Você está na página 1de 13

1

FIT460 - olericultura
Mário Puiatti
FALTAS

P 2

T 0
Aula teórica 2:

Conceituação:
Olericultura = cultivo de hortaliças (são espécies essencialmente herbáceas utilizadas na
alimentação humana).

Grandes culturas
Silvicultura
Forragicultura
Fitotecnia .
. Olericultura
. Fruticultura
Horticultura Floricultura
Cogumelos comestíveis…

Características da atividade olerícola:


• Uso intensivo dos fatores:
• Solo: grande número de espécies olerícolas de variedades ou cultivares adaptadas.
• Água: espécies herbáceas, grande área foliar, elevada população —> grande IAF (índice
de área foliar) = muita transpiração. Sistema radicular superficial, logo, não explora
tanto o solo à procura de água. Sem água, não é possível produzir hortaliças.
• Insumos modernos: sementes híbridas, fertilizantes (químicos e orgânicos),
defensivos.
• Mão-de-obra: cada vez mais escasso e muito utilizado. Ex. tomate de mesa = 350 DH/
ha (DH= dia/homem).
• Elevada produção/área (produtividade):
• Média = 23 t/ha
• Tomate = 150 t/ha ou tomate na Europa = 350 t/ha
• Pequena área física cultivada:
• 0,5 ha —> salsa/cebolinha.
• 100 ha —> cebola, alho, cenoura, tomate, etc.
• Elevado tempo despendido à comercialização pois é muito perecível.
• Colheitas parceladas.
• Dificuldade de armazenamento.
• Colher e vender o mais rápido possível (oferta x demanda).
• Elevada renda líquida/área (?)
• Sazonalidade —> oferta x demanda = preço.
• Atividade de alto risco financeiro:
• Espécies suscetíveis a fatores bióticos (pragas/doenças) e abióticos (chuva, granizo,
geada).
• Perecíveis: falta de cadeia de frio.
• Ausência de preço mínimo.

Juliana O. Dória - Agronomia 2012


2
Aula prática 2:
Propagação vegetativa de hortaliças:
Açafrão, alho, batata, cebola, couve, gengibre, inhame, baroa, taioba, mangarito, yacon, etc.

Problemas:
I. Volume grande comparado à sementes.
II. Custo elevado.
III. Volume bastante “suculento” gera problemas no armazenamento.
IV. Se possui problemas de armazenamento, a obtenção do mesmo é difícil.
V. Por ser de difícil obtenção, o planejamento é dificultado. Muitas vezes não se encontra
na época desejada, é necessário encomendar, atrapalhando o planejamento.
VI. Falta de equipamento para plantio.
VII.Sanidade pois muitas vezes é necessária a compra da parte vegetativa de outros
produtores, sem a garantia da sanidade da mesma; pode acabar introduzindo um
patógeno.

Vantagens:
I. Tamanho grande das estruturas —> plantio manual

Cuidados:
I. Aquisição: origem do material, sanidade, variedade.
II. Produtor: seleção de talhão e/ou plantas sadias e vigorosas.
III. Classificar as estruturas e escolha da(s) classe(s) a plantar.

Produtividade
90
Custo do material propagativo

É necessário encontrar
67,5
um meio termo entre a
produtividade e o custo
45 do material vegetativo em
relação ao tamanho da
estrutura do material
22,5 vegetativo.

0
Tamanho da estrutura de material vegetativo

BATATA:
Propaga pelos tubérculos —> “batata semente” (BS).
Categorias de BS (MAPA).
Genética (melhorista/empresa) —> básica —> G0, G1, G2, G3 —> C1, C2 (certificada) —>
vendida para plantio visando BC (batata para consumo) —> BC, BC, BC —> aumenta a
degenerescência (perda do potencial produtivo) pois em campo a possibilidade de
contaminação e multiplicação de patógenos aumenta a cada geração.

Estádios fisiológicos da BS:


I. Dormente (existem variedades que demoram até 3 meses para perder a dormência).
II. Brotação apical (muitas vezes a brotação apical exerce dominância nas outras
brotações, logo, um tubérculo que teria várias hastes, acabaria possuindo apenas umas).
III. Brotações múltiplas (época ideal para plantio).
IV. Senil —> murcha, necrose das gemas e ramificações das brotações.

População é dada pelo número de hastes/área.


Produtor de BS ideal de 27-30 hastes/m^2.
Juliana O. Dória - Agronomia 2012
3
Produtor de BC ideal de 15 hastes/m^2.
Espaçamento entre linhas = 80cm
Espaçamento dentro da linha = depende do tipo da BS.

Superação da dormência:
ABA/ citocininas e giberilinas.
- Activol (GA3) —> imersão
- Inversão térmica —> BS em CF (2-4ºC)/2 a 3 semanas.

Plantio:
Mecanizado.

Adubação:
Adubação tem que ser feita com base na análise de solo.

50 kg 8-16-28
15 kg SS
500g borar Adubação feita em aula prática.
500g ZnSO4
15g MgSO4

Características do “tubérculo semente”, espaçamento a usar e gasto de material propagativo:


Tipo Diâmetro Massa Nº médio de Nº médio de Espaçamento entre Gasto p/
(cm) média (g) tubérculo/cx. hastes/tubérculos tubérculos (cm)* plantar 1 ha
(cx. 30kg)

I >5,1 e 120 250 5,2 44 115


<6,0

II >4,1 e 70 428 4,0 33 88


<5,0

III >2,9 e 35 857 2,9 24 60


<4,0

IV >2,3 e 20 1500 2,3 19 43


<2,8
*Assumindo o espaçamento de 80cm entre sulcos e 15 hastes/m^2.

Aula teórica 3:
Tipos de exploração de olerícolas são caracterizadas por:
- Número de espécies por área
- Área cultivada
- Nível de tecnologia
- Destino ou finalidade da produção

1. Exploração diversificada: grande número de espécies; pequena área física (< 5 ha);
hortaliças mais perecíveis; próximo ao centro de consumo (cinturões verdes) pois são
mais perecíveis; comercialização = feiras livres, mercadinhos ou entregas diretas
(poucos casos vão para CEASAS). Ex: folhosas.
2. Exploração especializada: pequeno número de espécies (normalmente 1 a 3 espécies);
grande área (200 a 400 ha); elevado nível de tecnologia; comum arrendamento de área;
comercialização em atacado (CEASAS). Ex: bataticultura, cenouricultura, alhicultura,
tomaticultora, cebolicultura, etc.
3. Exploração industrial: semelhante ao anterior, difere quanto ao destino da produção
(agroindústria de alimentos). Contrato prévio com a agroindústria. Economia de escala

Juliana O. Dória - Agronomia 2012


4
(grande produção com menor custo unitário). Ex: ervilha grão verde, milho verde,
tomate, páprica, etc.
4. Exploração de hortas: caseira, comunitária (agricultura urbana), escolar, SPA, turismo
rural, presídios, hospitais psiquiátricos, etc. Não objetiva vender a produção. Espécies
variadas.
5. Exploração em Ambiente protegido: pode ser em solo ou hidroponia. Espécies de difícil
cultivo a céu aberto e/ou com elevado valor agregado. Ex: pepino japonês, pimentões
coloridos, melões cheirosos, alface (verão e inverno), morango, tomate grape, etc.
6. Exploração no sistema orgânico: sistema diferenciado de cultivo objetivando produtos
saudáveis com menor impacto ou dano ambiental. Precisa ser cadastrado e estar de
acordo com as leis regentes.
7. Exploração de hortaliças exóticas: mini-hortaliças e hortaliças coloridas (nicho de
mercado). Sementes importadas. Nicho muito restrito.
8. Exploração de Material propagativo: propagação assexuada (batata semente,
morango); propagação sexuada ou seminífera —> grandes empresas multinacionais
produzem as sementes (Sakata, Top Seed, etc); sementes caras.
9. Exploração da produção de mudas de hortaliças: feita pelo viveiricultor.

Aula prática 3: Propagação vegetativa.


Alho —> bubilhos.
Baixas temperaturas - diferenciação das gemas.
Fotoperíodo longo - para bulbificar.

Temperatura

40 Colheita

30
Plantio
20

10

0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Julh Ago Set Out Nov Dez

Variedades:
- Ciclo curto: 4 meses (20-50 bulbilhos)
- Ciclo médio: 5 meses (8-30 bulbilhos)
- Ciclo longo: > 6 meses (7-20 bulbilhos)

Colheita:
Plantas maduras (pelo menos 75%).
“Cura” - perda natural do excesso de água.
• Cura de campo ou ao sol ± 2 dias.
• Cura de galpão ± 30 dias.

Próximo ao plantio (± 30 dias antes):


1. Debulha (pode ser mecanizado mas preferencialmente manual).
2. Classificação dos debulhos por meio de peneiras.
• P1: 15-25mm (bulbilhos grandes).
• P2: 10-10mm (bulbilhos médios).
Juliana O. Dória - Agronomia 2012
5
• P3: 8-17mm (bulbilhos médio-pequenos).
• P4: 5-17mm (bulbilhos pequenos).
3. Escolha das classes a plantar (quanto maior o bulbilho, maior a produtividade).
4. Plantio das classes em lotes separados.

Aula teórica 4: Formas de classificação de hortaliças.


I. Taxonômica (binomial latino): unidades taxonômicas - classe, família, gênero,
espécie, variedade botânica (var.), grupo, cultivar (cv), clone, linhagem.
II. Quanto a estrutura comercializada e/ou utilizada na alimentação:
1. Hortaliças tuberosas - formam bulbo (alho, cebola), rizomas (taro), raiz tuberosa
(cenoura) e tubérculo (batata).
2. Hortaliças herbáceas - folhosas (alface), hastes (aspargo) e flores/inflorescências
(couve-flor).
3. Hortaliças fruto - fruto maduro e imaturo.
III.Quanto ao clima para cultivo:
1. Termoclassificação (faixa ideal de temperatura para o crescimento e
desenvolvimento da espécie).
(1) Hortaliças de época, estação ou clima frio (13-18ºC).
(2) Hortaliças de época, estação ou clima quente (18-30ºC).
(3) Hortaliças de clima ameno ou meia estação (intermediário).
2. Fotoperíodo:
(1) Hortaliças de dias longos (HDL) - não apresenta fotoperíodo.
(2) Hortaliças de dias curtos (HDC).
(3) Hortaliças de dias neutros (HDN).
(4) Morango: HDC (florescer) e HDL (emitir estólon).
(5) Cebola: HDC (florescer) e HDL (bulbificar).
(6) Alface: HDL (florescer) e HDC (vegetar).
(7) Abóbora: HDN (dia neutro, floresce independente da duração do dia)
porém, com dia longo, há maior % de flores masculinas.
IV. Quanto à fonte de nutrientes (alimentação): exigência nutricional.
V. Quando ao ciclo de vida ou biológico (florescer).
VI.Quando a respostas à salinidade.
VII.Quanto a respostas à acidez do solo.
VIII.Quanto ao requerimento nutricional.
IX.Quanto ao habitat preferido.
X. Quanto ao pH do solo.

Espécies de hortaliças cultivadas no Brasil:


I. Monocotiledônea:
1. Alliaceae (Amarilidaceae/Liliaceae) - alho, alho-poroó, alho-rei, cebola,
cebolinha ou cebola de folha, nirá ou cebolinha chinesa
2. Araceae - mangarito, taioba, taro (inhame no Centro-Sul do Brasil).
3. Dioscoreaceae - inhame (Carás).
4. Liliaceae - aspargo.
5. Marantaceae - araruta ou maranta.
6. Poaceae (Gramineae) - milho doce, milho verde.
7. Zingiberaceae - cúrcuma ou açafrão da Índia e gengibre.
II. Dicotiledônea:
1. Aizoaceae - espinafre da Nova Zelândia.
2. Apiaceae (Umbelliferae) - aipo ou salsão, cenoura, coentro, funcho, salsa ou
salsinha.
3. Asteraceae (Compositae) - alcachofra, alface, almeirão, chicória, yacón.
4. Brassicaceae (Cruciferae) - coube-brócolo, brócolo ou brócolis, couve chinesa,
couve de bruxelas, couve flor, couve rábano, couve tronchuda ou portuguesa,
mostarda de folha, nabo, rabanete, repolho, rúcula, etc.
Juliana O. Dória - Agronomia 2012
6
5. Convolvulaceae - batata doce.
6. Cucurbitaceae - abóboras, abobrinha italiana, buchas, cabaça, chuchu, maxixe,
melancia, melões sem cheiro, melões aromáticos, morangas e pepino.
7. Fabaceae (Leguminosas) - jacatupé, ervilha, fava italiana, feijões.
8. Malvaceae - quiabo.
9. Quenopodiaceae ou Chenopodiaceae - acelga, beterraba, espinafre verdadeiro.
10. Rosaceae - morango.
11. Solanaceae - batata, berinjela, jiló, pimentas, pimentão, tomate e tomate cereja.

Clima e as hortaliças:
Genótipo (espécie, variedade, cultivar) + ambiente (local, época) —> fenótipo (produto de interesse).
• AMBIENTE = fator restritivo (temperatura e luz).
• GENÓTIPO = melhoramento.

Variação da temperatura:
• Ao longo das estações —> termoperiodicidade estacional.
• Ao longo do dia —> termoperiodicidade diária.

Comportamento para completar o ciclo de vida:


• Hortaliças bienais ou bianuais: necessitam de baixas temperaturas para passar da fase
vegetativa para a fase reprodutiva. ex. alho, cebola, beterraba, cenoura, etc.
• Hortaliças anuais: passam da fase vegetativa para a fase reprodutiva por outros fatores
que não sejam as baixas temperaturas. ex. alface (temp. altas + dias longos = floresce).
• Hortaliças perenes: semelhanta a hortaliças anuais, somente que passa por várias fases
vegetativas e reprodutivas até completar o ciclo de vida. ex. aspargo, tomate silvestre.

QUESTÃO PROVA: tabela fenologia e razão (ALFACE, CEBOLA, COUVE FLOR)!

Juliana O. Dória - Agronomia 2012


PROVA 2!
7
Aula teórica 5: Variedades de hortaliças.

Introdução: Batata não participa das estatísticas de hortaliças pois a propagação é


vegetativa e a maioria das outras hortaliças são por sementes (principais propagadas por
sementes são tomate, cebola, alface, pimentão, melão e melancia).

Variedades: variedade botânica de ocorrência natural diferenciando por forma, cor,


tamanho e etc. Existe o conceito do ponto de vista agronômico (determinadas espécies que
podem ser cultivadas, cada uma com suas particularidades) e botânico (conceito
taxonômico. Ex: Brassica oleracea var. capitata, Brassica oleracea var. botrytis e Brassica
oleracea var. italica).

Cultivar: variedade cultivável. RNC (registro nacional de cultivares). Pode ser registrada
como uma cultivar quando for DHE (distinguível, homogênea e estável). “Variedade de
qualquer gênero ou espécie vegetal superior que seja claramente distinguível de outras
cultivares conhecidas por margem mínima de descritores, por sua denominação própria,
que seja homogênea e estável quanto aos descritores através de gerações sucessivas e seja
de espécie passível de uso pelo complexo agroflorestal, descrita em publicação
especializada disponível e acessível ao público, bem como a linhagem componente de
híbridos”. (Lei Nº 9456, de 1997).

Formas de obtenção das cultivares: clones (ex. batata, alho, batata-doce, mandioca),
linhagem (uma população de plantas que se deriva de outras e possuem todos os lóculos
homozigóticos. Baixa quantidade de genes de resistência. Ex. tomate santa-clara),
polinização aberta com equilíbrio de Hardy-Weiberg logo, são estáveis e podem ser
registradas (não fica nas mãos das multinacionais pois você não precisa comprar as
sementes sempre que precisar da tecnologia daquele cultivar. ex: nantes - cenoura inverno)
e híbridos (cruzamento entra linhagens, expressa característica superiores aos pais,
resistentes à situações adversas e alto custo das sementes. Produtores ficam presos à
empresa produtora de sementes. Condições em que se recomenda híbridos = baixa adoção
de tecnologias. Ex: tomate longa vida com genes que retardam o amadurecimento mas com
pouco sabor, logo, não houve boa aceitação dos consumidores).

Mercado de semente de hortaliças: o valor do mercado de sementes de hortaliças, em


2007, alcançou R$ 300 milhões. Nesse grupo, as sementes de CPA (cultivares de
polinização aberta) correspondem a apenas 18%. O tomate ocupa 32% do mercado
brasileiro de hortaliças, seguido pelo melão, alface e cebola.

Grupos de cenouras: Nantes (inverno, primeira introduzida no Brasil), Kuroda e Brasília


(verão).
Grupos de pepinos: japonês, comum (aodai) para conserva e caipira.
Grupos de alfaces: lisa, crespa, americana, roxa, mimosa e romana.
Grupos de batatas: agata, monalisa, mondial, atlantic, asterix e bintje.

70% do mercado de hortaliças é dominado pela MONSANTO.

Juliana O. Dória - Agronomia 2012


8

Aula prática 4: Manejo de irrigação.

Clima:
ETc = ETo . Kc . Ks . KL

KL = 0,1√P
PAM = AM/AP . 100
AM = área molhada
P = porcentagem de área AP = área da planta
molhada (PAM) ou porcentagem
de área sombreada (PAS). PAS = AS/AP . 100
Inicialmente, é considerada a AS = área sombreada
área molhada; quando a planta AP = área da planta ET = evapotranspiração.
se desenvolve e suas folhas se Kc = coeficiente de cultura.
desenvolvem, sombreando o solo, Utilizamos o que der maior porcentagem
usamos PAS. Ks = coeficiente de estresse.
pois a maior área exposta vai acarretar
KL = coeficiente de localização.
numa maior perda de água.

Alguns exemplos de desvantagens ao utilizar o clima para manejo da irrigação são possibilidade de
estação climatológica antiga e com mal funcionamento, a estimativa da equação pode ter alguns
erros. As vantagens é manejar muitas culturas ao mesmo tempo, mais barato.

Solo:

Tensiômetro utilizado para medir a tensão do solo. Quanto maior a tensão do solo, menor a umidade.

% Umidade
90 Fórmulas LL: lâmina líquida.
LB: lâmina bruta.
Ei: eficiência de irrigação.
67,5 Déficit: [(CC.Vt)/10] . Z. Ds
CUC: coeficiente de
uniformidade christionsen.
LL: déficit = mm
CUD: coeficiente de
45 LL = ∑ETc = ETc1 + Etc2 + ETc3 … uniformidade de distribuição.
LB = LL/Ei Ti: tempo de irrigação.
Ei = CUC ou CUD Ia: intensidade de aplicação.
22,5 CUC = {1-[( ∑|q - q|)/(n.q)]}.100
CUD = (q25% / q) . 100
Ti = LB/Ia = hora
0 Ia = q/(Egot . ELL)
10 100 500 1000 1500
Tensão superficial do solo

Aula teórica 7: Plantas daninhas.

I. Conceito: uma planta daninha é definida pelas seguintes características: ciclo reprodutivo com
grande número de propágulos (sementes), propagação por via seminífera e via assexuada
(trepadeira, tiririca), rápida germinação de sementes, eficiência na resposta no desenvolvimento
em ambientes “estressantes” e em condições de aporte adequado de recursos produtivos,
dormência em condições desfavoráveis (favorece a formação de bancos de sementes),
autofecundação e fecundação cruzada (altas taxas), dispersão eficiente de propágulos, etc. Todas
essas características tornam essas plantas mais hábeis em competir com outras, por isso são
classificadas como plantas daninhas.
II. Interferência: direta ou indireta. Qualquer alteração causada por aquela população considerada
infestante na população de interesse, é considerado interferência. Vai ser direta quando a
competição for pelos mesmos recursos (ex: água, luz, nutrientes, espaço, etc) e produção de
substância alelopáticas (alelopatia é definida como o efeito inibitório ou benéfico, direto ou
indireto, de uma planta sobre a outra, via produção de compostos químicos que são liberados no
ambiente). Indireto quando a daninha é hospedeira de pragas, criação de microclima para
beneficiamento de patógenos.

Juliana O. Dória - Agronomia 2012


9

Introdução:
Porque o manejo das PD’s em hortaliças se diferencia do manejo em grandes culturas? Não existem
muitos agrotóxicos específicos para as culturas pois são áreas pequenas e pequena quantidade de
agrotóxicos utilizados, não é vantajoso para as empresas; também normalmente as plantas daninhas
são muito parecidas com a cultura principal logo, muito difícil controlar uma sem prejudicar a outra;
Importância: reciclagem e nutrientes; hospedeira de inimigos naturais de pragas e doenças;
formação de cobertura morta do solo; incorporação de matéria orgânica ao solo e controle de erosão.
Objetivos do MIP: reduzir as perdas causadas pelas plantas daninhas, reduzir o custo do controle e
os gastos com energia. Assegurar o suprimento de alimento com qualidade e a segurança para o
homem e o meio ambiente.
Prejuízos causados pela PD’s: competição, alelopatia, menor rendimento, pior qualidade e menor
preço.
Medidas preventivas: sementes de elevada pureza, limpeza de implementos, mudas vigorosas e
uniformes e esterco com procedência segura.

A escolha dos métodos de controle, depende: espécie da daninha e cultura principal, condições
climáticas, tipo de solo, tratos culturais, rotação de culturas e disponibilidade de herbicidas
seletivos.

Manejo integrado de PD’s em hortaliças:

40 plantas por metro quadrado.


40

30
Produtividade

PAI
20
PTPI

10

PCPI

0
0 14 20 36 40 60 80 100

DAS
PAI: período anterior a interferência
PTPI: período total de prevenção à interferência
PCPI: período crítico de prevenção à interferência

Se for numa densidade de 60 plantas por metro quadrado, o que acontecerá com o PCPI? Diminui
pois o PAI aumenta, a planta principal fica mais competitiva e fecha rapidamente a área cultivada. O
PTPI continua o mesmo pois é a soma do PCPI + PAI.

Juliana O. Dória - Agronomia 2012


10
Aula prática 5: Manejo integrado de PD’s.

I. Medidas preventivas:
a) Histórico da área.
b) Material propagativo sadio (conhecer idoneidade do produtor de mudas e sementes).
c) Limpeza de máquinas e implementos.
d) Procedência do adubo orgânico.
II. Medidas culturais:
a) Plantio direto ou cultivo mínimo.
b) Densidade de plantio.
c) Tipo de cultivo (semeadura direta ou transplantio de muda).
d) Irrigação localizada vs irrigação por aspersão.
e) Adubação equilibrada.
f) Época de plantio.
g) Ciclo da cultura (plantas mais precoces + vantajoso).
h) Rotação de cultura (Solanáceas - maria pretinha e joá).
III.Medidas mecânicas:
a) Arranquio.
b) Enxada rotativa (porém dissemina muitos propágulos).
IV. Medidas químicas:
a) Cuidado para não selecionar indivíduos resistentes.
b) Resíduos nas hortaliças.
c) Utilizar produtos certificados para a cultura.

Aula teórica 8: Ambiência Produtiva Vegetal.

Fruto de tomate:
100g = 90g de água + 9g de C,H e O + 1g de químicos.

Introdução:
I. 2000 - Tutoramento Tradicional = 67 T/ha.
II. 2016 - Sistema Viçosa Adensado = 225 T/ha (mesma irrigação e adubação do tutoramento
tradicional; a diferença é o número de plantas por ha).
III. Equação de produção = genótipo + água + nutrientes + agrotóxicos.
IV. Equação do Eng. agrônomo = genótipo + H2O + nutriente + luz + [CO2] + T + UR + Solo + Vento.
V. Produção primária = produção de fotoassimilados (via fotossíntese) - respiração.
a) Fator importante na fotossíntese = índice de área foliar (IAF) e índice de
interceptação de luz (IIL).
b) IAF = (Área foliar)/(Área de solo). Ex: tomate IAF = 3.
VI. Produção comercial:
a) Índice de colheita = (MS comercial)/(área de solo).

Luz incidente em plantas que crescem em pé.

% AF (Área % RI (Radiação % AL (Assimilação


Foliar) incidente) Líquida)

1/3 Superior 23 73 64

1/3 Médio 37 23 28

1/3 Inferior 34 4 8

Metabolismo produtivo vegetal:


Luz
Cloroplastos —> ATP —> Abertura estomática.
H2O e nutrientes —> fluxo de massa.
Solos profundos e estruturado.

Juliana O. Dória - Agronomia 2012


11

Discuta a influência do solo na eficiência fotossintética. !! PROVA !!


Se eu tenho um solo com grande concentração de argila, raso, muito microporo, esse solo vai reter
agua com grande pressão, resultado quando de manha a luz bate na folha, a folha abre o estômato e
ocorre o processo de dessecamento interior e a raiz não consegue absorver agua e nutrientes
eficiente resultando no deficit hídrico e fechamento do estômato e a planta não cresce
eficientemente. O movimento da água do solo para a atmosfera através da planta depende das
características físicas do solo. Em um extremo, encontram-se os solos arenosos, que possuem menor
área superficial e apresentam grandes espaços porosos ou canais entre as partículas; em outro
extremo, solos argilosos, com partículas e poros menores, que dificultam a drenagem e retêm a água
mais firmemente. Essas características interferem na capacidade de retenção da água no solo e,
assim, com exceção aos solos do cerrado, a capacidade de retenção de água é maior em solos de
textura argilosa e com alto teor de matéria orgânica e menor em solos de textura arenosa.

• 05:00-10:00 = Luz, menor temperatura, maior UR, pressão de vapor menor, estômatos abertos e
maior eficiência fotossintética e alta concentração de CO2. Irrigação? Não pois é o horário que tem
mais polinizadores, a não ser que seja gotejamento que é irrigação localizada e também há o custo
energético que antes das 05:00 é reduzido.

Aula prática 6: Ambiente protegido.

Características: Ambiente protegido é qualquer estrutura que visa reduzir o contato da planta com
o meio ambiente.
• Formas: mouching, túnel baixo, túnel alto, arco e capela.
• Mesológicas:
• Temperatura (filme agrícola = polietileno + aditivo; transmissividade 80%);
• Umidade relativa (tudo o que se faz para a temperatura, se faz ao contrário para UR. ex:
ambiente protegido mais aquecido, UR menor).

Temperatura ambiente protegido Temperatura ambiente protegido


Temperatura ambiente externo Temperatura ambiente externo
40 100

30 75

20 50

10 25

0 0
5:00 8:00 12:00 15:00 18:00 21:00 00:00 5:00 8:00 12:00 15:00 18:00 21:00 00:00
Umidade Relativa (%UR) Temperatura

Há maior desenvolvimento da planta no ambiente protegido pois, quando maior a temperatura,


maior velocidade das reações dentro da planta (maior metabolismo) e quanto maior a UR, mais água
disponível para a planta, estômatos ficam abertos, maior absorção de CO2, maior fotossíste, maior
crescimento da planta.

Regra decisória (Questões econômicas):


• Há possibilidade de produção na entressafra?
• Há possibilidade de vender ou produzir por preço diferenciado?
• Há demanda reprimida?

Juliana O. Dória - Agronomia 2012


12
QUESTÕES DA PROVA: Princípio - meio - fim (REFERÊNCIAS).
1. (40%) Como as características do solo podem afetar a eficiência da fotossíntese?
2. Como avaliar o manejo do ambiente protegido mediante as marcas de gutação?
Irrigado (100% CC) e perfeitamente adubado. Plantas crescem em grande velocidade, faz muita
fotossíntese, logo, a raíz (órgão de acumulação) vai acumular macromoléculas (amido); forma-se
amido no cloroplasto; amido é acidificado e passa a se acumular no sistema radicular; raízes cheias
de macromoléculas; o potencial mátrico diminui, logo, o potencial hídrico também diminui,
ocorrendo a entrada de água; como está em um ambiente com 100% da CC, não falta água, logo, entra
água na célula e essa célula fica completamente entumecida, dilatada, porém, a célula vegetal possui
uma barreira (parede celular) porém no sistema radicular, existem as estrias de caspary que não
permite que as células se rompam mesmo possuindo parede celular. Ao chegar no máximo possível
de absorção da parede celular e estrias de caspary, ela ainda absorve água, logo, ao absorver mais
água, acontece o transporte de água via célula por célula (pelos plasmodesmos), no caso o xilema;
esse xilema irá forçar a água para cima (pressão radicular); durante o dia, estômatos abertos e essa
planta está perdendo água na forma de vapor; pode perder água na forma de vapor? não pois a
pressão radicular continua a existir, logo, como perder essa água que continua a vir do sistema
radicular? perder água a partir dos hidatódios nos limbos foliares; Por pressão radicular, essa água e
nutrientes sobem e sai e quando ela encontra uma UR de 100%, ela acumula em forma líquida (gota);
com o aumento da temperatura e radiação solar e diminuição da UR, parte dessa solução é absorvida
e parte é evaporada. Quando ela evapora, fica uma mancha branca (marcas de sal) na folha
evidenciando a gutação que é nada mais do que cálcio, magnésio, potássio, fósforo; o que evidencia
que as plantas estão vivenciando uma pressão radicular forte, significa que elas estão recebendo
grande quantidade de água e nutrientes, logo, tem todas as condições para crescer saudável; ao
chegar as 9:00 da manhã, podemos ver que não conseguimos mais ver as gotas resultantes da
gutação, logo, a água ja evaporou, o que significa que o manejo do ambiente está muito bom pois
nesse horario a UR ja caiu de 100% e a água ja evaporou, logo, não teremos tantos problemas de
doenças. Caso chegue as 10:00-11:00 e ainda existam gotas de gutação, o ambiente está sendo mal
manejado pois a UR está muito alta sempre no ambiente e deixa a planta susceptível à doenças.
3. Quais atividades agronômicas devem ser executadas no horário entre 05:00 - 10:00 a.m.?
Justifique sua resposta.

Aula teórica 9: Administração rural levando em consideração o metabolismo


vegetal.

04:00 - 4:30 = eficiência de 100% da irrigação.

05:00 - 10:00 = Luz, temperatura aumentando, UR diminuindo, elevada [CO2] que sobe o dossel
foliar, maior fluidez da água, solo se aquece, horário de máxima eficiência fotossintética e maior
atividade de polinizadores. NÃO é o horário de fazer pulverizações pois poderíamos matar uma série
de polinizadores e IN. Irrigar as 4:00-4:30 (energia elétrica mais barata) pois o solo ainda estará
frio, perderá menos água por evaporação, a água da irrigação penetrará os poros do solo e quando a
partir das 05:00 a planta começar a exigir maior volume de água no horário de máxima eficiência,
ela terá a água necessária disponível. Pulverização? NÃO.

11:00 - 13:00 = mais luz, maior temperatura, solo aquecido, menor UR, água da anterior irrigação,
CO2 já evoluiu e as plantas já estão expostas a uma concentração de CO2 normal. Estômatos
começando a fechar, eficiência fotossintética menor mas ainda positiva devido aos fatores de menor
UR, maior temperatura e menor concentração de CO2. Se necessário, pode haver irrigação.

13:00 - 15:00 = muita luz, altíssima temperatura, baixa UR = estômatos fechados, nesse período
haverá mais estímulo para a respiração do que para a fotossíntese. Eficiência fotossintética = zero ou
negativa. Irrigação? NÃO. Aplicação de nutrientes via foliar? NÃO.

15:00 - 17:00 = ainda tem luz e temperatura suficiente, UR começa a aumentar, [CO2] normal,
frequência de polinizadores e IN porém em menor número do que na parte da manhã. Irrigação?
estômatos voltam a abrir e eficiência fotossintética volta a ficar positiva. Pulverização? NÃO. Só se
forem alternativas seletivas para pragas.

Juliana O. Dória - Agronomia 2012


13
17:00 - 19:00 = pouca luz, menor temperatura, maior UR, maior [CO2], estômatos abertos, eficiência
fotossintética positiva. Irrigação? Só se for muito necessária e num solo com grande drenagem, pois
ainda que em pequena quantidade, haverá evaporação e a planta ficará em um ambiente muito
úmido. Pulverização? sim, com pouquíssima água para aproveitar o resto de temperatura presente
no dossel para a evaporação da mesma (avião com calda de ultra baixo volume).

Juliana O. Dória - Agronomia 2012

Você também pode gostar