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Universidade Federal de Santa Maria

Departamento de Fitotecnia
Disciplina de Olericultura

- Asteráceas -
Alface e outras hortaliças

Prof. Jerônimo L. Andriolo


Mestranda Francieli L. Cardoso

Santa Maria- Novembro, 2011


Classificação

 Familia: Asteraceae (Compostas);


 Nome cientifico: Lactuca sativa, Linné;
 Tipos: Americana e Européia;
 Ciclo: Anual;
 Origem:
• Espécie silvestres (Lactuca serriola);
• Sul da Europa;
• Ásia (Afeganistão, India).

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História e origem

 Originária da Ásia e Sul da Europa - trazida para o País pelos


portugueses, no século XVI.
 Referência desde antigos Persas.
 Citada na mitologia Grega e Romana.
 Século XIX: foi utilizado pelos médicos Europeus como sedativo.
 1972: O látex da planta foi reconhecido como sonífero.

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 Mercado

 Hortaliças Folhosas -16%;


 Área ocupada folhosas, flores, condimentos (2008):
399.436 hectares;
 Produtividade de 1995-2007 - crescimento de 54%;
 Região Centro – Sul => São Paulo – 130 mil ton/ano;
 Produtividade normal: 80.000 a 120.000 plantas/ha em
campo;
HORTIBRASIL, 2010

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Clima
 Cultura de outono/inverno adaptada para
primavera/verão;
 Planta anual: floresce com dias longos e alta
temperatura;
 Condições climáticas em que a muda foi produzida
influência o comportamento da planta adulta;
 A planta sofre influência:
• Temperatura;
• Fotoperíodo;
• Umidade Relativa;

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Clima
 Temperatura

• Ideal entre 10 e 20ºC;


• Noturna : inferior a 15ºC , acima de 7ºC;
• Tolera geadas leves;
• Acima de 20ºC: síntese de látex = gosto amargo, baixo
valor comercial;
• Acima de 25ºC: acelera o ciclo, plantas menores, início
pendoamento;

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Clima

 Temperatura

 Temperatura elevada no período de crescimento:


• Alongamento do caule;
• Redução no tamanho da folha;
• Aumento do látex – sabor amargo;
• Pendoamento no caso de fotoperíodo longo;
• Diminuição da produtividade.

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Clima

 Fotoperíodo

• Período vegetativo =>, fotoperíodo longo e alta


temperatura - folhas pequenas;
• Fase reprodutiva => fotoperíodo longo e alta
temperatura - pendoamento e florescimento;
• Tolera radiação solar menor que 8 MJ m-2 dia-1.

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Produção de
mudas
 Sementes

 Nuas
• Baixa germinação e vigor;
• Germinação desuniforme;
• Sementes nuas - 0,6 a 4 kg/ha (semeadura direta)
e 0,4 kg/ha (transplante).

 Peletizadas
• Facilidade de manejo;
• Maior uniformidade de germinação;
• Melhores sementes selecionadas;
• Sementes peletizadas - 110.000 unidades/ha

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Número diário de flores em antese
Fisiologia da floração

0 5 10 15 20 25 30 35 40
Dias após o início da antese
Fonte: Google imagens

 Peletização: usa menos de 2% das melhores sementes de


cada lote.
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Fisiologia das sementes

 Induzida pela radiação infravermelha;


 Temperaturas elevadas podem levar a uma dormência
secundária das sementes;
 Vários métodos de quebra de dormência;
 Principais:
• Temperaturas entre 4-6ºC por 48-72 horas (geladeira);
• Obscuridade até o início da emergência: empilhamento
das bandejas.

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Implantação da cultura

 Escolha da variedade
• Verão : Crespa;
• Inverno: Lisa;
 Escolha do local ideal:
• Solos leves;
• Bem arejados;
• Bom teor de matéria orgânica;
• Implantação de camaleões 25 cm para solos baixos;
• pH 6,0 a 6,8

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Tipos de cultivo
 Solo
 Vantagens:
• Menor custo implantação da cultura;
• Menor gastos com água e sais.
 Desvantagens: Fonte: Jornal agricola

• Maior incidência de doenças de solo;


• Plantas com maior índice de podridão de folhas;
• Risco de perda por intemperies do tempo;
• Produto sujo com solo.

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Tipos de cultivo
 Ambiente protegido

No solo Fora do solo

• Controle da URA, Temperatura, Radiação Solar;


• Menor estresse de plantas;
• Controle da Radiação solar;
• Menores riscos de perda por intempéries do tempo.

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 NFT

Fonte: Thefishfarm.com.au Fonte: Labhidro.cca.ufsc.br

Fonte: Simplyhydro.com 15
 Water culture: not used in Brazil due to high air temperatures

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O nitrato na alface

Limite: 4.000 a 4.500 mg NO3-.kg-1


[The EFSA Journal (2008) 689, 1–79]
Cultivares
 Grande número de cultivares originadas do trabalho de
melhoramento :
• Resistência ao pendoamento precoce;
• Mosaico da alface.

 Agrupadas pela características das folhas, formação ou não


de cabeça e coloração das folhas.

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GRUPOS
Americana
• Crocância;
• Boa resistência ao transporte
• Boa conservação pós-colheita

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Repolhuda crespa
• Folhas crespas, cabeça compacta, folhas internas crocantes e
mais claras;
• Tendência ao pendoamento precoce
• Vem sendo substituída pelas crespas sem formação de cabeça

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 Solta Crespa: 80% da alface consumida no
BR
• Folhas consistentes, crespas e soltas;
• Não formam cabeça;
• Coloração verde e Roxa;
• Cultivares – Veronica, Marisa, Pira verde,
Pira Roxa, Ceres ...

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 Europeias
 Repolhuda manteiga:
• Folhas lisa e delicadas, aspecto amanteigada;
• Formam cabeça;
• Coloração verde amareladas ou Roxeadas;
• Cultivares - Elisa, Regina, Brasil 303, Rainha de maio...

Fonte: Tecnoseed 22
 Solta Lisa:
• Folhas macias lisas e soltas;
• Não formam cabeças;
• Coloração Verde e verde com bordos roxeados
• Cultivares – Monalisa, Regina, Luisa ...
• Menos de 20% do consumo no BR

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 Mimosa
• Folhas delicadas, recortadas
(aspecto arrepiado);
• Coloração verde e roxa;
• Não formam cabeças;
• Cultivares – Mirella (Salada Bowl),
Melissa.
• Baixa resistência ao transporte

Fonte: Google imagens 24


Doenças da cultura da Alface

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Vírus
MOSAICO DA ALFACE
•Lettuce mosaic virus (LMV)
•Distribuído em todo o mundo
•Importância: meses de verão
fator limitante para a produção de
alface.

SINTOMAS
•Planta jovem: folhas mais novas
deformações e enrolamentos,
mosaico típico;

• Var. lisas: suscetíveis; Fonte: sir-madeira.org

• Sintomas necróticos, com morte parcial do limbo foliar

• Transmisão: sementes (pólen ou óvulo)


vetor => pulgão 26
MOSAICO COMUM (Lettuce mosaic virus) ­
- Sintomas de clorose de nervuras na fase inicial e final da doença -

ESPESSAMENTO CLORÓTICO DAS NERVURAS


(Lettuce big vein virus)
Fonte: redalyc.uaemex.mx 27
Bactérias
MANCHA BACTERIANA
•Pseudomonas cichorii
•Maior incidência: inverno;
•Maior incidência em almeirão;
SINTOMAS
Folhas: manchas necróticas irregulares=> bordos ou limbo
foliar;
Umidade baixa: lesões delimitadas no tamanho e nas folhas
mais velhas;
Umidade alta­: também nas folhas mais novas coalescência
de inúmeras lesões;
Podridão mole da planta no campo ou durante a colheita e
transporte.
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Bactérias
PODRIDÃO MOLE

• Pectobacterium carotovora

SINTOMAS
• Murchar de plantas;
• Tecidos da base da planta ficam moles;
• Podridão avermelhada;
• Bactéria é favorecida por temperaturas entre 25 e 35ºC e
alta umidade;
• Pode sobreviver no solo, ambientes aquáticos e restos
culturais;
• Disseminada por água, insetos e ferramentas
contaminadas;
29
Bactérias

CONTROLE:

•Plantio em solos bem drenados;

•Rotação de culturas;

•Eliminação de restos culturais;

•Pulverizações preventivas com


fungicidas a base de cobre;

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Fungos
PODRIDÃO DE ESCLEROTINIA

• Sclerotinia sclerotiorum
• 90% das lavouras em solos úmidos.
Disseminação:
• escleródios => movimento de solo
• ascosporos => vento
Sobrevivência: solo
Condições Favoráveis: T => inferior a 15°C
UR => alta­

Presença de micélio superficial branco e escleródios.

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Fungos
CONTROLE
• Aração profunda;
• Canteiros altos;
• Preparo do solo com antecedência;
• Pulverização: iprodione vinclozolin;

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Fungos
QUEIMA DA SAIA
•Rhizoctonia solani
•Manifesta-se em plantas adultas.

SINTOMAS
•Lesões necróticas no pecíolo e nervuras,
•Sob condições favoráveis
• Afeta sucessivamente todas as folhas;
•Presença de escleródios do fungo;
•Solos umido; ­
•Temperatura: 15 a 25 °C.

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Fonte: redalyc.uaemex.mx

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Fungos

MÍLDIO

•Bremia lactucae
•Importante em condições de alta umidade;
•Temperatura baixa ou amena;
•Fungo muito sensível ao calor e baixa umidade do ar
(influência na esporulação, germinação e penetração do
fungo via estômato);
•Disseminação pelo vento;
•Evitar áreas de baixada;

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Fungos
SINTOMAS
•Áreas cloróticas de tamanho
variável - mais tarde necróticas de
cor parda;

•Superfície inferior frutificação de


aspecto branco esporângios e
esporangióforos.

Mancha
angular

Fonte: mtvernon.wsu.edu
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Fungos

CONTROLE
• Sementes e mudas de procedência de confiança;
•Cultivares resistentes;
•Espaçamento - boa aeração entre plantas;
•Irrigação por gotejo - evitar excesso;
•Manter o ambiente arejado em cultivo protegido;
•Pulverizar preventivamente com fungicidas registrados
(Manzate 800, Acuthon, Carial, Revus, Censor);
•Eliminar restos culturais na área;
•Realizar a rotação de culturas - gramíneas.

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Deficiência
Tip Burn
•Queima de bordos;
•Desordem fisiológica - deficiência de cálcio nas folhas.
•Ca - cimentante da parede celular;
- deficiência - enfraquecimento e rompimento dos
vasos lactíferos, com isso há liberação do látex,
levando a um colapso celular e necrose do tecido.
(FERNANDES; MARTINS, 1999; MORGAN, 2000).

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Causas: Deficiência
Deficiência de cálcio induzida por :
• excessiva condutividade elétrica (CE) -
manejo inadequado da solução nutritiva;
• temperatura ambiental e UR altas (TIBBTIZ; PALZKILL,
1979; BRUUM; SCHENK, 1993; FERNANDES; MARTINS, 1999; MORGAN, 2000).

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Outras Asteráceas

de

importância comercial

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→ Chicoria

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Cultivares:
 Lisa (escarola) => Mariana, Gigante

42
Fonte: Click mudas
 Crespa => Christie, Branca de coração cheio

Fonte : Click mudas43


→ Almeirão

 Nome cientifico: Cichorium intibus


 Folhas lanceoladas;
 Gosto amargo em temperaturas acima de 25ºC;
 Plantio: todo ano;
 50% de Sombreamento no verão;
 Raízes pivotantes sem ramificações laterais;
 Semeadura direta: planta de corte;
 NFT – em perfis e espuma fenólica;

44
 Cultivares:
 Folha larga- Folhas grandes, coloração verde
intensa, não formam cabeça.
 Ciclo: 50 – 60 dias

45
Fonte : Tecnoseed,
 Folha amarela (radiche todo anos) – folhas verde
claro, não forma cabeça.
 Ciclo 70 -80 dias

46
Fonte : Tecnoseed, Click mudas
 Almeirão crespo – folhas verdes ou roxas, todo ano.
 Ciclo 50 - 70 dias

47
Fonte : Tecnoseed
 Pão de Açúcar – cabeça alongada, compacta e
volumosa, folhas verde claras.
 Ciclo: 60-80 dias

48
Fonte : Tecnoseed, Click mudas

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