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Faculdade De Ciências Agrárias

Licenciatura em Engenharia Florestal


II Nível, I Semestre
Disciplina: Fisiologia Vegetal

CLASSIFICAÇÃO DAS PLANTAS E O SEU CICLO DE VIDA

Estudante:
Jacinta Ramos Hivala
Docente:
Enga Sofia Martinho, MSc

Unango, Março de 2024


Índice pág.
I. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 3

1.1. Objectivos.................................................................................................................... 3

1.1.1. Geral ..................................................................................................................... 3

1.1.2. Específicos ........................................................................................................... 3

1.2. Metodologia ................................................................................................................ 3

II. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ....................................................................................... 4

2.1. Classificação das plantas ............................................................................................. 4

2.1.1. Briófitas................................................................................................................ 4

2.1.2. Pteridófitas ........................................................................................................... 5

2.1.3. As Gimnospermas ................................................................................................ 8

2.1.4. Angiospermas .................................................................................................... 11

2.2. Ciclo de vida das plantas ........................................................................................... 12

III. PRINCIPAIS CONSTATAÇÕES .......................................................................... 14

IV. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................................... 15


I. INTRODUÇÃO

De acordo com Vidal (2000), dentro do reino vegetal a divisão das plantas esta diretamente
ligada às características compartilhadas, como estruturas reprodutoras, morfologia ou
anatomia do vegetal. Existem dois grandes grupos que fazem a divisão das plantas, as
Criptógamas e as Fanerógamas. As plantas chamadas de Criptógamas (do grego
cripto=oculto e gamos =gameta) são plantas conhecidas como as algas, briófitas e
pteridófitas. (PAULA, et al., 2007). Já as plantas Fanerógamas (do grego phanero= visível e
gamos=gameta) são plantas conhecidas como gimnospermas e angiospermas (RAVEN,
2007).

O estudo da classificação e ciclo de vida das plantas é fundamental para compreender a


diversidade e evolução desse reino tão vasto. As plantas desempenham papéis essenciais em
ecossistemas terrestres e aquáticos, contribuindo para a sustentabilidade e equilíbrio do nosso
planeta. Nesta revisão bibliográfica, exploramos os diferentes grupos de plantas, desde as
simples briófitas até as complexas angiospermas, destacando suas características taxonómicas
e fases do ciclo de vida.

1.1. Objectivos
1.1.1. Geral
 Abordar a cerca da classificação das plantas e o seu ciclo de vida.
1.1.2. Específicos
 Demonstrar a classificação das plantas;
 Mencionar as características morfológicas e fisiológicas que distinguem cada grupo
de plantas;
 Descrever ciclo de vida das plantas, enfatizando a alternância de gerações entre
gametófito haploide e esporófito diploide.

1.2. Metodologia

Como forma de responder o objetivo do trabalho, foi realizada uma revisão bibliográfica com
pesquisas em arquivos eletrônicos, usando as seguintes bases de dados: Google Acadêmico,
com artigos em português, sites e livros da área de Biologia, Botânica, Fisiologia Vegetal e
Sistemática Vegeta. A partir dos arquivos encontrados nesses meios de pesquisa, foi possível
escrever uma revisão do tema atribuído, ressaltando os pontos mais relevantes e importantes
para o tema.

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II. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1. Classificação das plantas

As plantas podem ser classificadas em quatro grupos básicos: briófitas, pteridófitas,


gimnospermas e angiospermas. Esses grupos podem ser divididos ainda em plantas
vasculares e plantas avasculares. Plantas avasculares são aquelas que não possuem vasos
condutores de seiva (xilema e floema), sendo esse o caso das briófitas. As chamadas plantas
vasculares, por sua vez, possuem vasos condutores e apresentam como representantes as
pteridófitas, gimnospermas e angiospermas (RAVEN, 2007).

As pteridófitas são também chamadas de plantas vasculares sem sementes, uma vez que
possuem vasos condutores e são incapazes de produzir sementes. Gimnospermas e
angiospermas, por sua vez, são plantas vasculares com sementes. A diferença entre esses dois
últimos grupos está no fato de que as gimnospermas apresentam sementes nuas, que não
estão envolvidas por frutos, enquanto, nas angiospermas, observamos a presença de flores e
frutos. (AMARAL E FILHO, 2010).

2.1.1. Briófitas

As Briófitas são as plantas de pequeno porte que se desenvolvem em ambientes húmidos


como florestas temperadas e tropicais, porém algumas espécies podem ser encontradas em
habitats desérticos. São divididas em três filos, as Hepatophytas, Anthocerophyta e
Bryophyta, e diferenciam-se entre si pelas estruturas que as compõe e o esporófito.
Consideradas por alguns pesquisadores como um bioindicador, por ser sensível a poluentes
(RAVEN, et al., 2007; COSTA, et. al., 2018).

As briófitas foram as primeiras a conquistar o meio terrestre, cerca de 430 milhões de anos na
era Paleozoica, são plantas poiquiloídricas e avasculares (BOJACÁ, 2017).

Essas plantas compartilham algumas características com as plantas vasculares, como a


presença gametângios masculinos chamados de anterídios e gametângios femininos
chamados de arquegônios (RAVEN, et al., 2007).

A. Caracteres reprodutivos

Na reprodução sexuada os anterídios para atingir os arquegônios necessitam de água corrente


para que os gametas se encontrem e formem o zigoto (GONÇALVES; LORENZI, 2011). As
briófitas apresentam alternância de gerações em seu ciclo de vida, onde se encontram o

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gametófito haploide adulto mais duradouro e que corresponde pela fase dominante das
briófitas e sobre ele se desenvolve o esporófito diploide de vida curta (RAVEN, et al. 2007).
A reprodução assexuada pode ocorrer por fragmentação onde uma parte da planta se parte e
cai sob o substrato, e por gemulação, através de gemas, como é o caso das briófitas hepáticas.

As briófitas apresentam gametófito composto por três estruturas básicas, os rizoides,


cauloides e filoides. Os rizoides são estruturas simples que auxiliam na fixação da planta no
solo, os cauloides são estruturas similares ao caule apenas na morfologia externa, e é onde os
filoides, que são um tipo de folha rudimentar das briófitas, ficam inseridos. Os esporófitos
são diferenciados conforme o filo que está inserido (RAVEN, et al. 2007).

B. Taxonomia das Briófitas

O filo Hepathophyta (hepáticas) é dividido em hepáticas talosas ou folhosas. Os rizoides


desse filo, não só nutrem a planta como fazem parte da sustentação. As hepáticas talosas
apresentam os gametófitos, em forma de guarda-chuva, no lugar de estômatos, apresentam
poros (RAVEN et al. 2007).

As Anthocerophyta são geralmente em forma de roseta. Os anterídios e os arquegônios estão


inseridos na superfície dorsal localizado no gametófito, onde diversos esporófitos podem
surgir no mesmo gametófito. O esporófito caracteriza-se por ter uma estrutura ereta e
alongada chamada de seta, com um pé e uma cápsula em forma de roseta, o gametófito é um
talo verde achatado, são fixados no substrato através de rizoides e possuem estômatos
diferentemente das hepáticas (RAVEN, et al., 2007; PAULA, et al., 2007)

As Bryophytas (musgos) são encontradas em diversos substratos, e são os maiores


representantes dentro desse filo. Os gametófitos apresentam-se de 10 forma folhosa com
simetria radial, e em sua grande maioria são plantas eretas, fixados ao substrato por seus
rizoides. Esporófito visivelmente presente e apresenta uma cápsula com estômatos primitivos.
Possuem hidróide que é uma estrutura que se assemelha aos elementos traqueais, onde é
responsável pela condução da água nessas plantas, a diferença é que nos hidróides não há
presença de lignina (RAVEN, et al., 2007; PAULA, et al., 2007).

2.1.2. Pteridófitas

As pteridófitas constituem-se em um grupo de plantas vasculares também denominadas de


criptógamas vasculares. O termo foi utilizado pela primeira vez por Lineu, para denominar
uma das classes do seu Sistema Sexual de classificação das plantas, indicando um grupo que

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não apresenta sistema de reprodução sexual aparente. Em termos evolutivos, trata-se de um
grupo mais antigo, que se formou antes das Gimnospermas e Angiospermas, constituiu
grandes e extensas florestas do Período Carbonífero e é atualmente representado por cerca de
dez mil espécies de ervas terrestres e aquáticas, epífitas e algumas lianas. O grupo das
pteridófitas, formado em sua maioria pelas plantas denominadas comumente de samambaias
e avencas, é caracterizado por não possuir flores, e a reprodução ocorre através da formação
de esporângios, estruturas geralmente localizadas na face abaxial (inferior) das folhas, ou em
folhas modificadas. Os esporângios, quando maduros, produzem e eliminam esporos, os
quais, germinando, originam pequenas estruturas talosas, denominadas prótalos, que são os
gametófitos, uma vez que neles irão se formar os gametas. Ocorrendo fecundação, o embrião
irá se desenvolver, formando uma nova planta adulta: o esporófito. Assim, uma característica
própria das Pteridófitas é a alternância de gerações bastante diferenciada, sendo as gerações
gametofítica (o prótalo, haploide) e esporofítica (a planta adulta, diploide) totalmente
independentes na maturidade (AMARAL E FILHO, 2010).

A. Caracteres Vegetativos

A maior parte das samambaias de jardins e florestas possui caules subterrâneos, do tipo
rizoma, que a cada ano produzem novos conjuntos de folhas. As raízes são adventícias e
surgem ao longo dos rizomas, perto da base das folhas. Estas se constituem na parte mais
evidente da planta, sendo em geral com postas, ou seja, a lâmina é dividida em folíolos. Uma
característica muito útil para reconhecer a maioria das samambaias é o crescimento enrolado
das folhas novas, de maneira comparável a um cajado ou báculo. Esse tipo de
desenvolvimento foliar é denominado crescimento circinado, ou vernação circinada, e resulta
do crescimento mais rápido na superfície inferior do que na superior, durante o
desenvolvimento inicial da folha (AMARAL E FILHO, 2010).

B. Caracteres reprodutivos

Os esporângios das samambaias localizam-se de forma variada na superfície inferior da folha,


ou, então, em hastes especiais. Em geral ocorrem agregados chamados de soros, que às vezes
são cobertos por uma membrana protetora, denominada indúsio. Os esporângios, que se
constituem em pequenas cápsulas pediceladas, rompem-se na maturação, resultando numa
descarga de esporos, os quais, em condições adequadas de temperatura e umidade, germinam
originando pequenos gametófitos verdes, bissexuados e de vida livre, membranosos e
achatados - protalos - que se fixam ao substrato por pequenos rizoides. Na superfície inferior

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do protalo formam-se estruturas denominadas arquegónios e anterídios. Os primeiros
originarão células reprodutivas femininas (oosferas) e os anterídios originarão células
reprodutivas masculinas (anterozoides ou espermatozoides). Os anterozoides são flagelados e
necessitam da água para se deslocarem até a oosfera, para, a partir daí, ocorrer a fecundação,
com a formação de um embrião, que se desenvolverá em nova planta adulta (AMARAL E
FILHO, 2010).

C. Taxonomia das Pteridófitas

O arranjo sistemático das pteridófitas varia conforme diferentes autores, uma vez que alguns
agrupam os indivíduos de maneira mais abrangente, outros os separam em um maior número
de táxons. Tryon e Tryon (1982) agrupam as espécies em três classes, conforme exposto a
seguir:

 A classe Filicopsida é a maior, contendo a quase totalidade das pteridófitas atuais.


Neste grupo, os esporângios encontram-se na face dorsal das folhas, e a forma como
se distribuem, bem como a presença ou não do indúsio, constitui importante caráter
para a identificação das famílias. Tanto na forma como no habitat, apresentam grande
diversidade: algumas, como por exemplo, Azolla, são aquáticas e muito pequenas,
pouco se parecendo com samambaias. No outro extremo de tamanho encontram-se as
samambaias arborescentes, como o gênero Cyathea, que chega a atingir 24 metros, e
cujas folhas têm até 5 metros de comprimento, e o gênero Dicksonia, não tão
avantajado, mas com caules bem desenvolvidos.
 A Classe Equisetopsida atingiu maior abundância e variedade nos fins da era
paleozoica, há cerca de trezentos milhões de anos, e atualmente é representada apenas
pelo gênero Equisetum, com quinze espécies. Este gênero é encontrado com relativa
frequência, especialmente em lugares húmidos e pantanosos. Denominadas de
cavalinhas, essas plantas são também conhecidas como rabo-de-lagarto, porque seus
caules são articulados e ásperos, sendo as folhas pequenas e escamiformes.

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Figura 1: Equisetum sp. Fonte: AMARAL E FILHO (2010)

 A Classe Lycopodiopsida também apresenta, em sua maioria, representantes fósseis.


Entre os gêneros com representantes vivos, Lycopodium inclui cerca de 200 espécies,
na maioria tropicais, muitas das quais são utilizadas na medicina homeopática;
Selaginella é um dos gêneros com maior número de espécies (cerca de 700), e muitos
se desenvolvem em ambientes húmidos ou aquáticos.

Figura 2: Lycopodium sp. Fonte: AMARAL E FILHO (2010).


2.1.3. As Gimnospermas

Com cerca de 720 espécies, as gimnospermas pertencem ao grupo das chamadas fanerógamas
ou espermatófitas, pelo fato de que seus embriões são protegidos pela semente, que contém
também reservas nutritivas capazes de nutrir a planta jovem até que ela se torne
independente. O nome gimnosperma significa, literalmente, semente nua, e diz respeito ao
fato de que nesse grupo de plantas vasculares os óvulos, bem como as sementes deles
derivadas, encontram-se expostos na superfície dos esporofilos (AMARAL E FILHO, 2010)

A. Caracteres Vegetativos

As Gimnospermas são plantas lenhosas, arbóreas ou arbustivas quase sempre com folhas
curtas e rígidas, em forma de agulhas, mostrando-se assim adaptadas a condições ambientais
adversas. Anatomicamente, o caule das gimnospermas apresenta os elementos de condução
denominados traqueídeos, diferentes dos vasos que ocorrem nas Angiospermas (AMARAL E
FILHO, 2010)

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B. A reprodução nas Gimnospermas

A reprodução destas plantas é feita através das estruturas denominadas microsporângios (ou
grãos de pólen) e macrosporângios ou megasporângios (ou óvulos). Os microsporângios e
macrosporângios encontram-se reunidos em cones separados, unissexuados, na mesma planta
(plantas monoicas), ou em plantas diferentes (plantas dioicas). Os cones masculinos são
relativamente pequenos e formados por inúmeras folhas modificadas, escamiformes,
denominadas microsporofilos, em cuja base se formam os pequenos sacos polínicos
(microsporângios). Quando maduros, os microsporângios se abrem e liberam os grãos de
pólen, alados, que são transportados pelo vento até os cones femininos (RAVEN et al., 2007).

Os cones femininos são muito maiores que os cones masculinos e, também, formados por
folhas modificadas, escamosas (macrosporófilos), que produzem os óvulos ou
macrosporângios. Cada óvulo possui uma pequena abertura, a micrópila, na qual irá se aderir
e penetrar o grão de pólen, durante a polinização. A fecundação, que é a união do
espermatozoide (produzido no interior do grão de pólen) com a oosfera (produzida no interior
do óvulo), pode demorar até 12 ou 15 meses após a polinização, e resulta em um embrião. À
medida que o embrião se desenvolve, os demais tecidos que formam o óvulo igualmente
sofrem transformações, constituindo-se na semente, que irá envolver, proteger e nutrir o
embrião. Na maturidade, as escamas dos cones femininos se afastam e deixam cair as
sementes, muitas vezes aladas e que flutuam no ar, podendo ser levadas a distâncias
consideráveis (RAVEN, et. al., 2007; RIBEIRO, 2011).

C. Taxonomia das Gimnospermas

Para as Gimnospermas existem quatro filos atuais, sendo elas Cycadóphytas, Ginkgophyta,
Coniferophyta e Gnetophyta, onde apresentam como característica comum a presença de
semente nua, e são heterósporas (RAVEN, et. al., 2007; RIBEIRO, 2011).

As Cycadophytas são plantas semelhantes as palmeiras e em sua maioria são plantas


tropicais, são plantas consideradas toxicas por conterem em seu interior compostos tóxicos,
possuem esporângios em seus estróbilos (RAVEN, et. al., 2007; RIBEIRO, 2011).

A Ginkgophyta conhecida por sua representante Ginkgo biloba muito utilizada para fins
medicinais, são árvores de grande porte com folhas 12 semelhantes as das avencas
(pteridófitas), ou seja, suas folhas são lobadas, as árvores femininas ficam com os óvulos
expostos pareados para facilitar a polinização (MATOS, 2008).

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O filo Coniferophyta é o maior filo entre as gimnospermas, suas representantes são a Sequóia
a planta vascular mais alta, existente nos Estados Unidos, os Pinheiros e Araucárias. Possui as
folhas em forma de agulha (acículas), inseridas de forma individual no caule, possuem
estróbilos microsporangiados onde suas estruturas reprodutoras encontram-se em formatos
diferentes, possuem cones femininos e masculinos, e algumas coníferas possuem sementes
envoltas por arilo para atrair animais na polinização (RAVEN, 2007).

Figura 3: Diversos tipos de cones (estróbilos) femininos: a) Pinus nigra; b) Pinus virginiana;
c) Pinus edulis; d) Pinus pinea; e masculinos: e) Pinus taeda; f) Araucaria angustifolia.

A Gnetophyta é um filo formado por árvores e trepadeiras, que agrupam plantas com
características semelhantes as angiospermas. Seus estróbilos se assemelham as
inflorescências das angiospermas, outra característica compartilhada com as angiospermas é a
sua fertilização dupla, porém nesse caso formará dois zigotos. Essas plantas também possuem
diferenças nas suas estruturas reprodutoras diferenciando-se o cone masculino do feminino
(RAVEN, 2007).

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2.1.4. Angiospermas

Constituindo-se de cerca de 235.000 espécies, as Angiospermas compõem o maior grupo de


plantas. São amplamente diversificadas no que se refere às suas estruturas vegetativas.
Variam, quanto ao tamanho, desde espécies de Eucalyptus, com mais de 100 metros de altura,
até pequenas plantas aquáticas do gênero Wolffia, que não ultrapassam 1 mm. Algumas são
trepadeiras e sobem a grandes alturas, sobre as árvores das florestas tropicais, outras são
epífitas e crescem nas partes mais altas das árvores (BOJACÁ, 2017).

A flor representa o órgão sexual, onde os carpelos são os órgãos femininos das plantas e os
estames o órgão masculino. Os carpelos estão divididos em estigma, estilete e ovário, já os
estames dividem-se em antera e filete. Outras estruturas presentes na flor são os cálices, que
correspondem ao conjunto de sépalas, a Corola que são o conjunto de pétalas (VIDAL, 2003;
GONÇALVEZS; LORENZI, 2011).

Figura 4: Flor completa de uma Angiosperma. Fonte: AMARAL E FILHO (2010).

A. A reprodução nas Angiospermas

No ciclo de vida das Angiospermas, assim como no das gimnospermas, a alternância de


gerações não é tão evidente como nas pteridófitas, uma vez que há uma redução progressiva
do gametófito, de modo que ele se constitui de pequenas estruturas, totalmente protegidas e
dependentes do esporófito (RAVEN, et. al., 2007; RIBEIRO, 2011).

Nas Angiospermas, o gametófito feminino é o saco embrionário do óvulo, protegido dentro


do ovário, e o gametófito masculino é o grão de pólen, formado na antera, que é parte do

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estame. O grão de pólen carrega no seu interior dois espermatozoides ou núcleos
espermáticos. Após a polinização, o grão de pólen germina, prolongando-se até o óvulo e
liberando os dois núcleos espermáticos: um deles fecunda a oosfera do óvulo, formando o
embrião diploide, e o outro se une a dois núcleos polares presentes no óvulo, formando um
tecido triploide que se denomina endosperma, com função de nutrir o embrião. Essa dupla
fecundação é característica exclusiva das Angiospermas. Após a fecundação, uma série de
modificações ocorrerá, formando-se a semente – embrião mais endosperma e demais
envoltórios do óvulo; e o fruto– desenvolvimento das demais partes do ovário (RAVEN, et.
al., 2007; RIBEIRO, 2011).

2.2. Ciclo de vida das plantas

O ciclo de vida das plantas é caracterizado pela alternância de gerações entre uma fase
haploide, chamada gametófito, e uma fase diploide, chamada esporófito. Esse ciclo difere
entre os diferentes grupos de plantas, mas a alternância entre essas duas fases é uma
característica fundamental em todas elas (AMARAL E FILHO, 2010).

1. Fase Gametofítica (Haploide):

 O gametófito é a fase haploide da planta, onde ocorre a produção de gametas


(células reprodutivas).

 Nos musgos e outras briófitas, o gametófito é a fase dominante do ciclo de


vida. Nesse estágio, os gametófitos produzem anterídios (órgãos masculinos) e
arquegônios (órgãos femininos), nos quais são produzidos gametas.

 Nas pteridófitas, o gametófito é chamado de prótalo, e é a fase onde ocorre a


fertilização. Neste estágio, os gametas masculinos são produzidos em
anterídios e os femininos em arquegônios.

 Nas gimnospermas e angiospermas, o gametófito é reduzido e se desenvolve


dentro do gametófito feminino (óvulo) ou na superfície do gametófito
masculino (pólen).

2. Fase Esporofítica (Diploide):

 O esporófito é a fase diploide da planta, onde ocorre a produção de esporos


por meio de meiose.

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 Nas briófitas, o esporófito é uma estrutura menor e dependente do gametófito
para sobreviver. Ele produz esporos que germinam e se desenvolvem em
novos gametófitos.

 Nas pteridófitas, gimnospermas e angiospermas, o esporófito é a fase


dominante do ciclo de vida. Ele cresce a partir do zigoto resultante da
fertilização e é independente do gametófito para sua nutrição e
desenvolvimento. O esporófito produz esporos através de esporângios.

Figura 5: Ciclo de vida generalizado de uma planta. Fonte: AMARAL E FILHO (2010).

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III. PRINCIPAIS CONSTATAÇÕES

Numa classificação os organismos são agrupados por terem algo em comum e de acordo com
algum critério. Toda classificação é organizada em níveis, geralmente de abrangência
crescente. Biologicamente, a unidade base de uma classificação é a ESPÉCIE. Espécies são
delineadas por um conjunto de características. Essas características são, portanto, evidências
de sua identidade. São sobre essas evidências taxionómicas que a Sistemática Vegetal se
fundamenta. Esses agrupamentos visam à sistematização do conhecimento e resultam em
sistemas de classificação.
A classificação das plantas em grupos distintos, como briófitas, pteridófitas, gimnospermas e
angiospermas, reflete suas características morfológicas, fisiológicas e reprodutivas únicas.
Cada grupo possui adaptações específicas que lhes permitem sobreviver e se reproduzir em
uma variedade de ambientes.

O estudo do ciclo de vida das plantas revela a complexidade e a interconexão entre suas fases
haploides e diploides, demonstrando como a reprodução sexuada e as adaptações evolutivas
moldaram a diversidade botânica que observamos hoje.

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IV. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AMARAL, Leila da Graça e FILHO, Francisco Antônio da Silva. (2010). Sistemática


Vegetal II - Estudo das plantas vasculares. – Florianópolis. UFSC. 162 p

BOJACÁ, G. F. P. (2017). Pequenas plantas com grandes adaptações: Briófitas em


afloramentos rochosos ferruginosos em Minas Gerais, Brasil. Dissertação de Mestrado em
Biologia Vegetal da Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte.

COSTA, J.Y.; SAMPAIO, D.S.; MARQUES, D.; CAMPOS, P.A. Apostila de Sistemática
de Criptógamas.

GONÇALVES, E.G.; LORENZI, H. (2011). Morfologia Vegetal: organografia e dicionário


ilustrado de morfologia das plantas vasculares. Editora Plantarum, 2. ed. São Paulo.

PAULA, E.J.DE.; PLASTINO, E.M.; OLIVEIRA, E.C.; BERCHEZ, F.; CHOW, F.;
OLIVEIRA, M.C. (2007). Introdução à Biologia das Criptógamas. Instituto de Biociências
da Universidade de São Paulo. São Paulo.

RAVEN, P.H.; EVERT, R.F; EICHHORN, S.E. (2007). Biologia Vegetal. 7. ed. Rio de
Janeiro, Editora Guanabara Koogan. 830 p.
RIBEIRO, A.Z.S. (2011). Jogos didáticos em botânica como uma ferramenta pedagógica
para o ensino da Biologia. Programa de Desenvolvimento Educacional. Francisco Beltrão.

VIDAL, W.N. VIDAL, M.R.R. (2003). Botânica – Organografia: quadros sinóticos de


fanerógamos. 4 ed. rev. ampl. Universidade Federal deViçosa. Viçosa.

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