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Universidade Lúrio

Faculdade de Ciências Agrárias

Culturas Alimentares e
Industriais
Eng. Carlos Jairoce,MSc
Cultura da Mandioca

Produção

FAO (1998)
África: 54% da prod mundial
Ásia: 28% da prod mundial
América: 17% prod mundial

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África

• Nigeria, maior produtor em Africa c/ 33 mihões


de toneladas ( mais de 35%)

• Mocambique, Quinto lugar em Africa c/ 5.6


milhões toneladas, depois da Nigeria,
República Democrática de Congo, Ghana
and Tanzania (FAO, 1998)

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Produção em Moçambique

Província Produção Contribui área Redimen


(x 1000 ção (%) (x1000 ha) to
toneladas) ton/ha
Nampula 2 221 36 438 5.1
Zambézia 1 965 32 280 7.0
Cabo Delgado 1 203 20 173 7.0
Inhambane 348 5 67 5.2
Outras prov 412 7 87 4.7
Total 6 149 - 1045 5.8

Fonte (Sistema Nacional de Aviso Prévio, 2003)

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Máximos rendimentos raízes frescas (1 ano)

• América ( 90 t/ ha)
• Umbeluzi: 19 – 44 t/ha ( variedade amargas
com > rendimento)
• Redimento médio ao nível do país: 6 t/ha

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Descrição botânica

Origem: Brasil e México


Nome da espécie: Manihot esculenta Crantz
Família: Euphorbiaceae (Borracha)

Mandioca (planta monóica) é arbusto com


raízes tuberosas

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• Raízes

• Raízes absorventes – a partir da semente: raiz


pivotante
- a partir da estaca: raízes adventícias
• Raízes de reserva = Raízes tuberosas
- não participa na absorção de água e minerais
- ricos em amido
- Tamanho, forma, número: depende da
variedade e condições ambientais

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• 1 – Periderme – casca externa, camada de células
sobretudo mortas, vedam a superfície da raiz, cor branca ou
castanha
• 2 – Esclerénquima – camada de fibras
• 3 – Parenquima cortical- células com amido (maior parte da
casca)
• 4 - Floema
• 5- câmbio- separa a casca da polpa
• 6 – Parenquima de armazenamento com vasos do xilema,
principal região de reserva de amido
• 7- Fios de xilema
• 8 – Fios vasculares centrais (Fibras e vasos de xilema)
• (1) casaca externa
• (2, 3 e 4 formam o cortex – casca interna)
• (6, 7 e 8) - polpa
• Casca externa – 0.5 a 2 %
• Casca externa – 8 -15 %
• Polpa – 81 – 89 % 9
• Caule
- Lenhoso quando velho
- cicatrizes foliares bem salientes
- Várias cores
- Ramificado ou não ramificado
- Altura e distância entre cicatrizes dependem de:
Variedade
Condições ambientais
Ataque de cochonilha
- O caule tem dominância apical- quando o ápice
floresce pode original ramos
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Ramificação
Maior parte das variedades- 3 ramos a partir dos
botões em baixo do ápice
- característica varietal, dependente da
precocidade de formações dos botões florais
- Variedades sem ramificação
- variedades com 4 níveis de ramificação
- maior altitude: maior grau de ramificação

Folha
Coloração do pecíolo, folhas novas: depende de
variedade, Filotaxia: 2/5
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Inflorescência
• Espécia monóica
• Flores ♀ na base e flores ♂ na parte superior
• As flores ♀ abrem antes das flores ♂ (protegenia)
• Polinização cruzada é frequente
• Relação ramificação e formação de uma inflorescência
primeiros botões florais caiem
• Fruto globuloso, com deiscência abrupta, max 3
sementes.
Semente
• programa de melhoramento, origem novas variedades
locais germinação em solos com temperaturas elevadas
(30 – 33 oC)

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Adaptação
Temperatura
óptima: 23-29 oC
Lactitude: 30 oS – 30 oN
Regime hídrico
-Precipitação anual: 1000-2000 mm,
-Fase inicial (raízes superficiais): fornecimento
com água deve ser regular, Fases posteriores
(raízes profundas): sobrevive em periódos de
seca prolongada
Seca: - fecha dos estomas Reduação de LAI-
matéria seca baixa

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Luz, fotoperíodo
• Redução da radiação solar – menor rendimento
• Fotoperíodo: cultura tropical
• Formação de raízes de reserva: estimulada por
dias curtos:
• Dias longos (>> 12 horas) – maior
desenvolvimento da parte área em detrimento
ao desenvolvimento de raízes

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Solos
• Cultivada em solos variáveis
• Muito tolerante a acidez
Não tolera:
• Solos salinos
• Solos alcalinos (pH > 8)
• Solos alagados, com má drenagem – apodrecimento
das raízes, murcha das plantas por fungos (usar
camalhões)
Solos que impedem penetração das raízes:
• Drenagem imperfeita
• Solos com camada dura
• Solos com pouca profundidade
• Solos pesados: colheita difícil
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Propagação
Estacas lenhosas 20 – 30 cm (5-8 nós)
• taxa de propagação: 1 planta p/ 10 – 30
estacas
• 1 hectar – mínimo 10 hectres
Posicão no plantio
• Posição vertical com gemas acima da
cicatriz da folha

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Idade fisiológica das
estacas
1- ramos terminais verdes
2- ramos intermédios
3- ramo inicial (caule),

Recomendáveis: ramos intermédios


Critério: diâmetro da medula <
diâmetro da estaca

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Mini estacas ( 1-2 nós) - propagação rápida

Semente – melhoramento genético


• Variedade grande
• Produção baixa
• Crescimento inicial lenta

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Época de plantação
• Início da época chuvosa - bom desenvolvimento
da planta antes das pragas atacarem.
Densidade
• Monocultura: Óptimo: 10 000 – 20 000 plantas /
ha
• A densidade depende de:
-variedade: Var. Ramificada – menor
densidade, Var. precoces – mais densa
• solos pobres: mais densa (se não há falta de
chuva), menor densidade com falta de chuvas.
Densidade alta: ajuda no controlo de infestantes

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Fases de desenvolvimento da planta
• Fase de brotação da estaca, com duração
máxima de 3 semanas. Primeiras raízes laterais
depois basais
• Fase de formação do sistema radicular: com
duração de 45-60 dias, em que a planta vive
das reservas da estaca, dá-se o crescimento
rápido das raízes primárias e formação de
raízes secundárias.
• Fase de desenvolvimento da parte aérea:
com duração de 45- 60 dias: dá-se o
crescimento rápido da parte aérea.
• Engrossamento das raízes de reserva
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Avaliação da máteria seca nas raízes de
reserva
• Método simples para determinar % de
máteria seca
• Peso no ar/ peso na água
• Peso espec = Peso no ar/ (peso no ar)-
(peso na água)
• Maior peso específico, melhor qualidade
das raízes

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Pragas e doenças
1. Cochonilha pulverulenta (Phenacoccus
manihoti Mat. Ferr)
Origem na América do Sul, ondem não
provoca danos sérios
Sintomas
Sobretudo nas folhas novas (ápices dos
brotos), encurtamento dos entre nós,
brotos morrem-folhas encrespadas, até
80% perdas, mais sério na estação seca,
T 28 oC.
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Cochonilha pulverulenta cont.....

Medidas de controle
–controlo biológico com a vespa
(Epidinocarsis lopezi De Santis)
–Estas sãs
–Plantar cedo
–Variedades menos susceptíveis
(pubescência nos brotos)

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2. Ácaro verde (Mononychellus
tanazoa Bondar)
Origem: América do sul
Sintomas
• Manchas cloróticas – clorose
completa
• Deformação das folhas
• Perdas de Rendimento 20 – 80%.

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Ácaro verde cont ...

Medidas de controle
• quarentena
• plantar cedo (antes das chuvas)
• Variedades menos susceptíveis,
puberscência
• Inimigos naturais (ácaros)

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3. Mosaico-africano-da-mandioca “African
cassava mosaic virus”
Sintomas
- Folhas jovens cloróticas deformadas
(tamanho reduzido).
- Perdas em África- 30 a 80%, em
Mocambique afecta actualmente cerca de
14 – 26% da producão (SARRNET, 2003)
Vectores
- Homem (mais importante) e Insectos
(mosca branca)
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Mosaico-africano-da-mandioca cont ...

Medidas de controlo
- Estacas sãs
- Variedades resistentes
- Eliminacão de plantas com sintomas

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Podridão radicular da mandioca (virus)
“Cassava Brown Steak Disease”

Actualmente é a doenca mais importante


em Mocambique (Cabo Delagado,
Nampula e Zambézia) afectando cerca de
31-43 % da Producão (SARRNET, 2003)
Medidas de controle
Evitar a dispersão do material de zonas
afectadas para outras.
Uso de variedades resistentes
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Fertilidade do solo
- Solos empobrecidos – rendimentos
modestos 5-6 t/ha
- solos ricos, clima favorável – até 50-70
(90) t/ha
- Empobrecimento rápido do solo: nutrientes
removidos têm que ser substituídos:

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O potássio é o nutriente mais importante
no cultivo de mandioca.
-A mandioca remove grandes quantidades
de K (250 Kg/ha) em rend 42 t/ha
-Falta de K: rendimento baixo, % de amido
baixa, HCN elevado (com a adubação de
N)
- Maior resposta de rendimento: adubação
com NK(P)

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Toxicidade de Mandioca
• Presença de Cianetos em duas
formas:
- Ligada: Glucosídeos cianogénicos, Ex
Linamarina (95%) Lotaustralina (5%)
- Livres: Cianohidrina e ácido cianídrico
(não presente na planta intacta)

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• O teor cianetos nas raízes de
mandioca variam entre < 50 até >
500 mg HCN /Kg
• Concentrações < 50 mg HCN/Kg são
consideradas não tóxicas
• Indicador usado pelos camponeses é
o sabor da Polpa: Variedades
amargadas – alto teor de cianetos

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Preferência pelas variedades
amargas:
• - Mais tolerantes a seca
• - Resistentes as pragas (incluindo
macacos) e doênças
• - Não são roubados
• - Maiores rendimentos

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• Métodos de detoxificação
• Atráves de processamento:
Ralagem, Fermentação, Maceração,
Secagem
Problemas de saúde associado ao
consumo de mandioca
• Combinação com dificiência no organismo
de:
- Sulfo aminoácidos - paralisia (Konzo) e
Neuropatia ataxica
- Iodo – Bócio
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Variação dos teores de cianeto
O Teor de cianetos varia:
• Entre variedades
• Entre diferentes ambientes ecológicas na
mesma variedade
• Entre estações do ano
• Entre diferentes tecidos na mesma planta
• Entres posições diferentes no mesmo
tecido

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• Influência do ambiente no teor de
cianetos
Solos pobres em K (e/ou ricos em N),
stress hídrico favorecem maior
concentração de cianeto na planta

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