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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO

MARANHÃO – IFMA
CAMPUS SÃO LUIS – MARACANÃ
DISCIPLINA: NUTRIÇÃO ANIMAL E FORRAGICULTURA

AULA:01

PRINCIPAIS LEGUMINOSAS FORRAGEIRRAS

Prof.ª. Vanessa Cristina Macêdo Reis


São Luís – MA
2018
Principais Leguminosas Forrageiras
ROTEIRO DA AULA

1. INTRODUÇÃO
2. TAXONOMIA
3. MORFOLOGIA DE FABACEAE (LEGUMINOSAS)
4. RECURSOS GENÉTICOS DE FABACEAES
5. PRINCIPAIS ATRIBUTOS DAS FABACEAES
6. BENEFÍCIOS DAS FABACEAES NA AGROPECUÁRIA
7. REFERENCIAS
Principais Leguminosas Forrageiras
INTRODUÇÃO

A Introdução de leguminosa na pastagem,


promove incrementos na produção animal,
pelo aumento da qualidade e da quantidade
da forragem em oferta, resultante não só da
participação da leguminosa na dieta do
animal mas também dos efeitos indiretos
relacionados com a fixação biológica de
nitrogênio e seu repasse ao ecossistema de
pastagem.
Principais Leguminosas Forrageiras
INTRODUÇÃO

Leguminosa – planta ou espécie de planta


pertencente à família Fabaceae com uma ampla
faixa de características físicas, englobando formas
herbáceas, arbustivas e arbóreas.
Principais Leguminosas Forrageiras
1. Taxonomia

Reino Vegetal: Plantae


Divisão: Angiospermas
Classe: Dicotiledôneas
Subclasse: Rosidae
Ordem: Fabales
Família: Fabaceae (Leguminosae)
Subfamílias: Mimosoideae, Caesalpinioideae Papilionoideae (Faboideae)

A subfamília de maior interesse para a agropecuária é a subfamília


Papilionoideae (Faboideae)

467 gêneros, mais de 14.000 espécies


Principais Leguminosas Forrageiras
1. Taxonomia

PARTICULARIDADES DAS LEGUMINOSAS NA AGROPECUÁRIA


• Alimentação humana (grãos), alimentação animal (forragem), adubação verde
e cobertura vegetal
• Estão distribuídas nas regiões de clima: temperado, tropical e subtropical
• Características típicas dessa família: apresentam o fruto do tipo legume,
também conhecido como vagem
• Plantas de mecanismo fotossintético do tipo C
Principais Leguminosas Forrageiras
2. Morfologia de fabaceae (Leguminosas)

Folha
1) Consiste de três partes:
a) Folíolo;
b) Pecíolo e Peciólulo;
c) Estípula
2) Tipos de folha:
Principais Leguminosas Forrageiras
2. Morfologia de fabaceae (Leguminosas)

Caule (haste

Os caules das Fabaceaes são mais variados do que os colmos das poaceaes, há
grande diversidade em tamanho, comprimento e número de ramos
 Hábitos de crescimento:
a) volúvel (trepador);
b) herbáceo;
c) arbustivo;
d) arbóreo
Principais Leguminosas Forrageiras
2. Morfologia de Fabaceae (Leguminosas)

Caule (haste)
d) arbóreo
b) herbáceo

a) volúvel (trepador) c) arbustivo


Principais Leguminosas Forrageiras
2. Morfologia de Fabaceae (Leguminosas)

Raiz
Sistema Radicular→ pivotante ou axial(apresenta nódulos
formados através do contato da raiz com as bactéria do
gênero Rhizobium Raiz primária (dominante e vigorosa)
Raízes secundárias (ramificações)
• Raiz com maior profundidade

maior resistência durante o período seco

• Presença de nódulos no sistema radicular

fixação biológica do nitrogênio


Principais Leguminosas Forrageiras
2. Morfologia de Fabaceae (Leguminosas)

Ciclo vegetativo de Fabaceaes


• A maioria das leguminosas forrageiras tropicais apresenta ciclo perene ou
bianual
• Propagação é realizada através de sementes
• As sementes de Fabaceaes apresentam dormência

Dormência presença de um tegumento (casca) impermeável á


penetração da água, impedindo a germinação da semente.

Alta porcentagem de dureza nas sementes 69 a 90


Principais Leguminosas Forrageiras
2. Morfologia de Fabaceae (Leguminosas)

Ciclo vegetativo de Fabaceaes


• Plantio de Fabaceae = necessário efetuar a quebra da dormência
das sementes, através da escarificação
Mecânicos
Métodos de escarificação Térmicos
Químicos
• Outra técnica usada para um plantio eficiente de Fabaceaes consiste na utilização de
inoculantes

Os inoculantes são importantes para promover rápida colonização


das bactérias fixadora de Nitrogênio.
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3. Recursos genéticos de Fabaceaes

Amendoim forrageiro estolonífero cv. Amarillo


Amendoim forrageiro
Nome cientifico:
Arachis pintoi
• Origem: América do Sul
• Ciclo vegetativo: anual, bianual e semi-perene
• Forma de crescimento: estolonífero
• Altura da planta : crescimento livre até 0,6m
• Formas de uso: pastejo e cobertura vegetal
• Teor de proteína na matéria seca:15- 22% de PB
• Produção da matéria seca: acima de 2 a 4 t MS/ha/ano
• Consorciação: todas as gramíneas
• Palatabilidade: Boa na forma consorciada ou fenada
Principais Leguminosas Forrageiras
3. Recursos genéticos de Fabaceaes

Amendoim forrageiro
Nome cientifico:
Arachis pintoi
• Resistência a seca: Média
• Resistência ao frio: Média
• Resistência a cigarrinha: Alta
• Resistência ao encharcamento: Baixa
• Resistência ao sombreamento: Alta
• Exigência em fertilidade do solo: Média/Alta
• Primeiro pastejo: 9 meses
• Fixação de nitrogênio: 80 a 120 kg/há
• Utilização: Pastejo direto, fenação, consórcio e
banco de proteína
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3. Recursos genéticos de Fabaceaes

Leucena
Nome cientifico:
Leucaena leucocephala.
• Origem: América do Sul
• Ciclo vegetativo: perene.
• Forma de crescimento: arbóreo
• Altura da planta : crescimento livre até 20m
• Forma de uso: pastejo banco de proteína, arborização do pasto
• Digestibilidade: ótima
• Palatabilidade: ótima
• Teor de proteína na matéria seca: 20-22% de PB
• Produção da matéria seca: acima de 5 a 6 t MS/ha/ano
Principais Leguminosas Forrageiras
3. Recursos genéticos de Fabaceaes

Leucena
Nome cientifico:
Leucaena leucocephala.

• Resistência a seca: Alta


• Resistência ao frio: Alta
• Resistência a cigarrinha: Alta
• Resistência ao encharcamento: Baixa
• Resistência ao sombreamento: Alta
• Exigência em fertilidade do solo: Baixa
• Primeiro pastejo: 180 dias
• Fixação de nitrogênio: 200 kg/ha
• Utilização: Pastejo direto, fenação, consórcio
e banco de proteína
Principais Leguminosas Forrageiras
3. Recursos genéticos de Fabaceaes

Alfafa

FOTO1 - Plantas de Alfafa em florescimento


Nome cientifico:
Medicago sativa L.
• Ciclo vegetativo: perene
• Forma de crescimento: herbáceo
• Altura da planta : crescimento livre até 1,0m
• Forma de uso: produção de feno e eventualmente pastejo
• Digestibilidade: ótima

.
• Palatabilidade: ótima
• Teor de proteína na matéria seca: 20% de PB
• Produção da matéria seca: acima de 20 t MS/há/ano
• Numero de cortes: varia de 6 a 8 cortes por anão, com irrigação
Principais Leguminosas Forrageiras
3. Recursos genéticos de Fabaceaes

Alfafa
Nome cientifico: Medicago sativa L
Nome cientifico:
Medicago sativa L
Medicago sativa L.
Principais Leguminosas Forrageiras
3. Recursos genéticos de Fabaceaes

Feijão-guandu
Nome cientifico:
Cajanús cajan

• Ciclo vegetativo: anual, bianual e semi-perene


• Forma de crescimento: arbustivo
• Altura da planta : crescimento livre até 4,0m
• Formas de uso: pastejo, banco de proteína e adubação verde
• Digestibilidade: muito boa
• Palatabilidade: boa
• Teor de proteína na matéria seca: 13- 15% de PB
• Produção da matéria seca: acima de 8 a 14 t MS/ha/ano
Principais Leguminosas Forrageiras
3. Recursos genéticos de Fabaceaes

Feijão-guandu
Nome cientifico:
Cajanús cajan
Principais Leguminosas Forrageiras
3. Recursos genéticos de Fabaceaes

kudzu tropical
Nome cientifico:
Pueraria phaseoloides
• Ciclo vegetativo: perene
• Forma de crescimento: volúvel (trepador)
• Altura da planta : crescimento livre até 0,8m
• Formas de uso: pastejo, corte e cobertura vegetal
• Digestibilidade: boa
• Palatabilidade: boa
• Teor de proteína na matéria seca: 10-15% de PB
• Produção da matéria seca: acima de 5 a 10 t MS/ha/ano
Principais Leguminosas Forrageiras
3. Recursos genéticos de Fabaceaes

kudzu tropical
Nome cientifico:
Pueraria phaseoloides
Principais Leguminosas Forrageiras
3. Recursos genéticos de Fabaceaes

Estilosantes
Nome cientifico:
Stylosanthes sp
• Origem: Brasil (CNPGC)
• Ciclo vegetativo: anual e perene
• Forma de crescimento: semi-arbustivo
• Altura da planta : 0,50m
• Formas de uso: pastejo e banco de proteína
• Digestibilidade: boa
• Palatabilidade: boa
• Teor de proteína na matéria seca: 18-22% de PB
• Produção da matéria seca: acima de 8 a 12 t MS/ha/ano
Principais Leguminosas Forrageiras
3. Recursos genéticos de Fabaceaes

Estilosantes
Nome cientifico:
Stylosanthes sp
• Resistência a seca: Alta
• Resistência ao frio: Média
• Resistência a cigarrinha: Alta
• Resistência ao encharcamento: Baixa
• Resistência ao sombreamento: Baixa
• Exigência em fertilidade do solo: Baixa
• Primeiro pastejo: 120 dias
• Fixação de nitrogênio: 180 kg/há
• Utilização: Pastejo direto, fenação,
consórcio e banco de proteína
Principais Leguminosas Forrageiras
4. Principais atributos das Fabaceaes

4.1 Fixação biológica de nitrogênio

• 50% dos 100 milhões de ha de pastagens cultivadas no Brasil encontra-se em


estágio de degradação (IBGE, 1998; Dubeux et al., 2006)
• A adubação nitrogenada é um ponto critico para o sistema, pois apresenta
grande demanda de alto custo
• Estudos reportaram que Fabaceaes podem incorporar 40 a 500kg de N/ha/ano
(VALENTIM e MOREIRA, 2001)
• A manutenção de 25% de Fabaceae na composição botânica pasto, equivale a
uma adubação de 100kg de N/ha/ano
Principais Leguminosas Forrageiras
4. Principais atributos das Fabaceaes

4.1 Fixação biológica de nitrogênio

O nitrogênio atmosférico e convertido em composto


nitrogenados(amônio ou nitrato) através de diversos processos
químicos-biológicos

As Fabaceaes realizam associação (simbiose) com bactérias do gênero


Rhizobium, por meio dos nódulos no sistema radicular.

As bactérias utilizam partes dos fotoassimilados da planta hospedeira para


gerar energia necessária para promover FBN
Por outro lado , a planta beneficia-se do nitrogênio fixado pela bactéria
para síntese de sua proteínas
Principais Leguminosas Forrageiras
4. Principais atributos das Fabaceaes

4.1 Fixação biológica de nitrogênio


COLONIZAÇAO DAS BACTERIAS NAS RAIZES DA

FABACEAES
Bactérias
Rhizobium Penetração das
bactérias na raiz
Raiz de
leguminosa

Rhizobium no
Solo interior da raiz
Nódulo
formado
Principais Leguminosas Forrageiras
4. Principais atributos das Fabaceaes

4.2 Melhoramento qualitativo e quantitativo da dieta animal

A produção animal é limitada pela variação, tanto quantitativa como qualitativa, de oferta de
forragem ao longo do ano

Durante o período seco ocorre a maturação das Poaceaes, resultando na redução do valor
nutricional dessas forragens
Principais Leguminosas Forrageiras
5. Benefícios das Fabaceaes na agropecuária

Melhoria das Maior oferta de


características químicas, Incorporação de forragem em
físicas e biológicas do nitrogênio no solo determinadas épocas
solo do ano

Melhoria na qualidade
Recuperação das áreas Diminui os efeitos da
nutricional das
degradadas erosão do solo
pastagens
Principais Leguminosas Forrageiras
5. Benefícios das Fabaceaes na agropecuária

5.1 Utilização de Fabaceaes no sistema agropecuário

Adubação Pastagens
verde Cobertura Banco de Forragem
consorciadas Legumineira
(Rotação de de solo proteína conservad
com s
a
culturas) poaceaes
Principais Leguminosas Forrageiras
5. Benefícios das Fabaceaes na agropecuária

5.2 Consorciação entre Poaceaes Fabaceaes


Aumentar o aporte de nitrogênio na pastagem;
Incrementar a produção forrageira;
Objetivo Melhorar o valor nutricional do pasto;
Diversificação da pastagem.

O sucesso da consorciação depende:


• Adequação das forrageiras ás condições de clima e solo da região;
• Bom potencial de produção de sementes de ambas forrageiras;
• Utilização de Fabaceaes de cultivar precoce;
• Manutenção de níveis adequados de fertilidades ;
• Manejar a pastagem, com ênfase para a Fabaceae;
• Determinação de épocas oportunas de diferimento do pastejo
Principais Leguminosas Forrageiras
Exercício p/ casa

1. O que é fixação biológica de nitrogênio (FBN)?


2. Qual a característica típica dessa família?
3. Conceitue leguminosa?
Principais Leguminosas Forrageiras
7. Conclusão

O papel das leguminosas, vem ganhando


destaque não só pelos benefícios agronômicos
como a capacidade de fixação do Nitrogênio no
solo, mais também como complemento da dieta
animal, que por sua vez aumentará a
quantidade de proteína na mesma.
Principais Leguminosas Forrageiras
6. Referências

COSTA, N. et al. Fisiologia e manejo de plantas forrageiras. Documentos 85. EMBRAPA: Porto
Velho, RO, 2004.

EMBRAPA. Forrageiras - espécies para a Região Sul do Brasil. Disponível em:


https://www.embrapa.br/clima-temperado/forrageiras. Acesso em: 08/10/2017.

CEPLAC. Utilização de leguminosas forrageiras na alimentação de bovinos. Disponível em:


http://www.ceplac.gov.br/radar/Artigos/artigo29.htm. Acesso em 07/10/2017.

_________. Produção de forrageiras e pastagens. Disponível em:


http://www.cnpgl.embrapa.br/sistemaproducao/15241-produ%C3%A7%C3%A3o-de-forrageiras-e
-pastagens
. Acesso em: 07/10/2017.

MUNIZ, L; JUNIOR, J. Forragicultura. Apostila elaborada ao curso de Técnico em Agropecuária –


subsequente e PROEJA – IFMA: São Luís – MA, 2011.

HERLING, V; PEREIRA, L. Leguminosas forrageiras de clima tropical e temperado. USP:


Obrigada!!!

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