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Universidade Federal de São Carlos

Centro de Ciências Agrárias - CCA/UFSCar


DEPARTAMENTO DE BIOTECNOLOGIA E PRODUÇÃO VEGETAL E ANIMAL
DISCIPLINA: FRUTICULTURA

Prof. Dr. Hermann Paulo Hoffmann

Relatório de Visita

Cultura da Goiaba

Augusto de Freitas Alves, 382175

Araras - SP, Brasil


2013
INTRODUÇÃO
O local visitado foi a Propriedade da família Romanello em Descalvado
no dia 19 de abril de 2013, com saída na Universidade Federal de São Carlos –
Campus araras ás 7h30min da manha com ônibus cedido pela própria
universidade. A visita contou com a participação da XVII Turma do Curso de
Engenharia Agronômica tendo como professor responsável Hermann Hoffman e
como guia de visita o dono da propriedade Sr. Laudinei Romanello, que nos
mostrou toda a propriedade, o que produz e seu sistema de produção.
DESENVOLVIMENTO
Esta visita teve como objetivo auxiliar na compreensão da aula teórica
da disciplina Fruticultura com o tema: Produção de Goiaba, funcionando assim
como uma aula teórico-pratica. Tal propriedade não se encontrava em sua época
de produção máxima, mas que, dalí, ainda se estava tirando proveito da baixa
produção da época. O pomar está instalado em uma propriedade de 2 alqueires
com espaçamento de 6x3, fazendo um maior aproveitamento da área, quando
atingida certa altura, arranca uma goiabeira do meio para não haver competição
ficando com espaçamento de 6 x 6 metros, no total possui em produção de 400
a 500 pés de goiaba da variedade paluma, que é resultado de
melhoramento/seleção na UNESP-Jaboticabal, bastante cultivada que tem como
características: altamente produtiva (até 100 t/ha); frutos grandes, piriformes,
com pequeno “pescoço”; casca lisa, amarela; polpa firme, espessa, vermelha;
destinado basicamente para indústria. Para produção, praticam a poda como
trato cultural, essa tem como objetivo de cortar ramos ladrões (Figura 1), os quais
são vegetativos e causam uma baixa na produção. As arvores são podadas para
redução e adequação da copa e forçadas a manter uma arquitetura parecida
com uma taça (Figura 2) para aumentar o arejamento e insolação no interior da
copa; aumentar fotossíntese e produção de frutos para ter produções
equilibradas e assim gerar frutos de boa qualidade. As podas são divididas em
duas: a de formação e a de produção. A de formação tem por objetivo dar forma
a goiabeira, deve ser feita poda a haste principal a 50cm; ter 3 a 5 brotos entre
20 e 50 cm distribuídos com uma distância iguais e inclinação de 45º e usar
tutores (Figura 3). A de Produção consiste no encurtamento dos ramos que já
produziram de modo a manter a unidade de produção em atividade, pelo
estímulo à nova brotação.
Na propriedade, não há plantio de mudas; sementes devido a
variabilidade genética que esta pode sofrer e enxertia, mas sim se corta a arvore
velha e se trabalha em cima da sua brotação, que são levados para uma estufa
até o enraizamento. Após isso, é colocado na área adubados com esterco de
porco da própria propriedade e potássio.
Os problemas com doenças e pragas que a cultura esta suscetível na
região são principalmente ferrugem e bactéria, atacando galhos, folhas, brotos e
frutos; moscas que atacam os frutos controlados com o ensacamento individual
dos frutos depois do desbaste, feito com papel vegetal ou papel de pão, tendo
que cortar um pequeno circulo do saco para o fruto poder respirar; ao realizar a
poda é necessário aplicar uma solução de cobre, desinfetando a ferramenta com
o intuito de não disseminar o patógeno. Há um problema com ervas daninhas,
uma vez que o manejo destas com Roundup não funciona mais pelo fato praticar
a pressão evolutiva e selecionar as daninhas mais resistentes.
A colheita é realizada 1 ou 2 vezes por semana de acordo com a
maturação dos frutos e quantidade produzida, a produção é de 160 a 200 quilos
por planta em condição ambiente e 300 quilos em condição irrigada. Toda a
produção é direcionada para industria predileta em matao e minas e parte que
não é utilizada para indústria é vendida na beira da pista.
Além da produção de goiaba, o produtor dispõe de outras fontes de
renda, como a suinocultura, instalada na propriedade com dois métodos: “Cama
sobreposta” (deep bedding) desenvolvido pela Embrapa – Suínos e Aves (Figura
4) e o sistema convencional (Figura 5). O método de “cama sobreposta” consiste
na criação de suínos sobre uma espécie de cama feita de material absorvente
que não permite a vazão dos dejetos para fora do galpão evitando assim maior
contaminação do meio ambiente, assim, a criação dos animais se dá sob uma
espécie de colchão formado por maravalha ou serragens, feno, palha ou casca
de arroz que permite que os dejetos sofram um processo de compostagem no
próprio local, os quais são usados como fertilizantes agrícolas colaborando para
a redução dos impactos ambientais. O método convencional consiste em
edificações totalmente constituídas de piso de concreto ripado total ou parcial,
paredes compactas, uso de forro, baias que dividem os animais em pequenos
grupos, os dejetos deste método são encaminhados para um biodigestor (Figura
6) onde é tratado e posteriormente utilizado na propriedade.
CONCLUSÃO
A produção de goiaba foi um bom investimento para este pequeno
produtor já que a propriedade é possível administrar em família, não tendo
gastos com funcionários. De bom retorno financeiro uma vez que o produto é de
fácil escoamento, vendido em mercados, quitandas e até mesmo em beira de
pista.
O comprometimento do produtor com o meio ambiente ao empregar, na
suinocultura, o sistema de cama sobreposta e o biodigestor para o sistema
convencional é louvável, uma vez que a propriedade tem um comprometimento
ambiental e social além de diminuir o custo com adubos, substituindo pelo
composto obtido pela suinocultura.
FOTOS

Figura 1: Ramo ladrão Figura 2: Formato de taça

Figura 3: Tutoramento Figura 4: Suinocultura – “Camas sobrepostas”

Figura 5: Suinocultura – Convencional Figura 6: Biodigestor

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