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INSUMOS BIOLÓGICOS:

MICORRIZAS E
ADUBAÇÃO VERDE

FERTILIDADE DO SOLO
INTRODUÇÃO

Interações: planta, solo, clima, microrganismos....


MICORRIZAS
 Associação Micorrízica HIFAS intra e extra-
radiculares

Arbúsculos

• São as estruturas chave da simbiose, e são controladas


pela planta.
•São formados pela interação entre células do córtex de
raízes de plantas micorrízicas e hifa de fungos MA
•Ficam ativas por períodos curtos de tempo, sendo
“digeridos” pela célula vegetal após alguns dias ou
semanas
Micorrizas

Dr. David Read “Plantas não têm raízes, elas tem


micorrizas”
AMF impact on plant nutrition

Não
Inoculado
Inoculado

Resposta de uma espécie micorrízica facultativa – a gramínea forrageira Brachiaria


decumbens – à inoculação solo sem adição de fertilizante fosfatado.

De Souza (2001)
Mutualista nutricional
Sclerolobium paniculatum
não inoculado
10 ppm P =
230 kg/ha de
super simples

Glomus clarum
Gigaspora margarita

inoculado

Teles, Souza e Faria,


não publicado
CRESCIMENTO INDIVIDUAL aos 90 dias

aroeira pau ferro

NI AP D1 D2 D3 D4 NI AP D1 D2 D3 D4

trema fedegoso

NI AP D1 D2 D3 D4 NI AP D1 D2 D3 D4
NI= não inoculado
AP= não inoculado (alto teor de fósforo)
D1= inoculado (1 isolado de FMA)
D2= inoculado (2 isolados de FMAs)
D3= inoculado (4 isolados de FMAs)
D4= inoculado (8 isolados de FMAs) Santos & Siqueira (2007)
MANEJO DE FMA
 Manejo que incremente produção de raízes finas

• Rotação de culturas
• Consorciamento
• Sistemas Agroflorestais

 Manejo como: Diminuição da simbiose – redução da atividade


fúngica ou redução da sua diversidade

• Mecanização excessiva
• Alta fertilização do solo
• Agrotóxicos
• Rotação de culturas com plantas não hospedeira (Brássicas)
• Poluentes diversos (esterco em excesso)
ADUBAÇÃO VERDE

A prática de adubação verde consiste em utilizar plantas associadas às


culturas principais ou comerciais, incorporando-as levemente ao
solo ou deixando-as na superfície, visando à proteção superficial,
bem como à manutenção e à melhoria das características físicas,
químicas e biológicas do solo.

Finalidade de elevar a produtividade do solo por meio de sua massa


vegetal.

• Leguminosas 100 kg a 400 kg ha-1 ciclo-1 de N


ESPÉCIES DE ADUBO VERDE
CARACTERÍSTICAS DESEJÁVEIS DE UM
ADUBO VERDE

• Rápido crescimento
• Grande produção de massa verde
• Disponibilidade de sementes no mercado
• Sementes sem dormência
• Sementes pequenas (de preferência)
• Ciclo curto (de preferência)
• Leguminosas-fixar nitrogênio (se possível)
• Rusticidade (pragas e doenças)
• Não ser hospedeira de nematóides
 Mucuna preta (Mucuna aterrimum)

• Leguminosa;
• Ciclo: 150-180 dias;
• Escarificação da semente: não é necessária
• Vigorosa – agressiva;
• Rasteira/trepadora;
• Porte: prostrado ou trepador;
• Resistente a maioria dos nematóides;
• Efeito alelopático;
• Alta adaptação a solos de baixa fertilidade;
• Resistente a seca;
• Bom controle de ervas daninhas;
• Indicada para recuperação de solos degradados;
• Produtividade: 10 a 40 ton massa verde ha-1

60 a 300 kg N ha-1
Mucuna Preta
 Mucuna anã ( Mucuna deeringiana)

• Leguminosa;
• Ciclo de 150 dias;
• Anual – verão
• Semi-ereta;
• Crescimento Determinado;
• Não trepadora;
• Resistente à seca;
• Alta adaptação a solos de baixa fertilidade;
• Não é hospedeira de nematóides;
• Boa para intercalar culturas perenes (café);
• Produtividade: 10 a 20 ton massa verde ha-1

50 a 100 kg N ha-1
Mucuna anã
 Feijão de porco ( Canavalia ensiformis)

• Leguminosa
• Anual ;
• Escarificação as semente: não necessária
• Ereta, hábito determinado;
• Ciclo de 120-140 dias;
• Raíz vigorosa e profunda;
• Rústica;
• Excelente no controle de tiririca
• Alta adaptação a solos de baixa fertilidade;
• Hospedeira de espécies de nematóides;
• Hospedeira de vírus e mosca branca;
• Sementes grandes
• Associação: plantas perenes ou semiperenes (café, fruteiras, cana)
• Produtividade: até 50 ton massa verde ha-1

100 a 300 kg N ha-1


Feijão de Porco
• Crotalaria juncea – espécie mais popular e usada.

• Leguminosa
• Crescimento rápido;
• Escarificação da semente: não é necessária
• Efeito alelopático contra plantas daninhas;
• Ciclo de 120 a 180 dias;
• Porte: ereto, semiarbustivo, de hábito determinado, vigoroso
• Alta adaptação a solos de baixa fertilidade
• Sensível a fusarium ;
• Pode ser ensilada;
• Resistente aos principais Nematóides (cana)
• Associação: consorcia-se bem com plantas semiperenes ou
perenes (café, fruteiras, cana) e anuais (milho, arroz e sorgo)
• Espécie que produz a maior quantidade de biomassa em menor
tempo
• Mais utilizada na implantação e reforma de canaviais
• Produtividade: 18 a 30 ton massa verde ha-1

150 a 300 kg N ha-1


Crotalaria juncea
 Nabo forrageiro (Rafhanus sativus)

• Brassicas
• Adubação verde de inverno
• Anual, herbacea;
• Raíz pivotante;
• Bom controle de ervas daninhas;
• Elevada capacidade de reciclar nutrientes;
• Boa resistencia a seca;
• Ciclo de 120 dias;
• Boa supressão do mato – crescimento rápido;
• Produtividade: 20 a 30 ton massa verde ha-1
Nabo forrageiro
COMPOSIÇÃO DE ADUBOS VERDES
PRODUTIVIDADE DE ADUBOS VERDES
Matéria seca (kg ha-1)

N-acumulado em cada período


350
N-acumulado (kg ha-1)
Matéria seca (kg ha-1)
300 6

de coleta(kg ha-1)
250

200 4

150

100 2

50

0 0
50 55 63 68 75 86 122 150
Dias após plantio

Deposição de material senescente de C. juncea ao


longo do tempo em cada período de avaliação
EFEITOS DA ADUBAÇÃO VERDE

1. FÍSICOS
Na área agrícola: solo
2. QUÍMICOS

3. BIOLÓGICOS
EFEITOS FÍSICOS DA ADUBAÇÃO VERDE

 Produção / manutenção de resíduos na superfície do solo

• Melhora a estrutura do solo: agregação


• Aumenta a porosidade;
• Aumenta a infiltração de água;
• Retenção de umidade
• Aumenta a aeração do solo.
INTERFERE POSITIVAMENTE NAS
PROPRIEDADES FISÍCAS DO SOLO

MAIOR DESENVOLVIMENTO DE RAÍZES


EFEITOS QUÍMICOS DA ADUBAÇÃO VERDE

• Aumento da matéria orgânica (Tempo...)

• Aumenta a disponibilidade de nutrientes;

• Aumenta a CTC efetiva

• Reduz perdas por lixiviação

• Reduz Al+++;

• Recicla /mobiliza nutrientes.


EFEITOS BIOLÓGICOS DOS ADUBOS VERDES

• Estimula o crescimento e a atividade biológica do solo

• Aumenta a biomassa microbiana e a atividade enzimática do solo

• Promove aumento de diferentes grupos microbianos do solo

A adubação verde é capaz de causar impactos positivos sobre os


diversos componentes da fauna do solo, tais como colêmbolos (Filser,
1995) e minhocas (Fraser, 1994), alterando a densidade das
populações e a diversidade de espécies.
BENEFÍCIOS DA ADUBAÇÃO VERDE

• Proteção do solo;
• Mantém ou aumenta matéria orgânica;
• Menor amplitude térmica;
• Diminui lixiviação de nitrogênio;
• Fixação de N2;
• Redução da população de plantas daninhas;
• Controle de nematóides (algumas espécies);
• Aumento da renda do produtor (a longo prazo)
• Economia com a adubação NITROGENADA
Recomendações para o cultivo de ADUBOS VERDES
• A espécie escolhida deve ser apta ao cultivo na época em que o produtor
normalmente deixa suas terras em pousio.

• Espécie escolhida não deve ser da mesma família das espécies econômicas
que o produtor normalmente cultiva. Isso evita a disseminação de pragas e
doenças cujos agentes podem sobreviver no solo.

• A espécie escolhida deve ser capaz de se adaptar às condições de fertilidade


das terras, a fim de potencializar a produção de massa vegetal.

• Espécies de adubos verdes são cultivadas para serem decepadas, incorporadas


ou não ao solo, antes de serem capazes de produzir e jogar ao solo sementes
viáveis, evitando que se estabeleçam na área e dificultem o seu controle.

• A espécie de adubo verde deve concorrer minimamente em luz, água e


nutrientes com a espécie comercial cultivada, procurando-se, assim, manter a
produtividade da cultura.

• Em casos de plantio consorciado, a espécie de adubo verde escolhida não deve


ser trepadeira, já que, ao ganhar altura, dificultará os tratos culturais e promoverá
redução da área fotossintética da cultura comercial, reduzindo a sua
produtividade.
EXECUÇÃO DA PRÁTICA DE ADUBAÇÃO
VERDE

• ÉPOCAS DE SEMEADURA : dependente do sistema


produtivo – culturas econômicas e do problema
agronômico existente na área agrícola.

• Usual : semear em sucessão às culturas econômicas ou


consorciadas (na mesma época)

• Semeadoras convencionais.

• À lanço: manual, distribuidoras de calcário e aérea (grandes áreas-


usinas de açúcar e grandes lavouras de milho/algodão ou soja...)
Execução da prática....

 ESPAÇAMENTOS :

• ...Mais usado é 50 cm entre fileiras de plantas para


todas as espécies, mas pode ser semeado mais estreito.
• Não existe um padrão – importante do ponto de vista
prático é cobrir o solo rapidamente e produzir maior
quantidade de massa possível.
• Espaçamentos mais reduzidos : épocas mais secas e
mais frias.
• Espaçamentos mais largos : épocas mais úmidas e
quentes e para espécies com maior porte.
• Semeadura à lanço : aumenta em 20% a quantidade de
sementes
FOTO: US. STA. LUIZA
CALAGEM E ADUBAÇÃO...

• Calagem para a cultura principal – necessária.

• Adubação : normalmente não se faz aplicação de


fertilizantes para os adubos verdes.
TRATOS CULTURAIS

• Controle de pragas e doenças: NÃO.....

NORMALMENTE
• Controle de plantas daninhas:
NÃO, MAS...

• Não esquecer: ADUBOS VERDES : PLANTAS RÚSTICAS


Ribas et al. (2002)
Duarte Júnior & Coelho (2008)
Coquetel de espécies

• E a técnica consiste no consórcio de espécie de


adubos verdes, complementares com relação ao
hábito de crescimento, exploração de diferentes
extratos, profundidade de raízes, demanda nutricional
etc. São utilizadas 12 espécies, no mínimo.

• Estão relacionados a seguir as espécie e quantidades


recomendadas (ex. de um modelo).
Discriminação das espécies e sementes
indicadas para o coquetel de adubos
verdes.
Discriminação das espécies e sementes
indicadas para o coquetel de adubos
verdes.

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