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CULTURA DO MILHO

7 – PRÁTICAS CULTURAIS
7.1 – Preparo do Solo

O preparo do solo pode ser realizado de diversas formas dependendo:

- Tamanho da área;
- Disponibilidade de equipamentos pelo produtor;

- Disponibilidade de equipamentos na região para terceirização;


- Época de cultivo e disponibilidade hídrica;
- Finalidade da produção;

- Etc...
Objetivos do Preparo do Solo
- Condição desejável para a semeadura, permitindo boa
infiltração e retenção de água, aeração adequada e um
mínimo de resistência para a penetração de raízes;
- Controle de plantas daninhas;

- Controle de doenças;

- Incorporação dos restos culturais;

- Controle de erosão;

- Incorporação de corretivos e fertilizantes.


Tipos de Preparo do Solo

Arado de discos
“Pé-de-arado”
- Aração + gradagem Arado de aivecas

Escarificador

- Grade Pesada + gradagem de nivelamento

“Pé-de-grade”

- Plantio direto
Arado de discos fixo
Aração com arado de discos
Arado de aiveca recortada
Aração com arado de aiveca
Aração com arado de aiveca
Escarificador
Escarificador
Gradagem para nivelamento
Escarificador + grade leve
Grade pesada
Operação com grade leve para nivelamento do solo
“Pé-de-grade” – erosão provocada pela menor infiltração de água
“Pé-de-grade
Sistema Plantio Direto
Plantio direto em área com milheto recém dessecado
Gasto de diesel com diferentes manejos do solo

I – Sistema Convencional (1)

- Destruição de restos da cultura anterior;


- Aração;
- Primeira gradagem;
- Aplicação de herbicida;
- Segunda gradagem;
- Terceira gradagem;
- Semeadura
Total: 71,9 litros
de diesel/ha
II – Sistema Convencional (2)

- Destruição de restos da cultura anterior;


- Aração;

- Primeira gradagem;

- Segunda gradagem;
- Semeadura;
- Primeiro cultivo;
- Segundo cultivo;
Total: 62,7 litros
de diesel/ha
III - Plantio direto

- Primeira aplicação de herbicida – 0,4 kg/ha – paraquat;

- Semeadura

- Segunda aplicação de herbicida – 2,4 kg/ha – alachlor


- 1,5 kg/ha – atrazine

Total: 29,7 litros de diesel/ha


Valores médios de população inicial e final de plantas e massa seca
por ocasião do pendoamento das plantas. Selvíria – MS.

Fonte: Arf et al. (2007).


Valores médios de massa de grãos espiga-1, massa de sabugo espiga-1
e produtividade de grãos. Selvíria – MS.

Fonte: Arf et al. (2007).


Expansão do Plantio Direto no Brasil 32 milhões de ha

180 ha
Milhões de hectares
50

40

30

27,2 ha
20

10

0
76/77 80/81 85/86 90/91 95/96 00/01 05/06 09/10

Área com espécies de verão = 37,6 ha


Área com espécies de inverno + safrinha = 10,4 ha
Área com espécies de inverno = 2,7 ha
(Denardin, 2012) Área com safrinha = 7,7 ha
Descompactação mecânica
de áreas em Plantio Direto
com escarificador

Agosto de 2012

Fonte: Nascimento (2013)


Descompactação com plantas de cobertura
Fonte: Nascimento (2013)
Dessecação das plantas e desintegrador mecânico

Fonte: Nascimento (2013)


Semeadura da cultura

Fonte: Nascimento (2013)


Sistema Plantio Direto – Selvíria (MS).
Fonte: Kaneko (2013).
7.2 - Semeadura

7.2.1 - Época

Considerar: temperatura, umidade e período crítico


da cultura.

REGIÃO SUL

SC, PR e Planalto do RS..................................Setembro

Demais regiões do RS......................................Outubro


REGIÃO SUDESTE
SP, RJ, ES e MG.................................Outubro e Novembro

REGIÃO CENTRO-OESTE
GO, MT e MS.....................................Outubro e Novembro

REGIÃO NORDESTE e SUB-REGIÕES


Do NORTE como RORAIMA................................Março e Abril

REGIÃO NORTE: vasta região


com grande variação no clima.........................Setembro (Rondônia)
a Abril (Roraima)
ESCALONAMENTO DA SEMEADURA

Vantagens:

- Redução no risco da cultura por adversidades climáticas;

- Melhor distribuição das atividades na propriedade


(equipamentos e mão-de-obra);

- Maior facilidade na operação de colheita;

- Maior facilidade na secagem e destino da produção.


7.2.2 – Tratamento de Sementes

- Realizado com o objetivo de controle de patógenos (fungicidas)

ou de pragas de solo e auxílio no controle de pragas da parte

aérea na fase inicial de desenvolvimento (inseticidas)

- Hoje já existem empresas que comercializam sementes já tratadas.


FUNGICIDAS REGISTRADOS PARA TRATAMENTO DE SEMENTES DE
MILHO (Embrapa Milho e Sorgo, Sete Lagoas-MG)

Nome Dose (g i.a./100


Nome técnico Fungos controlados
comercial kg de sementes)
Fusarium spp.
Pythium spp.
Captan 750 TS
Captan 120,0 Rhizoctonia solani
Orthocide 500
Aspergillus spp.
Penicillium spp.
Fusarium spp.
Rhizoctonia solani
Aspergillus spp.
Thiabendazole Tecto 100 20,0
Penicillium spp.
Diplodia spp.
Cephalosporium spp
Plantacol Rhizoctonia solani
Quitozene 187,5
Pecenol 750 P Pythium spp.
REGISTRADOS PARA TRATAMENTO DE SEMENTES DE MILHO (Embrapa
Milho e Sorgo, Sete Lagoas-MG)

Nome Dose (g
Nome comercial Fungos controlados
técnico i.a./100 kg)
Fusarium moniliforme
Tolylfluanid Euparen M500 PM 150,0 Aspergillus spp.
Penicillium spp.
Fusarium moniliforme
Pythium spp.
Carboxin + Vitavax-Thiram Rhizoctonia solani
50,0 + 50,0
Thiram 200 SC Aspergillus spp.
Penicillium spp.
Cephalosporium spp
Fludioxonil Maxim 3,75 Fusarium spp.

Fludioxonil Fusarium spp.


Maxim XL 3,75 + 1,5
Metalaxyl-M Pytjium aphanidermatum
Tambor rotativo

Tratadores de sementes

Betoneira
Equipamento para tratamento de sementes com vários produtos.
7.2.3 – Inoculação de Sementes

Hoje o mercado oferece inoculantes para gramíneas

Azospirillum brasilense

Estirpes AbV5 e AbV6

Cuidados:

- Realizar a inoculação após o tratamento de sementes;

- Inocular preferencialmente no dia da semeadura.


Sementes de milho inoculadas com Azospirillum brasilense.

Fonte: Kaneko (2013).


Com Sem

Aplicação de Azospirillum brasilense via foliar – V6

Fonte: Portugal (2012).


Fonte: Portugal et al. (2012)
7.2.4- Profundidade de Semeadura

Depende:

-Tipo de solo;

- Umidade do solo no momento da semeadura.

De maneira geral:

- Solos arenosos – até 5 a 6 cm de solo sobre a semente;

- Solos argilosos – até 3 a 5 cm de solo sobre a semente.


7.2.5 – População de Plantas

Densidade ótima é o número de plantas capaz de explorar de

maneira eficiente os recursos ambientais de uma determinada

área, para se obter o maior rendimento possível. É variável em

função de cada situação (fertilidade, água, cultivar e finalidade)

e, para determiná-la devem ser observados:


1 - Existem diferenças entre cultivares com a densidade
variando em função do porte e da arquitetura da planta.
Quando se utiliza planta de baixa estatura e com folhas
eretas, a densidade ótima será maior;

2 - A densidade ótima varia de acordo com a disponibilidade


hídrica. Em uma área com riscos de deficiência hídrica, a
densidade de plantas deverá ser menor;
3 - Pequena disponibilidade de nutrientes significa que deve-se
utilizar menores densidades, ocorrendo o inverso quando
possuir boa disponibilidade;

4 - A finalidade também interfere. No caso da produção de milho


verde, o que interessa é o tamanho das espigas, o número de
plantas deverá ser menor do que para a produção de grãos.

Levantamento para as cultivares atuais disponíveis no


mercado resultou em densidade variando de 40.000 a
70.000 plantas/ha
Densidade e espaçamento entrelinhas – Lages (SC)

Fonte: Schimitt et al. (2011).


Densidade (mil plantas)

Figura: Produção de grãos em função da população de plantas e da


precipitação pluvial em diferentes estádios de desenvolvimento do milho.

Fonte: Mundstock citado por Fornasieri Filho (1992).


Semeadora à vácuo

Semeadura com semeadora


de discos
Distribuição uniforme de plantas na área de cultivo.
REGULAGENS DA SEMEADORA

- Quantidade de sementes por metro em função do poder germinativo;

- Profundidade de semeadura;

- Distribuição das sementes;

- Teste antes da semeadura definitiva;

- Definir velocidade adequada para a operação de semeadura.


População final de plantas e produtividade de grãos de milho em função
da velocidade da operação de semeadura.
MILHO – ESPAÇAMENTO REDUZIDO NAS ENTRELINHAS

0,45m entrelinhas

0,90 entrelinhas
VANTAGENS DO ESPAÇAMENTO REDUZIDO EM MILHO

- Menor competição na linha de plantas;

- Cobertura rápida do solo;

- Melhor distribuição de plantas na área de cultivo;

- Melhor aproveitamento dos fertilizantes;

- Menor risco às sementes pelo efeito salino dos fertilizantes;

- Pode ser utilizada maior população de plantas;

- Não há necessidade de “abrir e fechar” as entrelinhas da semeadora.


Espaçamento entre plantas

Fonte : Nummer Filho e Hentschke (2006)


Citados por Ferreira (2011).
Aproveitamento da luz

Interceptação
da radiação Solar

Otimização dos
recursos ambientais

Redução de
herbicidas

Operacionalidade

Fonte : Nummer Filho e Hentschke (2006)


Citados por Ferreira (2011).
Ocorrência de Plantas Daninhas

45 cm 90 cm

Fonte : Ferreira (2011)


DESVANTAGENS DO ESPAÇAMENTO REDUZIDO EM MILHO

- Maior dificuldade nas práticas culturais;

- Necessidade de aquisição de outra plataforma de colheita;

- Menor aeração no interior da cultura.


Milho – 0,45m entrelinhas

UNESP – Fazenda Experimental


Selvíria (MS) 2013/14
Plataforma específica para
Espaçamentos reduzidos.

Fonte: Ferreira (2011)


Tabela. Massa de 100 grãos, Prolificidade e rendimento de grãos, em função de diferentes
populações, manejo de solo e arranjo espacial. Selvíria-MS, Brasil, 2010/11.
M100G PROLIF REND.GR
(g) (Espiga. Planta) (kg ha -1)
Sistema de Conv. 34,46 a 1,04 a 9.761,81 a
preparo S.P.D 35,73 a 1,06 a 8.180,95 b
D.M.S (5%) 1,38 0,02 657,60
Teste F 3,40ns 2,75ns 23,17**
0,45 34,55 a 1,04 a 8.945,34 a
E
0,90 35,65 a 1,05 a 8.997,43 a
D.M.S (5%) 1,38 0,02 657,60
Teste F 2,51ns 0,67ns 0,02ns
40.000 35,76 1,13 6.885,03
55.000 36,37 1,07 8.014,74
P 70.000 35,29 1,02 9.640,23
85.000 34,44 1,01 9.906,81
100.000 33,63 1,01 10.410,05
Teste F 2,96ns* 17,95** 16,06**
MxE 2,86ns 1,08ns 3,95ns
Teste F MxP 0,87ns 0,08ns 0,99ns
( interação) ExP 1,80ns 1,37ns 0,65ns
MxExP 0,85ns 0,19ns 0,915ns
Media geral 35,01 1,05 8971,38
CV (%) 8,02 4,79 1637
Médias seguidas de mesma letra, não diferem entre si, pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. * e ** significativo a 5% e 1% de
probabilidade pelo teste F.
Fonte: Ferreira (2011).

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