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A CULTURA

DO ABACAXI
Disciplina: Fruticultura tropical
Profa Dra. Jordana Flôres
2019
Conteúdo
1. Origem.
2. Importância econômica, alimentar e social.
3. Classificação botânica e relações filogenéticas.
4. Morfologia
5. Espécies, variedades e cultivares.
6. Produção de mudas.
7. Clima e solo.
8. Nutrição e adubação.
9. Ecofisiologia da produção.
10. Tratos culturais.
11. Pragas e doenças.
12. Colheita e pós-colheita e comercialização.
CENTRO DE ORIGEM
• Sul, Sudeste e Centro-oeste do Brasil e Norte da Argentina e
do Paraguai (COLLINS, 1960).
Fruto símbolo das regiões tropicais
PRODUÇÃO MUNDIAL

2,123,177.00
3,056,445.00
Costa Rica

Filipinas

Brasil
2,129,936.00
China

Tailândia
2,671,711.00

2,253,897.00
PRODUÇÃO NACIONAL
22,406.00
97,982.00

Nordeste

375,966.00 594,777.00 Sudeste


Norte
Centro-Oeste
Sul

411,467.00
IMPORTÂNCIA ALIMENTAR E
SOCIAL
CLASSIFICAÇÃO BOTÂNICA

Reino: Plantae
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Liliopsida
Ordem: Poales
Família: Bromeliaceae
Género: Ananas

Espéie: Ananas comosus


MORFOLOGIA
Arbusto ereto, semi-ereto e horizontal
(1,2 a 1,3m de altura);
• RAÍZES - Adventícias, axilares e
subterrâneas (até 30cm de prof.)
• CAULE - Haste, talo ou eixo principal:
com gemas (cicatrizes de folhas)
• FOLHAS - 40 a 80 e igual nº de gemas,
tipo calha em espiral em torno do
caule
• FLORES - 150 a 200 flores
• FRUTOS - 100 a 200 frutos pequenos
(bagas) colados em torno do eixo.
CLASSIFICAÇÃO FOLHAS

São classificadas segundo seu formato e sua posição na


planta em A, B, C, D, E e F da mais velha e externa para a
mais nova e interna
– A= folhas secas e em via de secar
– B= folhas senis
– C= folhas adultas
– D= folhas em fim de crescimento
– E, F= folhas novas.
A folha D - É a mais importante do ponto de vista do
manejo da cultura.

A mais jovem dentre as folhas adultas. Metabolicamente, a


mais ativa de todas, por isso é usada na análise de
crescimento e do estado nutricional da planta.

Em geral a folha D forma um ângulo de 45º entre o nível


do solo e um eixo imaginário que passa pelo
centro da planta e é fácil de ser destacada.
Classificação do fruto
VARIEDADES
SMOOTH CAYENNE

 (70% da produção mundial)


 Fruto atraente, cilíndrico,
 peso entre 1,5 a 2,5 Kg,
 casca amarelo-alaranjada,
 polpa rica 13 a 19ºBrix e maior acidez
 (para industrialização e exportação)
 planta robusta, porte ereto, folhas
sem espinhos
 sensível a murcha
 clima quente e úmido: fruto frágil
PÉROLA
• Mais Cultivada no Brasil.
• espinhos nos bordos das folhas
longas
• FRUTO:
• Cônico (peso = 1,0 a 1,5 Kg)
• casca amarela, polpa branca sucosa
• Brix 14 a 16ºBrix e pouco ácido,
apreciado para mesa.
• pedúnculo longo (30cm)
• Produz muitos filhotes (10 a 15)
presos ao pedúnculo (base do
fruto).
• Tolerante a murcha associado à
cochonilha e suscetível à fusariose
(Fusarium subglutanis)
IAC Gomo de Mel
o novo material genético recomendado para
mesa (consumo individual)
• Coloração – Amarelo Ouro
• Polpa - Amarelo Ouro
(Bastante cotada no mercado.)
• Brix (doçura) Elevado - varia
entre 19,00 a 22,00
• Acidez - Baixa
• Ciclo : 15 meses
Chegou a
hora do
intervalo!
Ciclo de desenvolvimento

O ciclo da cultura do abacaxi pode ser dividido em três


etapas:
 Fase vegetativa - do plantio à diferenciação floral
 Fase produtiva - diferenciação floral à colheita do fruto
 Fase propagativa – inicia-se na fase produtiva, segue-se à
colheita do fruto e abrange o desenvolvimento e a colheita
das mudas.
Duração do ciclo varia de 12 a 30 meses
Produção de mudas
1. Sementes

Convencionais
2. Mudas
Não
Convencionais
3. micro propagação
Convencionais
Coroa – viável em zonas de
industrialização, uniforme,
ciclo longo.
Filhote – disponível em
maior quantidade, tem
maior vigor e menor ciclo de
cultivo (Pérola).
Rebento - maior vigor, ciclo
mais curto, menor
uniformidade de tamanho e
peso.
Rebentão

Filhote
Rebentão

Filhote
Não
Convencionais
seções do caule - melhor sanidade, e vigor.
Necessário tratamento fitossanitário
Multiplicação por destruição do
meristema apical - A emissão de mudas
do tipo rebentão pode ser induzida.

Multiplicação por tratamento químico –


Uso de cloroflurenol, pode transformar
flores em mudas.
Micropropagação
Produção de mudas

Ceva Cura

Seleção
• Exposição ao sol, com base virada para cima, sobre
as próprias plantas-mãe ou espalhando-as sobre
solo em local próximo ao plantio.

• Eliminar mudas com sintomas de doenças, danos


mecânicos e ataque de pragas.

• Padronizar em função do tipo (filhotes e rebentões)


e tamanho (30 cm a 40 cm, 40 cm a 50 cm e maiores
que 50 cm).
Tratamento fitossanitário nas mudas
Colheita
Cura 15 dias

30 a 120 dias
Ceva

Muda Seleção
pronta Classificação
Tratamento
Fatores edafoclimáticos
TEMPERATURA PRECIPITAÇÃO

• Faixa abrangente: • Anual:


22 – 32°C
1.200 a 1500mm
amplitude térmica
8 a 14°C
Regiões seca a
Temperaturas abaixo de irrigação é
20°C indispensável
VENTO

Por ser de porte baixo a


cultura é pouco
suscetível a danos
LUMINOSIDADE causados
por ventos fortes.
• Insolação anual
2.500 a 3.000 horas,
• 6,8 a 8,2 horas de
brilho solar por dia
UMIDADE RELATIVA

• Ideal: 70%
• Alerta: 50%

Altitude

• 0 – 400 metros
Solo
Textura média ou Profundidade do
arenosa, bem drenado, lençol freático
de referência plano ou
com pouca declividade superior a 90 cm;
(5%);

A má drenagem tende a
pH favorecer o
apodrecimento das
Não elevar a valores raízes e a morte da
superiores: 4,5 - 5,5; planta, causados pelo
fungo Phytophthora.
u Macronutrientes:

tr K > N > Ca > Mg > S > P


Micronutriente:

iç Mn > Fe > Zn > B > Cu

ã Máxima absorção = 16 meses


O nutriente que mais promove
um crescimento em função de
seu fornecimento.

É indispensável na ocasião da
diferenciação floral e no
desenvolvimento do fruto.
O K aumenta o teor de sólidos
solúveis totais e acidez.

Tem ação como inibidor da atividade


polifenoxidásica, responsável pelo
escurecimento interno da polpa.

Aumenta a resistência das plantas


contra doenças.
Ca Mg
É importante na Grande importância
diferenciação da na coloração do fruto.
inflorescência e no (constituinte da clorofila)
desenvolvimento dos
frutos.
S
É responsável pelo
equilíbrio entre acidez e
açúcares dos frutos,
conferindo-lhes sabor
fol


lis
ia

A
r

e
Coletar 25 folhas do abacaxizeiro
por ha
Chegou a
hora do
intervalo!
Preparo do solo Aração e gradagem - procurando
atingir uma profundidade de 30cm,
para facilitar o desenvolvimento
das raízes.
r
r
e
ç
Analise de solo
al • Elevar Saturação de Bases a 50%.
• PH 4,5 a 5,5.

a • Fornecimento de Ca e Mg .

g
e
u ₋Plantio = todo fosforo, 1/3 de nitrogênio e
potássio.
₋Cobertura = restante N e K (½ 30-60 dias após

b o plantio e a outra ½ 30 dias antes da indução).

a
ç
Plantio
Sulcos

Covas
Manual
Semi
mecanizado
Es
pa –Filas simples:
•0,90m X 0,30m = 37.030 plantas/ha

ça •0,80m X 0,30m = 41.660


–Filas duplas:

m • 0,90m x 0,40m x 0,40m = 38.460


• 0,90m x 0,40m x 0,35m = 43.950
• 0,90m x 0,40m x 0,30m = 51.280

en
to
Simples

Dupla
Ir
• Irrigar onde a precipitação for inferior a
ri 500 mm.
• Os períodos de maior exigência :
ga diferenciação floral e enchimento dos
frutos.

çã • métodos de irrigação : não há restrições


(eficiência de uso da água, e minimizar custos ).

o
Gotejamento Aspersão

Pivô
Ma
nej
o
da
flo
raç
ão
• Ocorrência- meses de junho a agosto
Flo (Pérola-precoce).

raç • Forte influência de condições climáticas,


dificulta o controle de florações naturais
ão nas lavouras de abacaxi.

nat Desenvolvimento desuniforme.

ur Tratos Redução
al cultura e
colheita.
tamanho do
fruto.
Flo Aplicação: plantas Resultado: ciclo
raç 7 a 12 meses de
idade.
de 14 a 18 meses
(primeira produção).
ão Indutores: Carbureto de Cálcio e produtos à base
In de Etefon (Ethrel, Arvest ou similar).

du Etefon: pulverização
Eficiência: à noite
ou horas mais
zid total ou olho da
planta (50
frescas do
(preferência
dia
dias
a ml/planta).
nublados).
Carbureto: roseta
foliar, forma sólida
(0,5 a 1,0 g/planta)
ou líquida (30 a 50 ml/
planta).

Forma sólida: épocas


chuvosas ou plantios
irrigados (345 g do produto
em 100 litros de água)
Diagrama da indução floral ao fechamento das flores.

Duração de cada fase pode ser maior em períodos com


temperaturas baixas.
Pr
ag
as

Causada pelo “pineapple mealybug wilt-associated vírus (PMWaV)”


que tem como vetor a cochonilha Dysmicoccus brevipes. Inicio
marcado pelo apodrecimento das raízes, os sintomas foliares surgem
após 2 meses.
enç
Do
as

O principal sintoma exsudação de goma a partir da região infectada.


Causa perdas de até 80% na produção de frutos, pode infectar cerca
de 40% das mudas, das quais 20% morrem antes da produção e
colheita.
De
sor
de
m
fisi
oló
gic
a
lhe
Co
ita
140 a 160 dias após a
indução

Ponto de maturação

– De acordo com o
mercado destino e a
distância.
– Coloração da casca,
translucidez da polpa
Estádios de maturação: (TV) – Totalmente verde; (V) – Verde; (IP) – Início da
pigmentação; (VA) – Verde alaranjado; (PA) – Parcialmente alaranjado.
Retirada da coroa
- indústria

Fruto in natura

• Corte do pedúnculo 3 a 5cm


abaixo da base do fruto.
• Equipamentos limpos para evitar
contaminações.
A superfície do corte deve ser desinfetada para se
evitar a penetração de fungos, como o causador da
podridão-negra, utilizam-se fungicidas à base de
tiabendazol, tiofanato ou captan.

Pode-se fazer o uso também de solução aquosa de


benzoato de sódio a 10% ou imersão do pedúnculo
em água quente (54° C) por três minutos.
mer
izaç

heit
cial

Pós
col
ae
ão

co

-
FRUTOS TIPO A: 1,7 a 2,0 Kg
FRUTO TIPO B: 1,5 a 1,7 Kg
FRUTO TIPO C: 1,2 a 1,5 Kg
FRUTO TIPO D: 0,9 a 1,2 Kg
INDUSTRIA

IN NATURA
Grupos:
De acordo com a coloração da polpa.

Grupo I Grupo II
Polpa Amarela Polpa branca

Subgrupo:
De acordo com a coloração da casca.
Classe: De acordo com peso das infrutescências
Categoria:
De acordo com a qualidade da infrutescência
Vamos testar
nossos
conhecimentos!
Conteúdo
1. Origem.
2. Importância econômica, alimentar e social.
3. Classificação botânica e relações filogenéticas.
4. Morfologia
5. Espécies, variedades e cultivares.
6. Produção de mudas.
7. Clima e solo.
8. Nutrição e adubação.
9. Ecofisiologia da produção.
10. Tratos culturais.
11. Pragas e doenças.
12. Colheita e pós-colheita e comercialização.
3.00 2.9 2.85
2.80
2.56 2.51
2.60
2.42
2.40 2.35 2.33
2.29 2.26 2.23 2.23
2.20
2.00
1.80
1.60
1.40
1.20
1.00
JAN FE V MAR AB R MAI JU N AG O SE T OU T NOV DEZ

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