiosas contribuiçòes
Edwall e Gentil de Moura.
recentemente poderíamos destacar, entre Os que Se ocuparam em
Maus Sampaio
de AlbertoJoséde
todo. o nome
estudar a vegetaçào do Brasil como um no ramo da botaniCa, mas aquele
trabalhos de pesquisa
Muitos toram os seus Fitogeografia do Brasil que "pu
divulgação foi o livro
que conscguiu maior literatura nacional especializada, ainda mai
blicado numa época de pobreza da
desempenhou um papel didático apreciável".
of que a atual,
avultam os estudos de Huber para a Amazonia,
No âmbito regional Alvaro
Sobrinho e Dárdano de Andrade Lima para o Nordeste;
Vasconcelos
Minas Gerais, bem como H. L. Melo Barreto
da Silveira especialmente para Regiòes fitogeográficas de Minas Gerais". Os
suas Rio Grande do Sul,
que, emn 1942, nos deu as Paraná e de Rambo, no
trabalhos de Reinhard Maack no
importância.
são igualmente de grande de Filosofia, Ciências e Letras da Univer
Após a criaçào da Faculdade Geógrafos Brasileiros, também em
Associaçào dos
sidade de São Paulo e da Nacional de Geografia, no Rio de
Janeiro
e do Consclho
São Paulo (1934) vegetação passaram a ser encarados, com
mais
(1937). é que os estudos de
que mais de perto se acham ligados à geografia
freqüência, sob prismas fitofisionómico.
quanto o de Botânica da
tanto o ecológico discipulos do Departamento
Felix Rawitscher e seus dedicaram-se em grande parte as
Guimaraes rerri,
USP. especialmente Mário dignos de nota aos estudos referentes a0s cerra
pesquisas ecológicas, sendo dedicado ao assunto, Henrique Pimenta
muito se tem
dos. Fora desse grupo, preterencia, como campo de estudo os cerrados
Veloso tendo este, porém, de
e Goiás.
de Mato Grosso
Conselho NaCional de Geografia, a não ser Lindalvo
Dos técnicos do Romariz, autores de sínteses
Kuhlmann e Dora
Bezerra dos Santos, Edgar

no Brasil. L náã 184


EERRI (Mário Guimaràes), Abotanica no bras1l em As Ciencias

56
sobre avegetação do Brasil, os demais realizaram estudos de åmbito regional
como, Por exemplo, Liúcio de Castro Soares. De Walter Egler e Alceu
Magnan1ni, que durante alguns anos Cmprestaram sua colaboraco ao Con-
selho Nacional de Geogratia, destacCamos: do primeiro a "Contribuição ao
estudoda caatinga pernambucana" e do segundo0, o artigo sobre As regioes
naturais do Amapá".
Os trabalhos de Pierre DDansercau, Kurt Hueck e Leo
Waibel, desta
cam-SC Cntre os Mats importantes, dentre os que, a respeito do assunto,

real1zaram entre nos cientistas estrangeiros em meados do século vinte.


Apartir dai, com o estabelecimento de numerosas Faculdades e Insti
tuçòes de pesquisas, os estudos sobre fitogeografia acham-se disseminados
portodo o pais, tornando-se impossível fazer-se referências mais detalhadas
ans estreitos limites deste trabalho.
Relações biocenóticas

componentes vivos de um ecossistema (),


Såo as relaçòes que OS relaçoes mutuas podem resul.
entre si. Dessas
plantasc animais, mantém para uma de
ambas as partes ou apenas gradações no
prejuízos, para
tar beneticios ou afetada. Há, naturalmente, diterentes
las, nào sendo a outra maleficios. Acresce ainda que, variações
ou
computo desses beneficios do ciclo vital dos
componentes dessas
transcurso
também ocorrem, no
interaçòcs. entre elementos de espécies dife
mantidas
As principais relações dois grandes grupos: simbiose (*) c antago
rentes podem ser reunidas em (simbiose) resultam benefícios para ambos
caso será
nismo (). No primeiro somente; nenhum dos dois porém
para um deles
OS participantes ou haverá prejuízo apenas para um ou para
prejudicado. No antagonismo
ambos os elementos.
particulares podem ser ainda destacados:
Nos dois grupos, aspectos relações
significa "vida em comum", quando dessas
na simbiose (), que partes, trata-se de um caso de mutualismo
ambas as
resultamn beneficios para sem que a outra seja prejudica
bencficiada,
()equando só uma delas for de comensalismo (). Tanto num caso quanto
da, tratar-se-á de um tipo permanentes ou não.
relaçôes poderào ser
noutro, essas elementos, que dela participam, procuram
Nessa vida em comum os alimentação, abrigo, substrato ou trans
obter necessárias condiçòes de
sobrevivência.
porte indispensáveis à aspectos principais devem ser
considera
antagonismo (), três
No
quando dessa concorrência entre os diferentes orga
dos: a competição (), partes e a exploração (") quando
nismos resultam prejuízos para ambas as Como tipos de exploração
o outro em seu próprio benefício.
um prejudica o parasito prejudica o seu hos
são classificados o parasitismo (), em que
que a parte beneficiada
pedeiro sem tirar-lhe a vida e a predação (*) em
mata a outra.
(*): nesta a espécie
No terceiro grupo de relações temos a antibiose
benefício.
que prejudica a outra, disso não retira qualquer com
Todas as interações mencionadas dizem respeito ao que ocorre
indivíduos de espécies diferentes, ou seja, sâo relações inter-especíticas,
positivas ou negativas.

58
Acontece porém, que também entre indivíduos da mesma espécie, se
stalbelecenm relaçòes mútuas, que podem ser de três tipos: reprodução ("1),
njo de dois seres para perpetuaçào da espécie; cooperação ("), atividade
e asistència mútua c agregaçào ("), quando grupos de individuos se esta
belecem, muitas vezes, temporariamente, com a finalidade, quase sempre,
de proteçào.
Relevo e altitude: fatores abióticos signiticativos
exere.
por suas formas quanto pelas nuenCias que
Orelevo, tanto importancia no
clementos e alouns tatores do cna, tem grande
sobre os
(On
distrnbuiçåo da vegetaçào.
mais acentuada taz-se sentir sobre a temperatura,
\ intluencia mais rarefeit.
aumenta, há um decréscimo da temperatura. Oar maior P
a altitudc trIO será
menor quantidade de raios solares, portanto, o regularida-l
interceta 100 metros, coM maior
meio grau a cada
se calalar em cerca de também, segundo as estaçòcs d,
Esse gradiente varia,
acima dos 3.000m. at 0°.4.
malor no verào do que no inverno: t 0°.7
ano: diurnas mais rapidamente no inverne
Aaltitude amortece as variaçòes alto fo.
no verào, o mesmo acontecendo com as anuais. Quanto mais
do que 7.70Om será + 2°
de 13°.8; a
menot a ampl1tude (): a2.500m é estratiticaçào das camade.
As vezes, quando o ar está calmo, h£ uma
no fundo dos vales e a
em tunçàodo seu peso as mais frias ficam em baixo,
de inversão de ters
mais quentes na parte superior. E o fenômeno chamado
freqüência. Às ver
peraturas ("). No inverno éque isso ocorre com mais
temos a subida de 2° acada 100metros. Por esse mnotivo as povoaÇòes aueco
situam na parte alta såo mais aquecidas do que as local1zadas nos yales eo
bretudo se o relevo for muito acentuado.
Ainda estreitamente relacionadas ås temperaturas, acham-se as condi
Ções de exposição e, conseqüentemente, de iluminação. A partir de 45° de
latitude, em direçào ao equador, essas influencias tornam-se menores, Fm
sentido inverso, ou seja, quando a partr dessa atitude se caminhe para os
pólos, tornam-se muito acentuadas, tendo em vista que a duracão dos dias e
das noites apresenta diferenças muito grandes.
Nas áreas equatoriais planas a insolação é maor, os
culares e as montanhas serào tanto mais raios sào perpendi
forem. As encostas orientais e ocidentais aquecidas quanto mais ingremes
te, pela manh e à arde. receberão mais luz, respectivamen
Essa diferença de insolacão mas duas
Seus refleXOs, não sÓ na vegetação encostas émuito importante po
como, também, em atividades humans
Na Furopa, por exemplo, a
de plantio da vinha. Em encosta exposta ao suléa mais quente: sa0 ace
algumas regiðes. a cerca de 2.000m de
diferença de temperatura pode ser de vários graus. altituc+

60
Até mesmo o
e ocabulario local retlete essa influência, havendo dife
designaçoes para Cada uma das
encostas, ensolaradas ou sombrias:
re"ubac" nos Alpes e
"solana"e
A
temperatura do solo tambem e "umbria", na Espanha.
,ol mais diretamente, pOIS O importante. O solo recebe os raios
Assim sendo, o solo poder de
interceptação da atmosfera é me
normalmente
neratura quando a alitude maior. apresenta um grau mais clevado de
Frico do que o ar. De Na planície éo contrário: o solo é
qualquer torna a temperatura
plantas e sempre bem diferente. suportada pelas
Nas montanhas equatoriais, em que os dias são, mais ou
hs noites, o solo perde calor,
o menos, iguais
recebido durante o dia, mais
do que na Europa.
Quando a altitude égrande, a acentuadamente
em cerca de 0°. As temperatura
plantas São, portanto, submetidas a
pode se manter
ndiana de gelo noturno e degelo diurno, o uma alternância quo
um fator importante para a que lhes é bastante nocivo. Este é
toriais e as areas a seu pe oudiferenciaçào biológica das altas montanhas equa
em suas encostas.
Passando àanal1se da influência do relevo sobre os
mos que essa ação é, sobretudo, ventos,
O relevo exerce um observa
interceptadora.
barreira sobre os ventos, não apenas pela efeito de
desvio que provoca na direçào dos
mesmOs.
interceptaçào, como também pelo
Por outro lado, alguns vales podem
oigem de ventos. A circulacão vale cimostambém servir como ponto de
ocorre em virtude das diferen
cas de temperatura nos dois locais,
há o vento ascendente e, à noite,
alternando-se as direções: durante o dia
"montanha" ou catabático (). predomina o descendente, chamado de
Logicamente, tanto a direçào quanto a intensidade dos ventos, depen
dem da conformação do vale e da declividade de suas encostas.
Segundo, ainda, a disposiçào das formas de relevo em relação à circu
lação dos ventos dominantes em determinadas regiðes,
podem os vales fun
Cionar como canalizadores desses ventos, aumentando sua
intensidade.
no contrário dO que ocorre com a teperatura, existe aqui
uma reci
procidade de ações. O vento desempenha importante papel nas áreas monta
inosas, devendo ser mencionado, em relaçào àvegetaçào, como um
e exemplo de fator limitante (*) pelo seu máximo. excelen
Os efeitOs do vento sobre a vegetação nas áreas de elevada
altitude såo
SSencialmente, de dois tipos: mecânicos e fisiológicos. Serào predominante
mente mnecánicos,
no caso de ventos mais fortes: gallhos sào quebrados, plan-
tas
desenraizadas, etc. Mais freqüentes, porém, sào os efeitos fisiológicos.

G1

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